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XI EPCC Anais Eletrônico 29 e 30 de outubro de 2019 A FISIOTERAPIA PÉLVICA NA INCONTINÊNCIA URINÁRIA FEMININA Maria Milena Calsavara¹, Heloisa Silva Alvares², Larissa Bianchi Ilhéu³ Kelley Cristina Coelho4 1Acadêmica do curso de Fisioterapia do Centro Universitário de Maringá- UNICESUMAR. Programa de Iniciação Científica da Unicesumar (PIC). mariamilena323@gmail.com ² Acadêmica do curso de Fisioterapia do Centro Universitário de Maringá- UNICESUMAR. Programa de Iniciação Científica da Unicesumar (PIC). heloisaalvares06@hotmail.com ³ Acadêmica do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário de Maringá - UNICESUMAR. Programa de Iniciação Científica da UniCesumar (PIC). larissailheu@gmail.com 4 Orientadora, Profa. Ms. Do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Centro Universitário de Maringá- UNICESUMAR. kelley.coelho@unicesumar.edu.br RESUMO Introdução: A incontinência urinária é caracterizada pela perda involuntária de urina, podendo ocorrer em diversas situações. O tipo mais comum é a incontinência urinária de esforço, que associado a prática de atividade física, afeta a pressão intra-abdominal e fraqueza do assoalho pélvico. O objetivo principal desta pesquisa será avaliar a eficácia da fisioterapia pélvica como forma de tratamento para incontinência urinária feminina. Metodologia: A pesquisa será realizada na clínica de Fisioterapia da Unicesumar. Participarão desta pesquisa 10 voluntárias que possuem incontinência urinária de esforço, entre 18 a 60 anos. As pacientes serão submetidas ao tratamento utilizando o Sistema de Biofeedback e Eletromiografia Uro- endovaginal, através do aparelho Miotool da Miotec®. Esperamos que o tratamento fisioterapêutico utilizando esse método, possa promover o fortalecimento do assoalho pélvico, assim melhorando a qualidade de vida dos indivíduos pesquisados e diminuir o quadro de incontinência urinária. PALAVRAS-CHAVE: Biofeedback; Eletromiografia; Fisioterapia; Incontinência Urinária; Saúde da Mulher. 1 INTRODUÇÃO A incontinência urinária (IU) é uma doença de origem multifatorial que atinge milhões de indivíduos, de todas as idades, independente do sexo. Caracterizada pela perda involuntária de urina, podendo ocorrer em diversas situações, quando a musculatura do assoalho pélvico não funciona adequadamente. Levando a uma alteração na qualidade de vida do indivíduo, e gerando desconforto social e higiênico (COSTA & SANTOS, 2012). O tipo mais comum encontrado é a incontinência urinária de esforço (IUE), definida pela Sociedade Internacional de Continência como a queixa involuntária de perda de urina no esforço físico, tosse ou espirro. Identificada pela perda de urina, através da uretra, causada por um aumento da pressão abdominal (MORENO, 2009). A micção compreende duas fases: enchimento e esvaziamento da bexiga. No período da fase de enchimento, ocorre o relaxamento do músculo detrusor e contração do esfíncter externo da uretra. Essa mensagem será levada pelo nervo pudendo para o centro pontino da micção, no qual acontecerá a interpretação desse estimulo e irá mandar uma resposta parassimpática via nervo pélvico que vai derivar na contração do músculo detrusor e relaxamento do esfíncter externo da uretra, como resultado ocorre a eliminação XI EPCC Anais Eletrônico 29 e 30 de outubro de 2019 da urina (fase de esvaziamento). Para ter uma micção adequada, as vias neurológicas desde os nervos periféricos até a região medular, com a ponte e córtex cerebral devem estar íntegros. Como também associados aos fatores intrínsecos (tônus basal) e extrínsecos (MAP) na fase de enchimento proporcionará o fechamento uretral mantendo a continência (MORENO, 2009). A prática de atividades físicas é definida, segundo Caspersen (1985) como qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que resulta em