Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
01 CURSO DE COMPLEMENTAÇÃO PEDAGÓGICA Coordenação Pedagógica – IBRA DISCIPLINA HISTÓRIA DAS AMÉRICAS E ÁFRICA UNIDADE 1 – HISTÓRIA DAS AMÉRICAS 1. Fatos Gerais 3 2. Antiguidade na América: Povos Pré-Colombianos 5 Civilização Maia 5 Civilização Asteca 11 Civilização Inca 17 Resumo 25 3. Referências Bibliográficas 27 3 1. Fatos Gerais Fonte: Veja.abril1 o período pré-colombiano as populações a dominarem demograficamente o território americano, contudo, antes dos europeus, constituíram como os índios, dos quais diferentes civilizações se tornaram icônicas, e atualmente é interessam aos arqueólogos. Uma de muitas delas, os Maias, desenvolveu-se e obteve o seu ápice na região que presentemente é o sul do México, e sua história apresenta um período de mais de 3.000 anos. Na época Clássica dessa sociedade se deu entre o final do século III ao século IX. “Os aspectos religiosos da cultura Maia eram fortemente ligados à astronomia, e os estudos astronômicos, por sua utilidade, influenciavam várias outras práticas, como, por exemplo, a agricultura. Talvez os Maias sejam justamente famosos pelo seu sistema de calendários. Uma das referências mais importantes para a compreensão dos estudos arqueológicos em sítios Maias é o Códice Dresden, o qual referência datas de eclipses.” (SALLES, 2018). Bem como em diversas culturas, o desenvolvimento da astronomia aconteceu fortemente ligado ao da matemática, e os Maias foram um dos muitos que a desenvolveram, sendo que possuía dois sistemas numéricos, um utilizado pela alta classe, disseminado pelos religiosos, e outro utilizado pelas demais pessoas. 1 Retirado em http://veja.abril.com.br N 4 “Outro povo a florescer nas américas foi o dos Anasazi, contando com vestígios que datam do ano 500, e desenvolvimento arquitetônico que, ao final do ano 1.000 construía casas de pedra com significativa complexidade, e possuía rotas comercias e que ligavam o território do atual México com territórios norte-americanos como Arizona, Novo México e Utah. Após o colapso da civilização Anasazi, diversas outras tribos se originaram desta, como os Zuni, que, em 1680, participaram de revoltas contra os espanhóis, e até hoje vivem nas mesmas áreas de seus antepassados. Diversas culturas, por todo o território americano, floresceram antes da chegada dos europeus. Algumas destas possuíam alta complexidade cultural e social em diversas áreas, como as mencionadas acima, e muitas outras. O homem europeu, ao chegar às Américas, não se deparou com povos primitivos, mas sim com culturas altamente ricas e desenvolvidas.” (SALLES, 2018). Além disso, temos que o desenvolvimento da agricultura das sociedades Pré-Colombianas pode se conferir ao dos europeu, porquanto esta era já empregada há mais de 7000 anos, fundamentada nas culturas de milho, abóbora e feijão, todos advindos da América, juntamente com a mandioca, que era cultivada nas áreas de floresta tropical. O desenvolvimento de outros plantios foi limitado, porquanto poucos eram os animais domesticáveis e que se apresentavam ao trabalho para ajudar na preparação da terra e transporte. Antiguidade na América: Povos Pré-Colombianos Fonte: Incrível Historia2 Civilização Maia ua origem é advinda da América do Norte. Sua localização exata se encontrava na Península de Yucatán e suas adjacência por volta de 900 a.C. A área sustada pode ser desconexa em duas regiões, as terras Altas, compostas pelas áreas atualmente conhecidas como Guatemala e El Salvador. Já as terras Baixas, compostas pelas áreas conhecidas com Guatemala, México e Península de Yucatán. O processo de organismo da civilização Maia é desmembrado em dois períodos, o primeiro acontece entre 317 e 987 d. C. e o segundo acontece entre 987 e 1697 d. C. Estas datas são assinaladas por meio dos conhecimentos já viventes sobre a civilização. “Primeira Fase: os Maias foram influenciados pelas culturas: izapa e olmeca. 2 Retirado em http:incrivelhistoria.com.br S 6 Assim já possuíam o conhecimento de construção de templos e pirâmides. Edificaram grandes cidades como Palenque, Pedra Negra e Tekal, consideradas as cidades mais importantes. A partir de 731 d.C. tem-se início um grande processo de expansão, o que levou os Maias a dominar toda a Península de Yucatán e a um fantástico florescimento cultural. Segunda Fase: é representada pelo apogeu e pela decadência da civilização Maia. Nesta segunda fase os Maias sofreram novas influências vindas do Norte (Região do México), o que levou às cidades Maias a se desenvolverem mais, passando de centros religiosos as cidades estruturadas militarmente.” (PERDIGÃO, 2006). Fonte: http://www.pinterest.pt 7 Note que no desenvolvimento dos Maia destacam-se três cidades: Chicenitza, Mayapan e Uxnal. Em 1004 é formada por estas cidades a Confederação Maia, depois a confederação, dezenas de cidades constituíram- se nos dois séculos posteriores, suscitando um acrescentamento no poder político da Confederação. “Entre os séculos X e XI as três principais cidades entram em guerra, na qual Mayapan sai vitoriosa. Mayapan exerce uma hegemonia sustentada pelo militarismo. Várias revoltas explodem na região, levando Mayapan, em 1441, a ser incendiada. As guerras acabam gerando êxodo urbano nas grandes cidades. A decadência dos Maias é gerada principalmente pelo declínio da agricultura, mas outros fatores com, lutas internas, catástrofes naturais (terremotos, epidemias etc.) e guerras externas foram influências para a decadência Maia. Quando os europeus chegaram, em 1559, os sinais do enfraquecimento era evidente e tornaram fácil a conquista. Tayasal foi a última cidade Maia a ser tomada pelos europeus em 1697.” (PERDI-GÃO, 2006). Veja que as cidades Estados que os Maias edificaram não era um Estado unificado e centralizado. Contudo, na verdade era que as cidades que se destacavam pela as suas importâncias, desempenhavam o controle sobre as vilas, aldeias e regiões próximas. Logo, a grandiosidade da sociedade maia foi arquitetada com o trabalho de uma população ajuizada e disciplinada. A organização social era intransigente. Haviam três camadas sociais. A camada mais elevada era a da família real, dos ocupantes dos basilares postos do governo e dos comerciantes; Na segunda camada jaziam os servidores do Estado, como os inspetores de impostos, os responsáveis pela defesa e os dirigentes das cerimônias; Na última camada jaziam os trabalhadores braçais e os agricultores. “O grupo social mais poderoso, o dos sacerdotes, monopolizava a escrita e os conhecimentos científicos, principalmente a astronomia e a matemática. Os maias acreditavam que o destino da humanidade era regido pelos deuses, por isso a religião esteve presente em todas as atividades culturais do povo. Eles desenvolveram um sistema próprio de escrita, até hoje quase indecifrável, baseava-se na representação de objetos e ideias. Sabe-se que possuía alto grau de abstração.” (PERDI- GÃO, 2006). 8 Escrita Maia Cidade maia Assim, as cidades eram comumente controladas por famílias e tinham autonomia política e econômica. Não obstante, a unidade constituída na Conferencia Maia, a regra era a disputa em meio às cidades por independência, novas terras, tributos, matéria-prima etc. A economia maia era, em grande parte, proveniente da agricultura. 9 “Economia e Sociedade: sua economia era baseada na agricultura, que tecnologicamente era primitiva, porém sua produtividade é grande, principalmente de milho (principal base alimentar). Essa produção gerava excedentes, assim era possível deslocar um grande contingente para asconstruções de templos, pirâmides, reservatórios de água etc. Os Maias eram obrigados a realizarem o rodízio das terras, pois estas eram pouco férteis, assim poderiam então garantir a fertilidade delas por até 8 ou 10 anos antes de passarem para outra área cada vez mais distante das aldeias e cidades.” (PERDIGÃO, 2006). A religião era a alicerce da sociedade Maia, ela autenticava o poder conferidos por famílias: TEO-CRÁTICO: Ahaucan (supremo sacerdote): tinha o poder de recomendar os sacerdotes, conduzia as cerimônias, recebia tributos e deliberava sobre as coisas do Estado. Existia sacerdotes com cargos específicos como adivinhadores, os escribas e os designados dos sacrifícios etc. Halach Uinic (chefe supremo): o cargo é hereditário, o chefe mantinha uma serie de altos funcionários como administrantes e magistrados (Batab), administradores militares (Nacom), polícia (Tupil) etc. Os díspares escalões da burocracia e do sacerdócio constituíam maior ou menor status social. Mazehualob (camponeses e artesãos): compugnavam a maior parte da população, pagavam impostos, trabalhavam nas construções e moravam afastadas dos centros. Putunes (grandes mercadores): faziam parte de um grupo marginalizado pelos Maias e aguentavam pressão dos povos nativos da região do atual México, com o tempo auferiram status e seriedade