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Trabalho processo penal TRIBUNAL DO JURI

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UNIVERSIDADE SALVADOR
CURSO DE DIREITO MATUTINO – CAMPUS CTN
5º SEMESTRE
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Alan Santos e Santos
Prof. Pablo Domingues Ferreira
Prof. Rômulo De Andrade Moreira
SALVADOR-BA
2022
PROCEDIMENTO DO JURI
CONCEITO
O Tribunal do Júri é um tribunal formado por pessoas do povo. É um colegiado de pessoas leigas, isto é, não constituído de juízes de direito (concursados), para jugar pessoas que cometem determinados tipos de crime. Como prevê a alínea “d” do inciso XXXVIII, do art. 5º da Constituição Federal, devem ser julgados pelo Tribunal do Júri os crimes dolosos contra a vida (tentado ou consumado), que são aqueles previstos nos artigos 121 ao 126 do código penal, que são os:
1. Homicídio – art. 121, CP
2. Induzimento, instigação ou auxílio por terceiro ao suicídio – art. 122, CP;
3. Infanticídio – art. 123, CP
4. Aborto provocado pela gestante ou com o seu consentimento – art. 124, CP
5. Aborto provocado por terceiro sem o consentimento da gestante – art. 125, CP;
6. Aborto provocado com consentimento da gestante – art. 126, CP
Se alguém cometer um homicídio culposo, não se submeterá ao processo pelo rito especial do Júri, mas sim pelo rito comum, porque só os crimes dolosos é que são julgados nesse tribunal especial.
PROCEDIMENTO
O procedimento do júri é dividido em duas fases:
1ª fase - “judicium accusationis” ou juízo de acusação. Nessa primeira fase o objetivo é identificar se o crime apontado na acusação deve ser julgado pelo Tribunal do Júri. Essa fase se inicia com o oferecimento da denúncia ou queixa e termina com a sentença de pronúncia, impronúncia, desclassificação ou absolvição sumária.
2ª fase - judicium causae” ou juízo da causa. Trata-se da fase de julgamento, pelo Júri, da acusação admitida na fase anterior. Começa com o trânsito em julgado da sentença de pronúncia e se encerra com a sentença do Juiz Presidente do Tribunal Popular.
ROTEIRO 1° FASE
Como dito antes, a primeira fase tem como objetivo a produção de provas para apurar a existência de crimes dolosos contra a vida, e são divididas em etapas, sendo elas: Oferecimento da denúncia ou queixa, Recebimento da denúncia ou queixa, Citação do acusado e apresentação de resposta escrita, Réplica da acusação, Audiência de instrução e alegações finais, Decisão.
1. Oferecimento da Denúncia ou Queixa 
O oferecimento da denúncia e queixa são peças inicias acusatórias da ação penal, ficará encargo do Ministério Publico o oferecimento da denúncia. A queixa será realizada quando a ação penal for privada, devendo ser encaminhada pela vítima ou por seu representante legal. No rito do Tribunal do Júri, por tratar-se de crimes dolosos contra a vida, só caberá ação penal privada quando esta for subsidiária da pública. Ou seja, nos crimes processados pelo Júri, quando o Ministério Público deixar de propor a ação penal cabível no prazo, a vítima ou seu representante legal poderá fazê-lo.
2. Recebimento da Denúncia
O recebimento da peça inicial da ação penal implica na escolha do juiz em aceitar a acusação. Em caso de recebimento, o Juiz, ao decidir em aceitar a acusação, ele irá analisar somente se há materialidade e indícios de sua autoria (não há análise do mérito). O recebimento implica na ordem de citação do acusado para responder à acusação, por escrito, em um prazo de 10 (dez dias).
3. Citação do acusado e apresentação de resposta escrita 
Após a citação, o réu terá um prazo fixado de10 dias para apresentar sua defesa. O prazo é contado a partir do efetivo cumprimento do mandado ou do comparecimento, em juízo, do acusado ou do defensor constituído, no caso de citação inválida ou por edital. A apresentação de defesa escrita é imprescindível e sua ausência gera nulidade absoluta. Por isso, se o réu não a apresentar no prazo, o juiz nomeará defensor para oferecê-la em 10 dias.
4. Réplica da acusação 
De acordo com o artigo 409 do Código de Processo Penal dispõe que, apresentada a defesa, o juiz ouvirá o Ministério Público ou o querelante sobre possíveis questões preliminares arguidas e documentos apresentados, no prazo de 5 dias. Assim, o juiz poderá determinar a inquirição de testemunhas e a realização de diligências requeridas pelas partes.
