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PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO PRINCIPAIS PESQUISADORES Sigmund Freud Jean Piaget Henri Wallon Lev Vygotsky Teorias da aprendizagem correntes teóricas Processo de ensino e aprendizagem Princípios da Aprendiza

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24 
 
estratégias que venham a sanar as dificuldades enfrentadas. 
A Psicologia da Aprendizagem estuda o complexo processo pelo qual as 
formas de pensar e os conhecimentos existentes numa sociedade são apropriados 
pela criança. Para que se possa entender esse processo é necessário reconhecer a 
natureza social da aprendizagem. Como já foi dito, as operações cognitivas (aquelas 
envolvidas no processo de conhecer) são sempre ativamente construídas na interação 
com outros indivíduos. 
Reconhece-se, dessa maneira, que as pessoas, em especial as crianças, 
aprendem através de ações partilhadas mediadas pela linguagem e pela instrução. 
Portanto, a interação entre adultos e crianças, e entre crianças, é fundamental na 
aprendizagem. A Psicologia da Aprendizagem, aplicada à educação e ao ensino, 
busca mostrar como, através da interação entre professor e alunos, é possível a 
aquisição do saber e da cultura acumulados (ANTUNES, 2003). 
Nesse processo, o papel do professor torna-se fundamental procurando 
estruturar condições para ocorrência de interações professor-alunos-objeto de estudo, 
que proporcionem a apropriação do conhecimento. De maneira geral, portanto, essa 
visão de aprendizagem reconhece tanto a natureza social da aquisição do 
conhecimento como o papel preponderante que nela tem o adulto. Estas 
considerações, em conjunto, têm sérias implicações para a educação: procede-se na 
aprendizagem, do social para o individual, através de sucessivos estágios de 
internalização, com o auxílio de adultos ou de companheiros mais experientes. 
Quando inserido no processo de ensino-aprendizagem, em especial na sala de 
aula, o professor poderá vir a assumir vários papéis sociais. A Psicologia da 
Educação, após longos anos de pesquisa a respeito deste assunto, identificou alguns 
papéis claros, assumidos por professores em seu trabalho diário junto a uma classe 
de alunos. 
 
3 PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO: PRINCIPAIS PESQUISADORES 
Em meio à lógica racionalista do século XIX, a psicologia tomou seus primeiros 
contornos enquanto ciência, inicialmente, desenvolvendo seus estudos com base em 
observações sistemáticas e com a criação de métodos experimentais, ambos com 
 
25 
 
isenção de pressupostos, por meio do distanciamento de conhecimentos do senso 
comum, e objetivando a verificação de manifestações puramente externas 
(VYGOTSKY, 2000) 
Até o final do século XIX, a psicologia se relacionou com a educação através 
da filosofia, sendo esta relação geradora de conceitos psicológicos sobre o 
desenvolvimento dos processos educativos viáveis para a formação da base da 
psicologia da educação. A filosofia influenciou diretamente os modos de elaboração 
de intervenções da psicologia em ambiente educativo, particularmente em ambiente 
escolar. 
Essas concepções iniciais foram ponto de partida para muitos teóricos 
despertarem seus interesses e desenvolverem de maneira mais aprofundada suas 
teorias. Dentre esses teóricos se destacam Sigmund Freud, Jean Piaget, Henri Wallon 
e Levy Vygotsky, autores cujos estudos contribuíram diretamente para a área da 
educação. 
3.1 Sigmund Freud (1856-1938) 
Reconhecido como pai da teoria psicanalítica, inovou o campo teórico da 
ciência psicológica ao aderir o corpo biológico ao funcionamento da mente. Ou seja, 
a partir de sua visão enquanto fisiologista, Freud buscou conexões entre os 
pensamentos neurológicos e pensamentos filosóficos. Em suas pesquisas, Freud 
referiu sobre o funcionamento da sexualidade humana, entendendo-a como 
influenciadora dos processos mentais e criando, dessa maneira, as teorias 
psicossexuais. 
As teorias psicossexuais de Freud foram pioneiras em atribuir o conceito de 
sexualidade ainda nas primeiras fases do desenvolvimento humano e colaboraram de 
maneira significativa para a educação, ao entender o funcionamento psíquico em três 
setores: o inconsciente ou id, relacionado aos desejos, motivações e impulsos 
primitivos, inerente a todos os seres e estruturante dos demais setores; o pré-
consciente ou superego, relacionado à constituição de valores morais e culturais, 
atuando como uma censura; o consciente ou ego, relacionado ao modo de interagir 
com a realidade do contexto, buscando equilíbrio entre a realização dos desejos mais 
primitivos com sua adequada expressão ao ambiente (FREUD, 1997). 
 