por causa das suas atividades: comércio de penas, mantas, produtos agrícolas, mel, cera, cerâmica, sal e produtos artísticos etc. Pintura Maia 10 Já os escravos: comumente eram espólios de guerra, trabalhavam para um senhor, contudo não trabalhavam na produção. Note que, os avançados conhecimentos que os maias tinham sobre astronomia (eclipses solares e oscilações dos planetas) e matemática lhes deixaram criar um calendário cíclico de extraordinária precisão. Na verdade, são dois calendários justapostos: o tzolkin, de 260 dias, e o haab de 365. “O haab era dividido em dezoito meses de vinte dias, mais cinco dias livres. Para datar os acontecimentos utilizavam a "conta curta", de 256 anos, ou então a "conta longa" que principiava no início da era maia. Além disso, determinaram com notável exatidão o ano lunar, a trajetória de Vênus e o ano solar (365, 242 dias).” (PERDIGÃO, 2006). Logo, inventaram um código de numeração com base 20 e incluíam a noção do número zero, cujo atribuíram um símbolo. Os maias empregavam uma escrita hieroglífica que embora não foi totalmente decifrada. “A arte maia expressa-se, sobretudo, na arquitetura e na escultura. Suas monumentais construções - como a torre de Palenque, o observatório astronômico de El Caracol ou os palácios e pirâmides de Chichén Itzá, Palenque, Copán e Quiriguá - eram adornadas com elegantes esculturas, estuques e relevos. Podemos contemplar sua pintura nos grandes murais coloridos dos palácios. Utilizavam várias cores. As cenas tinham motivos religiosos ou históricos. Destacam-se os afrescos de Bonampak e Chichén Itzá. Também realizavam representações teatrais em que participavam homens e mulheres com máscaras, representando animais”. (PERDIGÃO, 2006). A partir do século IX iniciou-se o declínio lento e consecutivo da civilização maia que possui diversas são as hipóteses a respeito desse fato. Determinados estudiosos creem que pode ter sido por causa das guerras, lutas internas, incursões ou a má chefia em relação à exploração da terra. O esgotamento do solo teria volvido a produção faltosa para às necessidades de consumo e compelido os maias a abdicarem suas principais cidades. O que se 11 afiançar, certamente, é que quando os espanhóis abordaram à América, a civilização maia não existia mais sinais de vivência. Civilização Asteca Sua origem ocorreu por sofreram influencias dos olmecas, estes viveram, em tempos distantes, na mesma região. Os olmecas compuseram uma hegemonia na região, que depois as invasões dos povos procedentes do norte da América, chegou a seu fim. Fonte: http://www.jornaljoca.com.br Localizavam-se no Vale do México, e sua capital foi construída onde hoje fica a Cidade do México. Originários dos povos mexicas, estabeleceram-se no Vale do México após avistarem um presságio dos deuses. Inicialmente, estavam sob a tutela dos tepanecas, mas uma revolta no século XV garantiu a independência dos astecas. Possuíam uma sociedade hierarquizada com quatro grupos na pirâmide social: o imperador, a nobreza, os homens comuns e os escravos. Eram politeístas e acreditavam que os sacrifícios humanos eram vitais para o funcionamento do Sol. Grande parte de seu sustento vinha da agricultura que era próspera por conta das chinampas, ilhas artificias construídas com material orgânico. Foram conquistados pelos espanhóis liderados por Hernán Cortés em 1521. Fonte: https://www.historiadomundo.com.br/asteca Logo, os povos do Norte (denominados de Nahua, ascendência linguística nahuatl) edificaram na região mexicana a cidade de Teotihuacán em meados 12 de 500 a 600 d. C., influenciados pela cultura olmeca, sendo está é uma das grandes cidades da era com enormes construções, pirâmides de tributo ao Sol, a Lua e ao deus maior Quetzacoatl. Não existe muitos dados dessa civilização. Já os toltecas, oriundos da América do Norte, semelham por conterem influencias da cultura olmeca e se dominados pelos sacerdotes da grande cidade Teotihuacán, porquanto deram continuação à cultura e à administração da cidade, aparelhando um Estado forte e uma cultura rica, chegando ao fim visivelmente por causa das disputas internas e a guerras externas em 1194 d. C. Contudo, o povo mexica é oriundo da região Sul da América do Norte, cognominada Aztlán, por isso o nome de Asteca. Se ativeram na região do lago Texcoco, ao lado de ou-tros povos e depois 1325 iniciaram a construção do que significaria a maior cidade do séc. XV, a ampla e majestosa Tenochtitlán. “Os astecas foram uma civilização pré-colombiana e desenvolveram- se na Mesoamérica. A capital dos astecas era a cidade de Tenochtitlán, conhecida por sua grandeza e localizada onde hoje fica a Cidade do México, capital do México. Os astecas ficaram conhecidos por formarem uma civilização com estilo de vida sofisticado. Foram dominados pelos espanhóis em 1521.” (GWEBER, 2019). Dessa forma, a área tomada pelos astecas foi nas adjacência do lago Texcoco situado no sul da América do Norte, onde Tenochtitlán foi edificada a partir de 1325 d. C. 13 Fonte: https://www.historiadomundo.com.br/asteca Mapa que mostra o tamanho do Lago Texcoco e a composição das principais cidades existentes ali. Em vermelho está o tamanho atual da Cidade do México. 14 “Formação do Império Asteca: a formação do Império Asteca teve como base a união de três cidades: a capital Tenochtitlán, Texcoco e Tlacopán, que juntas estenderam seu poder por toda a região. Como eram as relações políticas entre as três cidades e as demais não são muito claras, porém não era muito centralizada com nos Incas. “Na confederação Asteca conviviam comunidades de diferentes culturas, costumes e idiomas, porem a unidade era marcada pela religião, pela centralização militar e pela arrecadação de impostos feitos em Tenochtitlán. As províncias da Região subordinavam-se aos Astecas, de maneira a não apenas pagarem impostos, mas também serem obrigados a fornecerem contingentes militares e a serem submetidos aos tribunais da capital.” (GWEBER, 2019). Assim, o Império Asteca apresenta ter 1440 a 1520 o seu auge, antes de ser completamente destruído pelos colonizadores, com a chegada de Cortez, que posteriormente a várias incursões em agosto de 1521 o império foi totalmente conquistado. Uma das causas da ruína dos Astecas foi o poderio militar, outro motivo foi que os Astecas não batalhavam para matar, contudo para submeter os demais povos ao seu predomínio, paraos espanhóis a guerra era um momento de conquista e extermínio. “Outro fator pequeno, mas importante foi a proliferação de doenças (a mais forte foi a epidemia de varíola), mas o fator realmente decisivo foi a união de alguns povos dominados pelo Astecas com os espanhóis. Esses povos queriam acabar com a hegemonia dos Astecas na região e os espanhóis eram fortes aliados, porém não imaginavam o que aconteceria após a derrota dos Astecas e a consolidação da colonização espanhola. Guerra e Economia: a guerra tinha vínculo com aspectos religiosos e econômicos, não destruíam os inimigos e suas riquezas, pois a ideia era submetê-los ao domínio e desfrutar das riquezas por meio dos impostos. Desta forma as regiões dominadas pelos Astecas mantinham seus costumes, deuses, idiomas etc. Algumas vezes os Astecas negociavam a rendição de determinada região ou cidade.” (GWEBER, 2019). Logo, a economia era amparada precisamente pelas regiões dominadas, com tributos pagos em mercadorias. Aferisse que Tenochtitlán angariava toneladas de: milho, cacau, pimenta seca; grande quantidade de litros de mel; milhares de fardos de algodão, manufaturas têxteis, cerâmicas, armas, afora os animais, aves, perfumes, papel etc. A produção agrícola era fundamentada nos cereais, sobre tudo o milho, que compunha a base alimentará das culturas pré-colombianas. Sendo que se 15 tivessem outro apoio alimentar estas civilizações não teriam se formado sem o que permitia o crescimento de suas populações. “A posse das terras tinha uma característica muito interessante, pois o Estado detinha a posse de todas as terras e as distribuía aos templos, cidades e bairros. Nas cidades de bairros as terras tinham um caráter coletivo, pois todos os adultos tinham o direito de cultivar um pedaço de terra para a sobrevivência. No final do império os sacerdotes, comerciantes, e chefes militares se desobrigaram dessa prática desenvolvendo-se assim uma forma de diferenciação social.” (GWEBER, 2019). A sociedade era composta por: Administradores dos bairros (calpullec): primeiramente escolhidos pelos habitadores dos bairros que em seguida passaram a ser recomendados pelo soberano; Artesão: trabalhavam em regra vinculados a um senhor (tecuhtli), a maior parte mantinha fábricas em templos e palácios, saldavam os impostos com artigos e não eram compelidos ao trabalho coletivo; Chefes militares e altos funcionários (Tecuhtli – dignitário): selecionados pelo Soberano que era o general ao mesmo tempo do exército, além de sumo pontífice sacerdotal e haviam uma série de prerrogativas como não saldar impostos e conviviam em grandes residências; Comerciantes (pochtecas): usurpavam o comércio de luxo, por causa do rápido enriquecimento granjearam poder e distinção; Homens livre (macehuali): tinham o direito de agricultar um pedaço de terra, tinham a coação de prestar o serviço militar, o trabalho grupal e a prestação dos impostos eram realizadas com mercadorias, no caso com a maior parte da arrecadação. Prisioneiro, condenados e degredados (tlatlacotin): este eram da classe social mais baixa, cuja em troca de casa, comida e trabalho se vinculavam a um amo, não sendo escravos, porquanto podiam tornar-se livres. Sacerdotes: conduzia as cerimônias, recebia tributos e deliberava sobre as coisas do Estado. Existia sacerdotes com cargos específicos como adivinhadores, os escribas e os designados dos sacrifícios etc. “Os guerreiros constituíam um dos grupos mais importantes na civilização asteca. No início, eram escolhidos entre os indivíduos mais corajosos e valentes do povo. Com o tempo, entretanto, a função de guerreiro começou a ser passada de pai para filho, e apenas algumas famílias, privilegiadas, mantiveram o direito de ter guerreiros entre os seus membros.” (KARNAL, 1996). 