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Subclínico: quando ocorre antes da próxima falha menstrual; Clínico: quando ocorre após gravidez confirmada pela dosagem de beta-hCG ou US. Ocorre entre 10 e 15% das gestações diagnosticadas. Incompetência istmocervical; Miomas; Malformações uterinas; Sinéquias uterinas. Insuficiência lútea; Doenças da tireoide; Diabetes mellitus insulino-dependente; Síndrome de ovários policísticos. Segundo a OMS, abortamento é definido como a interrupção da gestação com feto com idade gestacional inferior a 20 semanas ou pesando menos de 500 gramas. Abortamento se refere ao processo, enquanto aborto consiste no produto eliminado. O abortamento pode ser: As anormalidades cromossômicas são as causas mais comuns de abortamento. Respondem por cerca de 50 a 80% dos abortamentos espontâneos clínicos ou subclínicos, sendo as aneuploidias a causa mais frequente. As trissomias são as aneuploidias mais encontradas em casos de abortamento. As anormalidades cromossômicas decorrem de fertilização por gametas anormais, de fertilização anômala ou de irregularidades na divisão embrionária. São mais comuns em mulheres com a idade avançada, possivelmente pela ausência de regulação dos fatores que regulam a meiose, o que levaria a um aumento de oócitos aneuploides. As principais anormalidades anatômicas citadas como causadoras do abortamento são: As principais doenças endócrinas que se associam ao abortamento são: ABORTAMENTO Amanda Vieira Sampaio - Medicina UFMA PHO Rubéola; Parvovirose; Citomegalovirose; Listeriose; Herpes simples; Hepatite B; HIV; Infecção do Trato Urinário (ITU); Infecções ascendentes, principalmente vaginoses, clamídia e gonorreia; Sífilis; Toxoplasmose; Malária. Idade materna avançada; Uso de álcool; Trauma; Tabagismo; Uso de cocaína; Malformações uterinas; No grupo de distúrbios imunológicos, destaca-se a Síndrome Antifosfolipídeo (SAF), uma trombofilia autoimune associada a tromboses arteriais e venosas. As manifestações clínicas, além de abortamentos espontâneos de repetição, incluem tromboses venosas (2/3 dos casos) e arteriais (1/3 dos casos), trombose microvascular e vegetações cardíacas. A trombose venosa profunda consiste na manifestação trombótica mais comum da doença. Os episódios de abortamento habitual ocorrem com maior frequência no primeiro trimestre. Nas pacientes que preenchem os critérios diagnósticos de SAF a partir de eventos obstétricos, ou seja, nunca apresentaram trombose arterial ou venosa, o tratamento recomendado é feito com AAS 100 mg/dia e heparina em doses profiláticas (0,5 mg/kg uma vez ao dia). Nas pacientes com história anterior de trombose, a profilaxia de novos eventos deve ser realizada com AAS 100 mg/dia e doses terapêuticas de heparina não fracionada ou de baixo peso molecular, como a enoxaparina 1 mg/kg cada 12 horas. Os principais processos infecciosos que poderiam levar ao abortamento são: Fatores de risco para o abortamento: Medicações - misoprostol, retinoides, metotrexato; Abortamento espontâneo prévio; Radiação em altas doses; Obesidade. Abortamento precoce: interrupção da gestação até a 12ª semana gestacional; Abortamento tardio: quando ocorre após a 12ª semana gestacional. Abortamento habitual: ocorrência de três ou mais episódios consecutivos de abortamento. Sua importância reside na etiologia, visto que pode se distinguir daquela dos abortamentos esporádicos; Abortamento esporádico: quando não preenche os requisitos do abortamento habitual. APRESENTAÇÕES CLÍNICAS E CONDUTAS Quanto à Idade Gestacional de Ocorrência: Quanto à Periodicidade: AMEAÇA DE ABORTAMENTO O quadro é de uma paciente com sangramento vaginal de pequena intensidade associado a cólicas leves ou ausentes. O colo, no entanto, persiste fechado, a vitalidade ovular está preservada e o tamanho uterino é compatível com a idade gestacional. Os valores do beta-hCG encontram-se dentro da normalidade. À US, não há alterações significativas, o saco gestacional encontra-se íntegro e, caso já seja possível visualizar o embrião, os batimentos cardíacos estarão presentes. Deve-se indicar repouso relativo (apesar de não haver comprovações do seu real benefício), abstinência sexual, prescrever antiespasmódicos, se necessário, e dar apoio psicológico. ABORTAMENTO Amanda Vieira Sampaio - Medicina UFMA PHO ABORTAMENTO INEVITÁVEL Considera-se uma progressão da ameaça de abortamento. Não foi expelido ainda nenhum material pelo colo, mas é certo de ocorrer o abortamento. Caracteriza-se, portanto, pela presença de um ovo íntegro, porém inviável. Ao exame, o colo do útero está aberto e a bolsa amniótica pode estar herniada pelo canal cervical. Há presença de sangramento vaginal, que pode ser intenso, e dor em cólica cíclica em baixo ventre e região lombar. O volume uterino pode ocasionalmente ser incompatível com o período gestacional. O valor do beta-hCG normalmente se encontra positivo, porém diminuído e decrescente. A conduta poderá ser conservadora, aguardando a possibilidade de expulsão completa, ou o