26 
 
3.2 Jean Piaget (1896-1980) 
Também desenvolveu sua visão sobre a educação baseada em estágios do 
desenvolvimento, indo do que chamou de período sensório motor – entre o 
nascimento até os dois anos de idade – ao período operatório abstrato – dos doze 
anos de idade em diante. Piaget referiu especial importância à interação da criança 
com seus pares, com seu professor e com a escola, ambiente responsável por 
proporcionar uma ampliação dos processos de assimilação, mediante a promoção de 
atividades que estimulem e desafiem, motivando a aprendizagem por meio de 
desequilíbrios e reequilíbrios de maneira ininterrupta. Dessa forma, o sujeito, na visão 
de Piaget, é um elemento ativo que busca compreender o contexto em que está 
inserido, construindo problematizações constantes sobre sua noção singular de 
mundo e buscando perceber, também, sua influência nesse contexto. 
Piaget propõe uma ideia de sujeito intelectualmente ativo, que observa, 
questiona, compara, classifica, ordena, constrói e reconstrói hipóteses. Assim, na 
visão piagetiana, a educação deve promover uma composição de sujeitos inventivos, 
criativos e criadores em busca de autonomia e desenvolvimento contínuo e constante. 
Dessa forma, a escola é um ambiente que pode ofertar, para além dos conteúdos, 
uma possibilidade de conceber novas maneiras de aprender (Figura 1). 
 
 
Figura 1. O ambiente escolar pode propiciar o aprendizado além dos conteúdos. 
Fonte: www.elevaplataforma.com.br/ 
https://blog.elevaplataforma.com.br/metodologia-de-ensino/
 
27 
 
3.3 Henri Wallon (1879-1962) 
Militante em essência, coordenou um projeto, o Langevin-Wallon, que propunha 
uma educação com garantias de direitos e reconhecimento da afetividade no processo 
de aprendizado. Wallon fez referências ao copo orgânico, afetivo e social, com forte 
respeito às emoções na aprendizagem, estruturando suas teorias em quatro bases: o 
movimento, referindo-se à liberdade de expressão corporal como conector para a 
assimilação do conhecimento; a afetividade, com seu conteúdo emocional, por meio 
da percepção e da elaboração das emoções; a inteligência, como processo a ser 
estimulado em consonância ao modo de ser e estar no mundo; e a formação do “Eu”, 
como ser constituído e constituinte no contexto no qual está inserido e no mundo 
(FREUD, 1997). 
Na visão de Wallon, as emoções são elementos essenciais para o 
desenvolvimento do sujeito, pois são sinalizadoras de desejo, contentamento e 
disponibilidade do ser em busca de ampliação de conhecimentos acerca do mundo e 
de si. Por isso, ao processo de aprendizagem não poderia estar aderido à reprovação 
escolar, pois a reprovação representava exclusão, negação e expulsão. 
As teorias wallonianas, ou teorias socioafetivas, referem-se a um sincretismo 
dialético, no qual concepções diferentes podem se agregar, promovendo conflitos; são 
justamente esses conflitos fundamentais para o desenvolvimento da aprendizagem e 
do intelecto. Aspectos como esses atribuíram uma noção de humanização da 
educação às teorias de Wallon. 
3.4 Lev Vygotsky (1896-1934) 
Apesar de não ter realizado formação em psicologia e embora tenha tido uma 
vida breve, foi um dos maiores colaboradores para a psicologia do século XX, sendo 
o inspirador dos primeiros estudos da psicologia cultural-histórica. Chegou a produzir 
cerca de duzentas obras, nas quais seu objeto de maior interesse foi o 
desenvolvimento mental dos sujeitos e, por isso, concedia especial importância ao 
conteúdo das propostas pedagógicas. 
Na teoria de Vygotsky, os signos e a linguagem simbólicasão instrumentos de 
mediação entre o universo interno do sujeito e a realidade. Para Vygotsky, a 
aprendizagem se desenvolve desde o nascimento, pois, em seu entendimento, os 
 
