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Sentenca NPJ 9 - Processo Simulado

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fls. 
 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 
COMARCA DA CAPITAL 
FORO REGIONAL (…) 
_ª VARA CÍVEL 
Rua (…), Número (…), Bairro (…), São Paulo-SP, CEP 000-000, 
Fone: (00) 0000-0000, - E-mail: _cv@tjsp.jus.br 
Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min 
 
 
Processo Digital nº: 00000-00.2022.8.26.0000 
Classe - Assunto Procedimento Comum Cível – Reintegração de Posse / Liminar / Danos Materiais 
Requerente: Aline (…) 
Requeridos: Carlos (…) e Maria (…) 
 
 
 
Juiz(a) de Direito: Dr(a). Jaqueline Rezende Souza 
. 
Trata-se de ação de REITEGRAÇÃO DE POSSE com PEDIDO DE PERDAS 
e DANOS e LIMINAR DE TUTELA ANTECIPADA DE URGÊNCIA, fls. (…), 
proposta por Aline(…), em face de Carlos(…) e Maria (…); Alega a parte autora, em 
síntese, ser proprietária de um imóvel matricula (…), com 240 metros quadrados, situado 
a rua …, n.º …, bairro, São Paulo-SP; Alega ter residido neste imóvel por 15 anos, sendo 
que, após esse período, decidiu-se mudar-se para Belo Horizonte-MG, por esse motivo 
formalizou contrato de comodato com a parte ré em dezembro de 2016, com período de 
12 meses; Alega também que após o período de 12 meses a parte ré não desocupou o 
imóvel, diante disso a parte autora decidiu por notificar extrajudicialmente a parte ré, no 
entanto, diz que, por estar mais preocupada com outros assuntos não tomou nenhuma 
providência na ocasião; Alega ainda que, pretende retornar a residir nesta capital, diante 
disso, notificou novamente a parte ré para que desocupassem o imóvel, mas ao retornar 
encontrou o imóvel ainda ocupado pelos mesmos, alega que foi instalado uma antena 
“pirata”, que danificou o telhado e que devido as fortes chuvas provocaram grandes 
infiltrações no imóvel gerando um dano estimado em R$ 6.000,00. 
 
 Emenda inicial em fls. (…) qualificando as partes e indicando endereços da parte 
autora e dos réus, alterado o valor da causa para R$ 1.406.000,00. 
 
 Devidamente intimados os réus, apresentaram contestação conjunta e tempestiva. Em 
sede de contestação foi requerido gratuidade de justiça, após foi alegado pela parte ré que 
diferente do apresentado pela autora, o imóvel foi cedido os requerentes pela autora, que 
na época precisava se ausentar por tempo indeterminado e precisava de alguém que cuida-
se de sua residência, alega que nunca houve a celebração de contrato para formalizar o 
acordado entre as partes, que parte autora alega, no entanto não trouxe aos autos provas 
documentais; Alega ainda que, no tocante da instalação da antena, esta foi solicitada pela 
própria requerente, conforme é facilmente comprovado nas conversas via aplicativo de 
WhatsApp as quais foram ditas que se encontravam em anexo, no entanto, não foram 
encontradas as conversas alegadas em anexo por este juízo. 
 
 Réplica apresentada, informou a parte autora que parte ré confessa que uso da 
propriedade foi cedido por tempo determinado, mantendo o pedido de indenização por 
danos materiais, tendo em vista o desmazelo da requerida com o bem imóvel de 
propriedade da autora. 
 
Foi realizada Ação de Instrução e Julgamento, onde foram ouvidas ambas as partes, 
provas testemunhais e depoimento pessoal das partes. 
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SENTENÇA 
mailto:_cv@tjsp.jus.br
 
DO DEPOIMENTO PESSOAL DA AUTORA 
 
Pela parte Autora, foi alegado que ela possuia o imóvel há cerca de 15 (quinze) anos, 
mas em 2016 foi realizado contrato de Comodato com a Parte Ré, cujo prazo era de 12 
(doze) meses, no entando, após o término do prazo notificou-se os Réus e os mesmos não 
desocuparam o imóvel voluntariamente. 
 
Pela parte Ré foi questionado por que a Autora não retornou ao imóvel, mesmo após 
5 (cinco) anos que os Réus residiam na casa, a Autora alega que após notificação 
acreditava que os Réus desocupariam voluntariamente, entretando não ocorreu, motivo 
pelo qual foi ajuizada a presente demanda. 
 
DO DEPOIMENTO PESSOAL DOS RÉUS: 
 
Durante o depoimento do Senhor Carlos, o mesmo confessou os termos do acordo, 
alegando estar ciente que deveria desocupar o imóvel após o término do prazo de 12 (doze) 
meses do contrato de Comodato, portanto, não cumpriu com o que foi acordado. Sendo 
assim, tornando a posse Precária. 
 
