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1---Atualidades---Cleber-Monteiro-de-Almeida

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SISTEMA DE ENSINO
ATUALIDADES
Atualidades 
Livro Eletrônico
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Atualidades 
ATUALIDADES
Cleber Monteiro
Sumário
Apresentação .....................................................................................................................................................................3
Atualidades ........................................................................................................................................................................4
Introdução ............................................................................................................................................................................4
15 Anos da Lei Maria da Penha e a Inclusão da Violência Psicológica no Código Penal .......5
Lei Maria da Penha Aplicável a Mulheres Trans ...........................................................................................7
Variantes da Covid-19 ....................................................................................................................................................8
Variante Ômicron ..............................................................................................................................................................9
Anvisa Barra a Utilização da Sputnik-V ...........................................................................................................12
As Vacinas contra a Covid-19 ..................................................................................................................................12
Brasil Pós-Vacina ...........................................................................................................................................................13
Nova Onda de Contaminações por Covid na China ......................................................................................16
Novos Agrotóxicos Liberados no Brasil ...........................................................................................................17
Crise de Ansiedade nos Alunos em Recife ......................................................................................................21
Mineração em Terras Indígenas ............................................................................................................................ 22
Contexto Histórico – Rússia x Ucrânia .............................................................................................................25
Atual Cenário entre Rússia e Ucrânia ............................................................................................................... 28
Sanções Impostas à Rússia ....................................................................................................................................33
Demais Atualizações sobre a Guerra .................................................................................................................34
Enchentes e Desmoronamentos no Brasil .....................................................................................................35
O Aumento da Pobreza no Brasil .........................................................................................................................37
Preços da Gasolina, Diesel e Gás de Cozinha Aumentam nas Refinarias .....................................38
Talibã ....................................................................................................................................................................................38
Resumo ................................................................................................................................................................................41
Exercícios ...........................................................................................................................................................................42
Gabarito ..............................................................................................................................................................................48
Gabarito Comentado ...................................................................................................................................................49
Referências ........................................................................................................................................................................61
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para CLEIDISA OLIVEIRA DA SILVA - 05194217447, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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Atualidades 
ATUALIDADES
Cleber Monteiro
ApresentAção
Olá, futuro(a) concursado(a)!
Como você está? Firme e forte nos estudos?
Sou o professor Cleber Monteiro, graduado em Geografia e pós-graduado em coordenação 
pedagógica e supervisão escolar. Aprovado nos concursos da Polícia Militar do estado de São 
Paulo (PMSP) e Polícia Militar do estado de Santa Catarina (PMSC). Atualmente sou professor 
do Colégio Militar Dom Pedro II em Brasília e ministro aulas em vários cursinhos preparatórios 
para carreiras militares e concursos públicos nas disciplinas de geopolítica, RIDE-DF, atualida-
des, história e geografia dos estados e municípios. E agora estamos juntos pelo Gran Curso, 
para que você possa conseguir a sua tão sonhada aprovação no serviço público.
Como em todas as outras disciplinas, iremos usar estratégia para que você poupe seu tem-
po e consiga assimilar o maior número de conhecimento necessário para a sua prova. Ao longo 
desse material você encontrará dicas e lembretes que ajudarão na compreensão do conteúdo.
Eu e todo a equipe do GRAN estamos aqui para oferecer tudo o que for necessário para sua 
aprovação. Em caso de dúvidas, entre em contato pelo fórum que terei um enorme prazer em 
te atender. Espero que você goste do que vamos estudar e do material a seguir.
Cleber Monteiro - @Profclebermonteiro
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Atualidades 
ATUALIDADES
Cleber Monteiro
ATUALIDADES 
Introdução
Querido(a) candidato(a), o estudo de atualidades é extremamente importante para o seu 
certame e cada acerto fará muita diferença na sua colocação final. Muitos candidatos me-
nosprezam ou estudam atualidades de maneira errada, o que ocasiona um desempenho não 
desejado e que pode te colocar dentro ou fora da fase seguinte.
Essa disciplina está ligada a geografia e história, de forma direta ou indireta. Passarei ini-
cialmente algumas dicas que vão te ajudar muito em atualidades e serão determinantes para 
um bom desemprenho. Mas antes gostaria de analisar com vocês o conteúdo dessa disciplina 
em seu edital. Vejamos:
Tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais como, política, economia, educação, saú-
de, energia, relações internacionais, agronegócio, saneamento, meio ambiente, desenvolvimento 
sustentável, aspectos socioeconômicos, educação ambiental e ecologia, suas inter-relações e 
suas vinculações históricas.
Observe que é um edital extenso e composto por vários itens expressos das mais variadas 
áreas de conhecimento, possibilitando a geração de milhares de itens para a prova. Obviamen-
te, que o assunto cobrado será algo que ocorreu recentemente no cenário mundial, nacional ou 
estadual, mas no fim da descrição do conteúdo ele apresenta um termo que pode influenciar 
muito no seu desempenho: vinculações históricas.
Dessa forma, além de saber o fato queocorreu em determinado momento, pode ser co-
brado o contexto histórico da situação exposta, por isso é importante ter conhecimentos sufi-
cientes para assinalar o item em certo ou errado. Não há a necessidade de saber tudo sobre o 
assunto, mas é necessário ter uma base para conseguir um maior número de acertos e esse é 
nosso objetivo com nosso material: oferecer a você as informações mais significativas sobre os 
acontecimentos mundiais, nacionais e estadual. Lembrando que podem ser cobrados assuntos 
em seus diferentes aspectos de análise e, inclusive, englobar mais de um tema no mesmo item, 
pois o próprio conteúdo programático apresenta as inter-relações entre os tópicos expressos.
A primeira dica que passo a você é acompanhar diariamente meios de comunicações, prin-
cipalmente jornais em suas diversas formas de apresentação. Mas não é só assistir o jornal e 
compreender uma situação isolada. Sugiro que destaque aquilo que ache relevante, e aprofun-
de o seu conhecimento respondendo algumas perguntas, entre elas: por que isso aconteceu? 
Quais fatos históricos levou a esse acontecimento? Qual a relevância desse acontecimento em 
sua escala de abrangência (mundial, nacional ou estadual)? Quais reflexos esse acontecimento 
pode gerar na sociedade?
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Atualidades 
ATUALIDADES
Cleber Monteiro
Essa prática pode levar você a desenvolver a sua habilidade de compreensão e assimila-
ção de assuntos que fogem da sua esfera de conhecimento. Mas não é só isso que vai te levar 
ao êxito, é necessário que você faça várias questões e de forma consciente, ou seja, sabendo 
identificar os erros. Pratique exaustivamente questões, pois só assim você garantirá um bom 
desempenho.
O nosso material apresentará assuntos de várias escalas de abrangência, indo de nível 
mundial até o estadual, oferecendo argumentos e reflexões sobre os fatos ocorridos. Impor-
tante lembrar que atualidades é dinâmica, e precisa ser acompanhada diariamente. Talvez o 
tema da sua prova ainda está por acontecer. Sem mais observações, vamos iniciar nosso ma-
terial de atualidade e espero, verdadeiramente, que te ajude a alcançar a tão sonhada aprova-
ção. Vamos nessa e bons estudos!
15 Anos dA LeI MArIA dA penhA e A IncLusão dA VIoLêncIA psIcoLógIcA no 
códIgo penAL
A violência contra a mulher é um tema que tem sido discutido em diversos âmbitos da 
sociedade, sendo algo que perpassa todas as classes sociais, etnias e independe do grau de 
escolaridade. É notável como cada dia mais, a violência de gênero se torna um sério problema 
da saúde pública, além de constituir violação dos direitos humanos, onde em todo o mundo, 
pelo menos uma em cada três mulheres já foi espancada, coagida ou sofreu alguma outra for-
ma de abuso durante a vida.
Foi a denúncia de Maria da Penha Maia Fernandes à Comissão Interamericana de Direitos 
Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA), que resultou na condenação 
do Brasil por negligência e omissão em relação à violência doméstica, que levou à revisão das 
políticas públicas atinentes à violência contra a mulher e, por consequência, ao surgimento da 
Lei 11.340/2006.
Assim, como forma de reconhecimento, Maria da Penha Maia Fernandes cedeu seu nome 
à lei que deu origem à mecanismos de proteção contra a violência doméstica e familiar sofrida 
por mulheres e que hoje, contrapondo muitos termos legais, é conhecida do povo e demonstra 
efetividade, mudando a história da violência de gênero no país.
