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Resumo de Psicologia Sócio-Interacionista

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ZDP - Zona de Desenvolvimento Proximal Prof. Me. Aldemar Ferreira
Questões introdutórias 
O aprendizado está relacionado ao desenvolvimento. 
- É o aprendizado que possibilita o despertar dos processos internos. Ex.: Processo de leitura e escrita; criança que cresce em ambiente em que as pessoas possuem deficiência auditiva.
 O indivíduo não se desenvolve plenamente sem o suporte de outros indivíduos da sua espécie (o outro social).
Conceito de ZDP 
Normalmente quando nos referimos ao desenvolvimento buscamos compreender sobre “onde a criança já chegou”, “ o que já sabe”.
 - Quais atividades consegue desempenhar só? 
Para Vygotsky devemos considerar não só o nível de desenvolvimento real da criança (o que ela já sabe), mas também seu nível de desenvolvimento potencial (a capacidade de desenvolver tarefas com ajuda do outro social).
 ● A interação representa um momento do desenvolvimento - Não é qualquer indivíduo que consegue realizar a tarefa com a ajuda do outro.
A ideia de desenvolvimento potencial refere-se, portanto, não às capacidades já adquiridas, mas às condições posteriores por meio da ajuda do outro social. 
- Importante, pois atribui importância externa no desenvolvimento das funções psicológicas. 
ZDP é definida assim como “a distância entre o nível de desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento potêncial”. 
ZDP - refere-se ao caminho que o indivíduo vai percorrer para desenvolver funções que estão em processo de amadurecimento e que se tornarão funções consolidadas.
O papel da intervenção pedagógica O processo de aprendizagem só se beneficia da ação mediadora externa se o organismo já estiver apto a executar determinada tarefa. Ex. Uma criança que já sabe amarrar o sapato não precisa mais dessa mediação, por outro lado um bebê jamais conseguiria realizar tal tarefa, ainda que mediada.
 A escola tem papel importante no desenvolvimento, já que vivemos em uma sociedade escolarizada. 
- Avançar a partir do conhecimento já consolidado tendo como horizonte metas estabelecidas ainda não alcançadas.
A interação com o(a) professor(a) e os(as) demais crianças tornam-se o motor da aprendizagem e do desenvolvimento. 
- Demonstração, assistência, instruções… Não pensa uma pedagogia diretiva e autoritária. Compreende os processos singulares a partir de uma realidade social e material. Contribuição e a interação das crianças nos processos de aprendizagem: às trocas, ajudas, e mediações.
Mecanismo da imitação 
Não é a mera reprodução, mas a reconstrução individual daquilo que é observado nos outros. ● Balizada pelas condições psicológicas da criança; 
● Constitui algo novo a partir do que observa; 
● Possibilidade da criança realizar ações que estão além de suas próprias capacidades;
 ● Promove o amadurecimento dos processos de aprendizagem; 
● Só é possível a imitação daquilo que está dentro da ZDP do indivíduo.
Exerce função de mediação de elaboração das funções psicológicas em um primeiro nível interpsíquico (atividades coletivas e sociais) para um nível intrapsíquico (organizada como interna ao próprio indivíduo).
Brinquedo e o desenvolvimento A brincadeira de “faz-de-conta” Com a aquisição da linguagem é que a criança passa a ser capaz de representar simbolicamente.
Em determinado momento a criança não consegue responder diferente da situação concreta. (ex.: dizer que alguém está de pé se ele está sentado)
 Já no “faz-de-conta” a criança é levada a abstrair os conceitos a partir da representação simbólica mediada pela imaginação.
 - ajuda a separar objeto e significado.
As regras na brincadeira faz com que a criança se comporte de modo mais avançado do que o que é comumente apresentado, de modo que também aprende a separar objeto e significado, cria-se então zonas de desenvolvimento proximais.
 Ex: irmãs que brincam de serem irmãs - tornam evidente o que passa despercebido ao cotidiano, aprendendo novas outras possibilidades de significações.
A evolução na escrita
 A escrita como sistema simbólico de representação da realidade. Para compreender o desenvolvimento da escrita é necessário o que Vygotsky chama de “pré-história da linguagem escrita” (o que se passa antes do processo de alfabetização). A escrita é uma função culturalmente mediada. Sistemas de signos que não possuem significados em si, mas representam outra realidade, possuem função instrumental.