16 Representação moderna de Tezcatlipoca, um dos principais deuses do panteão asteca. Fonte: História do Mundo A religião asteca era politeísta, pois eles adoravam mais de um deus. A religião asteca, como era característico na região, agrupou elementos peculiares da religião de outros povos. Um modelo bem versado era o do deus asteca Quetzacoatl, que ainda fazia parte do panteão maia e era denominado de Kukulkán. “O deus mais poderoso, conforme acreditavam os astecas, era Tezcatlipoca. Outros deuses importantes do panteão asteca eram Quetzacoatl, Tlaloc e Tezcatlipoca. Uma característica importante da religião asteca era a realização de sacrifícios humanos. Essa prática acontecia por meio da retirada do coração com a vítima acordada. A realização dessa prática justificava-se por meio dos mitos de fundação que os astecas acreditavam. Segundo as lendas astecas, o deus Quetzacoatl ofereceu o próprio coração em um ato de autossacrifício. Os astecas acreditavam que o funcionamento do Sol se dava por meio da realização regular de sacrifícios humanos.” (GWE-BER, 2019). Mitos e ritos eram ricos e conexos à natureza, os cultos mais estimados estavam correlacionados ao Sol. Era corriqueiro rituais de sacrifício, cujo a guerra era grande aprovisionadora de prisioneiros destinados aos sacrifícios. A potência da comunidade jazia comumente canalizada para as atividades que se relacionava aos rituais, feitos com grande minúcia nas representações e procedimentos. “Nas atividades artísticas acha-se as influências das civilizações olmecas e toltecas, anteriores aos astecas. A escultura em jade e as grandes construções. A arquitetura estava ligada a religiosidade, sendo a forma mais frequente a pirâmide com escadaria culminando em um 17 santuário no topo.” (GWE-BER, 2019). Esculturas asteca Fonte: http://artout.com.br As pinturas e afrescos coloridos além disso tinham estima nas artes astecas, cuja a figura dos escribas era importantíssima, porquanto unido aos hieroglifos surgia as pinturas. “De caráter religioso mais, a música e a poesia (intimamente relacionadas), eram acompanhadas de instrumentos, danças e encenações. A colonização infelizmente destruiu grande parte desta produção cultural.” (GWEBER, 2019). Civilização Inca Sua origem está entre o lago Titicaca e a cidade de Cuzco (Peru). Sua localização fica na Região oeste da América do Sul, regressada para o Pacífico. 18 A área ocupada começa na região de origem, posteriormente se ampliaram sustando regiões atualmente conhecidas como sul da Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, norte da Argentina chegando ao sul do Chile. Fonte: http://hipercultura.com.br Note que o império Inca chegou a aglomerar cerca de 15 milhões de pessoas, povos que tinham costumes, culturas e idiomas distintos. Na região conviviam povos avançados alcunhados pré-incaicos, jaziam disseminados por toda a costa lesta da América do Sul, além das serras e no altiplano andino. Fonte: http://saopaulosao.com.br “Os povos habitavam várias regiões como: os chavin que viviam nas serras peruanas; os manabi no litoral do Equador; os chimu no norte do Peru; e ainda haviam os chincas, mochicas, nazca e outros. A maioria possuía centros urbanos organizados, templos cerimoniais, agricultura diversificada (milho, batata e outros), alguns domesticavam lhamas, vicunhas, alpacas e cachorros-do-mato. A 19 grande cidade era Tia-huanaco, centro cerimonial que recebia milhares de pessoas por ano, apresenta influência dos chavin, estabeleceu-se por volta do séc. X d. C.” (PERDIGÃO, 2006). Fonte: http://conhecimentoscientificos.r7.com A expansão e formação do Império Inca foi composto pela absolvição as distintas culturas e colocando-as a serviço do crescente Império. O começo do Império ficou assinalado pela conquista dos chancas pelo inca Yupanqui em 1438 d.C. Ele tomou aproximadamente quase todo o Peru, chegando até a demarcação com o Equador. A dilatação do Império induziu à conquista do altiplanoboliviano, norte da Argentina, Chile (Tope Inca) e Equador, até mesmo o sul do Chile (Huayana Capac, 1493 – 1528). “O processo de expansão do Império foi interrompido devido a disputas entre o irmão Huascar e Atahualpa, filhos de Huayana. Huascar centralizou-se em Cuzco e Atahualpa em Quito, a rivalidade gerou uma guerra civil que enfraqueceu o império, a vitória de Atahualpa de nada serviu, pois os espanhóis liderados por Pizzaro destruíram o que sobrou do Império. A organização da sociedade: o Estado Inca era imperial capaz de controlas toda a sua extensão, o Inca era chefe do Estado, dotado de poderes sagrados hereditários e reverenciado por todos.” (PERDIGÃO, 2006). Note que os sacerdotes eram selecionados por ele através da nobreza, seus cargos iam da manutenção dos templos, sacrifícios, adivinhações, curas e até mesmo feitiçaria, além de serem oráculos. As cerimônias eram na sua maior parte das vezes para reverenciar o Deus Sol, no qual o representante vivo era o Inca. Os sacerdotes ainda tinham a função de divulgar unido aos historiadores, os mitos, lendas e histórias sobre a sua cultura. É importante compreender que 20 existiam duas religiões, uma regressada a nobreza e outra para a população pobre. “A integridade do Império foi conquistada devido a uma complexa burocracia administrativa e militar. Os cargos eram distribuídos entre a nobreza e chegaram a adquirir caráter hereditário. Havia uma educação e formação militar. Assim como os burocratas esta camada era mantida com os tributos arrecadados. O controle da arrecadação e o poder das cidades e ayllus (terras doadas pelo Estado) era feito pelos curacas (funcionários do Estado) e seus assistentes espalhados pelo Império. Os llactaruna (camponeses), cultivavam as terras do Inca e dos curacas e pagavam tributos em forma de mercadoria em troca recebiam o direto de trabalhar nos ayllus. Ainda o Estada obrigava-os a trabalhar nas construções de pirâmides, caminhos, pontes, canais de irrigação e terraços. Os Incas utilizavam o sistema de mita para a extração de minerais, é um trabalho compulsório, não remunerado, baseado na rotação da mão-de-obra, na qual os espanhóis utilizariam anos mais tarde.” (PERDIGÃO, 2006). Existiam ainda artesão, curandeiros e feiticeiros, os primeiros eram respeitados como artistas, pintores, escultores, ceramistas, tapeceiros, ourives dentre outros; os segundos faziam os trabalhos de cirurgiões, farmacêuticos, sabedores de plantas medicinais entre outras atividades. Os escravos eram denominados de yanaconas, a palavra é provinda da cidade de Yanacu. Em determinados momentos alguns povos conquistados se tornavam escravos, seus afazeres eram domesticas e não podiam trabalhar nas plantações e nem edificações. “Economia e Planejamento: a base da economia Inca provinha dos ayllu, os llactaruna deveriam trabalhar nas terras do Estado, dos funcionários e nas construções para possuírem uma parte de terra para sua própria sobrevivência. A base da produção agrícola era: milho, batata, tomate, abóbora, amendoim etc. Nas partes altas o milho era plantado em terraços construídos nas encostas das serras e irrigados pelos canais de irrigação. Domesticavam lhama, vicunhas e alpacas para o fornecimento de lã, couro e transporte. O comercio era precário e restringia-se a bens de luxo destinados, portanto, à corte. Os censos, pontes e caminhos: os incas utilizavam de censo populacional pra controlar o Império. Utilizavam o quipo (calculadora manual, constituía de cordões coloridos e nós) nos cálculos matemáticos, os funcionários quipucamayucus realizavam o levantamento.” (PERDIGÃO, 2006). Desse modo, oi Estado Inca realizava a utilização dos censos com base para