A Lei 11.340/2006 transformou o tratamento legal dado aos casos de violência doméstica, 
tornando-os crime, e denunciou o cotidiano de violência a que as mulheres são submetidas, 
instigando não só a denúncia por parte da vítima, como também por toda a sociedade.
Essa lei criou mecanismos para impedir a violência doméstica e familiar contra a mulher, 
nos termos do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas 
as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, 
Punir e a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Domés-
tica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de 
Execução Penal; e dá outras providências.
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Atualidades 
ATUALIDADES
Cleber Monteiro
A lei ampara todas as pessoas que se identifiquem com o sexo feminino, sendo heteros-
sexuais, homossexuais e mulheres transexuais. Por ser uma lei focada no combate à violência 
doméstica, também ampara homens que sofram algum tipo de violência por parte do cônjuge, 
ainda que as denúncias nesses casos sejam a minoria. A vítima precisa estar em situação de 
vulnerabilidade em relação ao agressor. Este não precisa ser necessariamente o companhei-
ro, pois se uma pessoa ou parente do convívio da vítima for o agressor, a Lei Maria da Penha 
também ampara esse cenário.
Este ano, a Lei Maria da Penha completa 15 anos, pode-se observar certo balanço positivo, 
no que tange a representatividade de um grande avanço no combate à violência contra a mu-
lher. Mesmo havendo a necessidade de aprimoramento em diversos aspectos, houve modifi-
cações ao longo do tempo de vigor dessa lei.
A primeira inovação que a legislação traz é a classificação de tipos de violência doméstica, 
onde normalmente as pessoas associam violência doméstica apenas à violência física, porém 
ela pode se manifestar de diferentes formas. Os cinco tipos de violência que a lei estabelece 
são violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral.
Outros aspectos importantes que a Lei Maria da Penha trouxe à tona foi a visibilidade e 
um maior conhecimento para com os direitos das mulheres, além de que apesar dessa Lei ser 
considerada pela Organização das Nações Unidos (ONU) como a terceira melhor lei do mundo 
no combate à violência contra a mulher, ela ainda passa por algumas dificuldades para a sua 
aplicação e um desses obstáculos é visto como a dificuldade de alguns agentes do Estado de 
internalizar essa cultura de proteção à mulher.
Outro obstáculo que não é propriamente da Lei, mas que se torna parte da violência do-
méstica em geral, é a dificuldade que muitas mulheres têm de denunciar, porque normalmente 
estamos falando de violência no campo afetivo.
Em 2021, foram editadas quatro alterações, dentre elas a abrangência à violência psicoló-
gica, que nos termos da Lei afirma que
É considerada violência psicológica qualquer conduta que cause dano emocional e diminuição da 
autoestima; prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento da mulher; ou vise degradar ou controlar 
suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaças, constrangimento, humilha-
ção, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insultos, chantagem, ex-
ploração, limitação do direito de ir e vir, ridicularização, violação de sua intimidade ou qualquer outro 
meio que cause prejuízo à saúde psicológica e autodeterminação.
Esse conceito já existia na LMP desde o seu princípio, havendo uma alteração legislativa 
em 2018 para incluir a violação da intimidade como mais uma vertente desse tipo de violência, 
agora detemos um dispositivo penal que caracteriza a conduta de violência psicológica contra 
a mulher, sendo uma prática que apesar de bastante danosa, não é de fácil identificação,tendo 
em vista que a sociedade brasileira possui comportamentos questionadores em relação às 
mulheres, de forma misógina e machista.
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Atualidades 
ATUALIDADES
Cleber Monteiro
Diversas vezes, a mulher que é vítima prefere silenciar, colocando em dúvida até mesmo a 
sua sanidade mental, pois teve sua autoconfiança abalada pelo agressor, pois as provas estão 
ligadas à subjetividade da vítima. Tipificar essa prática estabelece um avanço, na medida em que 
materializa e exemplifica as condutas abusivas que antes eram invisíveis aos olhos da sociedade.
Tivemos grandes avanços, mas há muito a fazer, deve ser enfatizado que não há outro 
caminho a não ser a educação e a prevenção da violência doméstica como um todo, com por 
exemplo a revisão do que se ensina na escola e a orientação de crianças em casa visando 
educar as futuras gerações, o empoderamento de mulheres através da participação em grupos 
de apoio, atendimento psicoterapêutico gratuito e até mesmo a empatia e ajuda de outras mu-
lheres, a promoção da participação de homens em grupos reflexivos onde diversas questões 
são discutidas, sendo uma delas a violência contra a mulher, que como já dito, não necessa-
riamente é apenas física e, principalmente a criação de políticas públicas, com divulgação de 
campanhas, dentre outras medidas que se façam necessárias para que em um futuro não tão 
distante a violência contra a mulher faça parte do passado.
Por fim, é ultrapassado o pensamento de que “em briga de marido e mulher, não se mete 
a colher”. O que hoje impera na sociedade e nos meios de comunicação é que “em briga de 
marido e mulher, a gente salva a mulher”.
LeI MArIA dA penhA ApLIcáVeL A MuLheres trAns
A Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) é aplicável para o caso da mulher transexual vítima 
de violência em ambiente doméstico, não sendo a proteção conferida apenas às pessoas que 
ostentam condição de mulher biológica. A 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) delibe-
rou, na terça-feira (05/04/2022), que a lei Maria da Penha é aplicável a uma mulher transgênero.
Através de uma decisão unânime, os ministros foram pertinentes a um recurso apresentado 
em favor de uma mulher transgênero que declara ter sido agredida pelo pai. Os desembargado-
res da 10ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) haviam compreendido 
que a lei Maria da Penha poderia ser aplicada apenas em casos de violência familiar ou domés-
tica contra pessoas do sexo feminino – levando-se em conta o aspecto biológico, de maneira 
exclusiva. O Ministério Público Federal respaldou que a mulher transexual tem direito a medidas 
protetivas com base na lei Maria da Penha, independente de cirurgia de transgenitalização.
Na situação, a mulher afirma que sofreu agressões que deixaram marcas visíveis, averigua-
das por autoridade policial. De acordo com o depoimento, seu pai chegou em casa transtorna-
do e, quando tentou sair da residência, ela foi imobilizada, jogada na parede e empurrada. Ela 
afirma, também, que sofreu ameaças com um pedaço de madeira, mas conseguiu fugir.
O relator do caso, ministro Rogerio Schietti, afirmou que a decisão da Justiça em 1º e 2º 
Instâncias levou em consideração apenas a situação biológica, e não a identidade de gênero.
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Atualidades 
ATUALIDADES
Cleber Monteiro
Este recurso especial, que, como foi dito, se interpôs contra decisão do juízo de 1º grau e 2º grau do 
Tribunal de Justiça de São Paulo que afastaram a proteção a Lei Maria da Penha para recorrida com 
o argumento de que quando a Lei Maria da Penha se refere a mulher o conceito de mulher seria um 
conceito meramente biológico, não abrangendo situações em que pela identidade de gênero deveria 
estender essa proteção a todas essas pessoas que se identificam como mulheres.
O ministro apresentou, que a discussão repleta de “uma certa transfobia” e disse que a po-
pulação e algumas instituições reproduzem uma cultura “patriarcal” e “misógina”.
Aqui há por trás de toda essa discussão uma certa transfobia, e o Brasil infelizmente é um 
pais recordista em índices ignominiosos em relação ao trato que a própria população e algu-
mas instituições direcionam a quem não se ajusta numa concepção heteronormativa, num 
binarismo, que até nas pequenas coisas costuma formar nossa cultura, uma cultura patriarcal, 
misógina, que se reflete em índices de assassinatos de transexuais e travestis que há 13 anos 
inserem o Brasil como país com maior número de assassinatos de pessoas trans no mundo.
Os ministros Antonio Saldanha, Olindo Menezes, Laurita Vaz e Sebastião Reis conduziram 
o relator e votaram a favor do recurso e aplicação de medidas protetivas requeridas pela vítima.
VArIAntes dA coVId-19
A Covid-19 é uma infecção respiratória causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, que foi des-
coberto em amostras de lavado broncoalveolar de pacientes com pneumonia causada por um 
vírus até então desconhecido, na cidade de Wuhan, na China, no fim de 2019, sendo um vírus 
grave, de alta transmissibilidade, que tomou uma proporção global.