gasto energético maior do que os níveis de repouso. A repetição da prática de atividade física, com exercícios de contração abdominal máxima e saltos, afeta a pressão intra-abdominal e associada a fraqueza do assoalho pélvico, pode gerar a IUE (SILVA ET AL., 2016). A fisioterapia uroginecológica atua no tratamento da IU, promovendo o fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico (MAP) e melhorando o quadro de incontinência urinária por esforço. Para a Sociedade Internacional de Continência a fisioterapia uroginecológica é vista como a primeira opção para o tratamento, devido ao baixo custo e efetividade na melhora da perda de urina. Por meio de recursos terapêuticos, tal como o biofeedback. O biofeedback perineal é um dos procedimentos mais utilizados na reabilitação da musculatura pélvica, esse procedimento consiste em um retrocontrole biológico, que permite a conscientização objetiva de uma função fisiológica inconsciente. Tal conscientização muscular é obtida por meio da utilização de um sinal sonoro e/ou visual. Podendo utilizar o biofeedback através do exame eletromiográfico (EMG); que exige potencial de ação para desencadear um movimento. Nos dois casos, a curva de contração perineal deverá ser linear, quantificável e compreensível. (BARACHO, 2014) No registro EMG, são registradas as frequências fisiológicas (entre 10 e 1.000 Hz), pois as outras frequências são eliminadas por filtragem analógica e digital. É importante salientar que o biofeedback eletromiográfico não é uma medida de forca, e sim uma ferramenta, e tem como objetivo dar informações adicionais ao terapeuta, como, fornecer informações preciosas sobre as condições da inervação e a utilização temporal e espacial das unidades motoras no processo de reeducação muscular. (BARACHO, 2014) Deve-se avaliar também o tempo de ativação mioelétrica durante o comando da contração e do relaxamento, observando as rampas de subida e descida, detectando se os movimentos estão temporais ou com atraso. Se estiverem alteradas, podem estar ocorrendo problemas funcionais importantes para o paciente, no que diz respeito ao fechamento vesicoesfincteriano ou no relaxamento das estruturas (BARACHO, 2014). Sob a hipótese da ação da fisioterapia uroginecológica, em pacientes com incontinência urinária, surge o questionamento se o tratamento com o biofeedback através do aparelho Miotool da Miotec® pode melhorar o fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico e a melhorar o quadro de incontinência urinária por esforço. 2 MATERIAIS E MÉTODOS Será realizada uma intervenção com 10 participantes classificadas com incontinência urinária de esforço, entre 18 a 60 anos. Utilizaremos um critério de inclusão com os seguintes requisitos: Pacientes do sexo feminino, idade entre 18-60 anos, portador de incontinência urinária por esforço. E critérios de exclusão: Pacientes fora da faixa etária estabelecida, apresentar outro tipo de incontinência urinária, distúrbios que dificultem a compreensão dos comandos durante o tratamento, gestantes e que não tenham condições de realizar os exercícios do programa de intervenção. XI EPCC Anais Eletrônico 29 e 30 de outubro de 2019 Após a aprovação do comitê de ética em pesquisa, os voluntários assinaram o termo de Consentimento Livre e Esclarecimento (TCLE), e serão submetidos à avaliação, individual e invasiva. Utilizando recursos como: Avaliação Funcional do Aparelho Pélvico (AFA), que determina o nível de incontinência com uma pontuação. A Eletromiografia através do software Miograph, para mensuração mais precisa da ativação das fibras musculares e da força. O biofeedback perineal que consiste em um equipamento, que é capaz de fornecer uma resposta visual e/ou sonora para mostrar a força muscular do MAP, e proporcionar diferentes respostas fisiológicas. Pad Test que tem como objetivo avaliar o grau da