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Desenvolvimento da Inteligência na Criança

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Inteligência
Conjunto das habilidades cognitivas do indivíduo, a resultante, o vetor final dos diferentes processos intelectivos. Refere-se à capacidade de identificar e resolver problemas novos, de reconhecer adequadamente as situações vivenciais cambiantes e encontrar soluções, as mais satisfatórias possíveis para si e para o ambiente, respondendo às exigências de adaptação biológica e sociocultural. Deve-se deixar claro que, mais que qualquer outra função psíquica, a inteligência não é uma função material, delimitável e independente das formulações que sobre ela se faz. 
A inteligência é um constructo, um modo de ver e estudar uma dimensão do funcionamento mental, dimensão esta construída historicamente pela psicologia, pela medicina e pela pedagogia. As principais habilidades incluídas no constructo inteligência são: raciocínio, planejamento, resolução de problemas, pensamento abstrato, compreensão de idéias complexas, aprendizagem rápida e aprendizagem a partir da experiência.
A inteligência tem uma dimensão de rendimento psíquico. Refere-se assim às habilidades intelectivas que, com o mínimo de esforço empregado, obtêm o máximo de ganho ou de rendimento funcional.
O DESENVOLVIMENTO DA INTELIGÊNCIA NA CRIANÇA
As idéias das crianças sobre o mundo são construções, que envolvem as estruturas mentais inatas e a experiência sociocultural. O desenvolvimento da inteligência, por sua vez, ocorre pela substituição (de esquemas cognitivos prévios), pela aquisição e integração de novos esquemas cognitivos, e não apenas pela adição de habilidades cognitivas.
Piaget descreveu quatro estágios do desenvolvimento. Para ele, cada fase do desenvolvimento da inteligência deve ser considerada como formada por estruturas mentais e comportamentais distintas em quantidade e qualidade.
Período sensório-motor
 Ocorre nos dois primeiros anos de vida. Nesse período, as estruturas mentais restringem-se ao domínio dos objetos concretos. Na fase inicial, predominam as atividades reflexas congênitas, surgindo gradativamente os primeiros hábitos motores, os primeiros esquemas perceptivos organizados e os afetos diferenciados. 
O bebê ainda não apresenta um pensamento propriamente dito. Ainda não existem a linguagem e a função simbólica, repousando as atividades mentais exclusivamente em percepções e movimentos. A atividade cognitiva do bebê concentra-se, portanto, sob um conjunto coordenado de atividades sensório-motoras, sem que participe a representação ou o pensamento. 
A imitação é um procedimento fundamental nesse período para o desenvolvimento da cognição; imitação aqui é uma prefiguração, um núcleo embrionário da representação. Apartir do segundo ano de vida, desenvolve-se mais cabalmente a percepção do mundo externo. Os conceitos de “coisas”, “espaço”, “tempo” e “causalidade”, como categorias práticas do dia-a-dia, estruturam-se ao final desse período.
Período pré-operatório 
Ocorre entre os 2 e os 7 anos de vida. São processados, nesse período, o domínio dos símbolos e o desenvolvimento da linguagem, dos sentimentos interpessoais e das relações sociais. O brincar passa a ser um dos principais instrumentos do desenvolvimento cognitivo da criança.
Atividades semióticas, representativas, como o desenho, o brincar e a linguagem, desenvolvem-se nesse período, com conseqüências essenciais para o desenvolvimento sociocognitivo: a palavra vai gradativamente se interiorizando, plasmando-se uma linguagem interior, base do pensamento propriamente dito.
Período operatório-concreto 
Entre os 7 e os 12 anos de idade, a criança aprende a dominar cabalmente as classes, as relações e os números, assim como raciocinar sobre eles. É o início do pensamento lógico, denominado por Piaget como “operações intelectuais concretas”. A socialização desenvolve-se plenamente por meio da escola ou fora dela, surgindo o sentido de cooperação social. A operatividade, marca do período operatório-concreto, é caracterizada pela possibilidade da criança agir seguindo uma lógica, em função das implicações e conseqüências de suas idéias e pensamentos.
Período operatório-formal 
Dos 12 aos 16 anos, o adolescente se envolve com o domínio do pensamento abstrato, com os sistemas simbólicos e as categorias abstratas mais gerais, com o funcionamento mental e cognitivo do “mundo adulto” (idéias e sistemas de idéias como a ética absoluta, o sistema democrático, os sistemas filosóficos, etc.). Desenvolve-se, nesse último período, a capacidade de analisar o pensamento próprio em relação ao dos outros. Aqui o adolescente já pode trabalhar com relações complexas e abstratas, podendo, inclusive, prever as situações necessárias.