A probabilidade de sofrer mutações aumenta quando um vírus está circulando em determi-
nada população, causando numerosas infecções. A maior parte das mutações dos vírus cau-
sam poucas alterações na potencialidade do agente patogênico, porém dependendo do local 
onde essas alterações ocorrem, podem abalar as características do vírus de forma a modificar 
a transmissão e gravidade.
O surgimento dessas mutações é um acontecimento espontâneo dentro do processo evo-
lutivo viral, em especial àqueles que possuem ácido ribonucleico (o RNA) como material ge-
nético, que é o caso do SARS-CoV-2, que ocorre devido às falhas que são geradas ao decorrer 
da replicação viral. Após esse desenvolvimento genético do SARS-CoV-2, uma associação de 
cientistas desenvolveu sistemas que classificam as linhagens, agrupando as variantes.
Ainda que grande parte das mutações identificadas não possuem impacto considerável 
na dispersão do vírus, algumas estão sob observação ao redor do mundo para que se obtenha 
informações quanto ao aumento da transmissibilidade e patogenicidade, e também o efeito 
nos sistemas de saúde e taxas de hospitalização.
Devido à simplicidade do organismo dos vírus e do tamanho de seu material genético, se 
torna mais facilitado o surgimento das variantes, tendo atualmente cerca de mil variantes do 
coronavírus. Um agrupamento viral é caracterizado como cepa, que é quando uma mutação 
altera ao menos uma característica fenotípica.
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Atualidades 
ATUALIDADES
Cleber Monteiro
Dessa forma, quando o agrupamento viral evolui sua capacidade de transmissão e mul-
tiplicação, produzindo sintomas mais diversos nos infectados ou produzir uma resposta no 
organismo que se distingue do seu antecessor, é constituída uma cepa. Apesar de não haver 
confirmações científicas se as novas variantes são de fatomais graves ou não, acaba se tor-
nando necessário a diminuição da circulação de pessoas em ambientes fechados, na tentativa 
de reduzir a propagação desses agentes patogênicos na sociedade.
Muito se tem comentado acerca do impacto das variantes da Covid-19 nas vacinas quan-
to à eficiência delas, se fornecem alguma resposta imune e se seria necessário realizar uma 
alteração na composição das vacinas a fim de proteger o indivíduo contra as variantes. É por 
essa razão que se torna de extrema necessidade a prevenção de possíveis mutações, através 
das medidas que já são bastante conhecidas e utilizadas - como lavagem das mãos, uso de 
máscaras, distanciamento social, uso do álcool em gel - com o intuito de preservar a eficácia 
das vacinas, reduzindo a quantidade de transmissão viral.
De acordo com o Instituto Butantan, o estado de São Paulo possui 36 variantes do corona-
vírus em circulação e afirma que o grande objetivo de mapear esse sequenciamento genético 
é para desenvolver vacinas que sejam eficazes contra as variantes, entendendo como o agen-
te patogênico se comporta nos diversos cenários do país. Em São Paulo, a variante delta do 
coronavírus é correspondente a 91,9% das amostras, se tornando uma variante dominante, de 
acordo com o Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde, e apesar 
da presença dessa variante na capital paulista, a SES-SP garante que os casos não aumenta-
rão e apontam a queda nos números de mortes.
É importante salientar que apesar do crescimento da variante delta no estado e diminui-
ção da gama, o número de casos de Covid-19 tem diminuído em todo o estado de São Paulo, 
lembrando que a melhor maneira de evitar o contágio é através da vacinação completa e as 
medidas de segurança e distanciamento social.
As possíveis consequências oriundas da aparição dessas variantes é o risco de o vírus 
encontrar um hospedeiro ainda não imune ou que não teve a doença até então - seja pela não 
vacinação, doses incompletas - que propague essa nova variante com maior virulência, cau-
sando sobrecargas no sistema de saúde.
É possível que eventualmente essas variantes deixem de surgir, como houve com a gripe 
suína, se existir a devida equidade vacinal e assim, se tornar possível afirmar que a pandemia 
do coronavírus terminou.
VArIAnte ÔMIcron
Enquanto a vacinação avança no Brasil e no mundo, bem como o número de casos parecia 
seguir se mantendo em uma tendência de queda, outros países passaram a viver um certo 
agravamento da pandemia. A descoberta de uma nova variante nomeada Ômicron, se tornou 
foco da preocupação das autoridades sanitárias mundiais.
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ATUALIDADES
Cleber Monteiro
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a variante pode se tornar responsável 
pela maior parte de novos registros de infecção pelo novo coronavírus em províncias sul-afri-
canas. O sinal inicial de que as novas infecções por Covid-19 estavam diferentes foi observado 
pela médica sul-africana Angelique Coetzee ao atender pacientes com sintomas diferentes 
dos apresentados por aqueles que eram acometidos pela Delta.
A identificação da nova variante só foi possível graças ao sequenciamento genético do 
vírus, que apontou as mutações que a fizeram ser diferente das demais cepas, ou seja, esse 
seria o melhor método para diferenciar a Ômicron de outras variantes. É importante lembrar 
que as mutações virais são um fenômeno natural e frequente, favorecido pela replicação viral. 
Embora muitas dessas mutações sejam não funcionais, algumas mudanças em estruturas 
chave podem determinar aumento de transmissibilidade, virulência ou escape vacinal.
Diante da característica mutagênica do SARS-CoV-2, a OMS passou a classificar, de acordo 
com características específicas, algumas variantes como variantes de interesse (VOI) e outras 
como variantes de preocupação (VOC). Sendo assim, as VOIs possuem alterações genéticas 
que têm previsão ou conhecidamente afetam características do vírus como transmissibilidade, 
gravidade da doença, escape imune, escape diagnóstico ou terapêutico; e foram identificadas 
como causa de transmissão comunitária significativa ou de múltiplos clusters em vários pa-
íses com aumento de prevalência relativa juntamente com aumento no número de casos ao 
longo do tempo ou outros impactos epidemiológicos aparentes que sugerem um risco emer-
gente para a saúde pública global.
Já as VOCs atendem aos critérios de VOI e, a partir de uma avaliação comparativa, de-
monstraram estar associadas a pelo menos uma das mudanças de forma significativa para 
a saúde pública global, como aumento de transmissibilidade ou alteração em epidemiologia 
considerada prejudicial; aumento de virulência ou mudança na apresentação clínica da doen-
ça; e redução na efetividade de medidas sociais ou de saúde pública ou dos métodos diagnós-
ticos, da terapia ou de vacinas.
Os novos pacientes queixavam-se de cansaço, dores musculares, coceira na garganta ou 
garganta arranhando, e, em poucos casos, apresentavam febre baixa e tosse seca. Entre os 
sintomas mais comuns da Delta estão pulsação elevada, baixos níveis de oxigênio e perda de 
olfato e de paladar. Os sintomas da Ômicron são mais parecidos com a da Beta, que também 
foi identificada pela primeira vez na África do Sul. De acordo com a OMS, tudo indica que a nova 
variante seja mais transmissível do que as outras, mas isso ainda não está definido.
A África do Sul relatou um aumento de testes positivos para Covid-19 em áreas onde a 
variante está circulando. Estudos epidemiológicos estão em andamento para entender se o 
aumento de casos foi provocado pela nova cepa ou por outros fatores. Evidências preliminares 
sugerem que pode haver um risco aumentado de reinfecção com a Ômicron (ou seja, pessoas 
que já tiveram Covid-19 podem ser reinfectadas mais facilmente com a nova cepa), em compa-
ração com outras variantes preocupantes. Porém, por enquanto, as informações são limitadas.
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Ao todo, mais de 10 países já identificaram casos de infecção pela nova variante em sua 
população e com isso, a Ômicron está presente em todos os continentes. O Brasil segue dando 
respostas rápidas à população no monitoramento da pandemia de Covid-19. Logo nos primei-
ros indícios sobre a chegada da Ômicron ao país, o Ministério da Saúde montou uma sala de 
situação para monitorar o cenário epidemiológico da variante e avaliar os riscos para a adoção 
das medidas necessárias, onde a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) prevê re-
comendações de medidas excepcionais e temporárias para entrada no Brasil direcionadas a 
estrangeiros. O fechamento das fronteiras aéreas para seis países da África já iniciou a partir 
do dia 29 de novembro.
