TCC - RAFAEL VITOR L VIANA (fonte 01)

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¹ Aluno do curso de Engenharia Civil da Faculdade Wyden/ taytor31@gmail.com: 
² Orientador do trabalho. Professor da Faculdade Wyden /e-mail: 
ANÁLISE MERCADOLÓGICA DA CONSTRUÇÃO CIVIL: CRISE PANDÊMICA 
MARKET ANALYSIS CIVIL OF CONSTRUCTION: PANDEMIC CRISIS 
 
¹ RAFAEL VITOR LUCIO VIANA 
² JOSÉ HELIO OLIVEIRA SANTOS SOBRINHO 
 
RESUMO 
Nos últimos dias de 2019 foi relatado a descoberta de um vírus que possuiu fator de 
contaminação por vias orais no sul da China, vírus esse que viria a ser conhecido mundialmente 
por COVID-19 quando a OMS instaurou um estado de pandemia assim afetando toda a cadeia 
produtiva mundial fazendo com que setores da economia sofressem com a incerteza de 
mercado, assim como toda a população mundial que sofreou com o vírus mortal. Logo, com a 
chegada do vírus ao Brasil um grande impacto nos investimentos na indústria da construção 
civil foi sentindo assim afetando toda cadeia produtiva negativamente que até então apresentava 
forte crescimento. 
Medidas sanitárias impostas por órgãos governamentais brasileiros, como a ONS, que 
restringiam o convívio social comunitário ou em um ambiente de trabalho serviram para 
diminuir os efeitos de contágio do vírus e garantir a segurança no tocante ao vírus. Contudo, 
medidas essas impuseram limites de atuações nas empresas que afetou toda cadeia produtiva 
nacional assim gerando forte inflação no valor gasto por metro quadrado de uma edificação, a 
exemplo do seguimento R da NBR 12721. 
Portanto, a necessidade de cortes de custos impostas pela crise e modernização dos 
métodos de gerências de obras foram revistos por empresas que facilitaram o trabalho remoto, 
home office, de seus colaboradores quando possível e intensificaram a aderência as ERP, 
Planejamento de Recursos Empresariais, que facilitam na gestão dos materiais fornecidos a 
obras e na geração de demonstrativos financeiros no tocante ao conceito Industria 4.0 
juntamente com o BIM. 
 
 
Palavra-chave: COVID-19; INDUSTRIA; INFLAÇÃO; INSUMOS, BIM. 
 
 
 
 
ABSTRACT 
In the last few days and 2019, the discovery of a virus that had a factor of contamination 
by oral routes was reported in southern China, a virus that would become known worldwide as 
COVID-19 when the WHO established a pandemic state thus affecting the entire chain. 
production, causing sectors of the economy to suffer from market uncertainty, as well as the 
entire world population that suffered from the deadly virus. Soon, with the arrival of the virus 
in Brazil, a great impact on investments in the construction industry was felt, thus affecting the 
entire production chain negatively, which until then had shown strong growth. 
Sanitary measures imposed by Brazilian government bodies, such as the ONS, which 
restricted social interaction in the community or in a work environment, served to reduce the 
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contagion effects of the virus and ensure safety with regard to the virus. However, these 
measures imposed limits on the companies' actions, which affected the entire national 
production chain, thus generating strong inflation in the amount spent per square meter of a 
building, such as the R segment of NBR 12721. 
Therefore, the need for cost cuts imposed by the crisis and the modernization of 
construction management methods were reviewed by companies that facilitated remote work, 
home office, of their employees when possible and intensified adherence to ERP, Business 
Resource Planning, that facilitate the management of materials supplied to works and the 
generation of financial statements regarding the Industry 4.0 concept together with BIM. 
 