Marcas topográficas - Distribuem seus rabiscos no papel, possibilitando uma espécie de mapeamento do material a ser lembrado depois pela sua posição mo espaço. 
- Não são signos mas fornecem pistas para recuperar a informação. 
Depois a criança passa a preocupar-se em representar em sua escrita às diferenças presentes nas sentenças faladas.
Primeiramente as diferenças são formais: 
● Ritmo de fala - frases longas são registradas com marcas grandes, frases curtas com marcas pequenas.
● Depois passa a distinguir pelo conteúdo - Quantidade, tamanho, forma. 
● Aprende a relacionar com o conteúdo do material memorizado.
Representação pictográfica - Desenhos. Depois disso a criança passa a escrita simbólica, inventando formas de representar informações difíceis de serem desenhadas. - Ex.: um círculo escuro para representar a noite. Até conseguir aprender a executar o uso simbólico da língua escrita. O contexto sociocultural em que a criança vive influencia diretamente nesse processo.
Percepção, atenção e memória Percepção Ao longo do desenvolvimento a percepção torna-se cada vez mais complexa. Mediação simbólica e origem histórico-cultural são pressupostos para explicar o funcionamento da percepção. Ex.: visão, audição, tato. Os limites dessas sensações são determinados pelo aparato perceptivo humano.
O bebê nasce com possibilidades de percepção definidas pelas características sensoriais humanas mas ao longo do desenvolvimento a percepção passa a ser mediada por conteúdos culturais. 
Nossa percepção não se dá em termos de atributos isolados, mas em termos de eventos, objetos, situações pela linguagem e categorizados pela cultura.
Ao percebermos elementos do mundo real fazemos inferências baseadas em conhecimentos adquiridos previamente e em informações presentes interpretando dados perceptuais à luz de outros conteúdos psicológicos.
ATENÇÃO
 Assim como na percepção, o funcionamento inicial da atenção é baseada em mecanismos neurológicos inatos, sendo submetida a processos de controle voluntários em grande parte fundamentados na mediação simbólica. Há uma seleção das informações perceptuais com as quais o indivíduo vai interagir. Caso contrário seria impossível uma ação organizada do organismo no mundo. Atenção involuntária - Ex.: ruídos que chamam a atenção do bebê. Com o desenvolvimento o indivíduo passa a ser capaz de dirigir voluntariamente sua atenção. Ex: brincar de montar um carrinho, o trabalho.
MEMÓRIA 
Transformações no processo de desenvolvimento; influência dos significados e da linguagem. Memória elementar - responde a determinações inatas. Ex: movimento de sucção do bebê ao ver a mamadeira. Memória mediada - Refere-se ao registro de experiências para recuperação e uso posterior, mas inclui a ação voluntária do indivíduo, no sentido de apoiar-se em elementos que o ajudem a lembrar de conteúdos específicos. Ex. de signos que ajudam a mediar a memória: calendários, agendas, lista de compras.
Relação entre percepção, atenção e memória 
As funções funcionam em articulação umas com as outras; 
Ex.: alguém que procura uma farmácia em que já esteve 
Atenção voluntária, dados perceptivos e a internalização simbólica de mediadores que auxiliam na execução da tarefa.
 Para Vygotsky as condições de possibilidade de execução das funções são de origem inata mas são modulados pela relação sócio-histórica e os dados da realidade que o indivíduo estabelece.
Henri Wallon - Vida e Obra Prof. Me. Aldemar Costa 1
Biografia
· Henri Paul Hyacinthe Wallon (1879-1962) foi um psicólogo, filósofo, médico e político francês. 
· Tornou-se conhecido por seu trabalho científico sobre a Psicologia do Desenvolvimento.
· Henri Paul Hyacinthe Wallon nasceuem Paris, França, no dia 15 de junho de 1879. Seu avô foi o político Henri-Alexander Wallon. Em 1899, Wallon ingressou na Escola Normal Superior. 
· Em 1902 formou-se em Filosofia. Em 1908 formou-se em Medicina. Entre 1908 e 1931 dedicou-se ao trabalho com crianças especiais, portadoras de deficiência mental. Em 1914, serviu como médico na Primeira Guerra Mundial
· A partir de 1920, Wallon passou a atuar como médico em instituições psiquiátricas. Foi convidado para organizar conferências sobre psicologia da criança, na Universidade de Sorbonne e em outras instituições superiores. 
· Em 1927, foi nomeado diretor de estudos da École Pratique des Hautes Etudes. Criou o Laboratório de Psicologia do Centro Nacional de Pesquisa Científica. 
