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Fisiologia - Meninges, ventrículos encefálicos e líquor.

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Catharina Moura Fisiologia: Caso 10, 3º semestre – Medicina | UNIDOM. 
meninges 
 
 
 
 
 
barreira hematoencefálica, plexo 
coroide e líquido cérebrospinal 
Para que os neurônios e as células da glia 
funcionem de maneira adequada, é necessário que 
exista um ambiente especializado. 
Para criar esse ambiente, temos fluídos que 
banham os compartimentos intersticial e cerebrospinal 
e esses líquidos são regulados pelas barreiras 
hematoencefálica e hematoliquórica, 
respectivamente, ou seja, o líquido intersticial no 
sistema nervoso e o líquido cefaloespinal nos espaços 
intraventricular e subaracnóideo são 
compartimentalizados separadamente e a homeostase 
desses líquidos é regulada pelas barreiras 
anteriormente citadas. 
A barreira hematencefálica (BHE) é constituída por 
células endoteliais da microvasculatura encefálica e é 
responsável por regular o movimento de moléculas 
entre os compartimentos sanguíneo e líquido 
intersticial. 
O barreira hematoliquórica, por sua vez, é 
constituída por células epiteliais do plexo coroide, que 
sintetizam e regulam a composição do líquor. 
De forma geral, as barreiras são responsáveis por 
excluir substâncias tóxicas e proteger neurônios dos 
neurotransmissores circulantes. A exclusão seletiva 
pela BHE resulta de propriedades específicas das 
células endoteliais que a constituem, visto que elas 
limitam a difusão passiva de substâncias hidrossolúveis 
do sangue para os compartimentos intersticiais e para 
o LCS. Por isso, muitos metabólitos são transportados 
seletivamente pela superfície das células endoteliais 
encefálicas e epiteliais do plexo coroides. 
 
▪ Barreira hematoencefálica: 
Os pequenos vasos do encéfalo são compostos, 
basicamente, por células endoteliais que revestem de 
forma contínua a superfície luminal dos vasos. Na 
porção externa, adluminal, as células endoteliais se 
relacionam a outras células – pericitos (semelhantes a 
células musculares lisas) e astrócitos perivasculares 
(que estendem projeções que reveste grande parte da 
superfície externa do vaso). 
Mas basicamente, as células endoteliais e as suas 
junções intercelulares são os principais componentes 
da BHE. 
As células endoteliais que constituem a barreira 
são pobres em transportadores vesiculares e não são 
fenestradas, ao invés disso, são conectadas umas as 
outras por arranjos de junções ocludentes, que 
bloqueiam a difusão através das paredes vasculares e 
também conferem alta resistência transendotelial – ou 
seja, ALTAMENTE SELETIVA! 
 
A BHE é permeável de três maneiras, sendo elas: 
(1) por difusão de substâncias lipossolúveis; (2) por 
transporte facilitado mediado por transportadores 
específicos; e (3) por canais iônicos. 
 
*BHE e meningite: 
Em quadros de meningite bacteriana, a BHE 
também é afetada. Fisiologicamente, a barreira é 
impermeável a antibióticos como a penicilina, por 
exemplo. 
Quadros como a meningite e abcessos, juntamente 
com a resposta inflamatória associado a eles, causam 
ruptura parcial da BHE, que se dá principalmente pelo 
acúmulo de eicosanoides vasoativos, citocinas 
inflamatórias, TNF, interleucinas e proteinases, que 
degradam as membranas basais de capilares. 
Essa disfunção na BHE resulta nos efeitos 
neurológicos adversos da meningite, mas também 
favorece a entrada de antibióticos que penetram de 
modo ineficaz pela barreira saudável. 
 
▪ Barreira hematoliquórica: 
O líquido cerebroespinal (LCS) é secretado pelos 
nos ventrículos cerebrais, principalmente pelos plexos 
coroides, redes capilares cercadas por epitélio cuboide 
ou colunar. 
meninges, cavidades do sistema nervoso e líquido cefaloespinal 
Catharina Moura Fisiologia: Caso 10, 3º semestre – Medicina | UNIDOM. 
O líquor flui dos ventrículos laterais pelo forame de 
Monro para dentro do terceiro ventrículo, deste, flui 
para o quarto ventrículo pelo aqueduto de Sylvius e, a 
partir do quarto ventrículo, flui para o espaço 
subarancóideo pelo forame de Magendie-Luschka. 
O espaço subaranóideo situa-se entre a aracnoide 
e a pia-máter, que, junto com a dura-máter, formam 
três camadas de meninges que cobrem o sistema 
nervoso central. 
Dentro desse espaço o líquor flui para baixo, no 
canal medular espinal e também para cima, em direção 
a concavidade do encéfalo. 
O volume total de LCS é estimado em 
aproximadamen- te 140 mL. Sob condições normais, os 
ventrículos laterais e o terceiro ventrículo contêm 
cerca de 12 mL, e o espaço suba- racnóideo medular 
aproximadamente 30 mL, medidos por tomografia 
computadorizada. Os restantes 100 mL estão no 
espaço subaracnóideo e nas cisternas principais do 
encéfalo (p. ex., cisterna magna, cisterna 
mesencefálica). 
O LCS é absorvido por vilosidades e granulações 
aracnoides. As granulações consistem em grupos de 
vilosidades que costumam formar visíveis herniações 
da membrana aracnoide que atravessam a dura-máter 
para dentro da luz dos seios sagitais superiores e outras 
estruturas venosas. 
As granulações parecem funcionar como válvulas 
que proporcionam o fluxo unidirecional do LCS do 
espaço subaracnóideo para dentro do sangue venoso. 
O líquor apresenta algumas funções, dentre elas: 
(1) ajuda a manter constante o ambiente extracelular 
de neurônios e células gliais, (2) é o responsável por 
remover metabólitos danosos ao SNC, (3) atua como 
almofada mecânica contra impactos do calvário ósseo 
durante o movimento da cabeça, (4) permite ao 
encéfalo flutuar, reduzindo o seu peso efetivo para 
menos de 50g, (5) serve como sistema linfático para o 
SNC.

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