KEYWORDS: COVID-19, INDUSTRY, INFLATION, INPUTS, BIM 
 
 
 
 
DATA DE SUBIMIÇÃO DO ARTIGO: / / / 
DATA DE APROVAÇÃO DO ARTIGO: / / / 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Em 19 de março de 2020 fora instaurado pela Organização Mundial de Saúde o estado 
de pandemia devido a um vírus descoberto em dezembro de 2019 na cidade de Wuhan, 
República Popular da China, o vírus em questão se tratava do SARS-CoV-2, sendo 
popularmente conhecido como “coronavírus” ou “COVID-19”. Logo, foram afetados toda 
cadeia de produção devida à dificuldade de fornecimento na fabricação de insumos e 
cerceamento de livre comércio, proibição do livre trânsito de pessoas em algumas regiões do 
mundo, tal prática fora definida como “lockdown”, para combater a proliferação do vírus. 
Por conseguinte, medidas sanitárias aplicadas em obras de construção civil devido a 
decretos municipais e estaduais no Brasil tornara-a um dos setores mais impactados. Logo, 
mesmo tendo a autorização as atividades em canteiros de obras sofreram e toda a cadeia 
produtiva de insumos fora afetada, ocasionando problemas aos empreiteiros e contratantes em 
diversas linhas de seguimentos da indústria. 
Por oportuno, vale ressaltar que a crise pandêmica iniciada em 2020 acelerou o processo 
de digitalização da construção civil, apontando para a ascensão da Indústria 4.0 e o BIM no 
mercado interno brasileiro, logo a necessidade de ser feita a análise da crise pandêmica no ponto 
da indústria da construção civil se dera por meio desta, demonstrando o cenário que antecedeu 
a crise e como a mesma afetou a indústria da construção civil. 
 
 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
O mercado apresentava no primeiro bimestre de 2020 solidez e boas perspectivas para 
o ano, o poder de investimentos das empresas de construção civil estava em seu patamar mais 
alto apontava para um bom crescimento. 
 
2.1 CENÁRIO PRÉ PANDEMIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
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O ano de 2020 apresentava bons indicativos de crescimento como em artigo publicado 
pelo portal Diário do Vale, em 13 de janeiro de 2020, o Sr. José Carlos Martins então presidente 
da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) apontou em um crescimento de 3% 
para aquele ano. (CBIC, 2020). 
A Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) ou também denominado B³ é o principal 
órgão de negociações de empresas de capital aberto do Brasil, as negociações de mercado lá 
efetuadas são a base do Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (IBOVESPA). Logo, as 
negociações provenientes da B³ servem de preâmbulo e apontam para a saúde financeira das 
maiores empresas do Brasil, empresas estrangeiras também compõem o índice, e demonstram 
para o quão forte está um setor da economia brasileira ou se há crise/desaceleração de algum 
setor. (B3, 2022) 
Por conseguinte, o apontamento do Sr. José Carlos Martins estava de acordo com a 
valorização apresentadas das ações listadas em bolsa de valores das maiores construtoras, como 
apresentado no Quadro 01. 
 
Quadro 01: oscilação de papéis 
SIGLA jan/19 abr/19 set/19 jan/20 VARIAÇÃO % 
CYRE3 R$ 13,73 R$ 14,36 R$ 20,08 R$ 27,56 100,73% 
MRVE3 R$ 13,00 R$ 12,58 R$ 15,63 R$ 18,56 42,77% 
TEND3 R$ 18,25 R$ 17,21 R$ 23,93 R$ 34,97 91,62% 
DIRR3 R$ 7,96 R$ 7,13 R$ 10,68 R$ 14,67 84,30% 
JHSF3 R$ 1,72 R$ 2,25 R$ 3,90 R$ 7,33 326,16% 
 
CYRE3: CYRELA BRAZIL REALTY S.A. EMPREENDIMENTOS 
MRVE: MRV ENGENHARIA E PARTICIPACOES AS 
TEND3: CONSTRUTORA TENDA S/A 
DIRR3: DIRECIONAL ENGENHARIA S/A 
JHSF3: JHS F PARTICIPACOES S.A. 
 
Fonte: Adaptado de B², Bolsa de Valores de São Paulo, 2022. 
 