· Em 1931, viajou para Moscou, onde integrou o Círculo da Rússia Nova. A proposta do grupo era aprofundar o estudo do materialismo dialético e examinar sua aplicação em várias áreas do conhecimento.
Wallon e a Teoria Marxista 
· Estudioso do Marxismo, Wallon filiou-se ao partido comunista francês, em 1942, enquanto atuava na Resistência Francesa, lutando contra a ocupação nazista. Atuou também como professor do Departamento de Psicologia do College de France. Durante 1941 a 1945 permaneceu na clandestinidade, retornando às atividades ao final da Segunda Guerra Mundial.
· A partir de 1946, Wallon presidiu a seção francesa da Liga Internacional de Educação Nova, que congregava pedagogos, psicólogos e filósofos críticos do ensino tradicional. Presidiu esse grupo até 1962, ano de sua morte.
· Após a Segunda Guerra, foi convidado pelo governo francês para participar de uma comissão para restaurar o setor educacional da França.
Principais Obras 
● Evolução Psicológica da Criança, s.d. 
Um clássico da psicologia da criança, estudada numa perspectiva psicogenética e à luz de experiências concretas. A evolução psicológica da criança surge como uma sucessão de etapas claramente caracterizadas. No entanto, de etapa em etapa a criança é "um único e mesmo ser ao longo da metamorfose". É portanto essencial não a estudar fragmentariamente. São abordados os grandes problemas da psicologia da criança: o jogo, a motricidade, o desenvolvimento da afetividade, a linguagem, etc.
● Psicologia e Educação na Infância, 1975 
Psicologia e Educação estuda as contribuições desse autor para a compreensão do desenvolvimento humano e, particularmente, do aluno na escola e fora dela, como pessoa completa. Oferece diretrizes preciosas para a própria formação e instrumentos importantes para a análise e a compreensão dos fenômenos pedagógicos e psicológicos que ocorrem na família e na sala de aula, como a estudiosos da Psicologia da Educação, para quem Henri Wallon é um marco ao integrar os dois pólos entre os quais a educação sempre oscilou: a formação da pessoa e a sua inserção na coletividade.
● Objetivos e Métodos de Psicologia, 1975 
Discussão em relação aos métodos de pesquisa em psicologia, bem como teorização acerca dos objetivos que constituem a prática psicológica e o seu método (a psicogenética walloniana) a partir dos referenciais sociointeracionistas e na perspectiva do desenvolvimento.
● Origens do Pensamento da Criança, 1989
A gênese da inteligência para Wallon é genética e organicamente social, ou seja, o ser humano é organicamente social e sua estrutura orgânica supõe a intervenção da cultura para se atualizar. Nesse sentido, a teoria do desenvolvimento cognitivo de Wallon é centrada na psicogênese da pessoa completa. O desenvolvimento da criança aparece descontínuo, marcado por contradições e conflitos, resultado da maturação e das condições ambientais, provocando alterações qualitativas no seu comportamento em geral.
Concepção dialética no desenvolvimento infantil
· Os aspectos físicos do espaço, as pessoas próximas, a linguagem e os conhecimentos próprios a cada cultura formam o contexto do desenvolvimento.
· A determinação recíproca que se estabelece entre as condutas da criança e os recursos de seu meio imprime um caráter de extrema relatividade ao processo de desenvolvimento.
· Fatores orgânicos 
Os fatores orgânicos são os responsáveis pela sequência fixa que se verifica entre os estágios do desenvolvimento, todavia, não garantem uma homogeneidade no seu tempo de duração. Podem ter seus efeitos amplamente transformados pelas circunstâncias sociais nas quais se insere cada existência individual e mesmo por deliberações voluntárias do sujeito.
· Fatores sociais 
 Presente desde a aquisição de habilidades motoras básicas, como a preensão e a marcha, a influência do meio social torna-se muito mais decisiva na aquisição de condutas psicológicas superiores, como a inteligência simbólica. É a cultura e a linguagem que fornecem ao pensamento os instrumentos para sua evolução.
O simples amadurecimento do sistema nervoso não garante o desenvolvimento de habilidades intelectuais mais complexas. Para que se desenvolvam, precisam interagir com "alimento cultural", isto é, linguagem e conhecimento
· Desenvolvimento 
O ritmo pelo qual se sucedem as etapas é descontínuo, marcado por rupturas, retrocessos e reviravoltas. Cada etapa traz uma profunda mudança nas formas de atividade do estágio anterior. 