esvaziamento uterino. Esta última conduta é preferível principalmente em gestações mais avançadas. ABORTAMENTO COMPLETO Neste caso, já ocorreu a expulsão espontânea e total do feto e dos anexos. Clinicamente, caracteriza-se pela parada ou diminuição súbita do sangramento e das cólicas, sendo mais frequente antes de oito semanas de gestação. Ao toque, o útero encontra-se contraído, pequeno para a idade gestacional e com o colo fechado. Na anamnese, a paciente ocasionalmente é capaz de referir eliminação de material amorfo pela vagina. A condura se restringe ao encaminhamento da paciente para acompanhamento ambulatorial. Quando a infecção é limitada à cavidade uterina e miométrio, a febre normalmente é baixa, com a paciente em bom estado geral, apresentando dores discretas e contínuas com algumas cólicas. Não há sinais de abdome agudo e o sangramento é escasso; Quando a infecção abrange o miométrio, paramétrio, anexos e peritônio pélvico, o sangramento normalmente está associado a um líquido de odor fétido, devido à presença de anaeróbios. A febre geralmente é alta (maior que 39°C), acompanhada de taquicardia, desidratação, paresia intestinal, anemia, dores constantes e espontâneas com defesa à palpação pélvica. O útero encontra-se amolecido, com redução da mobilidade e colo entreaberto, e o toque vaginal é muito dificultado pela presença da dor. ABORTAMENTO INCOMPLETO Dois quadros clínicos distintos são compatíveis com o diagnóstico: abortamento incompleto com colo fechado e abortamento incompleto com colo aberto. Em alguns casos, percebe-se a presença de material ovular ao toque e o colo aberto, com sangramento moderado e cólicas moderadas. É aquele caso em que a paciente chega ao atendimento eliminando o material, porém ainda não o fez por completo, também chamado por alguns de abortamento em curso. Contrariamente, em alguns casos, ocorre a eliminação quase total dos produtos ovulares. As cólicas e o sangramento regridem susbtancialmente e o diagnóstico é realizado exclusivamente pelo encontro de restos ovulares à US. Em ambos os casos, o útero é menor do que o esperado para a idade gestacional e a conduta deve ser o esvazimento uterino. A dosagem de beta-hCG é normalmente negativa. ABORTAMENTO INFECTADO (OU SÉPTICO) É uma complicação do abortamento incompleto, associada frequentemente à manipulação da cavidade uterina em tentativas de provocar o abortamento. Inicia-se pela endometrite e, se não tratada adequadamente, pode progredir para peritonite, choque séptico, insuficiência renal, coagulopatia, síndrome de angústica respiratória e morte materna. À US, observam-se imagens de restos ovulares e/ou de coleções purulentas no fundo de saco de Douglas. ABORTAMENTO Amanda Vieira Sampaio - Medicina UFMA PHO Primário - quando todas as gestações se interromperam; Secundário - quando as interrupções consecutivas foram antecedidas porgestações a termo. O tratamento deve ser iniciado pela internação hospitalar, com monitoração dos sinais vitais, correção da volemia e avaliação do estado hemodinâmico, do sistema de coagulação e da extensão do processo infeccioso. O esquema preferencial de tratamento é a associação da gentamicina com a clindamicina por sete a dez dias. Ampicilina 1 g 6/6h EV + Gentamicina 240 mg 24/24h EV + Clindamicina 900 mg 8/8h. Após instituição da antibioticoterapia, deve-se proceder ao esvaziamento uterino, sempre com administração de ocitocina antes e durante o procedimento, para diminuir o risco de perfuração uterina. ABORTAMENTO RETIDO Consiste na interrupção da gravidez com retenção do ovo morto por dias ou semanas, não havendo um consenso sobre o tempo exato. Pode ocorrer pequeno sangramento vaginal, o colo está fechado, mas em geral a paciente é assintomática. Caracteriza-se por gressão dos sintomas da gravidez, como sonolência, náuseas, polaciúria e sialorreia. O volume uterino se estabiliza ou involui. O diagnóstico é realizado pela US de rotina no pré-natal, que identifica irregularidade do saco gestacional, alterações da vesícula vitelínica e ausência de atividade cardíaca embrionária. Deve-se repetir o exame 15 dias após a realização do primeiro para confirmação diagnóstica, caso a estimativa da idade gestacional seja menor que sete semanas. Em USG transvaginal, a ausência de batimento cardíaco em embrião com comprimento cabeça-nádega ≥ 7 mm indica interrupção da gestação. ABORTAMENTO HABITUAL OU RECORRENTE Caracteriza-se pela ocorrência de três ou mais episódios consecutivos de abortamento espontâneo. Pode ser classificado em: Aneuploidias; Doenças cromossomiais; Anormalidade anatômicas do útero, como útero septado, didelfo, bicorno, etc.; Incompetência istmocervical; Doenças da tireoide; Diabetes mellitus; Insuficiência do corpo lúteo (questionável); Síndrome antifosfolipídeo; Trombofilias hereditárias (questionável); SOP. Dentre as causas de abortamento, as que mais frequentemente levam ao abortamento habitual são: ABORTAMENTO Amanda Vieira Sampaio - Medicina UFMA PHO
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