planejamentos, porquanto orientava nos comandos: controlar a 21 quantificação de população/arrecadação de impostos; a precisão de mão-de- obra para alguma obra pública; controle do desenvolvimento demográfico; planejamento de arranjos populacionais para áreas não exploradas, afim de suavizar a densidade demográfica. Por causa do imenso Império, foi indispensável uma infraestrutura que admitisse a circulação de impostos, empregados, trabalhadores pelo Império, dessa maneira, foram edificadas várias pontes, estradas, no decorrer desses caminhos existia tabernas e construções que abrigavam alimento e água para os viajantes. “Sobre a Cultura pode0se dizer que o idioma quéchua serviu de instrumento unificador do império inca. Como não tinham escrita, a cultura era transmitida oralmente. Com um conjunto de nós e barbantes coloridos, chamados quipos, os incas desenvolveram um engenhoso sistema de contabilidade. Na matemática, utilizavam o sistema numérico decimal. Os artesãos eram peritos no trabalho com o ouro. Mesmo sem conhecer o torno, alcançaram um bom domínio da cerâmica. Seus vasos tinham complicadas formas geométricas e de animais, ou uma combinação de ambas. A religião inca era uma mistura de culto à natureza (sol, terra, lua, mar e montanhas) e crenças mágicas. Os maiores templos eram dedicados ao Sol (Inti). Realizavam sacrifícios tanto de animais como de humanos.” (PERDIGÃO, 2006). A sociedade inca se desenvolveu nos declives da cordilheira dos Andes. Atualmente, essas terras abrangem o Peru, a Colômbia, o Equador, o oeste da Bolívia, o norte do Chile e o noroeste da Argentina. Logo os incas, bem como os astecas e os maias, compuseram importantes civilizações na América antes mesmo do domínio espanhol. “O termo inca, que hoje designa um povo e uma sociedade, originalmente significava chefe, título dado aos imperadores e aos nobres. O Inca, filho do deus do Sol, misto de deus e imperador, reunia centenas de tribos sob sua autoridade. O imperador era o guardião dos bens do Estado, especialmente da terra e submetia a sociedade ao rigor de suas decisões. Abaixo do imperador estavam seus parentes, os nobres, e os escolhidos para ocupar os postos de comando, como governadores de províncias, chefes militares, sábios, juízes e sacerdotes. A camada seguinte era formada de funcionários públicos e trabalhadores especializados, como ourives, marceneiros, pedreiros etc. Na base da hierarquia estavam os agricultores.” (PERDI-GÃO, 2006). 22 Como já mencionado a base da economia era a agricultura, desenvolvida principalmente na zona montanhosa dos Andes. Cultivos se desdobravam por encostas íngremes, com o famoso sistema de terraços, espécie de degraus arquitetados com paredes de pedras. As terras estatais eram lavradas por todos as áreas e a produção era guardada para sustentar a nobreza, os sacerdotes e os militares. “Os excedentes eram estocados em armazéns instalados ao longo de todo o império e repartidos em tempo de carência ou épocas de calamidades. Para melhorar a produtividade da terra eram usados dois recursos: a adubação, feita com esterco de lhama e de pássaros; e a irrigação, com tanques e canais. Criavam a lhama, que serviam para o transporte, a alpaca e a vicunha, das quais obtinham a lã e a carne. No litoral, as populações viviam principalmente da pesca.” (PERDIGÃO, 2006). Para contabilizar os impostos recolhidos e administrar a produção era utilizado o quipu, que constitui em nó, em quéchuca. O quipo versava em um cordão, cujo estava presa uma série de pequenos cordões coloridos, suspensos em formato de franja e com múltiplos nós. Exemplo de um quipu utilizado pelos incas Fonte: https://www.todamateria.com.br/ O Império Inca possuía na época mais 4.000.000 de km, uma população de 15 milhões de pessoas divididas em 200 povos díspares e a capital era Cusco. Para dar coerência a este vasto império, se conferiu um idioma o quéchua e estabeleceu-se o culto ao deus Sol, Inti. 23 Fonte: https://www.cuscoperu.com/ Celebração meses de junho e julho em Cusco. Culto ao deus do sol. As divindades recebiam oferendas, inclusivesacrifício humano, e esperavam dos deuses um retorno em forma de chuva, proteção, boa colheita, etc. Em homenagem ao deus Sol – Inti – foi construído um grande templo em Cusco. “Viracocha (ou Wiracocha) – deus criador e fundacional. Aquele que emergiu em forma humana das águas do lago Titicaca para ordenar os homens sem leis. Organizou o mundo em três níveis, deu função a cada um dos povos, criou as planta e animais. Uma vez terminada sua missão, saiu caminhando pelo mar. Inti (ou Apu Inti) – identificado como o deus Sol que seria o “servo de Viracocha”. Os fiéis acudiam a Inti para pedir boas colheitas e o fim das doenças. Sua energia alimentava a terra e seus seres que nela habitavam. Sua companheira e irmã era Mama Quilla, identificada com a lua, que eram pais dos imperadores incas. Mama Quilla – deusa identificada com a lua e principal deidade feminina. Era servida por uma classe sacerdotal de mulheres e sua importância era enorme em todos os assuntos femininos como os nascimentos, casamentos, fertilidade, os ciclos das colheitas, etc. Irmã e esposa de Inti e de cuja união nasceram os imperadores incas. Pachamama – não é propriamente uma deusa criadora. Seu nome significa pacha – terra e mama, mãe. É um mito entendido em toda a América, pois se trata da própria terra, dos cultivos e pastos. A Pachamama era reverenciada com uma parte das colheitas ou dos animais que pastavam. “(PERDIGÃO, 2006). 24 Fonte: http://amino.apps.com.br Dessa forma, estabelecia-se uma afinidade de reciprocidade entre os fiéis. O fim do Império Inca iniciou a se desagregar no final do século XV, depois de enfrentar diversas rebeliões internas. Bem como a chegada dos espanhóis, estes se congregavam com os inimigos dos incas e terminaram por conquista- los em 1533. “O imperador Atahualpa foi executado e após sua morte os incas se refugiaram nas montanhas, onde resistiram até 1571, quando foi capturado e morto o último líder – Tupac Amaru. Seu neto, Tupac Amaru II, liderou a última insurreição inca, mas também foi assassinado.” (PERDIGÃO, 2006). Atualmente a cultura inca, ao contrário do que possa parecer, ainda está viva e presente nas sociedades andinas. De mesmo modo, no Peru, principalmente na cidade de Cusco, é plausível visitar diversos lugares e conhecer a cultura inca como: “Machu Picchu – situada no topo de uma montanha, a 2400 metros de altitude, não foi encontrada pelos colonizadores; só foi descoberta em 1912, por um pesquisador norte-americano. Tratava-se, provavelmente, de um santuário religioso. Vale Sagrado – reúne uma série de cidades como Sacsay-huamán, Ollantaytambo e Písaca. Ali se conservam costumes ancestrais, como realizar transações comerciais pelo sistema de trocas, morar nas mesmas casas de pedra construídas pelos incas, etc.” (PERDIGÃO, 2006). Ruínas de Ollantaytambo onde é possível ver as terraças de cultivo e as casas 25 Fonte: http://dosmanosperu.com Resumo Fonte: http://docsity.com. 26 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARDOSO, C. F. S. América pré-colombiana. São Paulo: Brasiliense, 1981. v. 16. 120p. GWEMBE, Eusébio André Pedro. História Antiga das Américas. 2019. KARNAL, Leandro. A conquista do México. São Paulo: FTD, 1996, p. 13. PERDIGÃO, Ana Luiza Rocha Vieira. Antiguidade Na América: Povos Pré-Colombianos. Núcleo UFSCar-Escola, 2006. PROUS, André. O Brasil Antes dos Brasileiros: A Pré-história do Nosso País. Rio de Janeiro: Zahar, 2007. SALLES, Jéssica Scheer. América pré-colombiana. 2018. SANTOS, Carlos Pereira dos; NETO, João Pedro; SILVA, Jorge Nuno. 10 Livros, 10 Regiões, 10 Jogos para Aprender e Divertir-se: América Pré- Colombiana – Iwa-thlaknannai. Portugal: Norprint, 2008. 27 UNIDADE 2 ÁFRICA Sumário 1. Fatos Gerais ......................................................................................3 Civilização Maia ....................................................................................................... 5 Civilização Asteca ................................................................................................... 11 Civilização Inca ...................................................................................................... 17 Resumo ................................................................................................................... 25 2. A África ......................................................................................... 28 3. História da África Antes da Chegada do Europeu ............................ 32 4. Como os Africanos Lidavam com o Passado: Oralidade, Mitos, Ritos 41 5. A África Sob o Imperialismo Colonialista no Séc. XIX ..................... 51 Colonização Francesa ............................................................................................ 52 Colonização Inglesa ............................................................................................... 