Buscar

A macroeconomia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A macroeconomia 
e os seus instrumentos
Prof. Francisco Duarte
O que é macroeconomia
A Macroeconomia estuda a economia como um todo, analisando a determinação e o comportamento de grandes agregados;
Os grandes agregados macroeconômicos:
Renda e produto nacional;
Nível geral de preços;
Emprego e desemprego;
Estoque de moeda e taxa de juros;
Balanço de pagamentos e taxa de câmbio.
O que é macroeconomia
A Macroeconomia trata o mercado de bens e serviços como um todo (agregando produtos agrícolas, industriais e serviços de transporte, por exemplo), assim como o mercado de trabalho (não se preocupando com diferenças na qualificação, sexo, idade, origem da força de trabalho etc.);
Problemas com essa abordagem: quando consideramos apenas o nível geral de preços, não atentamos devidamente para o comportamento diferenciado das variações de preços de produtos relevantes, como preços agrícolas, construção civil etc;
Vantagem dessa abordagem: permite estabelecer relações entre grandes agregados e, com isso, uma compreensão maior de algumas das interações mais relevantes da economia, entre os mercados de bens e serviços, o “mercado” monetário, financeiro e cambial, e o mercado de trabalho, representando assim importante instrumento para a política e a programação econômica. 
A macroeconomia trata 
de questões de curto prazo
A teoria macroeconômica propriamente dita preocupa-se mais com aspectos de curto prazo, como:
o desemprego, que aparece sempre que a economia está trabalhando abaixo de seu máximo de produção (operando com capacidade ociosa);
a estabilização do nível geral de preços (controle da inflação);
Portanto, a análise de curto prazo avalia fundamentalmente questões conjunturais, como desemprego e inflação.
Ao contrário da teoria do desenvolvimento e crescimento econômico que, além da macroeconomia, aborda questões de longo prazo (estruturais), como:
a qualificação da mão de obra, o progresso tecnológico, a qualidade de vida da população, a distribuição de renda etc.;
os efeitos destas políticas demandam um período maior de tempo para apresentarem resultados, pois exigem mudanças profundas na estrutura econômica e institucional do país. 
Os objetivos da política macroeconômica
A política macroeconômica tem os seguintes objetivos: 
alto nível de emprego; 
distribuição de renda socialmente justa; 
 estabilidade de preços; 
 crescimento econômico.
Alguns textos colocam também como meta o equilíbrio no balanço de pagamentos, ou equilíbrio externo, mas esse não representa um objetivo em si mesmo, mas sim um meio, um instrumento que depende da orientação geral da política econômica determinada pelo governo sobre as metas já assinaladas.
Obj. 1: Alto nível de emprego
Deve-se salientar que, antes da crise mundial dos anos 1930, o desemprego não preocupava a maioria dos economistas, pelo menos nos países capitalistas;
O pensamento liberal, predominante, acreditava que os mercados, sem interferência do Estado, conduziriam a economia ao pleno emprego de seus recursos, ou a seu produto potencial;
De fato, desde a Revolução Industrial, em fins do século XVIII, até o início do século XX, o mundo econômico parece ter funcionado mais ou menos assim;
Entretanto, a evolução da economia mundial trouxe em seu bojo novas variáveis, como o surgimento dos sindicatos de trabalhadores, os grupos econômicos e o desenvolvimento do mercado de capitais e do comércio internacional, de sorte a complicar e trazer incertezas sobre o funcionamento da economia;
A não interferência do governo levou à quebra da Bolsa de Nova York em 1929, e uma crise de desemprego atingiu todos os países do mundo ocidental. 
O nível de emprego: 
a contribuição de Keynes
O livro de John Maynard Keynes, Teoria geral do emprego, dos juros e da moeda, de 1936, teorizou sobre os instrumentos necessários à atuação dos governante em prol da recuperação do nível de emprego potencial das economias ao longo do tempo 
Muitos desses instrumentos já estavam sendo implementados pelos governantes, de forma pragmática, em países como os EUA, a Suécia e o Brasil;
Na verdade, a análise de Keynes praticamente inaugurou a seguinte discussão macroeconômica, que perdura até hoje: 
qual deve ser o grau de intervenção do Estado na economia e em que medida ele deve ser produtor de bens ou serviços?
Obj. 2: A distribuição equitativa da renda
O exemplo do Brasil:
economia brasileira foi a que mais cresceu no mundo desde os anos 1930 até pelo menos a década de 1980.
 Apesar disso, verificou-se uma disparidade muito acentuada de nível de renda, tanto entre diferentes grupos socioeconômicos como entre as regiões brasileiras. 