O bom momento expressado pelas construtoras fora convertido em investimento e 
ampliação de suas abrangências de mercado, tendo a JHS F PARTICIPACOES S.A tendo o 
maior destaque entre as apontadas no presente artigo. Como tal, as incorporações e lançamentos 
investimentos nas construções no setor de hotéis e shoppings, para o Sr. Thiago Alonso de 
Oliveira, diretor presidente e de relações com investidores da JHS F PARTICIPACOES S.A: 
"A gente acredita que as pessoas queremviver, trabalhar e consumir cada vez mais próximas de 
onde elas estão. Hoje, é grande o número de pessoas que trabalha nas torres comerciais do Cidade 
Jardim e que não querem abrir mão de estar conectado a um centro comercial com restaurantes 
e lojas que gosta de frequentar". (Thiago Alonso de Oliveira,2020) 
 
 
 
 
 
2.2 PRIMEIROS SINAIS DA PANDEMIA NO MUNDO E NO BRASIL 
Com a chegada do último dia de 2019, 31 dezembro, a Organização Mundial da Saúde 
(OMS) recebeu um alerta referende ao aumento no número de casos de pneumonia no distrito 
de Wuhan na região de Hubei, República Popular da China. Logo, tratava-se de um vírus hora 
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desconhecido que aparentava forte poder de contaminação por vias orais, o mesmo viria a ser 
conhecido como SARS-CoV-2, popularmente conhecido como COVID-19. (OMS,2020). 
No dia 30 de janeiro de 2020, a OMS deferiu que o aumento dos números de casos de 
COVID-19 necessitava de uma maior atenção global das entidades de saúdes, assim o 
apontando como Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) – alerta 
de nível superior como prescrito no Regulamento Sanitário Internacional. Logo após, 11 de 
março de 2020, fora instaurado o estado de pandemia global devido ao aumento nos números 
de infectados e hospitalizados com gravidade em vários continentes do mundo. (OMS,2020). 
Por conseguinte, 20 de abril de 2020 devido ao então crescente de internação por 
COVID-19 diversos governadores e prefeitos impuseram sanções que limitavam as atividades 
de convívio social e comerciais, ações essas que posteriormente seguiriam a recomendação “Nº 
036”, 11 de maio 2020, publicado pela Organização Nacional de Saúde, ONS. O protocolo em 
questão apontava para a não liberação de atividades consideradas não essenciais, que fossem 
adotadas práticas de distanciamento social rigoroso da população, contenção da atividade 
comunitária ou seu bloqueio no município com aceleração nos números de casos de COVID-
19 e com altas taxas de internação devido a complicações da mesma, o bloqueio da atividade 
comunitária viria a ser conhecido como lockdown. (ONS,2020). 
 
3 METODOLOGIA 
Foi feito uma revisão bibliográfica baseado em pesquisas e artigo que abordavam os 
impactos da pandemia dentro do mercado da construção civil, relatórios financeiros de 
empresas e como esses impactos diminuíram suas as receitas e poder de investimento. Logo, 
apontar para a inflação no valor de investimento para a construção civil e apontar as causas para 
o ocorrido aumento, assim demonstrando as soluções para corte de custos em obras de 
construção civil. 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
As dificuldades na indústria da construção civil trouxeram consigo problemas no 
mercado interno e externo de produção de insumos, a crise do COVID-19 não afetaria apenas 
a vida do cidadão comum, sim toda a cadeia produtiva global. 
 
4.1 INFLUÊNCIA DA PANDEMIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
Canteiros de obras são por vezes são localizados em ambientes aberto, porém sua 
abrangência possibilita demasiada interação entres os colaboradores os sujeitando a 
aglomerações, mesmo que eventuais, a Lei Federal nº 6.514/77, de 22 de dezembro de 1977, 
obriga as empresas o uso e fornecimento completo de equipamentos de proteção individual e 
equipamentos de proteção coletiva, EPI e EPC respectivamente, referentes as atividades 
empregadas na construção civil e indústria relacionada. (Brasil, 1977). 
A hora vigente situação de emergência global e limitação da atividade econômica 
trouxeram consigo uma forte incerteza no tocante a várias atividades de engenharia. Logo, 
desvalorização e limitação de investimentos nos setores produtivos da economia nacional, setor 
primário e secundário, foram observadas em virtude da chegado do vírus ao Brasil refletindo 
de imediato nas atividades empenhadas por diversas empresas. 
A então solidez de mercado que era resultante dos bons números advindos de 2019 e do 
primeiro bimestre de 2020 converteu-se em uma crise nunca vivida no mundo desde a quebra 
da bolsa estadunidense em 24 outubro 1929, conhecida posteriormente como Quinta-Feira 
Negra (JEHNIFFER,2022). Desvalorizações ações do setor apresentado Quadro 02. 
 
