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modelo de descrição micro

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS
FACULDADE DE GEOLOGIA
MODELO DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA MICROSCÓPICA
1- Identificar se realmente trata-se de uma rocha metamórfica, por meio da análise mineralógica, textura dos minerais e estrutura da rocha;
2- Indicar cor ou coloração (cor: branca, cinza, preta; coloração: acinzentada, rosada, branca acinzentada...) esse tópico fica comprometido quando não se possui a amostra de mão;
3- Indicar tamanho (relativo) dos cristais (afanítica, fanerítica equigranular média, fanerítica inequigranular média a grossa);
4- Identificar os minerais por ordem de abundância (do mais volumoso ao menos volumoso);
5- Descrever detalhadamente a estrutura da rocha (vide material)
6- Descrever detalhadamente cada mineral (nome, qualidade do hábito, tamanho, texturas –destacar se possui inclusões ou maclas- e relações de contato);
7- Dar nome a rocha (sugere-se a nomenclatura da IUGS);
8- Com base na descrição petrográfica fazer uma evolução geológica que inclua: grau metamórfico, fácies metamórficos, protólito, ambiente de formação e tipo de metamorfismo. 
Modelo de descrição 1:
Rocha metamórfica, acinzentada com porções rosadas, fanerítica, anisotrópica, inequigranular porfiroblástica. Composta mineralogicamente por quartzo (30%), K-feldspato (microclina) (30%), biotita (15%), epidoto (10%), muscovita (7%), anfibólio (3%), titanita (<1%), allanita (<1%) e clorita (<1%). 
Apresenta uma foliação disjuntiva espaçada, as formas dos domínios da foliação são irregulares, a relação espacial entre os domínios é paralela e a transição entre os domínios e os microlitons é discreta. A foliação é marca por cristais lepidoblásticos de biotita e muscovita, o espaço entre os microlitons é preenchido por cristais de FK, quartzo, epidoto, anfibólio (?), titanita, allanita e clorita.
Foram identificados três tipos de quartzo. O quartzo 1 é médio (0,25 – 2 mm), xenoblástico e com textura granoblástica, tem contato reto a interlobado entre si e com os demais minerais. O quartzo 2 é muito fino (0,1-0,2mm), é xenoblástico e com textura granoblástica e ocorre na forma de subgrãos, apresentando contato interlobado entre si e com os demais minerais. O quartzo 3 é muito fino (<0,1 mm), é xenoblástico e com textura granoblástica, ocorre como inclusão nos cristais de microclina. 
O K-feldspato é do tipo microclina, é grosso (4-6 mm), é subdioblástico a xenoblástico, apresenta textura granoblástica e poiquilítica (inclusões de quartzo), apresenta a macla xadrez. O contato é interlobado a irregular entre si e os demais minerais, em alguns pontos ocorrem transformações/inclusões de epidoto e muscovita.
A biotita é fina (0,2-0,6 mm), idioblastica a subdioblástica e apresenta textura lepidoblástica e localmente decussada. Apresenta contato reto a alongado entre si e com os demais minerais, localmente apresenta-se cloritizada.
O epidoto é fino (0,2 mm), subdioblástico a xenoblástico e apresenta textura granoblástica. Apresenta contato irregular a interlobado entre si e com os demais minerais, pontualmente encontra-se incluso em cristais de biotita e FK.
A muscovita é fina (0,2-0,4 mm), idioblástica a subdioblástica e apresenta textura lepidoblástica e localmente decussada. Apresenta contato reto entre si e com a biotita, reto a irregular com os demais minerais. 
Os cristais de allanita são muito finos (0,1 mm), xenoblásticos e com textura granoblástica e coroníticas (borda de epidoto). Apresentam-se contato irregular com os cristais de epidoto.
Os cristais de titanita são finos (0,5 mm), xenoblásticos e com textura nematoblástica. Apresentam contato reto entre si e reto a irregular com a biotita, epidoto e quartzo. 
Os cristais de clorita são muito finos (0,1-0,2 mm), é xenoblástica e apresenta textura decussada e localmente lepidoblástica. Apresenta contato irregular com os outros minerais, em algumas porções encontra-se associada a biotita.
Nome da rocha: epidoto-biotita-microclina gnaisse com anfibólio
Evolução:. 
A paragênese dessas rochas é composta por Pl + Kfs + Qtz + Ep ± Bt ± Ms ± Hbl essa associação indica o fácies anfibolito, com exceção do epidoto que é característico do fácies xisto verde. A gênese desse mineral pode ser explicada de duas maneiras:
1- Alteração do plagioclásio/hidrotermalismo	
2- Retrometamorfismo
Admite-se que houve retrometamorfismo - porém não descartando a possibilidade de hidrotermalismo de maneira subordinada - nessas rochas pela extensa presença de epidoto e por ele nem sempre estar associado ao plagioclásio. Outras evidencias de retrometamorfismo é a alteração do anfibólio para clorita e biotita, bem como a cloritização da biotita e presença de cristais de clorita.
A partir da análise paragenética foi possível definir que as rochas são ortognaisses de composição tonalítica/trondhjemítica a granodiorítica 
 Portanto, as temperaturas atingidas no desenvolvimento destas rochas teriam sido entre 600 e 650°C, com pressões da ordem de 5 a 8 Kbar, correspondendo a um metamorfismo regional em um ambiente de colisão continental que atingiu o fácies anfibolito alto, mas ocorreu pelo menos mais um evento metamórfico posterior, em fácies xisto verde.
Qanto aotamanho relativodos cristais, as rochasmetamórficas podem ser:
Equigranulares:quando o tamanho dos constituintes é relativamente homogêneo.Inequigranulares: quando há uma variação relativamente grande no tamanho 
Cristaleuédrico (= idioblástico)é aquele inteiramente ou quase inteiramente limitado por suasfaces cristalinas.Cristalsubédrico(= subidioblástico)é aquele que apresenta-se sóem parte limitado por suas faces cristalinas.Cristalanédrico (= xenoblástico é aquele que não é limitado por suas faces cristalinas.
Poligonal, interlobado, ameboide, suturado
Granoblástica: microestruturaequigranular em que os cristais constituem um mosaico de grãos equidimensionais e geralmente xenoblástico
Lepidoblástica(Fig. 8): microestruturaconstituída de agregados decristais tabulares oulamelares de filossilicatos (micas, cloritas etc.)apresentando forte orientação dimensionalpreferencial planar, responsável pela geração deuma foliação
Granolepidoblástica(Fig. 9): quando umarocha exibe uma combinaçãodas microestruturasgranoblástica e lepidoblástica. É comum emgnaisses e xistos mais ricos em quartzo oufeldspatos
Nematoblástica(Fig. 10): quando cristaisaciculares ou prismáticos (anfibólios, sillimanita,turmalina etc.) apresentam uma orientaçãodimensional preferencial linear. Estamicroestrutura é responsável pela formação dalineação mineralem rochas foliadas
Decussada(Fig. 11): quando cristaisinequidimensionais prismáticos ou tabulares(micas, anfibólios, etc.)tendem a uma orientaçãoaleatória, isto é, a umarranjo sem orientaçãopreferencial. É mais comum nos metamorfitos decontato ou para minerais pós-tectônicos,resultantes do crescimento na ausência de umesforço dirigido.
do porfiroblastos contêm numerosas inclusões diminutas de outros minerais, amicroestrutura époiquiloblástica

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