Para Wallon, a passagem de um a outro estágio não é uma simples ampliação, mas uma reformulação. Com frequência, instala-se, nos momentos de passagem, uma crise que pode afetar visivelmente a conduta da criança. 
 O desenvolvimento é um processo pontuado por conflitos. (Exógeno e endógeno).
 Conflitos como propulsores do desenvolvimento - Fatores dinamogênicos. 
 Desenvolvimento como construção progressiva - fases afetivas e cognitivas
 Na teoria psicogenética de Wallon, o eixo principal no processo de desenvolvimento é a integração, em dois sentidos: 
• Integração organismo-meio
 • Integração cognitiva-afetiva-motora
Estágios Psicogenéticos 
1. No estágio impulsivo-emocional, que abrange o primeiro ano de vida, o colorido peculiar é dado pela emoção, instrumento privilegiado de interação da criança com o meio. Resposta ao seu estado de imperícia, a predominância da afetividade orienta as primeiras reações do bebê às pessoas, às quais intermediam sua relação com o mundo físico; a exuberância de suas manifestações afetivas é diretamente proporcional a sua inaptidão para agir diretamente sobre a realidade exterior.
2. No estágio sensório-motor e projetivo, que vai até o terceiro ano, o interesse da criança se volta para a exploração sensório-motora do mundo físico. A aquisição da marcha e da preensão possibilitam-lhe maior autonomia na manipulação de objetos e na exploração de espaços. Outro marco fundamental deste estágio é o desenvolvimento da função simbólica e da linguagem. O termo "projetivo" empregado para nomear o estágio deve-se à característica do funcionamento mental neste período: ainda nascente, o pensamento precisa do auxílio dos gestos para se exteriorizar, o ato mental "projeta-se" em atos motores. Ao contrário do estágio anterior, neste predominam as relações cognitivas com o meio (inteligência prática e simbólica).
3. No estágio do personalismo, que cobre a faixa dos três aos seis anos, a tarefa central é o processo de formação da personalidade. A construção da consciência de si, que se dá por meio das interações sociais, reorienta o interesse da criança para as pessoas, definindo o retomo da predominância das relações afetivas.
4. Por volta dos seis anos, inicia-se o estágio categorial, que, graças à consolidação da função simbólica e à diferenciação da personalidade realizadas no estágio anterior, traz importantes avanços no plano da inteligência. Os progressos intelectuais dirigem o interesse da criança para as coisas, para o conhecimento e conquista do mundo exterior, imprimindo às suas relações com o meio preponderância do aspecto cognitivo.
5. No estágio da adolescência, a crise pubertária rompe a "tranquilidade" afetiva que caracterizou o estágio categorial e impõe a necessidade de uma nova definição dos contornos da personalidade, desestruturados devido àsmodificações corporais resultantes da ação hormonal. 
● questões pessoais, morais e existenciais;
● Predominantemente afetivo - acúmulo de energia
● Predominância funcional - caráter intelectual;
● Construção do eu
O “Eu” corporal
 ● Interações com objetos e com o próprio corpo que a criança experimenta e percebe a diferença entre o “dentro e o fora” (constrói-se um recorte corporal). 
● Diferenciação entre o espaço objetivo e o espaço subjetivo (formação do eu corporal).
 ● Junção do corpo tal como sentido pelo próprio sujeito à sua imagem tal como vista pelos outros (Integração do corpo das sensações ao corpo visual)
O “Eu” psíquico 
● A criança opõe-se sistematicamente ao que a distingue como sendo diferente dela, o não-eu. 
● Um dos conteúdos que a atitude de oposição adquire é o desejo de propriedade das coisas. Confundindo o meu com o eu a criança busca, com a posse do objeto, assegurar a posse de sua própria personalidade. 
● Fase do personalismo (Aprovação de resíduos do que antes se misturava no outro). ● Atividade da imitação (reconstrução da personalidade) 
● O Outro é um parceiro perpétuo do eu na vida psíquica
Psicogênese da Pessoa Completa: principais conceitos Prof. Me. Aldemar Costa
Relembrando… ● Fundamentação Epistemológica ● Concepção dialética do desenvolvimento ● O método genético comparativo multidimensional ● Emoção e afetividade
Integração Organismo-Meio 
● Para Wallon, o desenvolvimento da pessoa se faz a partir da interação do potencial genético, típico da espécie, e uma grande variedade de fatores ambientais. O foco de sua teoria é a interação da criança com o meio, uma relação complementar entre os fatores orgânicos e socioculturais. ● A realização do potencial herdado geneticamente por um indivíduo vai depender das condições do meio, que podem modificar as manifestações das determinações genotípicas.