 
 
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Quadro 02: oscilação de papéis 
SIGLA fev/20 mar/20 abr/20 mai/20 VARIAÇÃO % 
CYRE3 R$ 25,85 R$ 12,24 R$ 13,78 R$ 14,69 -43,17% 
MRVE3 R$ 17,62 R$ 11,06 R$ 13,69 R$ 13,71 -22,19% 
TEND3 R$ 34,27 R$ 20,16 R$ 22,70 R$ 24,51 -28,48% 
DIRR3 R$ 13,50 R$ 7,54 R$ 7,92 R$ 8,60 -36,30% 
JHSF3 R$ 6,51 R$ 3,26 R$ 3,87 R$ 4,45 -31,64% 
 
CYRE3: CYRELA BRAZIL REALTY S.A. EMPREENDIMENTOS E 
MRVE: MRV ENGENHARIA E PARTICIPACOES AS 
TEND3: CONSTRUTORA TENDA S/A 
DIRR3: DIRECIONAL ENGENHARIA S/A 
JHSF3: JHS F PARTICIPACOES S.A. 
 
Fonte: Adaptado de B², Bolsa de Valores de São Paulo, 2022. 
 
As fortes depreciações sofridas nas empresas acimas listadas apontaram para que todo 
um setor até então pujante sofresse com a incerteza de mercado no longo prazo e no curto prazo 
acumulassem prejuízos, a diminuição no valor acionários das empresas expressava a incerteza 
de mercado por parte dos acionistas, logo, as empresas em questão sofreram com a perda do 
seu poder de investimento. (SUNO, 2020). 
Por conseguinte, a época presidente do Brasil Excelentíssimo Jair Messias Bolsonaro 
assinou o Decreto Nº 10.342 de 7 de maio de 2020 que elencava os serviços públicos e as 
atividades essenciais para o país – o decreto viria a ser revogado em 20 maio de 2022. Contudo, 
mesmo havendo a época o referido decreto em 2020 a construção civil fechou o apanhando 
geral do ano com uma redução do seu Produto Interno Bruto (PIB) com um decréscimo de -
2,8% de acordo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo 
(SINDUSCON-SP), mesmo com o fechamento anual negativo o fato de se manter menor que a 
inflação apontava para uma indústria forte (SINDUSCON-SP,2021). 
 
4.2 IMPACTO NA CADEIA PRODUTIVA NO SETOR 
As medidas de distanciamento social afetaram a construção civil impactando na cadeira 
produtiva assim gerando baixa na produtividade dos funcionários e por vezes a paralisação da 
frente de trabalho devido alguma contaminação por COVID-19 aferida entre os colaboradores, 
medida essa que fora adotada para que se evite a proliferação desenfreada do vírus. (CBIC, 
2021) 
Afim de informar e orientar as empresas de diversos setores o Governo do Estado de 
São Paulo (GOV-SP) publicou o “Protocolo de Testagem” que defendia o distanciamento do 
funcionário contaminado do convívio interno da empresa e solicitando que o mesmo mantivesse 
isolamento domiciliar de 14 dias ou apresentasse um laudo que atestava a já não infecção do 
colaborador, em caso que passado os 14 dias de isolamento domiciliar e o colaborador ainda 
apresentasse sintomas seu afastamento das atividades se renovaria por mais 14 dias, assim 
suscetivelmente. Em casos de agravamento independentemente da quantidade de dias, ou se o 
mesmo se aguardar no então chamado “grupo de risco”, ou se o mesmo se sentisse necessidade 
deveria buscar atendimento médico especializado. (GOV-SP,2020). 
A CBIC em virtude de atender as medidas sanitárias no tocante a diminuir a 
contaminação interna dos colaboradores foi lançado o e-book, livro digital, “Recomendações 
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para o ambiente de trabalho na indústria da construção” que apontava para algumas normas que 
pudessem dar segurança aos colaborares (CBIC,2020). A exemplo das recomendações abaixo: 
• A empresa fica responsável em fornecer itens de higienização como água, sabão 
e álcool 70% e informá-los os colaboradores da melhor maneira de realizar sua 
higienização pessoal; 
• As frentes de trabalho devem ser tocadas em área de abertas e ventilados e sem 
barreias que impeçam a circulaçãode ar mantendo respeito as normas de 
segurança; 
• Higienização dos itens a serem utilizados sendo eles de uso individual ou 
coletivo antes e durante a execução das atividades; 
• Favorecer o trabalho remoto aos colaboradores quando possível; 
 