O caso do milagre econômico (1967-1973):
Governo: com a aceleração do crescimento gerou-se um aumento abrupto da demanda por mão de obra qualificada, que, por ser escassa, obtém ganhos extras relativamente aos trabalhadores menos qualificados (que também tiveram ganhos nesse processo, mas menores que os mais qualificados).
Críticos: a concentração de renda no país piorou nesse período, devido a uma política deliberada do governo de primeiro crescer para depois distribuir (a chamada teoria do bolo). 
Obj. 3: Estabilidade de preços 
Inflação: aumento contínuo e generalizado no nível geral de preços;
Por que a inflação é um problema? a inflação acarreta distorções, principalmente sobre a distribuição da renda, sobre as expectativas dos agentes econômicos, sobre o mercado de capitais, sobre o balanço de pagamentos, e acaba afetando o crescimento econômico do país;
As tentativas dos países em via de desenvolvimento de alcançar estágios mais avançados de crescimento econômico dificilmente se realizam sem que também ocorram, concomitantemente, elevações no nível geral de preços;
O Brasil, por exemplo, experimentou altas taxas de crescimento desde os anos 1930, mas sempre com elevadas taxas de inflação, com o que produziu uma das piores distribuições de renda do mundo, que se reflete até nossos dias.
Necessidade de políticas econômicas que tenham por objetivo a estabilidade do comportamento do nível geral de preços, para um crescimento contínuo e sustentável, com justa distribuição de renda (longe de ser a única razão pela qual temos uma péssima distribuição de renda). 
A estabilidade além da inflação
O governo também precisa garantir que as taxas de juros e as taxas cambiais não apresentem variações expressivas.
Obj. 4: Crescimento Econômico
Quando se fala em crescimento econômico, estamos nos referindo ao crescimento da renda nacional per capita:
ou seja, em colocar à disposição da coletividade uma quantidade de mercadorias e serviços que supere o crescimento populacional;
A renda per capita é considerada um razoável indicador – o mais operacional – para se aferir a melhoria do padrão de vida da população, embora apresente falhas.
Se existe desemprego e capacidade ociosa, pode-se aumentar o produto nacional por meio de políticas econômicas de curto prazo que estimulem a atividade produtiva;
Mas há um limite à quantidade que se pode produzir com a tecnologia e os recursos disponíveis (o chamado produto potencial);
O crescimento econômico 
no longo prazo
Para o crescimento econômico a longo prazo (necessário ao desenvolvimento), é necessário elevar o produto potencial da economia, o que exigirá: 
a) ou um aumento nos recursos disponíveis; 
b) ou um avanço tecnológico, ou seja, melhoria tecnológica, novas maneiras de organizar a produção, qualificação da mão de obra.
Obj. 5: Sustentabilidade socioambiental
Ainda está para se propor uma agenda macroeconômica positiva para as questões ambientais, sobretudo para questão climática;
É interessante notar que os conceitos de incerteza e irreversibilidade, tão caros à teoria Pós-Keynesiana, também são princípios fundamentais dentro da ecologia;
As políticas macroeconômicas não são neutras em relação ao meio ambiente, suas recomendações de políticas impactam os recursos naturais, os níveis de emissão e de poluição; 
A política macroeconômica não deve estar voltada apenas para o manejo da demandaefetiva, com vistas a absorver os fatores de produção desempregados, mas deve criar demanda efetiva em setores e atividades específicos, de baixa pegada ambiental (Alvarenga e Young, 2021). 
Instrumentos de política macroeconômica
A política macroeconômica envolve a atuação do governo sobre a capacidade produtiva (oferta agregada) e as despesas planejadas (demanda agregada).
Os principais instrumentos para atingir tais objetivos são as políticas fiscal, monetária, cambial, comercial, e de rendas.
Política Fiscal
A política fiscal compreende a atuação do governo no que se refere à arrecadação de tributos e aos gastos públicos. Em outras palavras, a política fiscal trata das contas do governo, isto é, dos gastos públicos e da tributação (finanças públicas);
A Política Fiscal Expansiva refere-se ao aumento de gastos governamentais e/ou redução da tributação (carga tributária). A adoção desse tipo de política pode resultar, por exemplo, no aumento do consumo das famílias e dos investimentos, no estímulo às exportações, na inibição das importações mediante imposição de tarifas e barreiras, etc. O impacto da política fiscal expansionista é a ampliação da produção e dos níveis de emprego.