53 Colonização Alemã ................................................................................................. 54 Colonização Italiana .............................................................................................. 55 O Congo Belga ........................................................................................................ 55 Espanha e Portugal ................................................................................................ 55 Sobre a África do Sul .............................................................................................. 55 6. Os Processos de Descolonização e de Independência da África no Séc. XX 59 7. Referências Bibliográficas ............................................................. 64 28 2. A África Fonte: Província Santo Antônio3 De acordo com Richter (s/d, s/p) o continente africano é amplamente conhecido pelas suas belezas naturais, principalmente quando se refere à grandiosa vida selvagem. Porém, o que encontramos de imenso neste continente é uma enorme diversidade física e socioeconômica, pois existe neste espaço desde extensos vales férteis, aonde a vida parece não ter fim, até desertos gigantes, como é o caso do Saara, o maior do mundo. O contraste da pobreza e riqueza também é muito visível por toda sua extensão continental, sendo caracterizado principalmente pelas péssimas condições de vida em muitos países. (...) Em consequência a esta diversidade, não é tarefa fácil dividir a África por regiões devido a sua heterogeneidade ao longo do continente. 3 Retirado em https://www.ofm.org.br/ 29 Porém, podem-se definir duas formas básicas de classificação regional: as questões físicas localização geográfica e questões humanas cultura/ocupação. (RICH-TER, s/d, s/p) Ainda conforme Richter (s/d, s/p), ao visualizar um mapa da África, pode-se ver que dividir o mesmo por regiões a partir da sua localização espacial nos sentidos Norte, Sul, Leste e Oeste, é bem possível. Dessa forma, classifica- se o continente em cinco regiões distintas quanto a sua posição geográfica: Norte da África, Oeste da África, África Central, Leste da África e Sul da África. Norte da África: como o próprio nome já diz, é a área situada ao norte do continente e que vem a ser banhado pelo Mar Mediterrâneo, em sua maioria, fazendo parte desta região cinco países. Também não se pode esquecer que ao sul desta região se encontra o deserto do Saara. Oeste da África: é uma região muito confusa do ponto de vista político. São quinze nações que dividem um espaço caracterizado por áreas desérticas (Saara, ao norte) e florestas tropicais. Em sua economia local, a exploração de petróleo destaca-se com uma atividade bem atraente para os países. África Central: caracterizada pelos inúmeros conflitos da década de 90 que marcaramprofundamente a região, a África Central ficou conhecida no mundo pelos conflitos no Zaire que o transformaram em República Democrática do Congo. Oito países fazem parte desta região, destacada por grandes florestas tropicais em razão de estar na latitude zero do globo. Leste da África: também conhecida como “Chifre da África”, por sua forma física do extremo leste africano, é uma área bem diversificada por ter países bem estruturados e urbanizados, como é o caso do Quênia, e em contraponto a isto, existe à Somália e Etiópia, nações mergulhadas em problemas gerados pelas suas guerras civis. Nesta região encontram-se dez países bem distintos, tanto nos aspectos físicos como humanos. É na divisa entre Uganda, Tanzânia e Quênia que existe o lago Vitória, que é considerado a nascente do rio Nilo. Sul da África: o extremo sul africano é representado pelas diferenças existente ente os onze países no campo socioeconômico, principalmente, pois o contraste entre a África do Sul, nação bem desenvolvida, se comparada aos outros países africanos, em relação aos demais é visivelmente percebido. Este 30 país exerce um poder centralizador nesta região, onde a economia é seu ponto forte. Observa-se também uma diversidade natural neste espaço, em razão de possuir grandes vales férteis e vastos desertos como o Kalahari, sendo no delta do Okavango(Botsuana) acontece uma das maiores e mais impressionantes migrações do mundo, a dos nus. (RICHTER, s/d, s/p) Nesse âmbito, segundo Richter (s/d, s/p) analisar a África destacando suas características culturais promove uma divisão bem diferente da anterior. Ao observar o continente africano pela sua ocupação ao longo dos anos, classifica-se a África em duas regiões: África “branca” (cultura árabe) e África “negra” (culturas locais). Isto é possível em virtude da influência que a região norte da África(árabe) sofreu da ocupação dos povos do Oriente Médio(Ásia) durante os tempos, tendo como resultado um espaço totalmente adverso da África “negra”, sendo esta última caracterizada pelas culturas regionais provindas de milenares tribos africanas. Também é possível destacar a própria cor da pele dos africanos nessas duas regiões: os descendentes de árabes possuem uma tez clara, em grande parte, enquanto que os africanos relacionados com as culturas tribais já têm uma cor mais negra. Sendo assim, a África vem a ser o resultado de anos de ocupação e influência das mais diversas culturas do mundo que remodelaram e transformaram seu continente num espaço diversificado e muitas vezes carente de recursos econômicos, por outro lado, suas belezas naturais são únicas e, por enquanto, estão permanentes em todo seu território. (RICHTER, s/das/p) Divisão Física(localização) da África: Norte da África Argélia, Egito, Líbia, Marrocos, Saara Ocidental e Tunísia. Oeste da África Benin, Burkina Faso, Cabo Verde, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo. África Central Camarões, Congo, Gabão, Guiné Equatorial, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, São Tomé e Príncipe e Chade. Leste da África Burundi, Djibuti, Eritréia, Etiópia, Quênia, Ruanda, Somália, Sudão, Tanzânia e Uganda. 31 Sul da África África do Sul, Angola, Botsuana, Lesoto, Madagascar, Malauí, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Zâmbia e Zimbábue. Fonte: RICHTER, Denis. (S/d, s/p) Divisão Sócio econômica da África: África “branca” Argélia, Djibuti, Egito, Eritréia, Etiópia, Líbia, Mali, Marrocos, Mauritânia, Níger, Saara Ocidental, Somália, Sudão e Tunísia. África “negra” Benin, Burkina Faso, Cabo Verde, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Nigéria, Senegal, Serra Leoa, Togo, Camarões, Congo, Gabão, Guiné Equatorial, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, São Tomé e Príncipe, Chade, Burundi, Quênia, Ruanda, Tanzânia, Uganda, África do Sul, Angola, Botsuana, Lesoto, Madagascar, Malauí, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Zâmbia e Zimbábue. Fonte: RICHTER, Denis. (S/das/p) 32 Fonte: Web Busca/África 3. História da África Antes da Chegada do Europeu 33 Fonte: Comunicado4 4 Retirado em https://ceert.org.br/ De acordo com Barbosa (2007, p.1) uma primeira observação necessária a esta história é a compreensão da sua amplitude. Falar em História da África é falar sobre a história humana. Afinal, foi lá que surgiu o homo sapiens, cerca de 160 mil anos atrás. (...) A importância do continente no Mundo Antigo é hoje inegável. Sobretudo a partir da ascendência civilizatória milenar do Egito Faraônico sob as civilizações que beiravam o Mediterrâneo: persas, assírias, hititas, cretenses, helênica, hebraica e outras. Assim como influenciou interiormente a África, desde o Alto Nilo e abaixo, entre os núbios e cuxitas, na época do Império de Kusch (aproximadamente 100 0-0a.C.). (BARBOSA, 2007, p.1) Continuando, Barbosa (2007, p.1) aponta que se trata de uma história de sete mil anos, que formou a base sócio cultural da maioria das civilizações humanas na antiguidade. Algo que foi consolidado com a formação da cultura helenística e a construção da célebre Biblioteca de Alexandria, após as conquistas de Alexandre, o Grande(356-323a.C.). É difícil resumir a amplitude daquele fenômeno histórico. Ele se refere, primordialmente, a influência que a cultura egípcia teve para a expansão das artes, das ciências empíricas (matemática, geometria, biologia, astronomia, etc.), da filosofia da natureza e do pensamento religioso (Diop,1983). Em língua portuguesa, o leitor encontrará uma introdução a esta vasta história no segundo volume da grandiosa obra Historia Geral da África, escrito sob a coordenação da UNESCO. Após quatro mil anos de história, a civilização egípcia entrou em processo de decadência que iria culminar com as invasões do último milênio a.C. É uma queda que enfraqueceu também os seus vizinhos africanos, núbios e cuxitas. Na virada do último milênio para nossa Era, a África assiste a outro fenômeno relevante em sua história: as migrações populacionais para a África Austral subsaariana. Salvo melhor juízo, foram