Em meio a1diversas barreiras sanitárias e buscando corte de custos diversa empresas se 
viram obrigadas a modificar a maneira que alguns postos de trabalhos eram preenchidos e a 
forma que os mesmos eram tocados, o home office, nome em inglês para escritório em casa, 
fora adotado para algumas frentes de trabalho, a forma da empresa lidar com o colaborador 
apontava para a chegada da Indústria 4.0 no brasil. 
Já observando para o futuro incerto e para possíveis barreiras sanitárias a Vale S A 
(Vale) no dia 16 de março de 2020 lançou o comunicado a seus acionistas de que suas atividades 
administrativas iriam para o regine Home Office, segundo trimestre de 2021 foi adotado pela 
mesmo um modelo mais flexível permitindo alternância no modo de interação entre os 
funcionários da companhia. (Vale, 2020). Logo, o senhor Eduardo Bartolomeo, presidente da 
Vale S A, explanou acerca da questão: 
"Estamos construindo um novo modelo de trabalho e ele será resultado da contribuição de cada 
um de nós. Seguiremos avançando neste novo formato da Vale que queremos, no qual o bem-
estar e a segurança das pessoas está em primeiro lugar”. (Eduardo Bartolomeo, 2020) 
A medida tomada pela multinacional brasileira Vale serviu não só para atender medidas 
sanitárias como diminuir os custos de operação administrativas da companhia, diminuindo 
assim despesas de escritório como energia, alugues de salas comerciais, logística de transporte 
de colaboradores e etc. (Vale, 2020). 
 
 
4.3 CRISE DE INSUMOS 
As medidas restritivas impostas por ações tomadas por órgãos de controle sanitário no 
tocante ao estado pandêmico provocaram dificuldades de produção a diversos setores da 
construção civil, assim como apontou pesquisa realizada pela CBIC que constatou que o 
principal problema enfrentado por empresários do setor se tratava da escassez ou aumento no 
valor da matéria prima. Portanto, a elevação sofrida nos preços de insumos foi logo observada 
no setor, como expresso no Quadro 03. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COVID-19 vitimou a vida 688.907 brasileiros até a publicação deste artigo (Universidade Johns Hopkins, 2022). 
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Quadro 03: oscilação de insumos SINAPI-MA 
 
 
Fonte: Adaptado de CAIXA, Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices, 2022. 
 