· Integração afetivo-cognitivo-motora 
“Os domínios funcionais entre os quais se dividirão o estudo das etapas que a criança percorre serão (...) os da afetividade, do ato motor, do conhecimento e da pessoa”. (Wallon, 1995, p. 135)
Domínios Funcionais 
O conjunto AFETIVO oferece as funções responsáveis pelas emoções, pelos sentimentos e pela paixão;
 O conjunto ATO MOTOR oferece a possibilidade de deslocamento do corpo no tempo e no espaço, as reações posturais que garantem o equilíbrio corporal, bem como o apoio tônico para as emoções e os sentimentos se expressarem;
 O conjunto COGNITIVO oferece funções que permitem a aquisição e a manutenção do conhecimento por meio de imagens, noções, ideias e representações. É ele que permite registrar, fixar e analisar o presente e projetar futuros possíveis e imagináveis.
Fatores Dinamogênicos 
Conflitos que podem ser de natureza endógena / interna (maturação nervosa) e de natureza exógena / externa (cultural). Afetiva / endógena: impulsivo emocional; personalismo; puberdade e adolescência. Cognitiva / exógena: sensório-motor e projetivo; categorial.
Lei de Alternância Funcional 
Wallon chamou de lei de alternância funcional toda essa dinâmica do desenvolvimento psicológico: ora a predominância funcional é afetiva, ora cognitiva; ora o conflito é interno ora é externo, tudo isso constituindo-se num motor propulsor ao desenvolvimento.
Integração funcional 
● No início, estágios mais simples vão sendo integrados aos estágios mais complexos seguintes, conforme as relações do sujeito com o meio e as possibilidades de seu sistema nervoso central. ● Por isso, no final do desenvolvimento ocorre a integração funcional, ou seja, a integração das dimensões motora-afetiva-cognitiva na estruturação e funcionamento psicológico do sujeito.
Impulsivo-emocional (0-1 ano)
 ● Predominância funcional: afetiva.
 ● Fatores dinamogênicos: endógenos (centrípeta). 
● Período de indiferenciação eu-outro (simbiose). 
● A criança está voltada para construção do eu corporal e do eu psíquico.
Impulsivo-emocional 
● Os atos da criança têm o objetivo de chamar a atenção do adulto por meio de gestos, gritos e expressões, para que ele satisfaça as suas necessidades e garanta assim a sua sobrevivência. ● Nesse estágio a criança não possui coordenação motora muito bem desenvolvida, os movimentos são bem desorientados. Entretanto, logo o ambiente facilita para que a mesma desenvolva suas habilidades funcionais, passando da desordem gestual às emoções diferenciadas. 
Esse estágio está dividido em dois momentos: 
· Impulsivo (0 a 3 meses): é um organismo puro, sua atividade se manifesta apenas por reflexos e movimentos impulsivos – exploração do corpo, movimentos bruscos, desordenados; existe uma simbiose fisiológica. 
· Emocional (3 a 12 meses): construção de padrões emocionais de medo, alegria, raiva, que são formas de comunicação corporal; existe uma simbiose afetiva que caracteriza o início do psiquismo ou vida psíquica; ocorre também a atividade circular nessa fase (6 meses). 
Sensório-motor e projetivo (1-3 anos) 
● Predominância funcional: cognitiva.
 ● Fatores dinamogênicos: exógenos (centrífuga). 
● Esse estágio está dividido em dois momentos: sensório-motor – andar / marcha; projetivo – linguagem (uso da 3ª pessoa), imitação, simulacro, animismo corporal.
● Diferenciação do corpo físico (eu corporal). Exemplo: reflexo no espelho aos 2 anos. 
Sensório-motor e projetivo
 ● É uma fase onde a inteligência e o mundo externo prevalecem nos fenômenos cognitivos. A inteligência, nesse período, é tradicionalmente particionada entre inteligência prática, obtida pela interação de objetos com o próprio corpo, e inteligência discursiva, adquirida pela imitação e apropriação da linguagem. Os pensamentos, nesse estágio, muito comumente se projetam em atos motores. 
● A criança aprende a conhecer os outros como pessoas em oposição à sua própria existência. 