estas migrações que trouxeram a manipulação do ferro e do bronze para esta vasta região ao Sul da África. Um saber essencial para a criação de instrumentos agrícolas mais desenvolvidos, além de armas mais letais. O historiador Joseph Ki-Zerbo traz esta hipótese no seu conhecido livro História da África Negra (1979). Talvez por esta razão, em diversos mitos de origem dos povos da África Austral e Ocidental se observa a referência ao grande ancestral comum, geralmente conhecedor do poder da metalurgia: guerreiro ou agricultor. Na mesma época vê-se também a ocupação da ilha de Madagascar. Esta ocupação, todavia, não foi realizada primeiramente pelos africanos, mas pelos aborígines indonésios, na virada do último milênio. Posteriormente, ela foi também ocupada por povos nativos africanos, formando uma cultura e população hibrida. Uma visão introdutória a esta história singular se encontra em Pierre Bertaux: África: desde la pré-história hasta los estados actuales (1972). (BARBOSA, 2007, p.2) Outro fato coloca Barbosa (20 07, p. 2) que vem sendo recuperado em relação à África é a história da civilização de Axum, entre os séculos I e V(d.C.). Fonte: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/ Tal civilização era localizada no Nordeste da África, atual Etiópia (leste e norte), Somália, Sudão e Eritréia; fazia divisa com o Mar Vermelho. O surgimento de Axum esteve historicamente ligado a sua Localização privilegiada, próxima aos antigos núcleos urbanos cu-xumitas, egípcios e árabes. Devido às trocas culturais que tal proximidade propiciava, a formação étnica ecultural dos auxumitas tinha um caráter híbrido. Sua população era majoritariamente negroide. Sua cultura, entretanto, tinha características semitas, embora transformados. Sabe-se da presença de tradições como a circuncisão e a excisão infantil, além do relativo respeito ao Sabá e a presença de cantos de origem judaica (MUNANGA, ETAL). Durante os séculos III à V, a civilização de Axum adquiriu caráter imperial, impondo submissão aos reinos vizinhos da região Noroeste da África (em particular, Meroé, antiga capital de Kush) e da Arábia meridional. Essa expansão de Axum permitiu-lhe assumir o controle de vastas terras cultivadas, até o Mar Vermelho. Por este poder ocupou posição intermediária no comércio marítimo do Indico, entre os Impérios do Oriente (Chineses, Mongóis e Hindus) e o Império Romano, então em decadência (Munanga, et al, apud Barbosa, 2007, p. 2). Da Ilha de Moçambique até a costa Indiana, estendendo- se ao longo do Indico, havia um circuito de centenas de cidades que em diferentes fases respondiam por grande absorção de trocas com as sociedades africanas. A partir do século V, quando passa por crise social, a civilização auxumita foi reapropriada pelo Reino Etíope. Todavia, sua característica hibrida tradicional foi abandonada com a adoção do cristianismo, que havia chegado à região por volta do século IV. Após a decadência de Axum, a história da África, em especial, do Norte e Nordeste, esteve diretamente ligada à rápida expansão islâmica no continente, a partir do final do século VII. A velocidade desta expansão islâmica na África é marcante. Ema penas cinquenta anos os muçulmanos (originários ou convertidos) haviam dominado todo o Norte da África, de Alexandria até Cartago. Entretanto, devido às guerras internas pelo controle do legado de Maomé, os islâmicos não mantiveram a unidade original. Na África, ao Norte, três Impérios foram resultado deste conflito inter-islâmico: Fatímida(X), Almorávidas(XII) d Al- moádas (XIII). Uma caracterização destes pode ser encontrada em Breve história da África, de Roland Olivere J.D.Fage. A importância destes Impérios muçulmanos não está apenas em sua centralidade na região subsaariana e egípcia, mas também por sua relevância na área subsaariana. Em particular, nos Reinos e Impérios africanos da África Sudanesa (Noroeste), a partir do século X, como Gana, Mali, Songai, K anem-Bornu, Iorubás e Hauçás. Na África, pois, a consolidação do mundo muçulmano favoreceu a consolidação de Estados e Reinos sudânticos durante a época medieval. Seu papel era primordialmente mercantil. (BARBOSA,2007, p. 3) Ainda de acordo com Barbosa (2007, p.3) tal influência se explica, em grande parte, pelo aumento da escala do mercado internacional via terrestre ou marítima (Oceano Indico e Pacífico), entre os séculos X e XIV. Era um comércio em que os europeus tinham papel secundário, diante da expansão dos Impérios muçulmano, chinês e mongol. É impossível resumir a riqueza da história desses Reinos e Impérios africanos desta época em poucas linhas. Geralmente formados antes da chegada dos muçulmanos à região, suas riquezas estavam associadas ao comércio com estes, baseado no fornecimento do marfim, cativos e, sobretudo, ouro. É pelo controle dessas rotas do ouro na região subsaariana, que muitos destes Reinos e Impérios foram construídos e destruídos no período de domínio muçulmano, entre os séculos X e XV. Além do comércio, tais sociedades viviam da pesca (sobretudo songaís), agricultura e produção artística. Em especial, os hauçás e iorubás, que eram hábeis artesões e tintureiros. Uma arte apreciada no Golfo de Benim, na África Ocidental. A vida urbana estava geralmente associada à capital dos Reinos, com a morada dos soberanos, a administração e uma praça pública para o comercio. Com exceção dos hauçás, os camponeses ficavam fora dos núcleos urbanos. Eram civilizações que possuíam culturas próprias e estruturas distintas, com ascendência religiosa diferenciada. Possuíam um vasto panteão de divindades relacionadas às forças da natureza e aos antigos fundadores do Reino. Os iorubás, em particular, tinham um complexo e sofisticado sistema cultural, baseado na hierarquia e nas influências recíprocas de suas principais cidades: Ifé, Benin e Oio. O livro citado de Joseph Ki-Zerbo (1979) é importante fonte de informação sobre a África Sudanesa à época. Além desses Impérios e Reinos sudaneses, durante a época medieval a África viu o surgimento de duas civilizações relevantes na África Central: Império de Monomotapa e o Reino do Congo. O Império de Monomotapa ocupava uma vasta área entre o atual Zimbábue, África do Sul, Malavi e Moçambique. Sua origem está associada à chegada dos Xonasa região, que teriam colonizado as populações locais. Do século XII ao XV, construíram centros urbanos consideráveis, dos quais as muralhas de pedras ainda existentes são provas vivas, em particular a Acrópole e a Muralha do “Grande Zimbábue”. Criadores de gado, os monomotapas eram também hábeis comerciantes, estabelecendo trocas com os muçulmanos e mercadores chineses, pelo porto de Sofala, controlado pelos primeiros. (BARBOSA, 2007, p. 4) A Costa Oriental da África, aponta Barbosa (2007, p.4), entre os séculos XI e XIX foi um importante centro de comércio marítimo entre africanos, árabes e chineses. Sabe-se que existiam dezenas de cidades para este fim nesta Costa, desde Moçambique até a Etiópia. Entre estes, Quilóa, Pate, Mogadiço e Zanzibar. Na Costa Oeste da África Central, vê-se também o surgimento do chamado Reino do Congo durante o século XIV, ocupando uma área entre a atual Angola, República Democrática do Congo e Zaire. Tratava-se, em verdade, de uma confederação de cidades. O reino do Congo foi um importante núcleo urbano da região. Estima-se que quando os portugueses chegaram com Diego Cão, em 1482, sua população chegava aos milhões de habitantes. Possuía uma estrutura política descentralizada, tendo por base as chefias das aldeias e o soberano, intitulado de Manicongo. Essa estrutura social foi significativamente alterada com a chegada dos portugueses. Após a instauração do Regimento de 1512, o Congo se transformou em poder intermediário de Portugal na Costa Ocidental africana. Foi dela, em1532, que os portugueses enviaram os primeiros africanos escravizados para São Vicente, Brasil. Durante o século XVI, por interesse dos portugueses, outro poder local, o Reino de Angola, se constitui como porta de saída para o tráfico. Pela ação destes dois polos, veio grande parte dos africanos escravizados para o Brasil durante os séculos XVI, XVII e XVIII. Eram de origem bantu. Uma ampla comunidade étnica, definida por sua identidade linguística e cultural com diversos povos distintos da Costa Leste e Oeste da África Central. Após a ação colonizadora dos portugueses, outras nações europeias entre os séculos XVI e XVII construíram fortes ao longo do litoral africano. Sobretudo na chamada Costado Ouro (desde então, Costa dos Escravos), Noroeste da África. Eram principalmente holandeses, ingleses, franceses e espanhóis. Tratava-se de uma luta pelo acesso à maior riqueza africana: pessoas. Um comércio escravista de alto poder lucrativo. Fonte: http://jornalcultura.sapo.ao/ Evidentemente, como referido, o tráfico de escravos já existia no continente antes da chegada dos europeus, no século