Deste modo, o aumento no valor dos insumos apontou para um cenário de 
encarecimento de obras tendo visto que o valor dos mesmo somados podem ser o maior 
impactante em um uma planilha orçamentaria. Entretanto, problemas externos ou forte 
demanda vindas do exterior podem influenciar no valor no mercado brasileiro, a exemplo do 
minério de ferro negociado em Dalian, China, usado como referência para o mercado 
internacional que sofrera com diversas oscilações em curto período de tempo que com uma 
média de US$ 107,4/t em 2020 fora para seu patamar máximo registro em valor de mercado 
US$ 212,75/t em maio de 2021. (VALE S.A, 2021). 
Alguns insumos sofreram com variações devido ao aumento no valor dos combustíveis 
como gasolina e óleo diesel, a exemplo do cimento, areia e telha ceramica que são suscetíveis 
a tal influencia devido o valor do frete impactar na obtenção dos materiais necessários para suas 
fabricações e a entrega ao cliente final do produto acabado (CBIC, 2020). 
Por conseguinte, a desaceleração sofrida em diversos setores da economia brasileira 
2020 trouxe consigo uma forte inflação no tocante ao Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), 
que sofreu um acumulo anual em 2020 de 4,78%, como apontado pelo Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE). Entretendo, o IPCA acumulado na última série histórica, de 
janeiro de 2019 a setembro de 2022, emitida pelo IBGE fora de 26,06%, tal índice é usado 
como parâmetro para medir a oscilação nos produtos em geral, na construção civil é apontado 
como parâmetro o Custo Unitário Básico de Edificações por metro quadrado construído 
(CUB/m²) dado em moeda corrente, Real (R$), tendo ele como base de dados para o valor dos 
insumos o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices (SINAPI) emitido mensalmente 
pelo IBGE mensalmente e aferido em cada separadamente em cada estado da federação (IBGE, 
2022). 
jan/20 dez/20 ago/21 jan/22 set/22
0,54R$ R$ 0,69 R$ 0,65 R$ 0,60 R$ 0,90 66,67%
0,30R$ R$ 0,51 R$ 0,74 R$ 0,74 R$ 0,77 156,67%
5,35R$ R$ 6,42 R$ 12,88 R$ 11,66 R$ 11,72 119,07%
4,56R$ R$ 5,47 R$ 10,98 R$ 9,94 R$ 9,99 119,08%
3,95R$ R$ 4,74 R$ 9,51 R$ 8,61 R$ 8,65 118,99%
79,47R$ R$ 76,84 R$ 76,84 R$ 80,41 R$ 89,35 12,43%
25,00R$ R$ 47,50 R$ 52,50 R$ 57,50 R$ 65,00 160,00%
1,83R$ R$ 2,24 R$ 2,30 R$ 2,30 R$ 3,29 79,78%
650,00R$ R$ 800,00 R$ 1.040,00 R$ 1.070,00 R$ 1.070,00 64,62%
1,73R$ R$ 2,23 R$ 3,57 R$ 3,70 R$ 2,58 49,13%
COD. = CÓDIGO DO INSUMO NO IBGE - SINAPI
UN = INSUMO UNITÁRIO
KG = QUILO UNITÁIRO DO INSUMO VAR. = VARIAÇÃO PERCENTUAL DO INSUMO
M = METRO DO INSUMO
CABO DE COBRE, FLEXIVEL, 2,5 MM2 (M) 
DESCRIÇÃO DO INSUMO
VALOR DO INSUMO
VAR. %
CIMENTO PORTLAND COMPOSTO CP II-32 
(KG) 
BLOCO CERAMICO (ALVENARIA 
VEDACAO), 6 FUROS, DE 9 X 14 X 19 CM 
(UN) 
AÇO CA-50, 6,3 MM, DOBRADO E 
CORTADO (KG) 
ACO CA-50, 10,0 MM, VERGALHAO (KG) 
ACO CA-50, 12,5 MM OU 16,0 MM, 
VERGALHAO (KG)PEDRA BRITADA N. 0, FORNECEDOR, 
S/FRETE (M3) 
AREIA MEDIA - FORNECEDOR, S/FRETE 
(M3) 
ARGAMASSA COLANTE TIPO ACIII (KG) 
TELHA CERAMICA, TIPO COLONIAL 
C/TRANSPORTE (MIL)
M3 = METRO CUBICO DO INSUMO
MIL = UMA UNIDADE ME MILHAR DO INSUMO
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O custo de uma obra por metro quadrado emitido pelo IBGE leva em consideração 
alguns fatores pré-estabelecidos, se tratando das medidas do valor por metro quadrado de 
projetos de edificação regimentados pelo seguimento “R” da NBR 12721 (ABNT,2006) que 
regulamenta padrões de edificações residenciais unifamiliar e multifamiliar. (IBGE,2022). 
• Residência Padrão Baixo (R1-B): 58,64 m² 
• Residência Padrão Normal (R1-N): 106,44 m² 
• Residência Padrão Alto (R1-A): 224,82 m² 
• Residência Popular (RP1Q): 39,56 m² 
 
