Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Micologia Micoses profundas Cleonice Santos Introdução ● Atinge os órgãos internos ou se difundem pela circulação sanguínea, baço,pulmão, fígado,coração. ● Distribuição geográfica limitada; ● Principal porta de entrada -vias aéreas superiores; ● Patógeno sistêmico primário e oportunistas. Dimórfico térmicos- não tem blastoconídios. Coccidioides/Coccidioidomicose A coccidioidomicose é uma micose sistêmica que acomete o homem e uma ampla variedade de animais e é causada pelo fungo dimórfico geofílico Coccidioides immitis. A doença é adquirida pela inalação de artroconídios infectantes presentes no solo, onde o fungo cresce saprofiticamente sob a forma filamentosa. ● Micose do novo mundo, febre do Vale, reumatismo do deserto, granuloma coccidial. ● "O grande imitador" ● Mais virulento entre os fungos, segurança biológica 3. ● estruturas artroconídios- espaços células disjuntoras- ligam um artroconídios a outro. Fase filamentosa e leveduriforme ● Ambientes desertos e semi-áridos ● Elevadas temperaturas ● Solo com pH alcalino e alta salinidade ● Atividade: trabalho agrícola, escavações arqueológicas, caçadas de tatu (pela quantidade de poeira inalada nas caçadas). ● Ocorre somente na América Central, norte e sul Patogenia No solo - encontra-se a fase filamentosa ● Inala uma grande quantidade, vão para o pulmão e rapidamente fagocitada e estimula resposta secundária. ● Uma parte é fagocitada e a outra parte muda morfologia e se transforma na estrutura leveduriforme, impedindo que os anticorpos consigam combater e fagocitar. ( 3 dias) - muito rápido. ■Primária- doença assintomática (60%) ◇ Doença pulmonar autolimitada (resfriado), febre tosse, dor torácica. ■ Secundária- doença pulmonar progressiva. ■Provavelmente C.immitis é o agente fúngico mais virulento conhecido sendo a 1 coccidioidomicose a mais infecciosa das micoses. Não há predileção por raça ,sexo ou idade no que diz respeito à doença primária, mas esses fatores, ainda por motivos desconhecidos, os negros têm uma sensibilidade aumentada e tem elevado risco de contrair a forma disseminada. Cultura O Cultivo em meio de cultura é evitado devido ao elevado risco de contaminação e uma vez realizado, deve ser feito em cabines de segurança biológica nível 2. ● Quando incubado em meio ágar Sabouraud a 25°C tem um crescimento de aproximadamente 5 a 10 dias. ● Colônias brancas algodonosas, desenvolvendo uma cor amarelo- acinzentada. ● Microscopicamente esse fungo na forma filamentosa caracteriza-se pela presença de hifas hialinas septadas nas quais são produzidos artroconídios que são a forma saprofítica perigosa infectante deste fungo. Histoplasmose / histoplasma capsulatum É uma micose sistêmica causada pelo fungo dimórfico, mais prevalente na américa do norte. ● solos ricos em compostos nitrogenados; ● Ph ácido de alta umidade; ● fezes de morcegos, aves etc, ● Limpeza de gaiola de aves, reformas de prédios antigos, corte de árvores mortas etc; Etiologia: ● Histoplasma- macronidios com protuberância, células estalagmosporos ● Estruturas estalagmosporos Característica: hifas septadas finas e macroconídios arredondados com rugosidade. ● Capsulado Dimórfico - Miceliana e leveduriforme. ● Miceliana ( hifas e esporos assexuados, estes também denominados de conídios). ● Leveduriforme ( esporos assexuados gramulantes); Imagem 1: conídios esféricos espiculados ● Os micélios (forma infecciosa ) tem um aspecto característico, com microconídio e macroconídio. ● Os microconídios são ovais e pequenos o suficiente para alcançar os bronquíolos terminais e os alvéolos. Patogenia ● A Partir das fezes vão inalar estruturas conídios, cada espícula vai se destacar e dar origem a uma outra célula pequena leveduriforme; ● Logo após infectar o hospedeiro, os micélios se transformam nas leveduras encontradas dentro dos macrofagos e 2 outros fagócitos e ficam parasitando a célula de defesa. ● Ao alcançarem os espaços alveolares, microconídios são reconhecidos rapidamente e são aprisionados pelos macrofagos alveolares. ● No hospedeiro imunocompetente, macrófagos, linfócitos e células epiteliais acabam se organizando e formam granulomas que contém os microrganismos; ● Esses granulomas fibrosam e calcificam; ● Nos indivíduos com imunidade celular comprometida, essa infecção não é contida e pode disseminar-se; ● Dessa forma disseminada a histoplasmose disseminada progressiva ( HDP) pode afetar múltiplos órgãos como medula óssea, baço, fígado, glândulas suprarrenais e as membranas mucocutâneas. Diagnóstico creme leucocitário -centrifuga , se divide em 3 camas: 1° fase líquida-plasma. 