Uma política fiscal expansionista resulta em um aumento no consumo das famílias, nos investimentos e nos gastos públicos. Todavia, o equilíbrio macroeconômico pode ser prejudicado devido ao aumento da inflação e do estoque da dívida pública. O provável aumento dos juros pode retrair o crédito bancário e prejudicar o saldo da balança comercial, restringindo, assim, o estímulo inicial dado à economia. Logo, a política fiscal expansionista afeta algumas importantes variáveis macroeconômicas, mas pode ser ineficaz para alterar o PIB
Política Fiscal
Política Fiscal Restritiva refere-se à redução dos gastos governamentais e/ou aumento da tributação (carga tributária). Ou seja, consiste na adoção de medidas em sentido inverso ao da política fiscal expansionista. A adoção desse tipo de política pode resultar, por exemplo, na redução do consumo das famílias (por ocasião do aumento da tributação). Como consequência, a política fiscal contracionista provoca a redução da produção e dos níveis de emprego.
Uma política fiscal restritiva contribui para controlar a inflação e melhorar as contas públicas. Porém, essa política poderá inibir o consumo das famílias e os investimentos em um primeiro momento, impactando negativamente o PIB. No entanto, com a provável redução da taxa de juros, o crédito bancário fica mais acessível e a balança comercial é impulsionada, contribuindo para o crescimento econômico. Assim, a política fiscal restritiva afeta algumas variáveis macroeconômicas importantes, mas pode ser ineficaz para promover alterações no PIB.
Política Fiscal expansiva na crise 2008: o caso brasileiro
Houve queda do PIB no último trimestre de 2008 e no primeiro de 2009 devido à crise financeira internacional;
O governo busco revertê-la mantendo as medidas que já vinham sendo implementadas desde 2006: aumento das transferências de renda; do salário mínimo e nos investimentos do PAC e da Petrobras;
Implementando medidas temporárias: políticas de desonerações tributárias (redução do Imposto sobre Produtos Industrializados- IPI para automóveis, produtos da linha branca), móveis, materiais de construção, bens de capital etc.); as transferências do governo federal para estados e municípios foram mantidas em 2009 ao mesmo nível de 2008, apesar da queda da arrecadação; o governo ampliou a duração e o valor do seguro-desemprego; 
E medidas duradouras: criou-se duas novas faixas de tributação no Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF), com alíquotas menores para a chamada classe média baixa, e o Programa Minha Casa Minha Vida, a partir do qual o governo federal financiava a construção de moradias populares, subsidiava a entrada e as taxas de juros cobradas de famílias de baixa renda no crédito imobiliário, reduzia impostos e criava uma linha de financiamento para o investimento residencial em áreas urbanas (CARVALHO, 2018). 
Política Fiscal restritiva: o ajuste fiscal proposto por Joaquim Levy em 2015
As medidas de ajuste divulgadas entre o fim de 2014, quando Dilma foi eleita, e o início de 2015, incluíram:
Redução de 58 bilhões de reais nos gastos com o PAC;
Economia de 18 bilhões pela alteração das regras do recebimento do seguro-desemprego, abono salarial e auxílio-doença;
Uma receita adicional de 12,2 bilhões pelo aumento das alíquotas de PIS-Confins e da Cide sobre combustíveis;
Uma arrecadação extra de 5,3 bilhões pela redução de desoneração da folha;
E 5 bilhões pela volta do IPI para veículos (CARVALHO, 2018). 
Política monetária
A política monetária se refere às intervenções governamentais sobre o mercado financeiro, seja atuando ativamente, controlando a oferta de moeda, seja atuando passivamente sobre as taxas de juros;
O mercado monetário atua como um mercado de bens e serviços, em que a mercadoria a ser negociada é a moeda, cujo valor a ser negociado é a taxa de juros (correspondente ao preço no mercado de bens e serviços), a qual depende da demanda por moeda e da oferta de moeda;
No Brasil, cabe ao Banco Central a gestão da política monetária. É essa instituição que controla a capacidade de ajustar a moeda (meios de pagamento) à verdadeira capacidade de absorção da economia, evitando a ocorrência de inflação ou deflação. Por exemplo, o Banco Central pode fazer uso de instrumentos de política monetária para controlar a oferta monetária (base monetária) na economia, adotando uma política monetária expansionista ou recessiva. 
Política monetária
A Política Monetária Expansiva refere-se ao aumento da oferta de moeda (base monetária) na economia, resultando em uma redução da taxa de juros. O impacto da política monetária expansionista é a ampliação da produção e dos níveis de emprego. 