Quadro 04: evolução do custo por m² da construção civil 
ÁREAS 
GEOGRÁFICAS 
CUSTOS MÉDIOS (R$/M²) 
VARIAÇÃO % 
2019 2020 2021 2022 
NORTE R$ 1.249,01 R$ 1.370,76 R$ 1.506,36 R$ 1.653,98 32,42% 
NORDESTE R$ 1.141,86 R$ 1.278,01 R$ 1.418,32 R$ 1.556,52 36,31% 
SUDESTE R$ 1.302,06 R$ 1.414,36 R$ 1.572,22 R$ 1.737,19 33,42% 
SUL R$ 1.317,60 R$ 1.431,47 R$ 1.594,85 R$ 1.745,74 32,49% 
CENTRO-OESTE R$ 1.245,82 R$ 1.343,16 R$ 1.503,31 R$ 1.683,10 35,10% 
Fonte: Adaptado de CAIXA, Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices, 2022. 
 
A diferença de variação entre os valores dos insumos catalogados no Quadro 03(pg. 09) 
em comparação com os custos apresentados no Quadro 04 (pg. 10) é observada devido as 
diferenças orçamentárias entre os itens que compõem o segmento R, como despesas 
administrativas, mão de obra, equipamentos e matérias. (ABNT,2006). 
 
4.4 INDUSTRIA 4.0 NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
O termo Industria 4.0 faz referência a quarta revolução industrial, que aponta para a 
aplicação de tecnologias como realidade aumentada, realidade virtual, uso de drone para 
mapeamento, monitoramento remoto de operações por meio de câmeras, sistemas integrados 
de gestão de obra e atividades mesmo que em uma escala global, tal conceito é sinônimo de 
Revolução Industrial a qual se refere a um método de aplicação do trabalho que revoluciona 
toda uma cadeia produtiva que quando atrelado ao conceito Building Information Modeling 
(BIM), conceito que faz referência ao uso de softwares para realização de projetos de 
construção civil e seu acompanhamento assim permitindo maior paridade a exemplo do 
Autodesk Revit, traz aos administradores uma o poder de monitoramento em larga escala e 
podendo interver em atividades remotamente. (TOTVS, 2021) 
Por conseguinte, a necessidade de manter a equipe integrada nas atividades da empresa 
mesmo que remotamente impulsionaram os Enterprise Resource Planning (ERP), o equivalente 
a Planejamento de Recursos Empresariais. Toda via, o ERP se trata de uma ferramenta que 
gerência e monitora processos de produção permitindo a integração de todas as vertentes do 
negócio a ser aplicado, na indústria da construção civil é usado como ferramenta que além de 
possibilitar o controle de matérias adquiridos e fornecidos, pagamento de funcionários e 
terceirizados, planilha orçamentaria como também permite o monitoramento dos recursos 
aplicados na obra e prospecta o em tempo real todo o balanço financeiro da empresa. (TOMÁS 
LIMA, 2022). 
O uso de um software integrador entre diversos departamentos ou frente de trabalho 
possibilita o controle do empreendimento e diminuição de perdas favorecendo a toda a logística 
de uma empresa, como exemplos de ERP’s o sistema TOTVS, palavra em latim para tudo ou 
todos, (TOTVS, 2022). Logo, é possível elencar algumas atividades no ERP: 
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• Departamento de Direção: monitoramento de investimento 
• Departamento Financeiro: controle de pagamentos e recebimento de valores 
• Departamento de compras: realização de aquisições de materiais 
• Almoxarifado: controle de itens de obra adquiridos ou locados 
• Departamento de Recursos Humano: controle de colaborador 
• Departamento Fiscal: emissão e recebimento de notas ficais 
• Gerenciamento de projetos: gestão do orçamento de uma obra 
 
 O uso das EPR’s não está restrito as grandes corporações e sim a toda a indústria da 
construção civil, a exemplo da Obra Prima S/A, dona do ERP Obra Prima, que fornece seu 
sistema a partir de R$ 399,00 anual, o sistema em questão pode ser usado gratuitamente por 
estudantes e professores havendo comprovação de título previa (Obra Prima, 2022). São 
exemplos de EPR’s: Obra Prima, Orçafacil, Totvs, Senge entre outros. 
 