2° fase leucócitos onde se observa a célula parasitaria no exame direto.3° Hemácias. Pode ser diagnosticada por meio de uma correlação entre os dados clínicos, epidemiológicos e laboratoriais e/ou radiológicos. Os métodos diagnósticos que confirmam ou sugerem a infecção fúngica são o micológico, o histopatológico e o sorológico. A confirmação diagnóstica laboratorial é feita por meio do isolamento do fungo. Entretanto, o resultado negativo em amostras suspeitas não afasta o diagnóstico. PARACOCCIDIOIDOMICOSE: ● Micose sistêmica ● Ambientes em elevadas umidades; ● vegetação rica( floresta subtropical) ● temperatura moderada; ● solo ácido; ● Plantação de café. Apresentação em células leveduriformes-células grandes, brotamentos múltiplos em forma de leme ● PARACOCCIDIOIDES BRASILIENSIS : Etiologia ● Fungo assexuado e termodimórfico : Aspectos morfológicos duplos - colônia levedura 33-37° e micélio filamentoso 19 a 28°. ● Presente no solo onde vive como saprófita Em cortes histológicos, na expectoração, no pus e outros materiais, no exame microscópico como levedura arredondada ou ovalada e de parede espessa com duplo contorno, que contém uma ou duas vesículas de lípidos no interior do citoplasma. 3 Patogenia ● A infecção se dá pela inalação do fungo; ● A infecção primária ocorre no aparelho respiratório , sendo as demais lesões consideradas secundárias; ● Após gerar processo inflamatório no sítio de infecção, dissemina-se por via linfática e ocasionalmente por via hematogênica; ● Esta evolução leva alguns anos e depende do estado imunitário do hospedeiro; ● Nos indivíduos imunocompetentes estes focos podem regredir e fibrosar; ● Qualquer pessoa pode ser portadora , e em algum momento de baixa imunidade está sujeita à reativação da doença. Manifestação clínica FORMA PULMONAR PRIMÁRIA: ● Sem importância clínica; ● Assintomática ou apresenta manifestações respiratórias discretas; ● Pode ou não haver infiltrados pulmonares e linfadenomegalia hilar no exame radiológico; Raramente o diagnóstico é feito e costuma ter regressão espontânea independente do tratamento .(ou seja o corpo consegue combater o fungo) FORMA PULMONAR CRÔNICA: ● Ocorre sobretudo em homens do meio rural com mais de 30 anos; ● É a forma localizada crônica mais comum Tosse é o sintoma habitual ; ● Exame físico costuma ser inexpressivo; ● Alterações radiológicas bem mais ricas do que o quadro clínico. FORMA DISSEMINADA AGUDA - juvenil ou infanto-juvenil (menos comum) ● Acomete criança s, adolescentes e adultos jovens ; ● Evolução longa à semanas a meses; ● Pode haver acometimento d e gânglios profundos (para -aórticos , hilio hepático , etc) ● Os linfonodo s podem abs cedar e fistulizar ; ● Lesões líticas sobretudo nas extremidades dos ossos longos ● Febre e emagrecimento ; FORMA DISSEMINADA CRÔNICA ● Ocorre em adultos com + 3 0 anos , principal mente sexo masculino ● Tem evolução longa, geralmente meses. ● É a forma clínica mais comum Caracteriza se pelo envolvimento MUCOSO, GANGLIONAR E PULMONAR; ● Lesões mucosas principalmente de orofaringe e laringe Pele, sobretudo face (lesões ulceradas ou úlceras vegetantes.) A linfonodomegalia 4 cervical é bem comum e faz diagnóstico diferencial com tuberculose ganglionar (linfonodosendurecidos) Pulmões : tosse seca e cansaço aos esforços; ● Rx de tórax costuma mostrar lesões peri-hilares bilaterais com áreas d e fibrose e enfisema que evoluem para todo o parênquima. ● Outros órgãos acometidos: íleo terminal, SNC, suprarrenais , ossos e articulações. Diagnóstico ● 3 a 4 semanas ● Risco biológico 3 ● Exame direto de material colhido : de escarro e LBA (lavado bronco-alveolar ), raspado de lesões cutâneas e mucosas, pus ganglionar . ● Em cortes histológicos, ao exame microscópico apresentam como leveduras arredondadas ou ovaladas e de parede espessa, com duplo contorno e contém uma ou duas vesículas de lípidos no interior do citoplasma; ● Cultura em meio de Sabouraud - glicose a 2% ou meio seletivo com ATB ● Cultivo a 37° em torno de 10 dias surgem colônias de leveduras de cor creme, onduladas e com dobras e reentrâncias, o que lhe dá aspecto cerebriforme. ● A 20° -25° colônias de micélio surgem em 2 a 4 semanas l, desenvolvendo-se lentamente, a parte inferior amarronzada, e ao meio e a parte superior, área de cor branca formada de filamentos; ● Sorologia = PRINCIPAL MÉTODO DIAGNÓSTICO - ELISA e imunodifusão dupla em gel de ágar (A ID tem alta sensibilidade e especificidade). ● Verificamos a roda de LEME e às vezes o sinal do Mickey ● HISTOPATOLÓGICO: granuloma de células epitelióides e células gigantes (multinucleadas) coexistindo com lesões supurativas do fungo. Tratamento ● Sulfametoxazol + trimetropim (principalmente se pacientes com AIDS e IV se graves) ● Itraconazol (muito bom para formas leves a moderadas) ● Fluconazol ; ● A anfotericina B(paciente grave). Referências FACER, R. C.; ENGELKIRKI, P. G.; DUBEN- ENGELKIRKI, J. Burton Microbiologia para as ciências da saúde. 11. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021. MURRAY, P. Microbiologia médica básica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; Elsevier, 2019. TORRES, B. BARBOSA, H. R.; GOMEZ, J. G. C. Microbiologia básica: bacteriologia. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2018 5
Compartilhar