XV. Segundo estimativas, foi um comércio que escravizou cerca de cinco milhões de africanos. O número era grandioso, mas não se aproxima, segundo cálculos atuais, dos cerca de quinze milhões de pessoas envolvidas no tráfico moderno, desde o século XV. Ademais, o tráfico ocidental tinha uma alta taxa de mortalidade. Estima-se que ela tenha sido de 80%. Ou seja, para cada pessoa viva que chegava cativa à colônia, havia cinco pessoas mortas no processo deescravização (captura, prisão e transporte). Se tais dados estiverem corretos, se conclui que o tráfico acarretou, pelo menos, em setenta e cinco milhões de mortos. Trata-se do maior genocídio da história humana. Dois estudos que tratam do assunto desde uma perspectiva histórica são: A escravidão na África: uma história de suas transformações (2002), de Paul Lovejoye Decómo. Europa subde-sarolló a África(1982), de Walter Rodney. (BARBOSA, 2007, p.5) 4. Como os Africanos Lidavam com o Passado: Oralidade, Mitos, Ritos Fonte: Notibras5 ara Menezes, Castro (2007, s/p) a compreensão do mundo por meio de imagens precede àquela da oralidade. A aquisição dos códigos verbais é apreendida pelos humanos primeiramente como entendimento dos sons e posteriormente da escrita. Entretanto, a primeira expressão gráfica das crianças se estabelece por meio da criação de imagens, de desenhos e a aquisição da escrita acontece em geral por meio da educação formal. Aguiar (2004, apud Menezes, Castro, 2007, s/p) observa que o ser humano só tem lembranças de sua infância a partir do momento em que aprende a falar, pelo fato que a vida anterior está codificada em imagens que se manifestam provavelmente em sonhos, sensações, sentimentos. Corrobora 5 Retirado em https://www.notibras.com/ P ainda essa ideia ao dizer que pelo fato da linguagem imagéticas e analógica não pode ser construída com negativas “é muito difícil, senão impossível conceber uma cena negativa usando recursos plásticos”. Em outras palavras a imagem tem um maior compromisso com o indiscutível, com a verdade. Pré-concebidamente, a questão da oralidade está frequentemente ligada a povos ágrafos, ou melhor, tem-se como verdadeiro que o conhecimento, a história de uma sociedade é transmitida por meio do oral em grupos que não tem o domínio da escrita, são desprovidas de grafia, contrapondo-se às sociedades letradas, alfabetizadas. A cultura africana é pautada pela oralidade, pelo poder que é outorgado à palavra falada. A palavra possui poder de ação e aquele que não a usa equivale a um ser incompleto, privado de uma parte essencial de seu corpo. (MENEZES, CASTRO,2007, s/p) Continuando, Menezes, Castro (2007, s/p) apontam que segundo Bâ (2003) o poder da palavra falada possui uma energia vital, com capacidade criadora e transformadora do mundo, garante e preserva ensinamentos “a tradição oral é a grande escola da vida”. O autor diz ainda que a tradição oral é ao mesmo tempo: “religião, arte, ciência história, divertimento, recreação, pois todo pormenor nos remonta à Unidade primordial”. A narrativa africana é forma de registro tão complexa quanto à escrita, e incorpora música, dança, interpretação, entonação, o que talvez expresse melhor essa energia vital. Existe nela uma integração completa entre o verbal e o não verbal, a palavra e o gesto, a relação da palavra falada e como ela deve ser falada. (...) para compreender a realidade não há que se separar as partes, isolando as áreas do conhecimento, pois a compreensão de cada parte, mesmo resguardadas suas especificidades, remonta ao todo, sem hierarquizações de conhecimentos e saberes. Tendo por base a iniciação e a experiência, o homem que se forma na tradição oral é conduzido à sua totalidade (JESUS, 2005, apud MENEZES, CASTRO,2007, s/p). A verbalização conforme Menezes, Castro, (2007, s/p) tem tamanha importância na África que existe uma posição de destaque na sociedade para profissionais treinados em memorização e transmissão da memória cultural da comunidade. Esses indivíduos armazenam séculos de crenças, costumes, lendas, lições de vida, segredos. Tem o compromisso com a verdade, pois acreditam que a mentira pode provocar o desequilíbrio e desarmonia da comunidade ocasionada pela perda da sua energia vital. Jesus(2005) ao citar Vansina – “a oralidade é uma atitude diante da realidade e não a ausência de uma habilidade” - acrescenta que as sociedades de tradição oral partem desse princípio, pois a fala não é mero elemento de comunicação cotidiana, mas um meio de perpetuar a história comum, um meio de preservar a sabedoria ancestral. Segundo Pierce (apud San-taella,1999) além da linguagem verbal escrita, o modo de codificação alfabética ocidental de origem grega, existem outras formas decodificação escrita, diferente da linguagem alfabeticamente articulada, tais como hieróglifos, pictogramas, ideogramas, formas limítrofes do desenho. Partindo do mesmo princípio de Vansina e a despeito dos pressupostos encontrados nos livros de história, os povos africanos, apesar da tradição oral estão entre os primeiros a desenvolver em sistemas de escrita. Além dos hieróglifos egípcios, existem diversos sistemas de escrita desenvolvidos antes da influência árabe. O fato de priorizarem a verbalização não demonstra incapacidade de produzir em sistemas de grafia. Retomando-se o que foi dito anteriormente sobre o compromisso que tanto a oralidade como a imagem tem com a verdade, pode-se concluir ainda que o fato dos sistemas de escrita sociedades orais africanas serem basicamente figurativos têm aí sua origem. As inúmeras composições gráficas observadas na arquitetura e design africanos sejam nos objetos de uso cotidiano, ritualísticos, ou mesmo decorativos tem a finalidade de registrar e transmitir conhecimento. Esses símbolos combinados transmitem mensagens. Não são considerados alfabetos verdadeiros porque não existe uma forma única de leitura, podem ser interpretados, mas não lidos. Entretanto, primeiramente, a definição de termo alfabeto é de “qualquer sistema de sinais estabelecidos para representar letras, fonemas ou palavras”. Por outro lado, o ato de ler não está restrito à visualização e entendimento da coisa escrita com alfabeto, mas significa também perceber (sinais, signos, mensagem) seja por meio da visão, do tato, compreendendo lhes o significado. A questão da interpretação é também contestável, uma vez que qualquer texto ou contexto está sujeito a interpretações diferentes dependendo do ponto de vista. De acordo com National Museum Of African Artossistemas de escrita africanos desafiam compreensões convencionais da palavra escrita como algo estático aplicado só ao papel e demonstrando outras formas dinâmicas e criativas do uso da escrita, ou da ideia de escritura. (MENEZES, CASTRO,2007, s/p) Nesse âmbito Menezes, Castro (2007, s/p) colocam que baseando-nos em Nascimento(1996) e na documentação do National Museum Of African Art podemos destacar os seguintes sistemas de escrita africanos, os quais podem aparecer individualmente ou em conjunto: Pictóricos: os grafemas (a menor unidade construtiva num sistema de escrita) constituem-se de imagens icônicas; Ideográficos: símbolos abstratos que por convenção, carregam conceitos, ideias; Fonológicos (alfabéticos ou silábicos): que representam os sons da linguagem (fonemas- unidade mínima distintiva no sistema sonoro de uma língua- ou sílabas) e que em conjunto representam palavras e permitem compreensão mais imediata; Escrita por meio de objetos: arranjos convencionais de peças para transmissão de informações. Um dos exemplos mais interessantes do ponto de vista da expressão gráfica são os pictogramas da etnia Edo (ou Ido), do Benine sul da Nigéria, que combinam cores e gráficos que podem ser observados na figura abaixo. O sistema baseia-se em círculos, círculos combinados com setas e pontos. As setas posicionam-se acima ou abaixo dos círculos, e os pontos podem aparecer acima, abaixo, à esquerda ou direita dos mesmos. As cores utilizadas são sete cores: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, cian-azul-violeta. Os textos são apresentados em forma de matriz, com sete linhas e representados em conjuntos de sete linhas e sete colunas(os mais comuns–podendo às vezes aparecer nove colunas) sendo que as cores nunca se repetem na mesma coluna. Por outro lado, os símbolos são sempre os mesmos em cada coluna. Como ideogramas têm-se os seguintes exemplos: o sistema gráfico Nsibidi utilizado por povos do sudeste da Nigéria e sudoeste de Camarões para transmitir ensinamentos de filosofia; os Adinkra, talvez os mais conhecidos, usados pelos Akan/ Ashanti; os Sona ou Tusona, sistema de povos de Angola e Zâmbia. (ME- NEZES, CASTRO,2007, s/p) Escrita do Povo e do, Que Combina Sinais e Figuras Fonte: MENEZES, CASTRO (2007, s/p) Para Osunbunmi (s/d, s/p) a escravidão não congelou a alma, nem paralisou o pensamento dos Mandinga, Yoruba, Bantu, Fanti, Asanti, E wê-Fon ou Akan. É