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Matri.clá.pens.soci CAPÍTULO 1

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Matrizes Clássicas
do Pensamento Sociológico
André Puchalski
São Paulo
Rede Internacional de Universidades Laureate
2015
Matrizes Clássicas 
do Pensamento 
Sociológico
São Paulo
Rede Internacional de Universidades Laureate
2015
© Copyright 2015 da Laureate. É permitida a reprodução total ou 
parcial, desde que sejam respeitados os direitos do Autor, conforme 
determinam 
a Lei n.º 9.610/98 (Lei do Direito Autoral) e a Constituição Federal, 
art. 5º, inc. XXVII e XXVIII, “a” e “b”. 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Sistema de Bibliotecas da UNIFACS Universidade Salvador - 
Laureate International Universities)
CAPÍTULO 1 - Evolução do contexto sócio-histórico
Introdução.................................................................................................................................09
1.1. Sociologia como conhecimento científico e crítico da sociedade.................................................09
1.2. A utilidade da Sociologia........................................................................................................09
1.3. Sociologia como conhecimento crítico da sociedade..................................................................10
1.4. Desenvolvimento do pensamento sociológico..............................................................................11
1.5. A sociedade utópica................................................................................................................11
1.6. A sociedade como objeto de análise e estudo............................................................................12
1.7. A Filosofia social dos séculos XVII e XVIII.........................................................................................13
1.7.1. Iluminismo (ou Ilustração)......................................................................................................13
1.8. O nascimento da ciência econômica...........................................................................................14
Síntese.......................................................................................................................................17
Referências.................................................................................................................................18
Sumário
08 Laureate- International Universities
09
Certamente, você já assistiu a filmes de ficção científica. Esses filmes representam uma 
crítica à sociedade? Quais os aspectos que são destacados? A vida em grupo? A harmonia 
do grupo? As rivalidades entre os seres? A dominação? A submissão? As conquistas? Por 
que há conflitos? Como os grupos se organizam?
 
Apesar dos conflitos, o homem é um animal racional que precisa do outro para se 
desenvolver? Se realmente precisa do outro, como explicar os constantes conflitos, as 
desarmonias? Qual seria a razão do homem querer entender a sua vida junto com os 
outros?
Observe que para todas estas perguntas é necessário analisar a realidade social na qual 
está inserido.
Vamos conhecer e acompanhar o surgimento da Sociologia e entender o seu processo de 
desenvolvimento e objeto de estudo.
O que é Sociologia?
Sociologia é a ciência que estuda os fenômenos sociais, isto é, as relações que os indivíduos 
estabelecem entre si, gerando normas de comportamento, atitudes, formação de grupos e 
elaboração de ideias sobre esses grupos. A Sociologia é a ciência da sociedade. 
Durante muito tempo, o comportamento e a vida humana foram guiados por crenças e 
mitos. A partir do momento em que a razão se tornou a força motriz da vida, organizando 
o mundo conturbado, observou-se que o conhecimento precisa seguir um método, para 
assegurar a verdade. Este método científico formula o estatuto do conhecimento humano 
nas diferentes áreas de seu interesse. Assim, na ação social são utilizados métodos de 
observação e experimentação, para torná-la explicável. Desta maneira, as relações 
entre os homens deixaram de ser relativas apenas às questões religiosas, mas se tornaram 
questões da ciência. E esta ciência, portanto, trabalha no sentido de descobrir leis para 
interpretar e prever acontecimentos sociais e busca analisar e entender temas como: conflitos 
sociais; a adesão das pessoas à determinadas ideias (políticas, culturais, religiosas).
Os constantes movimentos que ocorrem no país, por exemplo, são o material para 
a Sociologia analisar a sociedade, os grupos e as tensões que podem existir entre as 
diferentes ideias destes grupos. Quando se diz, por exemplo, que a popularidade de um 
presidente caiu para menos 67%, trata-se de uma pesquisa de amostragem que reflete o 
Capítulo 1Evolução do contexto sócio 
histórico
Introdução
1.1 Sociologia como conhecimento científico 
e crítico da sociedade
1.2 A utilidade da Sociologia
10 Laureate- International Universities
clima de satisfação ou de insatisfação da população. Embora esta pesquisa seja uma amostra, ela 
reproduz as opiniões e influencia o comportamento das pessoas. Outro exemplo são as pesquisas 
sobre a preferência dos eleitores a um determinado candidato. Estas pesquisas podem alterar, no 
caso, o voto do cidadão. Quando uma empresa lança um novo produto no mercado, também 
faz inúmeras pesquisas de opinião, a fim de orientar o trabalho publicitário. Para produto ter 
sucesso, é necessário conhecer os hábitos dos compradores, seus interesses, faixas salariais etc.