Personalismo (3-6 anos) 
● Predominância funcional: afetiva. 
● Fatores dinamogênicos: endógenos (centrípeta). 
● Período de construção da personalidade – período de crises e conflitos. 
● Processo de diferenciação do eu psíquico. 
● Processo de diferenciação eu-outro. 
Personalismo
O estágio do personalismo é marcado pela formação dos aspectos pessoais da criança, ou seja, da sua personalidade e da autoconsciência. A criança tende a apresentar a “crise negativista”: a criança acaba por se opor sistematicamente ao adulto. Nessa idade, a criança costuma ingressar na escola maternal, inserindo-se numa comunidade de crianças semelhantes a ela, onde as relações são diferentes das relações familiares. 
Categorial
 ● Predominância funcional: cognitiva.
 ● Fatores dinamogênicos: exógenos (centrífuga). 
● Período de razoável estabilidade se comparado com a fase do personalismo e com a fase posterior. 
● Período da “idade escolar” – autodisciplina mental ou atenção. 
-Pré-categorial (6 a 9 anos): 
● sincretismo; ● tautologia – repetição de um termo na frase; 
● elisão – fala confusa, faltando pedaços; 
● fabulação – inventa uma história; 
● pensamento por par – dinâmica binária que compõe em pares os objetos mentais
-Categorial (9 a 11/12 anos):
 ● pensamento por categorias (identificar, analisar, definir); 
● operações mentais e formação de categorias intelectuais que auxiliam a representação das coisas e explicação do real.
Adolescência 
● Predominância funcional: afetiva. *
 ● Fatores dinamogênicos: endógenos (centrípeta). 
● Passagem da infância a vida adulta.
 ● Período de ambivalências de atitudes e sentimentos.
Adolescência Período de mudanças: 
● hormonais, fisiológicas, corporais, psicológicas, sociais; 
● signo do espelho – óculos, aparelho dentário etc.; 
● crise em relação ao adulto – não exatamente ao adulto, mas ao que este representa (valores e costumes);
 ● ambivalências – vaidade, timidez, vergonha, oposição, conformismo, posse, sacrifício, renúncia, aventura; 
● formação de grupos de iguais – ponte para a vida adulta
Conteúdo de Revisão - Sociciointeracionista Prof. Me. Aldemar Ferreira
· Tanto Vigotski e seu grupo quanto Wallon procuraram construir uma teoria psicológica fundamentada no materialismohistórico e dialético e, assim sendo, compromissada com o pleno desenvolvimento da humanização dos indivíduos.
· Isto implica em posicionamentos em relação à educação, política e sociedade, assim como implica numa clareza de objetivos, ou em outras palavras, o que e para quem elaboramos uma psicologia.
O Monismo materialista 
· Um dos pressupostos mais seriamente defendidos, isto é, os autores defendem que a existência precede a essência, ou em outras palavras, entendem que o que somos é resultado de nossa relação com a realidade e não produto de pré-determinações como, por exemplo, as biológicas, ambientalistas ou metafísicas, assim como também sustentam a indissociabilidade entre matéria e idéia, objetivo e subjetivo, pois é a unidade destes que constitui a essência humana.
· Defendem que o psiquismo tem sua origem sócio-histórica, e assim sendo, o cérebro não é seu demiurgo. No entanto, sem este não existe psiquismo, pois é ele que lhe confere materialidade. Desta forma, o biológico não determina quem somos, mas 3 não somos sem o biológico. 
· Suas produções tinham como objetivo investigar o desenvolvimento sócio-histórico do homem em sua gênese e multideterminação, observando sempre a totalidade dos fenômenos, na busca de sua essência.
· Uma questão central para esse debate é que, segundo Vygotsky, nenhuma das principais tendências vigentes no seu tempo lograva buscar uma explicação para o que há de especificamente humano no ser humano a partir da sua própria condição. Indício disso é o fato de que, em meio ao dualismo entre naturalistas e mentalistas, observam se também possibilidades duais quanto ao tratamento do conceito de “sentido”, pois só era presumível associá-lo a uma esfera exterior, sendo capturável pelas sensações e percepções, ou ao âmbito de uma interioridade autossuficiente em relação à cultura (Namura, 2004).