Disponível em: <https://g1.globo.com/saude/coronavirus/noticia/2021/12/29/omicron-levantamento-indica-
-317percent de-infeccoes-pela-variante-no-brasil.ghtml>.
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AnVIsA BArrA A utILIzAção dA sputnIk-V
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) rejeitou a importação e o uso da vacina 
russa Sputnik V pelo Brasil. O imunizante é fabricado pelo Instituto Gamaleya, da Rússia. Os 
diretores da agência, em reunião extraordinária, avaliaram os pedidos de dez estados para a 
aquisição da vacina.
O relator do pedido, Alex Machado Campos, considerou que o imunizante pode trazer ris-
cos à saúde da população. Também foram encontradas falhas e pendências na documentação 
apresentada pela empresa fabricante. Ele teve como base pareceres técnicos de três gerên-
cias da Anvisa, que realizaram uma apresentação no início da reunião.
A Sputnik V apresenta a presença de adenovírus com capacidade de reprodução no com-
posto da vacina, o que seria perigoso à saúde. A tecnologia utilizada é a do adenovírus vetor. 
Por meio dessa técnica, o código genético do vírus da Covid-19, é inserido no adenovírus e 
este, ao ser aplicado nos seres humanos por meio da vacina, estimula as células do organismo 
a produzir uma resposta imune.
Segundo o relator, o adenovírus é um vírus que tem capacidade natural de replicação no 
corpo humano, mas como imunizante, essa capacidade de reprodução deve estar neutraliza-
da, o que não ocorreu no caso dos lotes da Sputnik V.
A Gerência Geral de Inspeção e Fiscalização da Anvisa afirmou que não foi apresentado 
o relatório técnico de aprovação do imunizante russo para averiguar o controle de qualidade 
na fabricação. A Anvisa utilizou documentos próprios e de outras autoridades internacionais e 
pediu a realização de uma inspeção presencial em duas das empresas que fabricam a vacina 
na Rússia, a Generium e a UfaVITA. Durante a visita, perceberam não conformidades na fabri-
cação da vacina, que influenciam, entre outras, na garantia de esterilidade do produto.
As VAcInAs contrA A coVId-19
Em fevereiro de 2021 a pandemia completou 1 ano e, consequentemente, a data marca 
várias mudanças no cenário mundial em diferentes aspectos, entre ela a ciência. Diante de um 
cenário de informações rápidas e dinâmicas, nos deparamos com inúmeras desinformações 
que acabam prejudicando avanços conquistados pela ciência.
Um dos questionamentos em relação a vacina é justamente o prazo em que ela foi criada. 
A pandemia da Covid-19 nos mostrou que é possível sim criar uma vacina em um período cur-
to, mas temos que nos atentar a um detalhe: antes da eclosão da Covid-19 no cenário mundial, 
já havia várias pesquisas no mundo para decifrar esse vírus.
Isso nos mostra que as pesquisas pregressas auxiliaram muito no desenvolvimento de va-
cinas rápidas. Todos esses acontecimentos evidenciam a importância de os países investirem 
em pesquisa e ciência. Outro ponto importante diz respeito ao financiamento, pois o desen-
volvimento de uma vacina é algo com altos custos e riscos. No caso da Covid-19, de forma 
excepcional, houve um esforço global de laboratórios e governos para a produção da vacina, 
isso explica a criação delas em um curto período.
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A existência das vacinas não é algo suficiente para o controle da pandemia. É necessário 
programas de vacinação que sejam eficazes. Criar um programa é necessário um planejamen-
to e uma logística que impeçam uma má distribuição das vacinas e evitem o desperdício. Tam-
bém deve ser realizado um estudo para definir quais serão os grupos prioritários na campanha.
Importante lembrar que até ter o controle sobre a pandemia, será necessário manter as 
medidas sanitárias que foram adotadas até os dias atuais. As vacinas são importantes meios 
de combater a os efeitos da Covid-19, mas inicialmente precisam de um trabalho em conjunto 
com a sociedade. Veja no organograma abaixo as principais vacinas no cenário mundial e suas 
principais características.
Portanto, podemos concluir que o desenvolvimento de vacinas associado as medidas mé-
dico-sanitárias são fundamentais para controlar a pandemia e seus efeitos; que, inicialmente, 
mesmo tomando a vacina, é necessário manter todos os cuidados já impostos a sociedade no 
último ano.
BrAsIL pós-VAcInA
Foram ao menos seis meses patinando na campanha de vacinação contra a Covid-19 até 
que o Brasil decidisse executar o seu programa de imunização. No último semestre de 2021, 
o número de doses aplicadas se multiplicou, o país superou outras potências mundiais em 
porcentagem de imunizados e viu diminuir a quantidade de mortes e casos graves provocados 
pelo coronavírus.
Entretanto, no aniversário de um ano da aplicação da primeira dose, o país ainda está en-
frentando desafios no combate à pandemia. Alguns deles novos, como a propagação de uma 
variante muito mais transmissível e um apagão de dados no Ministério da Saúde. Outros são an-
tigos, como a desinformação, o medo e a resistência de uma parte da população, ao imunizante.
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Nesse cenário, o Brasil chegou a uma nova etapa da campanha: a vacinação de crianças de 
5 a 11 anos, que se iniciou justamente na semana em que se completa um ano do início da vaci-
nação. Os últimos resultados demonstram um avanço no segundo semestre de 2021 em relação 
ao primeiro do mesmo ano. Em julho de 2021, aos seis meses de campanha, apenas 20% da po-
pulação brasileira havia recebido duas doses, realizando uma comparação, os Estados Unidos, o 
Reino Unido e o vizinho Uruguai já haviam passado da metade de imunizados na mesma época.
É de extrema importância seguir o cronograma de vacinação, diminuir a diferença que exis-
te entre a quantidade de vacinados com primeira e segunda dose, aplicando a dose de reforço 
para aqueles elegíveis e imunizando o que se tornou um novo grupo de risco: as crianças, a fim 
de se aproximar do fim da pandemia. “Estamos em um cenário completamente diferente da-
quele de seis meses atrás. No primeiro semestre de 2021, não tinha vacina. Agora o problema 
decididamente não é a falta dela”, diz Renato Kfouri, presidente do departamento de imuniza-
ções da Sociedade Brasileira de Pediatria. “Mas para evitar novas ondas de transmissão, é pre-
ciso ampliar a base de vacinados, incluindo crianças e adolescentes, e tornando a cobertura 
mais homogênea no território brasileiro.”
A imunização da faixa etária entre 5 e 11 anos foi a polêmica mais recente travando o com-
bate à pandemia no Brasil. Apesar da aprovação pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária) e demais órgãos internacionais para aplicar a vacina da Pfizer nesse grupo, o Gover-
no Federal atrasou o processo ao levantar questionamentos acerca da segurança das doses 
pediátricas e promovendo uma consulta pública online. Diz José Cássio de Moraes, professor 
da Santa Casa de São Paulo e integrante do Observatório Covid-19, iniciativa independenteque 
reúne pesquisadores para disseminar informações sobre a doença com base em dados:
Perdemos mais de um mês nessa discussão. Os imunizantes pediátricos poderiam estar sendo 
negociados desde outubro do ano passado, quando foram aprovados pelos órgãos reguladores 
americanos, com a condição de que seriam’ comprados com a aprovação da Anvisa.
Se isso tivesse sido feito, chegaríamos em fevereiro com pelo menos a primeira dose aplicada em 
todo esse grupo.
Para os especialistas, parte da resistência ocorre pela razão de uma mudança no foco do 
combate: durante muito tempo, o entendimento foi de que crianças não eram afetadas pelo 
vírus. Infectologista da Unicamp (Universidade de Campinas) e consultora da Sociedade Brasi-
leira de Infectologia (SBI), Raquel Stucchi explica que o deslocamento da atenção é esperado 
à medida em que se amplia a cobertura vacinal. Diz Stucchi:
É importante pontuar porque, de repente, as crianças passaram a ser os atores principais da Covid 
em termos de indicação de vacina. No começo de 2020, os grupos que mais sofriam, mais morriam, 
eram mais internados, eram o dos idosos e o das pessoas com comorbidades. E, por isso, o foco 
inicial da vacinação foi para esses grupos. Conforme cumprimos esse objetivo e passamos a flexi-
bilizar as medidas de restrição, as crianças se tornaram o grupo mais exposto e desprotegido.