5. Audiência de instrução e alegações finais 
Em uma audiência de instrução, serão primeiro tomadas as declarações do ofendido e, se possível, inquiridas as testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nessa ordem. Havendo testemunha residente em outro Estado da Federação, será ouvida por carta precatória, procedimento pelo qual o juiz encaminha uma solicitação ao juiz da localidade onde se encontra a testemunha para que lá se proceda a oitiva. Em seguida, ocorrerão os esclarecimentos dos peritos, as acareações e o reconhecimento de pessoas e coisas. Depois o acusado será interrogado e, por último, as alegações. As alegações serão orais, concedendo-se a palavra, respectivamente, à acusação e à defesa por 20 minutos, prorrogáveis por mais 10 minutos. Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para acusação em defesa será individual. Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação deste, serão concedidos 10 minutos prorrogando- -se por igual período o tempo de manifestação da defesa. Encerrando-se as alegações, o juiz proferirá sua decisão na própria audiência ou em 10 dias por escrito. Nesse último caso, o juiz ordenará que os autos lhe sejam conclusos.
6. Decisão 
A decisão, nessa fase do procedimento do Tribunal, deve ser fundamentada em 4 decisões sendo elas a pronúncia, impronúncia, desclassificação e absolvição sumária. 
Em uma decisão em pronuncia o magistrado, ao decidir pronunciar o acusado admite a imputação feita e a encaminha para julgamento perante o Tribunal do Júri. Isso ocorre quando ele se convence da materialidade do crime e de indícios suficientes de autoria ou de participação. A decisão pela pronúncia é meramente processual e nela não há análise profunda do mérito. Não é necessária prova plena de autoria, mas apenas indícios. O magistrado, quando sentencia pela pronúncia do réu, apenas fundamenta os motivos do seu convencimento de que o crime existiu e de que há probabilidade de o acusado ser o autor ou partícipe desse crime. O juiz também declara o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especifica as circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento da pena. Na pronúncia vigora o princípio “in dúbio pro societate”, havendo dúvida o juiz deve levar a questão para o Júri. Isso por que há mera suspeita, o juiz verifica se a acusação é viável e a leva ao Tribunal, que por sua vez poderá entender diferente ao final. De acordo com o artigo 420 do Código de Processo Penal dispõe que a intimação da sentença de pronúncia deverá ser feita pessoalmente ao acusado, ao defensor nomeado e ao Ministério Público. Todavia, poderá ser intimado por edital o acusado solto que não for encontrado. Já a intimação da pronúncia ao defensor constituído, ao querelante e ao assistente do MP deverá ser de acordo com o disposto no art. 370 do mesmo código. 
A decisão Impronúncia é a que rejeita a imputação para julgamento perante o Tribunal Popular, ou porque o juiz não se convenceu da existência do fato ou porque não há indícios suficientes de autoria ou participação. Acontece quando a acusação não reúne elementos mínimos para serem discutidos. Na impronúncia o juiz não diz que o acusado é inocente, mas que, naquele momento, não há indícios suficientes para a questão ser debatida pelo o Tribunal. A decisão pela impronúncia do acusado não analisa o mérito da causa. Se surgirem novas provas o processo poderá ser reaberto a qualquer tempo, até a extinção da punibilidade – que significa o fim da possibilidade de o Estado impor sanção ao indivíduo. 
A desclassificação acontece quando o juiz se convence da existência de um crime que não é doloso contra a vida. Na decisão pela desclassificação, o juiz apenas diz que aquele crime não é da competência do Tribunal do Júri, pois o Júri só pode julgar os crimes dolosos contra a vida. Assim o juiz desclassificao crime e encaminha o processo para o juízo competente. 
De acordo com o artigo 415 do Código de Processo Penal a decisão de absolvição sumária estabelece que o magistrado, poderá desde logo absolver o acusado quando: provado não ser ele o autor ou partícipe do fato; provada a inexistência do fato; o fato não constituir infração penal e; demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. A sentença pela absolvição sumária é de mérito, pois analisa provas e declara a inocência do acusado. Por essa razão, somente poderá ser proferida em caráter excepcional, quando a prova for indiscutível e o juiz não tiver nenhuma dúvida.