28 
 
sujeitos só despertam seu desenvolvimento conforme aprendem. A partir dessa teoria, 
o modo como cada sujeito aprende tem relação, também, com a disponibilidade do 
apoio educacional. Assim, em suas obras, Vygotsky relaciona os conceitos e as 
tarefas que a criança consegue assimilar sozinha como zona de desenvolvimento real, 
e os que a criança não realiza sozinha, mas desempenha quando instruída e 
ensinada, como zona de desenvolvimento proximal, defendendo que a prática 
educativa deve atuar como mediadora e facilitadora desses desenvolvimentos 
(FREUD, 1997). 
3.5 Teorias da aprendizagem: correntes teóricas 
A aprendizagem, como movimento integral e incessante de contínuo 
desenvolvimento, inerente a todos os seres ao logo de sua trajetória de vida, eclode 
globalmente com amplo espectro de influência individual ou coletiva. Aprender é 
reflexo de relações criadas com o contexto, conforme seus aspectos afetivos e 
possibilidades de criação com o social. Dessa maneira, cada sujeito tem, em si, um 
processo único para o desenvolvimento da aprendizagem (ALLPORT, 1973). 
A aprendizagem se desenrola conforme a subjetividade do viver de cada sujeito 
e se manifesta em um tempo determinado por ocorrências especificas de cada existir. 
Os conhecimentos produzidos pelo processo de aprendizagem, bem como os modos 
de assimilação e fixação desses conhecimentos, e ainda qual é a posição do sujeito 
diante desse processo, são alguns dos questionamentos que alguns teóricos 
utilizaram para desenvolver as teorias de aprendizagem. 
As teorias de aprendizagem são provenientes de duas teorias base da ciência 
psicológica: o inatismo, que designa o objeto como fonte do conhecimento, 
estabelecendo para a aquisição e apreensão da aprendizagem os níveis de 
pensamento, ou seja, todas as características básicas para o desenvolvimento da 
aprendizagem estão presentes no sujeito antes mesmo de seu nascimento, por meio 
de uma transferência hereditária; e o empirismo, que tem como base o aprendizado 
promovido pela experiência com o ambiente, potencializando o modo como o sujeito 
percebe esses estímulos ambientais, dos mais simples aos mais complexos. 
As teorias de aprendizagem são modelos que organizam padrões para 
viabilizar a explicação acerca do modo como os sujeitos aprendem e não 
 
29 
 
necessariamente como a mente funciona, mas compreendendo um entendimento 
sobre seu desenvolvimento biopsicossocial. Dentre as principais sustentações 
teóricas em teorias da aprendizagem, é possível destacar, a partir das bases da 
ciência psicológica, o racionalismo e o ambientalismo. 
O ambientalismo, também conhecido como empirismo ou associacionismo, 
teve sua sustentação nas teorias de John Locke (1632-1704), filósofo inglês 
reconhecido como criador do liberalismo. Constituiu o conceito de “tábula rasa”, no 
qual refere que todos os sujeitos nascem com sua capacidade de sentir e perceber, 
imprimindo as experiências sensório-motoras a partir dessa base fundamental. Outro 
teórico que é referência para o ambientalismo é David Hume (1711-1776), que discute 
a construção do conhecimento por meio da interação do sujeito com o ambiente, 
percebido através dos cinco sentidos, de modo que, a partir disso, nenhum 
conhecimento se construiria sem passar pelos sentidos. 
Esses conceitos iniciais do ambientalismo deram origem ao behaviorismo ou 
comportamentalismo, do russo Ivan Pavlov (1848-1958) e do americano John Watson 
(1878-1958), trazendo o conceito de que estímulos do ambiente geram respostas. O 
behaviorismo entrou na educação por Burrhus Skinner (1904-1989), que, a partir de 
seus experimentos, propôs que a aprendizagem está relacionada aos estímulos que 
gerarão respostas, que podem ser determinadas ou encaminhadas por reforço 
positivo ou reforço negativo, promovendo o processo de condicionamento e, por 
consequência, o comportamento complexo, com a combinação de uma série de 
condutas simples. Por exemplo, ao caminhar, inicialmente o bebê aprende a firmar o 
abdômen e as costas, em seguida, aprende a sentar, para, então, arrastar-se ou tentar 
erguer-se e, por fim, caminhar; ou seja, ações simples condicionadas pela repetição 
e pelo reforço positivo do ambiente, como o incentivo dos pais ou cuidador, que ao 
insistirem em produzir mais comportamentos simples, levam ao caminhar, que se 
constitui como um comportamento complexo (ALLPORT, 1973). 
 