A Sociologia é uma ciência nova, com mais de um século, que hoje é de suma importância, 
porque nos ajuda a perceber o que ocorre no mundo e como nos situamos neste mundo. 
Por ser uma ciência, ela se contrapõe ao senso comum. Os conhecimentos da Sociologia não 
são exclusivos dos cientistas, mas fazem parte da vida, auxiliando a interpretação dos fatos e 
acontecimentos do dia a dia. No entanto, como ressalta Costa (1987): 
Dizer que o objeto da Sociologia é a sociedade, é dar ao cientista social um objeto sem 
limites precisos, amplo demais para que dele possa dar conta. Tudo o que existe, desde 
que o homem se reconhece como tal, existe em sociedade. Portanto, não é por fazer 
parte da sociedade, ou de um meio social, que um fato se torna objeto de pesquisa 
sociológica. Um acontecimento, ou um comportamento é sociológico quando sobre ele 
se debruça o sociólogo, tentando entendê-lo nos aspectos que dizem respeito às relações 
entre os homens e às raízes de seu comportamento (COSTA, Maria Cristina Castilho, 
1987, pag.12).
Também é papel da Sociologia questionar o motivo das ocorrências, isto é, analisar os movimentos 
dos estudantes, dos Trabalhadores Sem Teto, dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, entre outros.
 
1.3 Sociologia como conhecimento crítico da 
sociedade
Figura 1: Abaixo_a_ditadura_Fonte_www.shutterstock.com.br
Vivemos em uma sociedade cada vez mais complexa. Será que todos têm consciência 
desta complexidade? Existe, realmente, a necessidade de um conhecimento racional dos 
problemas sociais? Por quê? O pensamento complexo surge como uma possibilidade de 
compreender as dinâmicas humanas e organizacionais.
NÓS QUEREMOS SABER!
11
O Renascimento promoveu uma reviravolta no comportamento do homem europeu.
 
Nos séculos XV e XVI, teve início em alguns países da Europa, sobretudo Inglaterra, França, Itália 
e Alemanha, um movimento de valorização do homem, fundamentado na cultura greco-romana. 
A arte e a filosofia greco-romanas impulsionaram este movimento, centralizado na capacidade 
criadora da humanidade. Uma visão contrária à visão do homem medieval, visto como uma 
criatura de Deus, fragilizada pelo pecado original e submissa aos fatos. Enquanto a característica 
central do período medieval era o teocentrismo, o Renascimento trouxe como eixo central a 
razão. 
A descoberta dos textos gregos impulsionou investigações em diferentes áreas do conhecimento. 
Com o surgimento da imprensa e das universidades, os burgueses puderam ter acesso a esta 
nova cultura, antes restrita aos mosteiros, pondo fim aoperíodo conhecido como “Idade das 
Trevas”. 
Mas o Renascimento é considerado um período de conflitos sociais, devido à falta de unidade 
política. Os desacordos ora eram vinculados a problemas político-sociais, ora às questões 
político-religiosas, como o caso da Inquisição. Estes conflitos geraram a desunião política, que 
resultou na desunião religiosa. Ambas desencadearam a crise econômica. 
A crise econômica no Renascimento provocou o surgimento do comércio. A atividade financeira 
passou a ser realizada em áreas comerciais, chamadas “burgos”. Os burgos funcionavam assim: 
os produtores levavam os seus artigos e lá organizavam uma espécie de feira. Os produtos eram 
trocados por outros ou por dinheiro. Com os burgos, nasceu uma nova classe social, a classe dos 
comerciantes, chamada Burguesia. Detentora de poder financeiro esta nova classe emergente se 
organizou em defesa de seus interesses. Sentindo-se cada vez mais fortalecida pelo comércio, 
percebeu também que não necessitava mais do apoio da Igreja. 
Com a atividade econômica, as artes e a nova literatura, a humanidade assistiu a uma divisão de 
águas. De um lado, os renascentistas viram o mundo desmoronando e, de outro, perceberam que 
o homem não é apenas alma, mas também corpo e inteligência, com a capacidade de “sair das 
trevas”. Assim, para se assegurar de sua importância no mundo como um agente modificador, 
o homem representou seu poder e sua genialidade em obras de escultura e construções. Em seu 
trabalho, Dante Alighieri (1265-1321), por exemplo, separou a autoridade temporal e política 
da autoridade do papa e da Igreja.