ROTEIRO 2° FASE
Os procedimentos da segunda fase do tribunal do júri são divididos em. Instalação, Escolha dos jurados, Anúncio do processo/pregão, Chamada das testemunhas, Condução do réu ao plenário, Sorteio dos jurados, Oitiva das testemunhas, Eventual leitura de peças, Interrogatório do réu, Debates entre acusação e defesa, Leitura dos quesitos, Votação na sala secreta, Sentença.
1. Instalação 
O som da campainha marcará à abertura do Tribunal do Júri pelo juiz-presidente, com a presença do promotor, escrivão e oficiais de justiça. O magistrado pedirá ao oficial de justiça que proceda à chamada dos jurados sorteados que estarão presentes. O magistrado passará a analisar os pedidos de dispensa apresentados pelos jurados ali presentes.
2. Escolha dos jurados 
Para que ocorra a sessão do Tribunal do Juri é necessário a presença de 25 jurados que serão verificados inicialmente pelo magistrado presente, com a presença do promotor de justiça, do escrivão e do porteiro. Se comparecer menos que 15 jurados o juiz encerrará a sessão por falta de número ideal de jurados. Caso possua o número ideal de jurados presentes no momento, o juiz prosseguirá com a sessão e as cédulas com os nomes dos jurados serão colocadas em uma urna sorteio.
3. Anúncio do processo/pregão
O juiz deverá requisitar ao oficial de justiça a realização do pregão, para que haja a certificação das diligências nos autos.
4. Chamada das testemunhas
As testemunhas que ali estiverem presentes deveram ser recolhidas em salas distintas, e que seja separada as de acusação das de defesa, para que não ouçam o depoimento umas das outras e que não se comuniquem.
5. Condução do réu ao plenário
O réu deverá ser conduzido ao plenário. A escolta deverá justificar o uso imprescindível das algemas, necessário à ordem dos trabalhos, à segurança das testemunhas, garantia e integridade física dos presentes.
7. Sorteio dos jurados
O sorteio dos jurados será realizado antes de começar o julgamento. Defesa e acusação têm o direito de cada uma recusar até três jurados sorteados, depois de escolhido dos sete, os outros jurados presentes são dispensados.
7. Oitiva das testemunhas
Caso as partes queiram ouvir as testemunhas, os jurados deverão ser avisados de que poderão fazer perguntas ao ofendido e às testemunhas por intermédio do magistrado. O juiz deverá perguntar ao promotor, à defesa e aos jurados se desejam alguma acareação, reconhecimento de pessoas e coisas, e esclarecimento de peritos. 
8. Eventual leitura de peças 
O juiz perguntará ao promotor, à defesa e aos jurados se querem que se proceda à leitura de alguma peça dos autos. 
9. Interrogatório do réu
Antes de iniciar ao interrogatório, o magistrado terá que esclarecer ao réu seu direito constitucional de ficar em silêncio. Se o réu não se opuser a ser interrogado, o juiz indaga ao promotor, à defesa e aos jurados se querem fazer alguma pergunta ao réu. 
10. Debates entre acusação e defesa
Com a palavra, o promotor terá uma hora e meia para a acusação. Em seguida, é dada a palavra ao defensor que terá uma hora e meia para a defesa. No caso de réplica e de tréplica, o promotor e o defensor terão mais uma hora cada um para debates. Havendo mais de um acusado, o tempo para a acusação e a defesa será acrescido de uma hora e elevado ao dobro o da réplica e da tréplica. 
11. Leitura dos quesitos
O juiz passa a ler os quesitos que serão postos em votação. O promotor, o defensor e os jurados recebem uma cópia dos quesitos. Após ler os quesitos, o juiz indagará à acusação e à defesa se há algum requerimento ou reclamação a fazer, e se os jurados querem alguma explicação sobre os quesitos. Se não houver nenhum pedido de explicação, o juiz convida os jurados, o escrivão, o promotor de justiça e o defensor a se dirigirem com ele à sala secreta. 
12. Votação na sala secreta
O juiz terá que advertir as partes de que não será permitida qualquer intervenção que possa perturbar a livre manifestação do Conselho, sob pena de ser retirada da sala a pessoa que se comportar inconvenientemente, após a votação, o juiz diz aos jurados que está encerrada a incomunicabilidade e que vai proferir a sentença. 
13. Sentença
Após o encerramento da votação na sala secreta, o juiz falará a sentença, os jurados tomarão seus lugares, e, com todos presentes, o magistrado, após pedir a todos que fiquem de pé, lerá a sentença, terminada a leitura da sentença, o juiz encerra a sessão.

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