incontinência urinária, feito com base no peso de um absorvente íntimo. Como também o preenchimento do questionário King´s Health Questionnaire (KHQ) que irá avaliar a qualidade devida das paciente com IU. Depois da avaliação, os pacientes serão submetidos ao tratamento fisioterapêutico com o aparelho Miotool da Miotec® realizado, na Clínica de Fisioterapia, da Unicesumar. No tratamento fisioterapêutico será utilizado o software Biotrainer (software de biofeedback) tornando mais consciente as ações musculares. Realizando a contração e reeducação da musculatura. O equipamento faz a captação dos sinais musculares enviando o biofeedback visual e sonoro para o paciente e o terapeuta. O paciente é motivado pelo terapeuta e pelo equipamento. O protocolo de tratamento será através de jogos com eletrodos endovaginais. (MIOTEC, 2008). Totalizando dez sessões, com duração de 40 minutos, sendo duas vezes por semana. 3 RESULTADOS ESPERADOS Esperamos que o tratamento fisioterapêutico utilizando o Biofeedback associado a Eletromiografia Uro- Endovaginal (Miotool), possa promover o fortalecimento do assoalho pélvico, melhorando a qualidade de vida dos indivíduos pesquisados e diminuindo o quadro de incontinência urinária por esforço. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Até a data de submissão deste projeto, não foi iniciado o tratamento e não possuímos uma conclusão sobre a eficiência do Biofeedback através do aparelho Miotool da Miotec® no tratamento da incontinência urinária de esforço. REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, M. T. et. al.; Correlação entre as queixas de incontinência urinária de esforço e o pad test de uma hora em mulheres na pós-menopausa. Ver. Bras. Ginecol. Obstet. Vol.33. Rio de Janeiro Fev. 2011; BARACHO, Elza. Fisioterapia aplicada à saúde da mulher 5.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,2014 p. 243-254; XI EPCC Anais Eletrônico 29 e 30 de outubro de 2019 COSTA, A.P.; SANTOS, F.D.R.P. Abordagem da fisioterapia no tratamento da incontinência urinária de esforço: revisão da literatura. Revista femina. Rio de Janeiro, maço 2012| vol.40 | nº 2. Disponível em: < http://files.bvs.br/upload/S/0100- 7254/2012/v40n2/a3090.pdf > acesso em: 20 de março de 2019; KORELO, Raciele Ivandra Guarda et. al.; Influência do fortalecimento abdominal na função perineal, associado ou não à orientação de contração do assoalho pélvico, em nulíparas ISSN 0103-5150 Fisioter. Mov., Curitiba, v. 24, n. 1, p. 75-85, jan./mar. 2011 Licenciado sob uma Licença Creative Commons; MIOTEC – EQUIPAMENTOS BIOMÉDICOS. Miotool. Disponível em: < https://www.miotec.com.br/produto-miotool/ > acesso em: 19 de junho de 2019; MORENO, A. L. Fisioterapia em Uroginecologia. 2ª edição revisada e ampliada. Barueri, SP: Manole, 2009; ORTINIZ, O. C., NUNEZ, F. C., IBANEZ, G. Evaluación funcional del piso pelviano femenino (clasificación funcional). Bol Soc Latinoameric Urogenecol Cir. Vaginal. 1996,1;5-9; PINHEIRO, Brenda de Figueiredo et. al.; Fisioterapia para consciência perineal: uma comparação entre as cinesioterapias com toque digital e com auxílio do biofeedback. ISSN 0103-5150 Fisioter. Mov., Curitiba, v. 25, n. 3, p. 639-648, jul./set. 2012 Licenciado sob uma Licença Creative Commons; SILVA, G. R. et. al.; Influência de exercícios ativos livres e de alto impacto no fortalecimento da musculatura pélvica. Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 14, n. 1, p. 393-402, jan./jul. 2016; TAMANINI, José T. N. et. al.; Validação do "King's Health Questionnaire" para o português em mulheres com incontinência urinária. Revista Saúde Pública, 2003;37(2), p.203-11; http://files.bvs.br/upload/S/0100-7254/2012/v40n2/a3090.pdf http://files.bvs.br/upload/S/0100-7254/2012/v40n2/a3090.pdf XI EPCC Anais Eletrônico 29 e 30 de outubro de 2019
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