A Política Monetária Restritiva refere-se à redução da oferta de moeda (base monetária) na economia, resultando em um aumento da taxa de juros. Como consequência, a política monetária contracionista provoca a redução da produção e dos níveis de emprego.
Política Monetária Restritiva
Uma política monetária restritiva:
eleva a taxa de juros, o que inibe o consumo das famílias e das empresas (investimento), pois fica mais caro contratar empréstimos; com a redução do consumo, os preços dos bens e serviços ao consumidor tendem a ficar estáveis ou mesmo a cair para atrair mais consumidores. Com isso, espera-se uma redução da taxa de inflação;
os juros altos atraem investidores estrangeiros, que deslocam seu capital de curto prazo em busca de retornos financeiros mais vantajosos; com mais moeda estrangeira em circulação no país, a moeda nacional tende a se valorizar em relação à moeda estrangeira, tornando as exportações brasileiras mais caras e os produtos importados mais baratos, diminuindo, assim, o saldo da balança comercial;
sobre a dívida pública, para financiá-la, o governo emite títulos públicos e paga juros a quem os adquire. Logo, o aumento das taxas de juros prejudica as contas públicas, porque o governo terá de pagar um valor maior a quem detém esses títulos públicos;
Política Monetária Restritiva 
e crescimento econômico
Em relação ao PIB, o aumento das taxas de juros afeta-o de três maneiras: 
ao reduzir o consumo das famílias, a tendência é que a atividade econômica também sofra uma contração;
os investimentos são prejudicados pelo encarecimento do crédito bancário;
ao provocar uma contração no saldo da balança comercial, a elevação das taxas de juros pode contribuir na redução do nível de atividade econômica.
Política Monetária Expansionista
A redução da taxa de juros, resultante de uma política monetária expansionista:
 estimula o consumo das famílias e das empresas (investimento), uma vez que fica mais barato contrair empréstimos. Todavia, essa elevação do crédito costuma ter efeitos negativos na inflação (aumento), pois, com o aumento do consumo das famílias e empresas (investimento), os preços dos produtostendem a subir, caso a expansão da demanda não seja atendida pela oferta de bens e serviços;
os juros mais baixos provocam uma saída de capitais de curto prazo da economia brasileira, uma vez que os investidores estrangeiros irão retirar seu capital e alocá-lo em outro país, buscando, assim, uma margem de retorno mais vantajosa. Em um segundo momento, com menos dólares em circulação na economia, a moeda nacional (Real) tende a se desvalorizar em relação à moeda estrangeira, fazendo com que as exportações brasileiras fiquem mais baratas e os produtos importados mais caros, melhorando o saldo da balança comercial;
com a redução das taxas de juros, o governo pagará um valor menor a quem detém esses títulos, o que favorece as contas públicas.
Política Monetária Expansionista 
e crescimento econômico
Em relação ao PIB:
A redução das taxas de juros e a maior oferta de crédito bancário favorecem a atividade econômica, porque estimulam o consumo das famílias e os investimentos, dois importantes componentes do PIB;
Além disso, ao provocar um aumento no saldo da balança comercial, a redução da taxa de juros contribui para a expansão econômica.
Instrumentos de Política Monetária
São três os principais instrumentos de política monetária: depósitos compulsórios, taxa de redesconto e operações de mercado aberto;
Os depósitos compulsórios são os depósitos que os bancos devem fazer no Banco Central e que correspondem a uma parcela dos depósitos que recebem. Em outras palavras, tratam-se de reservas obrigatórias que os bancos têm de manter em contas no Banco Central:
Ao aumentar o volume de depósitos compulsórios, o Banco Central adota uma política monetária restritiva. Ao passo que a redução do volume de depósitos compulsórios implica na adoção de uma política monetária expansionista.
Instrumentos de Política Monetária
Nas operações de redesconto (ou empréstimo de liquidez), o Banco Central supre, no curto prazo e a uma taxa prefixada (conhecida por taxa de redesconto), necessidades eventuais de caixa dos bancos:
Se essas taxas forem altas, os bancos tomarão cuidado para não correrem o risco de ficar sem reservas em caixa e farão, portanto, menos empréstimos.
Quanto maior a taxa de redesconto, maior será o volume dos encaixes voluntários (reservas voluntárias) que os bancos deverão manter, o que resulta em menos moeda circulando na economia e elevada taxa de juros, caracterizando uma política monetária restritiva.