30 
 
 
Fonte: www.opas.org.br/ 
 
Para o behaviorismo, o papel do educador é o de estimulador, como um 
treinador que se disponibiliza de modo a oferecer estímulos que gerem situações que 
promovam assimilação da aprendizagem. As aulas são sucessões de estímulos que 
objetivam transformar uma resposta zero, sem reação, incondicionada, ou seja, com 
reação que não necessita de aprendizagem ou resposta instintiva, em resposta 
condicionada, que é uma reação produzida após percepção de estímulos que levam 
a uma aprendizagem. A avaliação, para o behaviorismo, desenvolve-se em função da 
resposta certa condicionada para o estímulo correspondente. (ALLPORT, 1973). 
Outro ponto de destaque para o behaviorismo é com relação ao conceito de 
livre arbítrio. Para o behaviorismo, livre arbítrio é um mito, uma ilusão, é inexistente, 
pois todas as respostas são geradas a partir de um estímulo do ambiente, assim como 
o modo de ser individual de cada pessoa; portanto, os sujeitos são modelados 
inteiramente pelo ambiente exterior. 
Dessa maneira, para o behaviorismo, com a alteração do ambiente as 
emoções, os pensamentos e comportamentos são alterados, de modo que o ambiente 
determina a natureza humana. Não é a natureza, mas o ambiente que influi sobre o 
modo de ser dos sujeitos. Da mesma maneira, conceitos como bom e ruim, bonito e 
feito são determinados pelo ambiente; por exemplo: em uma região onde a pimenta é 
o tempero principal das refeições, os sujeitos se acostumam com refeições bastante 
apimentadas, mas, em regiões não acostumadas com este tempero, a pimenta pode 
ser insuportável para o paladar. 
 
31 
 
O racionalismo, ancorado nas ideias do inatismo e do teórico René Descartes 
(1596-1650), com seu discurso do método, não potencializa a importância dos 
sentidos para o desenvolvimento do conhecimento, que só se enfatiza a partir de 
evidências. Assim, as influências do ambiente pouco têm a ver com o modo de 
aprender. 
O racionalismo é uma corrente filosófica que teve seu início marcado pela 
definição de raciocínio e da aprendizagem, não meramente como uma operação 
sensorial, mas sim como uma operação mental, discursiva e lógica que utiliza uma ou 
mais proposições para extrair conclusões, ou seja, forma conjunturas sobre se uma 
ou outra proposição é verdadeira, falsa ou provável. 
Do racionalismo, emergiu o nativismo ou apriorismo, teoria que refere o 
conhecimento como fruto da herança genética do sujeito. A partir dessa teoria, surgiu 
o interacionismo ou construtivismo, teoria do conhecimento que visualiza o sujeito 
histórico e cultural em constante interação. O interacionismo, sob a ótica dos estudos 
aprofundados a partir de Jean Piaget, foi reconhecido como interacionismo 
cognitivista. O interacionismo sociointeracionista teve sua conceituação com base nos 
estudos de Vygotsky, ambos com entendimento sobre o sujeito implicado pela busca 
de sentido e significados no mundo (ALLPORT, 1973). 
É possível pensar em uma dicotomia entre racionalismo e ambientalismo 
quando observamos que as teorias racionalistas desenvolvem seu foco no pensar e o 
ambientalismo tem foco no sentir. No entanto, percebemos também similaridades: 
tanto para os ambientalistas quanto para os racionalistas, são as experiências com o 
ambiente que geraram aquisição de conhecimento,ou seja, as condições do meio 
influenciam o desenvolvimento. No entanto, a diferença está no modo de compreender 
a devolução do sujeito para o ambiente. Dessa forma, a Figura 2, a seguir mostra uma 
ilustração dessas teorias. 
 
32 
 
 
3.6 Processo de ensino e aprendizagem 
A aprendizagem é compreendida como processo que tende a oportunizar o 
desenvolvimento intelectual e a ampliação da consciência. Assim, a aprendizagem 
não está vinculada somente à condição física, como idade cronológica, experiência 
ou atributos intelectuais, mas se conecta diretamente com a formulação de estratégias 
mentais que viabilizem a estruturação e o planejamento para aquisição de 
conhecimento (ZOIA, 2009). 
A partir dessa perspectiva, as teorias de aprendizagem auxiliam os educadores 
a compreender como o processo de ensino se relaciona com a aprendizagem. Isto é, 
as teorias de aprendizagem promovem sustentação ao método de ensino utilizado, 
permitindo a visualização do aprendizado a partir da aplicação de estratégias 
educacionais. 
O processo de ensino se ampara nas teorias de aprendizagem para perceber 
como o sujeito aprende, considerando sua singularidade referente a tempo, forma e 
ritmo. Além disso, o processo de ensino busca perceber aspectos emocionais, como 
motivação e identificação com a aprendizagem. 
Dentre os modelos teóricos sustentados nas teorias da aprendizagem que 
 