A ruptura gerada no Renascimento exigiu que os pensadores buscassem um novo modelo de 
sociedade, capaz de atender aos anseios da razão. Assim, surgiram exemplos de sociedades 
ideais, criados por filósofos como Thomas Morus (1478-1535). No livro “A Utopia”, ele descreveu 
a Ilha da Utopia, onde não há problemas e só existe a harmonia. Tommaso Campanella, em 
“A cidade do sol”, Francis Bacon, em “Nova Atlântida”, e Voltaire, em “Micrômegas”, também 
escreveram sobre sociedades onde todas as necessidades humanas são plenamente atendidas. 
Estes pensamentos, em confronto com a realidade, foram desencadeadores dos movimentos 
sociais. 
“A Utopia”, de Thomas Morus, é considerada por muitos especialistas uma obra sociológica, 
porque demonstra claramente a preocupação em estabelecer normas de convívio sociais mais 
justas e humanas, questionando a maneira como as pessoas eram tratadas, particularmente 
1.4 Desenvolvimento do pensamento sociológico
1.5 A sociedade utópica 
12 Laureate- International Universities
na Inglaterra. Embora tenha ocupado os mais altos cargos do reino, Morus foi condenado e 
executado por se opor à anulação do casamento de Henrique VIII, por se recusar a jurar fidelidade 
à Igreja Anglicana e por questionar os desmandos da autoridade real.
No livro “O Príncipe”, Nicolau Maquiavel mostra como um príncipe deve agir para se manter no 
poder.
Quando se conquistam Estados habituados a reger-se por leis próprias e em liberdade, 
há três modos de manter-se a sua posse: primeiro – arruiná-los; segundo – ir habitá-los; 
terceiro - deixá-los viver com suas leis, arrecadando um tributo e criando um governo de 
poucos, que se conservem amigos. Tendo sido esse governo criado por aquele príncipe, 
sabe que não poderá viver sem a sua amizade e o seu poder e, naturalmente, tudo fará 
para mantê-lo. Por intermédio dos seus próprios cidadãos, fido que qualquer outra forma 
(MAQUIAVEL, Nicolau, 1973).
Ao analisar a sua época, Maquiavel conclui que os homens são egoístas e ambiciosos e só 
recusam a prática do mal quando coagidos pela força da lei. É o Estado, segundo Maquiavel, 
que deve controlar e regular os conflitos. Para tanto e para que haja estabilidade política, o 
Estado deve ter boas leis e instituições, tendo em vista que o poder puramente pessoal se torna 
despótico e gera instabilidade. 
Ainda segundo Maquiavel, é melhor o governante ter o apoio do povo do que dos grandes, 
porque estes são os mais perigosos e podem traí-lo. O governante deve ser virtuoso, isto é, capaz 
de realizar grandes obras e gerar transformações na história. 
1.6 A sociedade como objeto de análise e estudo
Figura 2: Nicolau Maquiavel_Fontewww.shtterstock.com.br
13
A partir do século XVII a Filosofia começa a ser vista como Filosofia Moderna, pois ela se solidifica, 
nesta época há o rompimento com a doutrina Escolástica, pode-se dizer que:
A partir da ruptura com Aristóteles novas metodologias surgem: Francis Bacon inaugura o 
método indutivo enquanto René Descartes reconstrói uma metafísica de caráter epistemológico 
a partir do sujeito ordenador do conhecimento. Assim, opõem-se doutrinas epistemológicas, 
uma vez que Bacon precede o empirismo enquanto Descartes, o racionalismo. Esse período 
sucede a filosofia do Renascimento (está de certo modo preso às doutrinas da filosofia antiga) 
e antecede para alguns autores o Iluminismo. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/
Filosofia_do_s%C3%A9culo_XVII> acesso em 08 jul 2015.
O Renascimento corresponde à primeira fase do pensamento burguês. Esse período acentuou 
que os valores não são frutos da nobreza de sangue e criou “a base conceitual e de valores 
que permitiria a arrancada triunfal da razão e da ciência no século XVII”, propiciando “o 
desenvolvimento de uma mentalidade nacionalista, que se manifesta na formação dos Estados 
modernos” (COTRIM, Gilberto, p.142). 
No século XVII, as ideias e conhecimentos burgueses passaram dos discursos de exaltação para a 
utilidade prática. Elas se concretizaram com a industrialização, que transformou a sociedade e a 
maneira de conceber o conhecimento. A nova realidade exigia conhecimentos científicos capazes 
de aprimorar a produção e também qualificar a mão de obra. Este movimento ficou conhecido 
pelo nome de Iluminismo ou Ilustração.