Inteligência social
O indivíduo é um ser social, reflexivo, que participa ativamente de seu ambiente e visa objetivos coerentes com tal ambiente. Os processos cognitivos mais importantes se desenvolvem em relação estreita com o mundo em que se vive. Os comportamentos cognitivos, por serem intimamente conectados com o contexto social, só podem ser compreendido a partir também da análise de tais contextos.
Inteligência emocional 
A inteligência emocional diz respeito ao conjunto de capacidades relativas ao processamento de informações emocionais. As várias definições de inteligência emocional incluem habilidades como autoconsciência emocional, empatia, consciência emocional do outro, capacidade de utilizar emoções para fazer julgamentos, capacidade de administrar conflitos, habilidade de construir laços de trabalho e de trabalhar em equipe.
Inteligência intrapessoal
A inteligência social e a emocional, incluindo a capacidade de se inter-relacionar com os outros de forma compatível com o auto-entendimento. Algumas pessoas, apesar de terem um desempenho de modo geral abaixo da média (com escores geralmente inferiores, na faixa de retardo mental ou inteligência limítrofe), apresentam habilidades muito desenvolvidas em domínios específicos da cognição (matemática, arte, música, memória de números, de marcas de carros etc.). São os chamados savants.
Inteligência limítrofe 
Os indivíduos com um QI entre 70 e 85 são considerados limítrofes ou intelectualmente borderline. Tais indivíduos não são considerados deficientes mentais, e muitos deles não revelam dificuldades especiais na vida, apenas as demonstram quando confrontados com exigências cognitivas mais complexas e sofisticadas.
RETARDO MENTAL 
O retardo mental é definido pela OMS (1993) como uma condição de desenvolvimento interrompido ou incompleto das capacidades mentais, manifestando-se pelo comprometimento das habilidades cognitivas que são adquiridas ao longo do desenvolvimento na infância e na adolescência, Incluem principalmente as aptidões intelectivas, a linguagem e a capacidade de adaptação social. Indivíduos com retardo mental representam cerca de 2 a 3% da população geral.
O retardo mental no adulto caracteriza-se pela presença de inúmeras limitações em áreas como linguagem e comunicação, autocuidado (saúde, higiene e segurança), habilidades do indivíduo em alcançar as expectativas de seu grupo cultural, capacidade de utilização dos recursos comunitários e capacidade adaptativa básica na escola, trabalho e/ou lazer.
Outros transtornos mentais ocorrem com freqüência associados à deficiência mental. Transtornos comumente associados ao retardo mental leve e moderado são: transtornos de comportamento e de desenvolvimento na infância, autismo e epilepsia.
 Nos casos de retardo mental leve e moderado, muitas vezes não se reconhece uma etiologia clara e presume-se a interação de fatores genéticos e ambientais desfavoráveis. Em nosso meio, a privação psicossocial (ausência dos pais ou substitutos, desnutrição, falta de estímulos cognitivos e afetivos, violência domiciliar, etc.) representa, presumivelmente, um fator relevante para a deficiência mental leve. 
Retardo mental grave e profundo revela, todavia, na maioria das vezes, uma causa orgânica reconhecível e, com freqüência, vem acompanhado de distúrbios físicos e neurológicos como epilepsia, déficit visual e/ou auditivo e incapacidadesmotoras.
 O quociente de inteligência (QI) é uma medida convencional da capacidade intelectual do indivíduo, baseada na averiguação das distintas habilidades intelectuais (verbais, visuoespaciais, abstração, cálculo, etc.). Ele é obtido por meio de testes individuais padronizados.
Os indivíduos que apresentam retardo mental leve revelam, nos testes de inteligência, um QI na faixa de 50 a 69. A idade mental do adulto corresponde à uma criança de cerca de 9 a 12 anos.
Os deficientes mentais moderados revelam, nos testes de inteligência, um QI na faixa de 35 a 49. A idade mental do adulto corresponde mais ou menos a uma criança de 6 a 9 anos.
Os pacientes retardo mental grave têm um QI de 20 a 34, possuindo idade mental correspondente a uma criança de 3 a 6 anos. 
Retardo mental profundo o QI dos indivíduos fica abaixo de 20. São pessoas gravemente limitadas em sua capacidade de entender.

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