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Evolução Histórica do Sistema de Esgotamento Sanitário do Brasil EVOLUÇÃO DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO BRASILEIRO O saneamento passa a ser um serviço mais demandado com o crescimento populacional, quando começam a surgir problemas com relação ao destino de dejetos e com o fornecimento de água. O período colonial, contudo, não consta com muitos registros de obras de saneamento. Elas se resumiam à drenagem de terrenos e instalação de chafarizes. Na época, algumas doenças de veiculação hídrica já eram conhecidas pelos colonizadores e a Europa vivia uma retomada da preocupação com o saneamento básico (ETES SUSTENTAVEIS, 2019). Sobre os serviços de esgoto, até a segunda metade do século XIX, [...] o esgoto era retirado de cada casa de forma semelhante a como hoje é recolhido nosso lixo. Depositado em barris, o material era levado durante a noite e jogado no mar, à beira do cais, ou em fossas cavadas para despejo. Os homens que levavam à cabeça as vasilhas com os dejetos eram chamados de “tigres” , em função da sujeira que escorria dos barris e manchava suas roupas (OLIVEIRA; BORDIN, 2016). As imagens 1 e 2 representam esse período. Imagem 1. Homens tigres Fonte: BBC News Brasil (2019) Imagem 2. Homens tigres despejando os dejetos no mar Fonte: BBC News Brasil (2019) No âmbito em questão, tal precariedade remeteu a um impasse internacional em termos de comércio exterior. Diante dos “riscos de contaminação das tripulações” de seus navios, “as nações europeias ameaçaram retirar os portos brasileiros das suas rotas de atracação”. Nesse ponto, temendo graves prejuízos devido à dependência econômica do http://etes-sustentaveis.org/?p=3931 http://etes-sustentaveis.org/?p=3931 Brasil, o imperador D. Pedro II concluiu que seria necessário elaborar e implantar “sistemas de esgotamento sanitário para os dois principais portos: Rio de Janeiro e São Paulo”. Devido a isso o saneamento ambiental no Brasil entre o final do século XIX e início do século XX, teve um significativo destaque nas obras de esgotamento sanitário (OLIVEIRA; BORDIN, 2016). Em 1879, o engenheiro militar estadunidense George Edwin Waringix projetou “um sistema de esgotos para a cidade de Memphis, no Tennesee, EUA”, que separava as águas residuais domésticas das “vazões pluviais”, denominado “Sistema Separador Absoluto” . Em que o esgoto é coletado na área urbana de forma independente e levado a estação de tratamento. No ano de 1912, por meio do engenheiro civil Francisco Saturnino Rodrigues de Brito , tal mecanismo foi difundido no Brasil, passando “a ser adotado obrigatoriamente no país” (OLIVEIRA; BORDIN, 2016). Na região paranaense, o desenvolvimento dos serviços de água e esgoto esteve exclusivamente voltado à cidade de Curitiba até o final do século XIX. Na virada do século XX, concomitantemente, os serviços de água e esgoto para o município passaram a ficar sob a responsabilidade do governo do Estado do Paraná, numa sistêmica perspectiva de expansão desses ofícios para além da capital paranaense (SCHUSTER, 1994). Uma das primeiras ações de saneamento na capital paranaense foi a criação de um parque, denominado “Passeio Público” (nome mantido até hoje), parque este que visava a drenar as áreas alagadiças da região, reduzindo a proliferação de vetores (mosquitos e pernilongos) de doenças (OLIVEIRA; BORDIN, 2016). No século XXI, obteve-se um pequeno avanço, apesar do aumento de recursos federais destinados ao saneamento (R$ 8,9 bilhões/ano entre 2007 e 2015), a expansão da cobertura dos serviços de água e esgotos tem se mostrado tímida e não corresponde às expectativas do setor. Pode-se observar no gráfico abaixo a evolução do sistema de rede de água e de esgoto no período de 1972 a 2007. Os números apresentam mudanças pequenas em relação aos relatórios divulgados nos últimos anos. Para se ter uma ideia, em 2010 o percentual de brasileiros abastecidos com água potável era de 81,1% – ou seja, o crescimento em sete anos foi de apenas 2,4% –, enquanto a coleta de esgoto subiu 6,2% e o tratamento do esgoto evoluiu 9,8% – em 2010 eram 46,2% e 37,8% respectivamente (BARROS, 2017). Evolução dos serviços de saneamento básico no Brasil. Fonte: Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos – 2017. CONCLUSÃO Fonte: Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos – 2017. Barros (2017) cita alguns obstáculos que o crescimento expressivo do saneamento sofre. Como a falta de planejamento adequado, o volume insuficiente de investimentos, deficiência na gestão das companhias de saneamento e a baixa qualidade técnica dos projetos e a dificuldade para obter financiamentos e licenças para as obras. REFERENCIAS https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/TDs_Ipea_Cepal/tdcepal_047.pdf http://goinggreen.com.br/2019/03/18/saneamento-basico-apresenta-evolucao-mas-cenario- ainda-e-preocupante/ https://www.eosconsultores.com.br/historia-saneamento-basico-e-tratamento-de-agua-e- esgoto/ https://etes-sustentaveis.org/historia-saneamento-brasil/ https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/TDs_Ipea_Cepal/tdcepal_047.pdf http://goinggreen.com.br/2019/03/18/saneamento-basico-apresenta-evolucao-mas-cenario-ainda-e-preocupante/ http://goinggreen.com.br/2019/03/18/saneamento-basico-apresenta-evolucao-mas-cenario-ainda-e-preocupante/ https://www.eosconsultores.com.br/historia-saneamento-basico-e-tratamento-de-agua-e-esgoto/ https://www.eosconsultores.com.br/historia-saneamento-basico-e-tratamento-de-agua-e-esgoto/ https://etes-sustentaveis.org/historia-saneamento-brasil/ O CAMPO SOCIAL “ÁGUA E ESGOTO”: INDICADORES SOBRE A EXPERIÊNCIA BRASILEIRA. PDF https://www.bbc.com/portuguese/brasil-50526902 SCHUSTER, Z. L. L. (1994). Sanepar ano30: resgate da memória do saneamento básico do Paraná. Curitiba: Logos Press. https://www.bbc.com/portuguese/brasil-50526902