33 
 
produzem mais significação sobre o processo de ensino e aprendizagem, podemos 
destacar: o comportamentalismo ou behaviorismo; o construtivismo; e o 
socioconstrutivismo. 
O comportamentalismo ou behaviorismo se sustenta no ambientalismo e 
produziu seus estudos para a aprendizagem com base nas pesquisas do psicólogo 
americano Skinner. Seus pressupostos se baseiam no condicionamento dos 
comportamentos, com o objetivo de promover uma modelagem nos sujeitos. Dessa 
maneira, o processo de ensino e aprendizagem para esta abordagem teórica se 
estrutura com a proposta de estímulos e recompensas, mediados pela resposta a 
esses estímulos, para o alcance de um resultado almejado. 
O conceito âncora para essa abordagem teórica é o estímulo-resposta. Assim, 
o ensino se constitui em meio aos conteúdos transmitidos e mediados pelo educador. 
Os educadores, assim como o conteúdo didático, têm papel fundamental, pois são os 
detentores do conhecimento ofertado. Nesse sentido, para essa abordagem, o papel 
do aluno se restringe a absorver o conhecimento, por meio da memorização pela 
repetição. 
O construtivismo foi constituído a partir das ideias de Piaget, com suas teorias 
sobre os estágios do desenvolvimento e da aprendizagem. Piaget não desenvolveu 
um método de aprendizagem em seus escritos, mas suas teorias geraram 
sustentação para outros teóricos, dentre os quais está Emília Ferreiro, com pesquisas 
sobre a aquisição da escrita e da leitura em crianças (ZOIA, 2009). 
Essa concepção teórica entende que o sujeito aprende quando em interação 
com o ambiente, sendo essa aprendizagem mediada por sua capacidade de absorver 
e processar as percepções geradas em si mesmo. Ou seja, o ensino se transmite em 
meio aos processamentos sensoriais e cognitivos, indo além da disposição dos 
conteúdos, provocando uma ampliação de ideias em meio à estimulação para a 
exploração do mundo em busca por respostas. 
O educador é um observador que busca explorar como os conhecimentos são 
absorvidos para, em seguida, disponibilizar elementos que provoquem o aluno. Assim, 
o aluno tem parte essencial em seu aprendizado, pois, de maneira ativa, constrói seu 
saber; a aprendizagem se desenvolve a partir das vivências e experiências (ZOIA, 
2009). 
O socioconstrutivismo é uma abordagem teórica desenvolvida a partir dos 
 
34 
 
estudos de Vygotsky. A aprendizagem, para esse modelo, acontece em meio a uma 
relação dialética entre o sujeito e o contexto social. Dessa maneira, o ambiente 
modifica o sujeito tanto quanto é modificado por ele. Assim, todo aprendizado é 
mediado pela interação entre sujeito, educador e contexto social (VYGOTSKY, 2000). 
O educador tem o papel de captar o desenvolvimento das estruturas mentais e 
buscar meios de promover qualidade mediante a assimilação da aprendizagem. O 
ensino deve preceder ao que os sujeitos ainda não conseguem desenvolver sozinhos 
ou não percebem como fazer. O foco dessa abordagem está na mediação, na 
interação, na relação. 
O educador atua como facilitador entre o aluno, os conhecimentos prévios 
desse aluno e a aprendizagem que necessita ser desenvolvida. O aluno aprende ao 
observar o meio, assimilando seus conhecimentos e gerenciando novas 
aprendizagens na interação com outros. 
3.7 Princípios da Aprendizagem 
1º princípio: “universalidade” - a aprendizagem é coextensiva à própria vida, 
ocorre durante todo o desenvolvimento do indivíduo. Na vida humana a aprendizagem 
se inicia antes do nascimento e se prolonga até a morte. 
2º princípio: a aprendizagem é um processo constante/contínuo. 
3º princípio: “gradatividade” - A aprendizagem é gradual, isto é, aprende-se 
pouco a pouco. 
4º princípio: “processo pessoal/individual” - cada indivíduo tem seu ritmo 
próprio de aprendizagem (ritmo biológico) que, aliado ao seu esquema próprio de 
ação, irá constituir sua individualidade. Por isso, tem fundo genético e também 
ambiental, dependendo de vários fatores: dos esquemas de ação inatos do indivíduo; 
do estágio de maturação de seu sistema nervoso; de seu tipo psicológico 
constitucional (introvertido ou extrovertido); de seu grau de envolvimento; além das 
questões ambientais. 
5º princípio: “processo cumulativo” - as novas aprendizagens do indivíduo 
dependem de suas experiências anteriores. As primeiras aprendizagens servem de 
pré-requisitos para as subsequentes. Cada nova aprendizagem vai se juntar ao 
repertório de conhecimentos e de experiências que o indivíduo já possui, indo

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