Crítica ao Construcionismo social
· A fundamentação ontológica de Vigotski é totalmente contrária ao construcionismo social. Vigotski parte de uma ontologia materialista, atestando a centralidade do trabalho como o complexo que deu origem ao ser humano como ser histórico e social (CARMO & JIMENEZ, 2013). Portanto, reiterando a relação dialética entre a evolução biológica e histórica do ser humano, demarcada pela necessidade de transformação da natureza para a reprodução de sua existência, ele supera tanto as concepções idealistas quanto as materialistas mecanicistas.
Método de pesquisa em Vygotsky
 ● Vinculação entre pesquisador e realidade; “Essas escolhas, se por um lado demarcam singularidades e, nesse sentido, diferenças, por outro se unificam a partir do lugar teórico que pautam as posturas no processo de pesquisar, as preferências e possibilidades de aproximações assim como os distanciamentos necessários”. 
● Implicação com o tema de pesquisa; 
“localização tanto de quem fala quanto de quem escuta em relação ao que é dito e silenciado”.
Sobre a relação singular/coletivo e suas implicações metodológicas 
Vygotsky traz como um dos principais alicerces a compreensão de ser humano como ser fundamentalmente histórico e cultural, manifestação singular de um amplo conjunto de relações sociais, indo na contra mão de perspectivas que isolam o sujeito de seu contexto. 
1. A análise deve buscar relação entre fragmentos que compõem o todo;
 2. Mútua constituição entre sujeito e realidade; - relação pesamento-linguagem 
3. Realidade complexa - Interessado na processualidade do fenômeno.
A História e a Dialética como fundamentos metodológicos
 1. fenômenos em movimento; “história é para a Psicologia Histórico-Cultural o próprio movimento em que o sujeito, ao se apropriar, recria a realidade cotidianamente.”
 2. Estudar algo implica dizer em estudar em movimento - contextualização e condições de possibilidade; 
3. Permite conhecer as especificidades.
Princípios do método 
1. Análise do processo ao invés do objeto/produto: - Não é algo que é, mas que está sendo… 
2. Análise Genotípica ao Invés de Fenotípica:
 - Evitar processos psicológicos fossilizados: mais do que estudar como se apresenta, interessa saber como pode vir a ser. 
3. A Contraposição das Tarefas Descritivas e Explicativas de Análise: 
- Múltiplas determinações
 - A descrição por si só é insuficiente 
- Perspectiva explicativa-relacional
Significado e Sentido
 Na relação entre os signos e a constituição da consciência, Leontiev (1970?) salienta a relação entre significado social e sentido pessoal. 
1. O significado social é resultante das apropriações efetivadas pelo homem, historicamente.
2. O sentido pessoal, ou subjetivo, é resultante da interação real existente entre o homem e o mundo. 
“Neste sentido, a consciência é entendida como produto das relações sociais estabelecidas pela vida social.”
Principais conceitos Questões disparadoras… 
Como ocorre o desenvolvimento das funções psicológicas superiores? (memória, consciência, percepção, atenção, fala, pensamento, vontade, formação de conceitos e emoção) 
Deste modo, não se pensa a criança como um sujeito pronto, mas que ela passa a se humanizar na interação com o outro a partir de um movimento dialético.
Principais conceitos 
● Interação - Com o mundo e com os sujeitos; Mais do que agir, é preciso interagir; Aprendizagem acontece com parceiros que fazem parte da vida; que apresentam comunicação semelhante. 
● Mediação - Quem media os conteúdos e os conhecimentos; Pela linguagem, mediação entre a coisa e a função; Linguagem que nos permite completar os nossos esquemas de desenvolvimento; O outro social - o professor, ferramentas, objetos, mapas, revistas, atividade pedagógica.
● Internalização - Dos conhecimentos, dos símbolos e dos conteúdos; 
- Momento em que o conceito é abstraído, quando o símbolo ganha diversos significados: pela memória, pelos sentimentos, pelos afetos, pela cultura. Não se pode dizer, portanto, que todo mundo conhece da mesma forma 
- Negociação dos conteúdos de interesse; 
- Linguagem - fornece mecanismos de aquisição de conhecimentos e da cultura;
 - Os objetos e as coisas são apreendidos a partir da sua função que elas têm no mundo;
● ZDP - zona de desenvolvimento próximal - a minha melhor versão, onde se pode chegar.
 O que a criança já é, o que ela pode vir a ser. Mediada essa relação, o ajuda a se desenvolver e interagir consigo e com o outro, atingindo seu potencial, se tornando o melhor de si. 
Onde chegou, e onde poderá chegar.