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Completa Igor Marinho, infectologista do Hospital das Clínicas da USP (Universidade de 
São Paulo):
Ficou um pouco no imaginário popular que Covid não pega em criança, o que é falso. É fato que [o 
vírus] parece poupar mais os menores, mas isso não significa que eles não sejam vulneráveis, se 
contaminem, sejam vetores de transmissão e possam desenvolver formas graves.
No dia 11 de janeiro, o Ministério da Saúde divulgou o planejamento para a distribuição das 
vacinas pediátricas pelo país, seguindo o critério populacional de cada região. Cerca de 6% da 
população infantil brasileira está apta a receber o imunizante, o que soma mais de 20 milhões 
de crianças.
Outra questão que vem à tona no estágio atual da campanha é a periodicidade da aplica-
ção da vacina na população daqui em diante. O Brasil avança na dose de reforço entre adultos, 
enquanto países como Israel já testam a aplicação de uma quarta dose. Diz Kfouri:
Já sabemos que a proteção conferida não é vitalícia, nem duradoura. Mas a periodicidade pode 
depender da idade, da vulnerabilidade, da vacina etc. Enquanto vivenciarmos uma pandemia, vamos 
precisar repor a proteção dos que a perderam. Estamos aprendendo, mas essa é uma comunicação 
que precisa ser feita adequadamente para evitar a desconfiança da população.
Para Stucchi, o Brasil acertou na segunda metade do ano ao introduzir a dose adicional, 
se antecipando a muitos países europeus que viram os números de casos avançarem. Ela faz 
a ressalva, no entanto, que alguns estados, como São Paulo, erraram ao descumprir a reco-
mendação de autoridades científicas de que a dose adicional fosse feita com o imunizante 
produzido pela Pfizer - em particular em idosos, que mostram uma resposta pior aos demais 
imunizantes. Diz:
Não está claro neste momento a necessidade de novas doses para toda a população. O grupo de 
pessoas que possuem uma resposta inferior ao imunizante, como idosos e comórbidos, provavel-
mente precisará de mais doses. Mas para isso precisamos de dados adicionais, conforme o tempo 
avança e vamos aprendendo sobre o vírus. É esperado que adaptações no esquema vacinal sejam 
necessárias ao longo de um processo.
O grande balanço deste um ano de campanha foi a percepção dos benefícios da vacinação 
em termos de hospitalização e mortalidade. Os dados que demonstram a predominância de 
não vacinados entre as vítimas da Covid em todo o mundo reforçam a tese. Afirma Stucchi:
Todas as vacinas conseguiram realizar a lição de casa com nota 10 no sentido de serem capazes 
sim de reduzir drasticamente os óbitos entre a população vacinada.
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Para Kfouri, a diferença entre o atual vertiginoso aumento do número de casos e o menos 
alarmante aumento de internações é outra evidência contundente:
Temos uma variante circulando com o maior impacto visto até hoje em termos de infecção. É uma 
variante que não poupa vacinados e infecta todo mundo. Mas o quadro da pessoa imunizada rara-
mente evolui para formas graves, e esse é o grande mérito da vacinação.
Mas os especialistas reforçam os obstáculos pela frente. A desinformação e má comuni-
cação são uma das principais causas apontadas para que alguns municípios ainda tenham 
uma cobertura vacinal bem abaixo da nacional, apesar da boa adesão da população brasileira 
no geral. Um levantamento feito pela CNN Brasil em dezembro do ano passado mostrou que 
pequenas cidades, principalmente do Norte, não aplicaram a primeira dose em nem sequer um 
terço da população local pela ausência de público.
Os infectologistas também entendem que a diminuição do número de casos no final do 
ano passado levou a uma menor procura pelo imunizante, pois as pessoas consideram já esta-
rem protegidas. Nesse sentido, é esperado que a alta provocada pela Ômicron funcione como 
novo incentivo. A exigência do passaporte da vacina também pode ser outro estímulo impor-
tante. Diz Kfouri:
O programa continua exigindo uma comunicação efetiva, que se torna mais difícil com o avançar da 
pandemia. Era mais fácil convencer a população a ir tomar a primeira dose, já a segunda não é tanto 
e por aí vai. Há uma perda entre uma e outra e é necessário continuar motivando as pessoas a se 
vacinarem. Esse é o desafio de ano.
Moraes enfatiza que, em meio a esse cenário, o Brasil convive com um apagão de 
informações:
Neste momento não temos dados atualizados sobre a cobertura vacinal. Estamos em uma pane de 
informação que é incompreensível. Os dados são instrumentos fundamentais para acompanhar-
mos a doença e estabelecer os próximos passos para combatê-la.
noVA ondA de contAMInAções por coVId nA chInA
A China listou mais de 13.000 casos de Covid-19 em apenas um dia, no último domingo 03 
de abril, esse foi o número mais alto registrado desde o pico da primeira onda de contamina-
ções, há dois anos. As autoridades do país divulgaram a descoberta de uma provável nova sub 
variante ômicron na região de Xangai.
A estratégia “Covid zero” da China possibilitou que o país registrasse limitados casos da 
doença, até março deste ano. Entretanto, tal política draconiana, que tem o objetivo de evitar 
novos casos por meio de medidas de restrição e testes massivos, além do isolamento siste-
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mático de pacientes e o fechamento virtual de fronteiras, está sendo questionada, à medida 
que a ômicron se dissemina pelo país.
Segundo a Comissão Nacional da Saúde (CNS), o número total de 13.146 novos pacientes, 
em 24 horas, demonstra que o coronavírus se espalha pelo país de forma rápida. “São 1.455 
pacientes com sintomas, 11.691 casos assintomáticos e nenhuma morte relatada”, afirmou a 
CNS em um comunicado. Com empenho para controlar o desenvolvimento da Covid-19, quase 
todos os 25 milhões de habitantes de Xangai, a capital econômica da China, estão confinados 
desde 02 de abril.
Nos últimos dias, a cidade tornou-se epicentro de uma nova onda de contaminações uni-
da à variante ômicron, ameaçando abalar a cadeia de abastecimento mundial. O grupo naval 
Maersk afirmou, na sexta-feira (1º de abril), que determinados depósitos da cidade encontram-
-se inacessíveis e os serviços de transporte rodoviário podem sofrer impactos em decorrência 
do confinamento. Em média, 90% dos novos casos sintomáticos confirmados no continente 
foram encontrados na província de Jilin, no Nordeste.
A China, local em que o coronavírus foi detectado pela primeira vez em 2019, é um dos 
últimos países que conserva a política de “Covid zero”, com medidas restritivas severas a fim 
de erradicar o menor foco da doença. Aproximadamente 86% da população chinesa está va-
cinada contra a Covid-19, porém as vacinas utilizadas no país têm eficácia limitada contra a 
variante. Pequim argumenta que, até hoje, menos de 5 mil pessoas morreram de Covid-19 no 
país, porém os dados não podem ser confirmados.
noVos AgrotóxIcos LIBerAdos no BrAsIL
Nos últimos anos, o Brasil tem liberado uma quantidade exorbitante de agrotóxicos, ocor-
rendo um aumento significativo. Em 2016, foram liberados 277 produtos, em 2017, 404 novos 
venenos e assim aumentando de maneira bastante expressiva como aponta o gráfico abaixo.
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Disponível em: <https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2022/01/18/apos-novo-recorde-brasil-en-
cerra-2021-com-562-agrotoxicos-liberados-sendo-33-ineditos.ghtml>. Acesso em: 24 de abr. 2022.
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Porém, o governo de Jair Bolsonaro conseguiu ser ainda mais permissivo em relação aos 
venenos agrícolas, liberando ainda no primeiro ano de mandato, 474 pesticidas. Em 2020, a es-
tatística subiu para 493 e ao final do ano passado (2021), o Ministério da Agricultura alcançou 
um novo recorde, aprovando o registro de 550 novos agrotóxicos.
Obs.: � Com 301 votos a favor, 150 contrários e duas abstenções, a Câmara dos Deputados 
aprovou o Projeto de Lei n. 6.299/2002, que viabiliza a liberação de agrotóxicos no 
país. Para a bancada ruralista no Congresso, as mudanças trazidas pelo novo texto 
irão modernizar e dar mais agilidade na aprovação de novos agrotóxicos.