Instrumentos de Política Monetária
As operações de mercado aberto (open market) são operações em que o governo regula diretamente o volume de oferta monetária na economia. Consistem na compra e venda, pelo Banco Central, de títulos da dívida pública, que são emitidos pelo governo federal (no caso, a emissão é feita pelo Tesouro Nacional):
Se o Banco Central precisar expandir a base monetária, ele recompra os títulos públicos, isto é, tira os títulos públicos da carteira dos bancos e coloca o valor correspondente na conta deles. Dessa forma, os bancos terão mais dinheiro para emprestar e a taxa de juros se reduz, caracterizando, assim, uma política monetária expansionista.
Política Cambial
A política cambial é um tipo de política econômica que se fundamenta, em geral, na administração da taxa de câmbio e no controle das operações cambiais;
No Brasil, a taxa de câmbio é o preço da moeda estrangeira expresso em moeda nacional. Por exemplo, se a taxa de câmbio é de 2 R$/US$, então, para comprar um dólar, é necessário ter 2 reais. 
Um aumento da taxa de câmbio representa uma desvalorização (depreciação) real da moeda nacional, enquanto uma diminuição (redução) da taxa de câmbio representa uma valorização (apreciação) real da moeda nacional.
A política cambial tem influência direta sobre as variáveis ligadas às transações econômico-financeiras de um país com o restante do mundo, tendo impacto direto sobre a política monetária. 
Além da taxa de câmbio, a política cambial compreende também as políticas comerciais e o tratamento ao capital estrangeiro.
Principais instrumentos de Política Cambial
Intervenções no mercado cambial: por meio da administração da taxa de câmbio, assim como controle das operações cambiais;
Políticas comerciais: visam interferir no fluxo de mercadorias e serviços, por meio de fixação de quotas de importação, ou até mesmo de exportação; são regimes de proteção com imposição de tarifa;
Podemos dizer que as barreiras tarifárias são impostos de importação, podendo ser divididas em três tipos: 
Específicas: incidem sobre cada produto, por exemplo, uma tarifa de R$ 200,00 sobre cada tonelada de carne bovina; 
Ad valorem: equivalem a um percentual sobre o valor da mercadoria, por exemplo, 5% sobre o valor da carne bovina; 
 Mistas: combinam as duas características anteriores, por exemplo, R$ 100,00 sobre cada tonelada de carne bovina, mais 2% do valor.
Tratamento ao capital estrangeiro: por meio de condições tanto de remessa quanto de ingresso de lucro.
Tipos de regimes cambiais
Câmbio fixo (ou câmbio administrado): o governo mantém a taxa de câmbio de sua moeda fixa em relação a uma moeda reserva, geralmente o dólar. Para manter a cotação estável, o governo precisa dispor de um grande estoque de moeda estrangeira para intervir no mercado em caso de ataque especulativo. Note que o valor da taxa de câmbio, nesse regime, é determinado pelo governo, daí o nome “câmbio administrado”;
Bandas cambiais: o governo permite a variação das taxas de câmbio dentro de um intervalo chamado banda, tendo um limite superior e outro limite inferior. Quando a cotação foge dos limites da banda, o Banco Central compra ou vende moeda estrangeira para ajustar o valor da taxa de câmbio.
Tipos de regimes cambiais
Câmbio flutuante: nesse regime, é o mercado que determina a cotação a partir da variação da oferta e da demanda de moeda estrangeira, isto é, o mercado cambial. Na prática, porém, os bancos centrais costumam adotar a chamada flutuação suja, ao intervir pontualmente no mercado cambial para evitar a valorização ou desvalorização excessiva de sua moeda. A ação também requer a utilização das reservas internacionais. 
Desvalorização Cambial
Como um aumento da taxa de câmbio (desvalorização real da moeda nacional) impacta as seguintes variáveis: inflação, balança comercial, dívida pública e PIB?
O aumento da taxa de câmbio favorece o setor exportador, o que impulsiona a demanda interna com resultados positivos no consumo e nos investimentos, além de um saldo positivo na balança comercial. Mas, a depender da conjuntura econômica, existe o risco de os preços aumentarem em virtude da inflação dos bens importados e do crescimento da demanda por itens domésticos.
Valorização Cambial
Como uma diminuição da taxa de câmbio (valorização real da moeda nacional) impacta as seguintes variáveis: inflação, balança comercial, dívida pública e PIB?
Ao promover uma diminuição da taxa de câmbio, o governo tem como objetivo usar o câmbio para controlar a inflação. No entanto, uma valorização mais excessiva da moeda nacional pode afetar a atividade econômica, na medida em que impacta negativamente a indústria, a qual sofre a concorrência de produtos importados, inibindo os investimentos nas fábricas, além de prejudicar a balança comercial.

Outros materiais