 - 1 desenvolvimento real - o que consegue fazer sozinha
 - 2 Proximal - o que consegue fazer com a ajuda de outra pessoa 
- O que está em amadurecimento (distância entre 1 e 2 é a ZDP)
A ideia de desenvolvimento potencial refere-se, portanto, não às capacidades já adquiridas, mas às condições posteriores por meio da ajuda do outro social.
 - Importante, pois atribui importância externa no desenvolvimento das funções psicológicas.
 ZDP é definida assim como “a distância entre o nível de desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento potêncial”. ZDP - refere-se ao caminho que o indivíduo vai percorrer para desenvolver funções que estão em processo de amadurecimento e que se tornarão funções consolidadas.
O papel da intervenção pedagógica O processo de aprendizagem só se beneficia da ação mediadora externa se o organismo já estiver apto a executar determinada tarefa.
 Ex. Uma criança que já sabe amarrar o sapato não precisa mais dessa mediação, por outro lado um bebê jamais conseguiria realizar tal tarefa, ainda que mediada. 
A escola tem papel importante no desenvolvimento, já que vivemos em uma sociedade escolarizada. 
- Avançar a partir do conhecimento já consolidado tendo como horizonte metas estabelecidas ainda não alcançadas.
Mecanismo da imitação 
Não é a mera reprodução,mas a reconstrução individual daquilo que é observado nos outros. ● Balizada pelas condições psicológicas da criança; 
● Constitui algo novo a partir do que observa; 
● Possibilidade da criança realizar ações que estão além de suas próprias capacidades; 
● Promove o amadurecimento dos processos de aprendizagem;
 ● Só é possível a imitaçãodaquilo que está dentro da ZDP do indivíduo.
Brinquedo e o desenvolvimento A brincadeira de “faz-de-conta”
Com a aquisição da linguagem é que a criança passa a ser capaz de representar simbolicamente. 
Em determinado momento a criança não consegue responder diferente da situação concreta. (ex.: dizer que alguém está de pé se ele está sentado) 
Já no “faz-de-conta” a criança é levada a abstrair os conceitos a partir da representação simbólica mediada pela imaginação. - ajuda a separar objeto e significado.
As regras na brincadeira faz com que a criança se comporte de modo mais avançado do que o que é comumente apresentado, de modo que também aprende a separar objeto e significado, cria-se então zonas de desenvolvimento proximais.
 Ex: irmãs que brincam de serem irmãs - tornam evidente o que passa despercebido ao cotidiano, aprendendo novas outras possibilidades de significações.
Percepção, atenção e memória
 Percepção
 Ao longo do desenvolvimento a percepção torna-se cada vez mais complexa. Mediação simbólica e origem histórico-cultural são pressupostos para explicar o funcionamento da percepção. Ex.: visão, audição, tato. Os limites dessas sensações são determinados pelo aparato perceptivo humano. 
O bebê nasce com possibilidades de percepção definidas pelas características sensoriais humanas mas ao longo do desenvolvimento a percepção passa a ser mediada por conteúdos culturais. Nossa percepção não se dá em termos de atributos isolados, mas em termos de eventos, objetos, situações pela linguagem e categorizados pela cultura.
Ao percebermos elementos do mundo real fazemos inferências baseadas em conhecimentos adquiridos previamente e em informações presentes interpretando dados perceptuais à luz de outros conteúdos psicológicos.
ATENÇÃO
 Assim como na percepção, o funcionamento inicial da atenção é baseada em mecanismos neurológicos inatos, sendo submetida a processos de controle voluntários em grande parte fundamentados na mediação simbólica. Há uma seleção das informações perceptuais com as quais o indivíduo vai interagir. Caso contrário seria impossível uma ação organizada do organismo no mundo. Atenção involuntária - Ex.: ruídos que chamam a atenção do bebê. Com o desenvolvimento o indivíduo passa a ser capaz de dirigir voluntariamente sua atenção. Ex: brincar de montar um carrinho, o trabalho.
MEMÓRIA Transformações no processo de desenvolvimento; influência dos significados e da linguagem. Memória elementar - responde a determinações inatas. Ex: movimento de sucção do bebê ao ver a mamadeira. Memória mediada - Refere-se ao registro de experiências para recuperação e uso posterior, mas inclui a ação voluntária do indivíduo, no sentido de apoiar-se em elementos que o ajudem a lembrar de conteúdos específicos. Ex. de signos que ajudam a mediar a memória: calendários, agendas, lista de compras

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