 � DISPONÍVEL EM: <https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2022/01/18/apos-novo-recorde-brasil-
-encerra-2021-com-562-agrotoxicos-liberados-sendo-33-ineditos.ghtml>. Acesso em: 07/04/2022.
Conforme o relator do projeto, deputado Luiz Nishimori (PL-PR), a autorização de um novo 
princípio ativo demora de três a oito anos. Disse o deputado, durante a votação do dia 09 de 
fevereiro de 2022:
A aprovação do projeto irá possibilitar maior produtividade, comida com preço acessível e, principal-
mente, vai oferecer mais segurança alimentar para nosso país.
Para os ambientalistas e demais especialistas, o projeto, apelidado de “Pacote do Veneno”, 
traz retrocessos. Dentre os pontos mais polêmicos, estão:
O PL viabiliza o registro de agrotóxicos cancerígenos e com nocividade comprovada, ao 
excluir vedação nesse sentido contida na legislação atualmente em vigor. O novo texto afirma 
que qualquer ingrediente pode ser liberado, desde que não apresente “risco aceitável”. Não há 
uma definição, do que seria aceitável. A mudança gerou reação contrária do Instituto Nacio-
nal do Câncer (INCA) que, já em 2018, alertava que esta e outras mudanças trazidas pelo PL 
6299/2002 ameaçavam a saúde dos brasileiros.
Transfere o poder de decisão acerca da aprovação de um novo agrotóxico – antes feito 
pelo Ministério da Agricultura, Ministério do Meio Ambiente e Anvisa – somente para a pasta 
da Agricultura, reduzindo a participação do Ministério do Meio Ambiente, através do Ibama e 
da Anvisa. Tais órgãos forneciam análises acerca da questão ambiental e de saúde pública no 
processo de avaliação e aprovação de novos venenos. Se sancionado o texto, Anvisa e Ibama 
não deixarão de fazer as análises sobre os eventuais riscos dos produtos, mas a decisão final 
será somente da pasta comandada por Tereza Cristina.
Alteração do termo “agrotóxico” para “pesticida”. Conforme o relator da matéria, deputa-
do Luiz Nishimori (PL-PR), a mudança tem o objetivo de padronizar a nomenclatura adotada 
pelo Brasil e pelos países-membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento 
Econômico (OCDE). De acordo com o Greenpeace, tal transformação mascara a nocividade 
das substâncias e não atende à realidade brasileira de baixa escolaridade no campo. “O termo 
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agrotóxico é amplamente conhecido por quem lida diariamente com essas substâncias. Ele 
não foi adotado ocasionalmente na construção da Lei 7.802/1989, mas sim para colocar em 
evidência a toxicidade dessas substâncias, representando direito à informação correta”, res-
salta a organização.
Remove a autonomia e liberdade dos órgãos de saúde para publicação de análises sobre 
agrotóxicos em alimentos.
A tramitação do projeto, que foi aprovado em 09 de fevereiro de 2022, iniciou-se em 1999, 
quando a proposta foi apresentada no Senado pelo então senador Blairo Maggi foi aprovada. 
Ao longo de sua tramitação na Casa Legislativa, o PL recebeu muitas alterações, sendo apro-
vado na Comissão Especial da Câmara dos Deputados em 2018. Durante o processo, mais de 
20 órgãos públicos e organizações da sociedade civil manifestaram-se publicamente contra o 
projeto, surgindo o movimento “Agrotóxico Mata”.
No nível internacional, a Organização das Nações Unidas registrou sua oposição às mu-
danças. A Fiocruz, a Associação Brasileira de Saúde Coletiva, o Instituto Nacional do Câncer 
e o Ministério Público Federal chegaram a um consenso técnico-científico, alertando para os 
riscos que tal proposta acarreta à vida das pessoas e ao meioambiente. Após a aprovação na 
Comissão Especial na Câmara e as manifestações contrárias naquele ano de 2018, a proposta 
manteve-se parada. No entanto, após um acordo político, o atual presidente da Câmara, Arthur 
Lira, aliado de Bolsonaro, conseguiu colocar o projeto em pauta novamente, com a aprovação 
do pedido de urgência, aprovado por 327 a 71 votos.
O engenheiro agrônomo Leonardo Melgarejo, do Movimento Ciência Cidadã, enfatiza que 
todos sofrem com a aprovação e a utilização desenfreada de pesticidas. De acordo com o 
pesquisador, não importa o quão distante as pessoas estejam, as consequências da utilização 
dos agrotóxicos se espalham e chegam em todas as regiões do país:
Veja os casos de deriva de agrotóxicos. O sujeito aplica o veneno na sua lavoura e a seis 
quilômetros de distância tem gente sendo intoxicada. Outro exemplo é que usamos no Brasil 
um bilhão de litros (desses produtos) por ano e tudo isso vai parar na água. (…) Os estudos 
realizados sobre a qualidade da água no Brasil apontam que pelo menos 25% dos municípios 
analisados têm até 27 tipos de venenos na água. Então, a possiblidade de se contaminar, mes-
mo estando longe das lavouras, é grande.
Nilce Pontes, quilombola do Quilombo Ribeirão Grande e Terra Seca, localizado no Vale do 
Ribeira, no interior de São Paulo, sente de perto os impactos da expansão da utilização de tais 
produtos. De acordo com seu depoimento, os bananicultores da região demonstram preocupa-
ção e pulverizam no ar o veneno, que prejudica o solo das famílias que vivem na região e ainda 
adoece os seres humanos e os animais:
Como a gente sempre diz, eles querem nos matar, mas a gente escolhe viver. E a forma de nos matar 
é através da contaminação de nossas águas, do envenenamento dos alimentos por meio da pulve-
rização área. Para desenvolver a agricultura das grandes commodities usa-se muito o agrotóxico. 
E para nós, enquanto comunidade quilombola que resiste ao veneno, fica só as doenças. O nosso 
território todo fica comprometido.
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Melgarejo observa que os agrotóxicos, por não serem substâncias naturais, ao entrar em con-
tato com humanos e animais provocam “distorções de toda a ordem”, podendo levar, inclusive, a 
alterações nos sistemas corporais, prejudicando a capacidade de raciocínio e de reprodução. De 
acordo com o pesquisador, há ainda prejuízos ao meio ambiente contribuindo para o aquecimento 
global. “O veneno jogado em um determinado território, mesmo que ele seja pouco frequentado 
por seres humanos, vai dificultar a sobrevivência de alguns insetos e bactérias, dessa forma ele 
também prejudica a sobrevivência da rede da vida naquele ambiente. Esses insetos, bactérias e 
raízes que vão desaparecer, deixam de cumprir sua missão de estimular a vida naquele território. 
Então o uso de agrotóxicos está associado a uma homogeneização do planeta. A gente substitui 
áreas biodiversas por monoculturas que superaquecem o planeta”, afirma o pesquisador.
Para Ricardo, a única maneira de reverter essa abundância de pesticidas no meio ambiente 
com consequências nocivas para todos, é desviar em uma economia de exportação de grãos. 
“O Brasil depende do envenenamento de seu território para gerar a renda dessas commodities 
que são exportadas”, afirma. Ir contra o uso de agrotóxicos significa ir contra o domínio de gru-
pos que não se preocupam com os direitos humanos e com os problemas ambientais.
crIse de AnsIedAde nos ALunos eM recIfe
Em 8 de abril de 2022, um grupo de alunos de uma escola localizada no Recife (PE), foram 
atendidos com sintomas de crises de ansiedade e chamou a atenção para tal fenômeno, que 
ao decorrer dos anos, tem se tornado cada vez mais comum. De acordo com a Organização 
Mundial da Saúde, o Brasil é o país com o maior índice de incidência dessa síndrome, com 
9,3% da população, aproximadamente 18,6 milhões de brasileiros. Ainda de acordo com a ins-
tituição, a Covid-19 teve uma forte contribuição para o agravamento dos transtornos mentais. 
Os estudantes apresentaram sintomas como falta de ar, taquicardia e sudorese, clássicos de 
uma crise de ansiedade. Eles receberam o atendimento dos profissionais do Samu e não foi 
necessário encaminhá-los ao hospital.
O psiquiatra e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília Raphael 
Boechat, as crises de ansiedade não estão associadas a doenças. Episódios como esse, são 
interpretados como mecanismo de defesa utilizado pelas pessoas diante de algum perigo imi-
nente. Tal reação pode ocorrer devido a perigo real, como a presença de um agressor ou uma 
situação de estresse, ou de uma preocupação com riscos inexistentes e imaginários, como o 
medo de um ataque.