5 ANÁLISE DE RESU LTADOS 
O presente artigo foi elaborado tendo como base resultados financeiros, pesquisas 
bibliográficas, logo a análise desses resultados apontou para uma crise inflacionária no tocante 
a insumos e no valor CUB/m². 
 
5.1 DECLARAÇÃO DOS RESULTADOS 
Em um ambiente de crise nacional a incerteza de mercado prejudicou o avanço da 
construção civil de modo que o poder de investimento das empresas do setor sofreu com a 
retirada de capital financeiro investido, a exemplo a perda de poder de investimento sofridas 
pelas empresas citadas no Quadro 02 (pg. 06), com a retirada do capital as empresas tiveram 
que limitar os gastos assim visando a estabilidade financeira em um ambiente de crise, tão qual 
as medidas sanitárias impactariam a liberdade comercial nacional assim dificultando o 
investimento em atividades caracterizadas como não essenciais. 
Visando a diminuição do número de casos de COVID-19 e o seguimento de normas de 
segurança sanitárias foram empregadas medidas de distanciamento social, destacando-se o uso 
do home office, quando possível, esse método se mostrou eficaz e empresas como a mineradora 
brasileira Vale adotaram o home office para alguns setores de seus negócios. 
O agravamento da crise trouxe problemas de fornecimento e fabricação de insumos que 
inflacionaram o valor dos mesmos rapidamente, assim expresso na Quadro 03(pg. 09), deste 
modo refletiu diretamente no CUB/m². 
Portanto, a COVID-19 impactou toda a indústria da construção civil e forçou-a adaptar-
se-ás mudanças que as normas sanitárias impostas para garantir a não proliferação do vírus 
refletiram diretamente na indústria da construção civil, de modo que a possibilidade de o 
afastamento de um colaborador devido ao contagio da doença não fosse o único dos problemas 
a serrem enfrentados. 
A priori, foi observado que as medias de sanitárias afetaram toda a cadeia produtiva da 
construção civil assim impactando diretamente e criando uma crise inflacionária no setor, assim 
expresso na Quadro 03. Entretanto, o material da amostra da Quadro 03 foi retirado da SINAPI 
– MA desetembro de 2022 de modo que o valor da inflação demonstrada no Quadro em questão 
é limitado ao estado do Maranhão, a Quadro 04 por haver uma abrangência nacional aponta 
para um cenário de hiperinflação e desequilíbrio da indústria, por vezes fatores vindos do 
exterior afetaram a cadeia produtiva e agravaram a crise. 
A possibilidade de manter um controle financeiro com o monitoramento dos materiais 
empregados evitando desperdício ou ociosidade dos equipamentos locados, sem utilidade no 
momento, traz para o investimento uma maior segurança no controle de gastos. Logo, o uso de 
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sistemas ERP refletem em uma melhor capacidade de gestão e com a facilitação do trabalho em 
home office conciliam os cumprimentos de normas sanitárias juntamente da melhora financeira 
da empresa ou ajudam no corte de custos. 
O resultado obtido está de acordo com apresentado por Oliveira (1990), Otero (2000), 
Parisotto (2003) e Marchiori (2009) assim relacionando o a variação no valor de insumos e o 
CUB/m². Da mesma forma que, apontar as normas de controle sanitário afim de diminuir a 
contaminação de COVID-19 e o aumento no valor dos insumos contribuindo de forma direta e 
indireta, respectivamente, para a inflação no valor do CUB/m². 
 
5.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Por fim, os conceitos de gestão empregados por expressos no presente artigo podem ser 
replicando por empreiteiros de pequenos portes assim facilitando todo o controle do 
empreendimento por parte dos gestores ou gestor. 
 
 
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AGRADECIMENTOS 
Aos meus pais, por eles tenho me mantido em grandioso esforço afim de buscar minha 
titulação, aos meus irmãos que tanto me inspiram e que a alegria de suas diplomações deram 
aos nossos pais, a minha avó que embora esteja fisicamente longe de mim, em espírito está 
presente e por ela estou vivendo em ordem e firme a fé em Cristo.