Os conceitos básicos do Iluminismo são: 
• A razão é o único guia infalível da sabedoria;
• O universo é uma máquina governada por leis uniformes e inflexíveis, sem interferência divina;
• A melhor estrutura da sociedade é a mais simples e a mais natural;
• Não existe o pecado original.
O pensamento iluminista, apoiado nas ideias dos fisiocratas, defendia que a economia era 
regida por leis naturais, considerando a agricultura como a principal fonte de riquezas, e que as 
relações sociais e econômicas eram regidas por leis físicas e naturais. A doutrina dos fisiocratas 
se opunha Mercantilismo, porque apregoava a liberdade de produção e de competição (“Laissez 
faire, laissez passer”).
O Iluminismo nasceu no século XVII, fundamentado no racionalismo de Descartes, Spinoza e 
Hobbes e no pensamento mecanicista de Newton. O movimento deu início às discussões sobre 
o método científico capaz de explicar a natureza e a sociedade. As teorias sociais iluministas 
constituíram as bases da sociedade burguesa emergente e do movimento político pela legitimação 
do poder, fosse monárquico, como na Inglaterra, ou republicano, como na Revolução Francesa. 
Naquela época, a ciência “se fundava como um conjunto de ideias que diziam respeito à natureza 
dos fatos e aos métodos para compreendê-los. Por isso, as primeiras questões que os sociólogos 
do século XIX tentaram responder eram relativas à definição dos fatos sociais e ao método de 
investigação. Tanto a indução de Bacon como a dedução de Descartes eram traduzidas em 
1.7.1 Iluminismo (ou Ilustração)
1.7 A Filosofia social dos séculos XVII e XVIII
14 Laureate- International Universities
procedimentos válidos às pesquisas sobre a natureza da sociedade” (COSTA, Maria Cristina 
Castilho, 1987, p.36). 
Outro aspecto do pensamento iluminista, sobretudo na França, foi o anticlericalismo, que se 
caracterizou pelo questionamento do poder político e econômico da Igreja. 
No século XVIII, a Ilustração é representada por diversos filósofos e economistas: 
Montesquieu (1689-1755), grande filósofo francês.Em uma de suas obras, “O Espírito das Leis” 
(1748), ele analisou as formas de governo e a necessidade da separação das funções do Estado 
em três poderes diferentes e independentes: executivo, legislativo e judiciário.
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), na obra “O contrato social”, afirmou que a base da 
sociedade está no interesse comum pela vida social, no consentimento geral entre os homens. A 
vontade do coletivo deve prevalecer sobre a vontade individual.
John Locke (1632-1704), filósofo inglês, defendeu a propriedade privada e os direitos naturais 
do homem.
As teorias de Rousseau e Locke lançaram as bases da democracia ocidental.
1.8 O nascimento da ciência econômica
Figura 3: Adam Smith Fonte: www.shutterstock.com.br
15
Adam Smith (1723-1790) é considerado o fundador da ciência econômica. Sua obra determina 
que a principal fonte de riqueza não é a agricultura, como afirmavam os fisiocratas, mas o 
trabalho. A sociedade não é um simples conjunto abstrato de pessoas, mas a maneira de 
interpretar a realidade por meio do trabalho. No livro “Teoria dos sentimentos morais”, o escocês 
afirma que a vida social humana está fundamentada em sentimentos de benevolência e simpatia. 
Smith foi um grande defensor do liberalismo econômico. 
O termo “liberal” não tem aqui o sentido de avançado, democrático, como normalmente se usa. 
“A doutrina liberal aparece para justificar o sistema capitalista, que ao defender a predominância 
da liberdade e dos interesses individuais da sociedade, estabeleceu uma sociedade baseada 
na propriedade privada dos meios de produção, também denominada sociedade de classes” 
(LUCKESI, Cipriano Carlos, 1991, p. 54). O Liberalismo é uma doutrina conservadora, que 
justifica as diferenças sociais por meio de camuflagens.
A filosofia social da Ilustração, diferentemente do Renascimento, não se contenta com uma 
atitude crítica e uma sociedade idealizada. Ela desenvolve projetos concretos e lança as bases 
do Estado capitalista, constitucional e democrático.
As duas faces do liberalismo!
Se, portanto, queremos compreender e apreciar o liberalismo, não temos que escolher entre 
duas interpretações, não temos que optar entre o aspecto ideológico e a abordagem sociológica. 