Entretanto, a síndrome de ansiedade pode sim evoluir para uma doença. Boechat explica que 
isso pode ocorrer quando tais crises passam a ser frequentes com maior potência, ou sem algum 
motivo real que a desencadeia. De acordo com o psiquiatra, as causas de tal síndrome são diver-
sas. “Normalmente são causas diversas. Elas incluem estresse do ambiente, privação de sono e 
uso de substâncias estimulantes como cafeína, energéticos, bebidas alcóolicas, drogas ilícitas 
como cocaína”, afirma o profissional. Segundo o professor da UnB, razões de natureza genética 
também podem influenciar. “Um aspecto muito importante é a questão ambiental. O estresse 
dos tempos modernos influencia no surgimento de diferentes tipos de ansiedade”, acrescenta.
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Possíveis tratamentos dependem exclusivamente do tipo ansiedade de cada indivíduo. 
Raphael Boechat argumenta que, em alguns casos, ela não se faz necessária. Contudo, se 
os episódios ocorrem com frequência, é extremamente necessário buscar ajuda profissional. 
Conforme o psiquiatra, os tratamentos são diversos, de naturezas farmacológicas, psicoterá-
picas, mudanças no estilo de vida, apesar de existir uma associação para remédios mais for-
tes e específicos, não é necessariamente o único caminho. “Um bom tratamento não envolve 
esses produtos, na maioria dos casos. Mas deve ser tratado, porque se não houver tratamento 
o caso começa a se agravar, a pessoa pode evitar convívio social e pode desenvolver quadros 
depressivos”, enfatiza.
Em relação ao caso dos alunos da escola no Recife, Boechat analisa que não há em docu-
mentos internacionais de psiquiatria uma previsão de diagnóstico de ansiedade coletiva, e que 
esse tipo de episódio é extremamente raro:
Temos que ponderar que estamos tratando de jovens e eles são muito influenciados por outros. 
Possivelmente havia fator de estresse, isso gerou ansiedade em alguns e pode ter contaminado 
outros. Isso é mais provável.
É necessário enfatizar, que apesar de tudo o que foi mencionado, é importante que a comu-
nidade escolar crie um espaço de fala extremamente seguro, no qual os estudantes possam 
compartilhar suas angústias, ansiedades e emoções, de maneira quepossam ser acolhidos 
e compreendidos nesse processo, proporcionando momentos de harmonia interior e conse-
quentemente reduzindo situações de ansiedade como a que ocorreu.
MInerAção eM terrAs IndígenAs
Com votação na Câmara dos Deputados que estava prevista para a primeira quinzena de 
abril de 2022, o projeto de lei que libera mineração em terras indígenas provavelmente irá im-
pactar mais de 200 reservas só na Amazônia. É o que os dados oficiais da ANM (Agência 
Nacional de Mineração), que aponta que desde a década de 1970 a ANM recebe pedidos de au-
torização para pesquisa mineral ou lavra garimpeira em regiões que invadem os limites de 204 
terras indígenas registradas na Amazônia Legal, abrangendo o Mato Grosso, Maranhão e todos 
os estados da região Norte. Destas, 170 já estão registradas na Funai (Fundação Nacional do 
Índio), enquanto as outras estão passando em alguma etapa do trâmite de homologação.
Conforme a Constituição, a mineração em terras indígenas nos dias atuais só pode aconte-
cer com autorização do Congresso e por intermédio de consulta às comunidades envolvidas. 
Entretanto, a ANM mantém ativos mais de 2,6 mil pedidos de atividade minerária em áreas que 
abrangem, variando a extensão, os limites das terras indígenas.
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A terra indígena Yanomami, em Roraima, que já sofre há muitas décadas com as invasões 
de garimpeiros realizadas de forma ilegal, é alvo de 500 pedidos ativos, que se acumulam 
desde 1974. Os pedidos desse tipo não têm sido autorizados pela ANM, permanecem ativos 
no sistema, ainda que exista irregularidade. Apesar de estarem engavetados, esses processos 
apresentam quais terras indígenas são mais visadas pelas mineradoras e provavelmente se 
tornarão alvos preferenciais se a prática for legalizada, como defende o governo. “Por trás 
desses pedidos, principalmente os de pesquisa, estão as mineradoras. Estas empresas só não 
entram e não exploram as áreas por uma questão de reputação, mas mantêm os pedidos lá. 
O que elas fazem, na verdade, é uma reserva de mercado”, afirma Larissa Rodrigues, gerente 
de projetos do Instituto Escolhas, que guia pesquisas acerca do desenvolvimento sustentável.
A ANM afirmou que o sistema eletrônico da agência “não aceita áreas incidentes sobre 
unidades de conservação de proteção integral, sobre terras indígenas ou outras áreas bloque-
adas”. Conforme a agência, “nenhum requerimento para execução de atividade mineral pros-
pera em áreas com bloqueio legal”.
Há ligações geográficas entre terras indígenas e as áreas almejadas pelas empresas. Todos 
os pedidos de mineração selecionados pelo monitoramento da Amazônia Minada possuem al-
guma sobreposição espacial com as terras indígenas. Tais dados foram tirados diretamente 
do Sigmine (Sistema de Informação Geográfica da Mineração), mantido pela ANM. Grande 
parte das reservas de minerais metálicos ao redor do globo, está em solos do pré-cambriano, 
período geológico que vai desde a formação da Terra até 500 milhões de anos atrás.
A Amazônia, que possui aproximadamente 40% do seu território em áreas pré-cambrianas, 
é extremamente rica em uma série de substâncias e foco de atividades minerárias desde a pri-
meira metade do século passado. Em boa parte dos casos, as áreas cobiçadas são limítrofes 
às terras demarcadas pela Funai, e ultrapassam essas fronteiras.
Um exemplo é a terra indígena Kayapó, no sudeste do Pará, onde residem 4546 pessoas, con-
forme o Censo 2010. O povo Kayapó, em que a população total gira em torno de 12 mil, habita 
outras 11 terras no Pará e no Mato Grosso. De acordo com o banco de dados Povos Indígenas 
do Brasil, do ISA (Instituto Socioambiental), eles vivem em aldeias dispersas pelo curso de rios 
afluentes do Xingu.
Desde 2019, o presidente Jair Bolsonaro (PL) alega a abertura destas terras para minera-
ção. Em abril do mesmo ano, ele recebeu os representantes de povos indígenas em Brasília, 
afirmou que Roraima teria “trilhões embaixo da terra” e declarou que “índio não pode continuar 
sendo pobre em cima de terra rica”. Tal argumento do Presidente já foi desmentido através de 
estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Pesquisadores apontaram que, sem 
explorar jazidas em terras indígenas, o Brasil tem reservas nacionais de potássio suficientes 
para durar até 2100. Outra conclusão é que dois terços dos depósitos minerais estão em Minas 
Gerais, São Paulo e Sergipe, portanto fora da Amazônia legal, onde se localizam a maioria das 
terras indígenas brasileiras.
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Alguns meses após esse encontro, em fevereiro de 2020, o governo enviou ao Congresso 
Nacional o projeto de lei que está em discussão. Entretanto, o deputado Rodrigo Maia (sem 
partido-RJ), presidente da Câmara na época do envio, comprometeu-se com ambientalistas e 
lideranças de povos indígenas a não colocar o texto para votação. Entretanto, com a chegada 
de Arthur Lira (PP-AL) à presidência da Câmara, Bolsonaro passou a enviar para a Casa mais 
medidas de interesse do governo.
Em fevereiro de 2022, o Planalto divulgou os projetos prioritários que serão votados na 
Câmara no decorrer do ano. Além da proposta sobre as terras indígenas, está nessa lista um 
projeto que facilita o uso de agrotóxicos. Tamanha preocupação das organizações indígenas 
brasileiras com o tema não é atual. Em nome da mineração, diversas violações dos direitos 
humanos já ocorreram contra povos originários. Até 1988, a mineração em seus territórios 
era permitida, mas foi parcialmente vetada pela Constituição Federal. O relatório da Apib e do 
Comitê Nacional em Defesa dos Territórios frente à Mineração demonstra que o histórico de 
“conflitos intensos dos mineradores (empresas ou garimpeiros), contra os povos originários, 
ocasionando o extermínio de diferentes povos, como Waimiri-Atroari, os Yanomami, os Cinta 
Larga (Comissão Nacional da Verdade, 2014)”.