DOS DEPOIMENTOS DAS TESTEMUNHAS: 
 
Considerando o pedido da Parte Ré a Senhora Mirela foi desqualificada do Rol de 
Testemunhas, haja vista, que a mesma declarou-se amiga da Parte Autora, por fim foi 
ouvida apenas como informante no processo. 
 
Assim como, foi ouvida a Senhora Jordelene como Testemunha, a mesma alega não 
ser amiga de ambas às partes e não receberia qualquer tipo de benefícios com o processo, 
alegando ser vizinha do imóvel e testemunhando no seu dia a dia e afirmou que o imóvel 
aparenta estar nas mesmas condições visualmete por fora, desde que os novos inquilinos 
mudaram-se para o imóvel. 
 
Nessa esteira, foi ouvido o Senhor Silvio, técnico responsável pela instalação da 
antena, onde o mesmo alega não possuir nenhum vincúlo com as partes e não teria nenhum 
proveito com a decisão do processo, entretando, alegou que no momento da instalação 
que durante a instalação o mesmo sentiu seus calçados molhados, mas não constatou 
qualquer tipo de infiltração devido a instalação da antena. 
 
Dando prosseguimento, foi chamada para depor a Senhora Larissa na condição de 
Testemunha da Parte Ré, a mesma alegou morar duas casas de distância do imóvel e que 
não fica muito em seu domicílio, mas notou diferenças no imóvel ao passar em frente a 
residência no seu trajeto para o trabalho, como nova pintura, grama cortada e outras 
demais alegações. 
 
Por fim, foi dado a palavra a Senhor Regiane, ouvida como testemunha, que alegou 
não possuir vinculos afetivos com as partes, apesar de residir a mais de 30 (trinta) anos 
em frente ao imóvel e nem obteria quaisquer tipos de vantagens com o processo. A mesma 
informou morar no segundo andar, onde tinha vista privilegiada do imóvel em questão, 
alegou que a casa permaneceu em perfeitas condições até a instalação da antena, 
deteriorando-se pelos 4 (quatro) meses posteriores. 
 
 
 
 
 
 
É o relato do necessário, D E C I D O: 
 
O processo está apto para prolação de sentença, haja vista, estarem contidas todas as 
provas necessárias para o convencimento do Juízo nos autos. A análise feita é referente à 
questão da Posse Precária do imóvel pelos Réus. A Posse Precária é configurada quando 
o Possuidor recebe a coisa com a obrigação de restituí-la, no entanto, abusando da 
confiança, deixa de devolvê-la ao proprietário, ou possuidor legitimo dentro do prazo 
estipulado. Nota -se que no caso em tela, conforme confessado Réu e de acordo com 
depoimento pessoal das testemunhas, o mesmo permaneceu após o término do prazo do 
Contrato de Comodato e da notificação por parte da Autora solicitando a retirada 
voluntária do imóvel. 
 
Não há qualquer questionamento referente a propriedade da Autora, também restou 
claro que os Réus violaram à Boa-Fé da Autora e a cláusula contratual que estabelecia a 
desocupação do imóvel, após os 12 (doze) meses acordados, ocasião na qual perdeu o 
direito à manutenção da posse direta do imóvel. Presentes, portanto, os requisitos que 
justificam o deferimento da Reitegração de Posse. 
 
Isto posto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE O PEDIDO, para 
DETERMINAR a reitegraçãoda Autora na posse do bem objeto da lide, derteminando 
que os réus desocupem o imóvel em 30(trinta) dias corridos, retirando apenas seus 
pertences pessoais, sob pena de retirada de maneira coercitiva em 48 horas após o prazo 
fixado, superado isso, determino que todas as melhorias realizadas no valor de R$ 
20.000,00 conforme alegado pelos réus, neste juizo, permanecam no imóvel uma vez que, 
tratava se de um contrato de comodato, sendo certo que todas as benfeitorias foram 
realizadas para a comodidade dos réus. 
 
 Por outro lado, JULGO IMPROCEDENTE O PEDIDO DE PERDAS E DANOS, 
não foram juntados aos autos pela parte autora, imagens ou documentação, constatando 
destruição do telhado e as inflitrações geradas pela instalação da antena de TV, bem como, 
os depoimentos que os não foram capazes de demostrar se há influltrações no imóvel, 
passando de mera alegações contraditórias. 
 
Condeno os réus solidariamente ao pagamento de custas judiciais e honorários 
advocatícios que fixo em 10% sobre o valor do imóvel, qual seja R$ 1.400.000,00, 
devendo ser observado a gratuidade de justiça concedida. 
 
Publique-se, registre-se e intimem-se. Após o trânsito em julgado, dê-se baixa e 
arquivem-se. 
 
São Paulo – SP, 13 de dezembro de 2022. 
 
DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006, 
CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA ACIMA

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