Ambos concorrem para definir a originalidade do liberalismo e para revelar o que constitui um 
de seus traços essenciais, essa ambiguidade que faz com que o liberalismo tenha podido ser 
alternativamente, revolucionário e conservador, subversivo e conformista. Os mesmos homens 
passarão da oposição para o poder; os mesmos partidos passarão do combate ao regime à 
defesa das instituições. Agindo assim, eles nada mais farão do que revelar sucessivamente dois 
aspectos complementares dessa mesma doutrina, ambígua por si mesma, que rejeita o Antigo 
Regime e que não quer a democracia integral, que se situa a meio caminho entre esses dois 
extremos e cuja melhor definição é, sem dúvida, o apelido dado à Monarquia de Julho: “o justo 
meio”. É porque o liberalismo é um justo meio que, visto da direita, parece revolucionário e, 
visto da esquerda parece conservador. Ele travou sucessivamente dois combates, em duas frentes 
diferentes: primeiro, contra a conservação, o absolutismo; depois, contra o impulso das forças 
sociais, de doutrinas políticas mais avançadas que ele próprio: o radicalismo, a democracia 
integral, o socialismo.
É a conjunção do ideal e da realidade, a convergência de aspirações intelectuais e sentimentais, 
mas também de interesses bem palpáveis, que constituíram a força do movimento liberal, entre 
1815 e 1840. Reduzido a uma filosofia política, ele sem dúvida não teria mobilizado grandes 
batalhões; confundido com a defesa pura e simples de interesses, ele não teria suscitado adesões 
desinteressadas, que foram até o sacrifício supremo.
O liberalismo transformou a Europa tal qual era em 1815, ora graças às reformas – fazendo uso 
da evolução progressiva, sem violência -, ora lançando mão da evolução por meio da mudança 
revolucionária. Entre esses dois métodos, o liberalismo, em sua doutrina, não encontra razão 
para preferir um ao outro. Se ele pode evitar a revolução, alegra-se com isso. Na verdade isso 
aconteceu muito raramente.
Talvez somente na Inglaterra, nos Países Baixos e nos países escandinavos é que o liberalismo 
transformou pouco a pouco o regime e a sociedade por meio de reformas. Em todos os outros 
lugares, acossado pela resistência obstinada dos defensores da ordem estabelecida, que recusava 
qualquer concessão, o liberalismo recorreu ao método revolucionário. É a atitude de Carlos X, 
em 1830, e a promulgação de ordenanças que violavam o pacto de 1814, que levam os liberais 
a fazer a revolução para derrubar a dinastia. É assim também que a política obstinada de 
Metternich levará a Áustria, em 1848, à revolução”. (REMOND, René. O século XIX; 1818-1914. 
São Paulo: Cultirx, 1974, pag. 34-35).
16 Laureate- International Universities
Para continuar os seus estudos sobre a formação do Estado moderno, não deixe de 
ler: “MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Tradução de Lívio Xavier. 1ª ed. São Paulo: 
Athenas Editora, 1973”. 
NÃO DEIXE DE LER...
17
Neste capítulo, vimos que a Sociologia é a ciência que estuda os fenômenos sociais, analisa, 
pesquisa e questiona os fatos da sociedade. Pesquisas sociais. Pesquisas de mercado.
O pensamento sociológico iniciou no século XV, aproximadamente, assim como, conflitos sociais, 
conflitos religiosos, crises econômicas, etc.
Observe que Thomas Morus e Nicolau Maquiavel, tem suas análises da sociedade sob diferentes 
perspectivas. 
Entre os séculos XVII e XVIII, o Renascimento surge com o poder da razão, trazendo muitas 
transformações.
O filosofo Jean-Jacques Rousseau analisou na obra “O contrato Social”, a importância da vida 
social.
Vimos também que John Locke defende os direitos naturais do homem e Montesquieu analisa as 
formas de governo.
Por fim, o Liberalismo de Adam Smith e o surgimento da ciência econômica.
SínteseSíntese
18 Laureate- International Universities
COSTA, Maria Cristina Castilho. Sociologia – Introdução à ciência da sociedade. São 
Paulo: Moderna, 1987.
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia – Ser, Saber e Fazer. 19ª ed. São Paulo: 
Editora Saraiva 1999.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da Educação. São Paulo: Cortez Editora, 1991.
MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Tradução de Lívio Xavier. 1ª ed. São Paulo: Athenas Editora, 
1973. 
REMOND, René. O século XIX: 1818-1914. São Paulo: Citrix, 1974. 
ReferênciasBibliográficas

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