Disponível em: <https://pulitzercenter.org/pt-br/stories/terras-com-povos-indigenas-isolados-sao-alvo-de-meta-
de-dos-pedidos-de-mineracao>. Acesso em: 25 de abr. 2022.
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contexto hIstórIco – rússIA x ucrânIA
Os conflitos entre a Rússia e a Ucrânia possuem uma história que remete à Idade Média, 
pois ambas têm raízes comuns que vão até a época do antigo Estado da Rússia de Kiev, nas 
terras eslavas do Leste. Esse é o motivo pelo qual o presidente russo, Vladimir Putin, refere-se 
aos dois países como “um só povo”. Tal fato é que as duas nações estão divididas há séculos, 
o que resultou no surgimento de dois idiomas e duas culturas proximamente relacionadas, 
mas extremamente distintas.
Quando a Rússia desenvolveu politicamente no império, a Ucrânia provou sua incapaci-
dade de estabelecer um Estado próprio. No século XVII, uma ampla região do que é hoje o 
território ucraniano se tornou parte do Império Russo.Após a desintegração desse império, 
em 1917, o país vivenciou um breve período de independência, antes de a União Soviética o 
conquistar à força.
Em dezembro de 1991, Ucrânia, Rússia e Belarus assinaram um acordo que selava de for-
ma efetiva o fim da União Soviética. Moscou, entretanto, tinha pretensão de manter sua in-
fluência na região através da recém-criada Comunidade dos Estados Independentes (CEI). O 
Kremlin calculava que o fornecimento de gás natural a baixo custo faria com que a Ucrânia 
permanecesse em sua órbita.
Porém, tudo se desenrolou de maneira bem diferente, pois a Rússia e Belarus forjaram 
uma aliança próxima, a Ucrânia se aproximava cada vez mais do Ocidente. Tal fato não passou 
despercebido pelo Kremlin, apesar de ser o suficiente para a geração de um conflito entre os 
dois lados na década de 1990. Moscou não demonstrava preocupação, enquanto o Ocidente 
não demonstrava qualquer intenção de uma possível integração da Ucrânia à sua esfera de 
influência. Aliás, é importante lembrar que a Rússia lidava com uma depressão econômica e 
se via amarrada no conflito militar na Chechênia.
Em 1997, Rússia e Ucrânia assinaram o Tratado de Amizade, Cooperação e Parceria, co-
nhecido como o “Grande Tratado”, por meio do qual Moscou reconheceu as fronteiras oficiais 
da Ucrânia, incluindo a Península da Crimeia, região que abriga uma maioria étnica russa.
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Disponível em: <https://g1.globo.com/mundo/ucrania-russia/noticia/2022/02/24/por-que-a-russia-invadiu-a-u-
crania.ghtml>.Acesso em: 28 de fev. 2022.
A primeira grande crise diplomática entre os dois, surgiu com o início do governo de Putin, 
em 2003, quando a Rússia começou a construir, subitamente, uma barragem no estreito de Ker-
ch, próximo à ilha ucraniana de Tulza – entre o território russo e a Península da Crimeia. Kiev 
considerou isso como uma tentativa russa de redesenhar as fronteiras nacionais. O conflito foi 
resolvido após um encontro frente a frente entre os dois presidentes. A construção foi suspen-
sa, entretanto, a fachada de amizade entre os dois lados começou a demonstrar rachaduras.
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As tensões agravaram durante as eleições presidenciais na Ucrânia em 2004, quando Mos-
cou posicionou-se a favor do candidato pró-Rússia Viktor Yanukovych, mas a Revolução Laran-
ja evitou que ele assumisse. A eleição foi declarada fraudulenta, e o candidato pró-Ocidente Vi-
ktor Yushchenko tornou- se presidente. A reação russa foi o corte do fornecimento de gás para 
a Ucrânia em duas ocasiões, em 2006 e 2009, além de interromper também o abastecimento 
para a União Europeia. Em 2008, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, pressionou 
o processo de adesão da Ucrânia e da Geórgia à Otan, mesmo com os protestos de Putin, cujo 
governo não reconheceu de maneira completa a independência ucraniana.
A Alemanha e a França mudaram os planos de Bush através de uma cúpula da Otan em 
Bucareste, na Romênia, em que a possível adesão ucraniana foi discutida, sem que fossem 
estabelecidos os prazos para esse processo. Após o andamento dos fatos não corresponde-
rem com as expectativas em relação à Otan, a Ucrânia fez uma nova tentativa de reforçar seus 
laços com o Ocidente, por meio de um acordo de associação com a União Europeia. Porém, 
no verão de 2013, poucos meses antes da assinatura do documento, Moscou passou a exer-
cer forte pressão econômica sobre Kiev e forçou o congelamento do acordo. O governo russo 
impôs um embargo sobre produtos ucranianos exportados para o país, o que resultou nos 
protestos em toda a Ucrânia.
Quando os ucranianos depuseram seu presidente pró-Rússia no início de 2014, o Kremlin 
se aproveitou do vácuo de poder em Kiev e anexou a Península da Crimeia em março de 2014. 
Esse foi um ponto de inflexão nas relações entre os dois países e o início de uma guerra não 
declarada. Simultaneamente, as forças paramilitares russas iniciaram um levante separatista 
na região de Donbass, no leste ucraniano, e instituíram “repúblicas populares” lideradas por 
Moscou, com simulacros de Estados em Donetsk e Lugansk. O governo de Kiev esperou até 
depois da eleição presidencial de maio de 2014 para lançar uma grande ofensiva militar, que 
nomeou de operação antiterrorismo.
Conhecida como “bacia de Donbass”, a região é a mais importante fonte de energia e área 
industrial do país, estendendo-se em boa parte na Ucrânia e um pouco pela Rússia. O carvão 
é um dos produtos mais comercializados e produzidos, com indústrias altamente desenvolvi-
das, além de metalúrgicas e empresas diversas.
Em junho de 2014, o presidente recém-eleito, Petro Poroshenko, realizou uma reunião com 
Putin na ocasião dos 70 anos da invasão da Normandia, na Segunda Guerra Mundial. O encontro, 
que futuramente seria conhecido como as conversações em Formato Normandia, aconteceu 
sob mediação da Alemanha e da França. Simultaneamente, o Exército ucraniano demonstrou 
incapacidade em expulsar os separatistas. No final de agosto, Kiev acusou Moscou de inter-
venção militar em larga escala, o que o Kremlin nega. Forças ucranianas próximas a Iloviask, a 
leste de Donetsk, foram derrotadas, em um episódio que foi um ponto de mudança na guerra. 
O conflito foi encerrado em setembro, a partir da assinatura de um cessar-fogo em Minsk.
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O que se seguiu foi uma guerra de exaustão que continua até os dias atuais. No início de 
2015, os separatistas lançaram uma nova ofensiva, de acordo com Kiev, com apoio de tropas 
russas que, antes dos combates, retiraram suas identificações de seus uniformes, o que Mos-
cou também nega. As forças ucranianas sofreram uma nova derrota, cidade estrategicamente 
importante de Debaltseve, onde foram obrigadas a se retirar.
A intermediação do Ocidente teve como resultado o que seria conhecido como o Protocolo 
de Minsk, o acordo que tem como base para os esforços de paz, mas que até hoje não chegou 
a ser cumprido. A última vez em que houve esperança de paz na região foi no outono de 2019, 
quando soldados dos dois lados foram retirados das linhas de frente. A chamada Cúpula da 
Normandia em Paris, em dezembro de 2019, simbolizou a última vez em que os dois lados se 
sentaram à mesma mesa. O presidente russo não possui um verdadeiro interesse em se reunir 
frente a frente com seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, a quem Moscou acusa de 
não cumprir o Tratado de Minsk. Putin continua a exigir que os Estados Unidos mantenham a 
Ucrânia fora da Otan e que o país não receba ajuda militar. A Otan rejeita tal exigência.
AtuAL cenárIo entre rússIA e ucrânIA
A situação na fronteira entre Ucrânia e Rússia foi tensa durante semanas e se agravou nos 
últimos dias. O presidente russo, Vladimir Putin, negou que estaria organizando um ataque a 
Ucrânia, mas os EUA afirmaram que ele já

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