a hora de esquecer o esquecimento. A memória existe e há memórias que surgem em contos e relatos, em mitos e crenças, em toques e silêncios de tambores. Também no gesto, na dança e na ética do viver ou do morrer. Os escravos africanos trazidos durante os quase quatro séculos de regime escravocrata eram originários das regiões do Sudão ocidental, da África equatorial e de Angola. Suas origens étnicas puderam ser reconstruídas através das pesquisas feitas nas últimas cinco décadas. Ao serem estas culturas um fator que define a identidade de uma boa parte das Américas, os estudos feitos até hoje sobre as etnias africanas, embora numerosos, ainda são insuficientes. A pesquisa sistemática das culturas que deram origem aos grupos afro- caribenhos não existe em muitos de nossos países. A abordagem da África ocorre a partir da demografia, que utiliza dados, às vezes falsos, da demografia escravagista para a reconstrução da história. O estudo da oralidade na África negra tem acontecido desde perspectivas diferentes, conforme as disciplinas que se interessaram no tema. Os folcloristas viram, nestas formas de expressão cultural, sobrevivências de tradições desaparecidas. Para os etnologistas, é um reflexo da sociedade contemporânea e uma maneira de ensinar ou transmitir os valores de grupo. Os psiquiatras, seguindo Freud, explicam-nas como maneiras de expressar os problemas psicológicos. (OSUNBUNMI, s/d, s/p) Conforme Osunbunmi (s/d, s/p) a literatura oral africana é tudo isso ao mesmo tempo, mas não devemos esquecer que um mito, um conto, um provérbio, uma adivinhação é uma criação grupal, e deve ser vista assim, portanto, tem certas regras e para compreendê-la, é preciso analisar sua forma e seu conteúdo a partir de um enfoque multidimensional. O estudo deve ser feito seguindo as linhas essenciais que a definem. Cada texto oferece vastas possibilidades de análise, que vinculam as obras de literatura oral com outros aspectos da mesma cultura. A língua, a base léxica e a sintaxe são fatores que, dada sua dimensão na oralidade tradicional, fazem com que a mesma seja uma forma de expressão mais rica que a língua correntemente falada. Na tradição oral, há fórmulas de abertura e de encerramento, modalidades, onomatopeias, diminutivos e aumentativos, etc. Há gêneros fixos e livres; nos primeiros, o texto permanece inalterável (provérbios, enigmas, fórmulas, esconjuros) e, por isso, a língua é arcaica. Já nos gêneros livres, a formulação, de fato, pode mudar (contos, relatos, etc.). Os sistemas narrativos anteriormente mencionados têm variáveis que dependem do narrador e de seu auditório. Alguns contos são mimados e formam um pré-teatro. Nenhum narrador transmite palavra por palavra o texto recebido por tradição oral; nesta liberdade reside justamente a riqueza e a diversidade da literatura falada. Algumas sociedades têm a tradição de relatar histórias em grupo. Por exemplo, narram contos entre duas ou mais pessoas, fazem mímica, cantam em coro, etc. A gramática do conto envolve uma estrutura narrativa, como exemplo, as sequências nas que se deve repetir. A linguagem dos relatos oferece uma infinita variedade de vocabulário, segundo a sociedade emissora da obra. Afirma-se que não existe uma sociedade no mundo que não tenha, em seu acervo, criações como essas, que se transmitem na tradição cultural. Em algumas sociedades, estas formas se conservam e obedecem à necessidade de manter vivos certos elementos da cultura, que não se conservam de nenhuma outra maneira. É o caso dos relatos e das reconstruções genealógicas conservadas na África através dos séculos, associados aos feitos importantes (míticos em alguns casos) de heróis de cada etnia. Este é o patrimônio depositado nos Gritos, esses portentosos historiadores orais Peuls do Sudão ocidental. (OSUN-BUNMI, s/d, s/p) No vocabulário dos relatos, os atores: homens, animais, plantas, gênios, etc., ocupam seu lugar e possuem um simbolismo particular em cada sociedade. Estes elementos permitem a criação de um repertório de metáforas e metonímias. As ações e os gestos podem ser de compreensão universal, ou particular da sociedade em questão. Os acessórios do narrador (joias, vestimenta, fantasia, etc.) também têm um valor simbólico. Cada mito (muitos contos são restos de mitos) deve ser decodificado, pois nele há uma mensagem implícita. O relato se decodifica no decurso de sua repetição. Ao lado da mensagem implícita está a mensagem explícita, que não tem a mesma importância, pois não modifica a estrutura interna do texto. A função dos motivos explícitos é marcar o final do conto, do relato, ou de uma reconstrução genealógica. A oralidade, portanto, transmite a mensagem de uma maneira indireta comum a linguagem codificada. Já o simbolismo, que é múltiplo nos contos, pode diminuir ou aumentar os conflitos internos de uma sociedade. Na oralidade, os africanos conservaram uma fonte viva de suas culturas tradicionais. Ao recuperarem a palavra, os novos países independentes, livres do peso do colonialismo, puderam reconstruir sua ancestralidade e delinear seus projetos de cultura nacional. Os “livros” da experiência milenar africana foram guardados na memória dos idosos. “Quando morre um ancião, diz Hampaté Bâ, africano, se perde uma biblioteca”. A história não escrita dos povos africanos pode ser procurada no inconsciente da vida social, isto é, nas estruturas, analisando a cultura e a literatura oral em todos os seus gêneros. Contudo, ao se admitir que cada sociedade tem uma cultura e uma história, a consciência histórica começa a se delinear. A consciência nasce ao espírito de uma ideologia global que superou as divisões étnicas de um país, para dar lugar a uma reconstrução paciente das sequências temporárias com a ajuda de todas as ciências auxiliares: arqueologia, etno-botânica, glotocronologia, etnologia, etc. A oralidade não é só o espelho de uma sociedade, também pode mostrar as contradições internas, sociais e psicológicas que se tornam perceptíveis na palavra. O fator persistência está ligado a uma instituição muito importante, imprescindível, e só aprofundando em seu estudo, poderemos chegar a conhecer a alma africana. Estamos falando no tambor. Raramente, os historiadores e os etnologistas ocidentais abordaram o estudo da rítmica percutiva como substituta da escritura na África. (OSUNBUNMI, s/d, s/p) Concluindo, Osunbunmi (s/d, s/p) diz que os tambores são o elo com o passado; sendo um meio de comunicação, de acompanhamento de danças, de transmissão de mensagens sagradas ou profanas, o tambor foi o guardião da memória recordação, como se denomina a capacidade dos africanos de conservar, transmitindo de pais para filhos, os valores de sua tradição e os códigos de sua identidade, unificando as emoções coletivas. A glotocronologia é uma técnica para calcular a separação temporal entre duas línguas que se supõe aparentadas. Está baseada na percentagem de palavras que são substituídas por outras. Morris Swadesh baseando-se em dados de diferentes famílias linguísticas, cujahistória é conhecida por documentos, estimou que devido a mudanças internas e contribuições externas, aproximadamente 14% das palavras básicas do vocabulário de uma língua são substituídos a cada intervalo de mil anos. Aglotocronologia é um método de estudo cujos resultados não podem ser precisos. De qualquer forma, está proposta para a investigação da evolução daquelas línguas que carecem de textos escritos, pelo que há que descartar o método comparativo, usado para a reconstrução do indo-europeu e buscar alternativas de investigação. A dança não se desenvolve sem o tambor, que é a escritura sonora que o dançarino deve acompanhar a oler, ouvindo, seu ditado. A escritura do tambor, “pode difundir as notícias mais rapidamente que a escritura gráfica”. Para compreender o valor semântico do tambor, é necessário remeter-se às línguas africanas, que são sistemas fônicos com estratos sonoros que dão às palavras um significado diferente, conforme a gravidade sonora dos vogais. Os sistemas de escritura são pouco adequados para escrever os tons graves, agudos e intermédios, sobretudo estes últimos. Em nenhuma escritura existem signos que possam representá-los. Em troca, o tambor reproduz com fidelidade a linguagem tonal das línguas africanas. A linguagem do tambor é, portanto, a reprodução imediata e natural da língua: é uma “escritura” inteligível para qualquer pessoa que tenha a prática suficiente, só que, ao invés de se dirigir à vista, está destinada ao ouvido. O europeu jovem aprende a relacionar, na escola, os sinais óticos com os sentidos; do mesmo modo, o africano jovem tinha que aprender outrora a arte de captar os sinais acústicos do tambor. (OSUNBUNMI, s/d, s/p) 5. A África Sob o Imperialismo Colonialista no Séc. XIX Fonte: Estudo Help6 egundo Bergamini (2008, s/p) até fins do século XVIII, a expansão colonizadora da Europa derramou-se principalmente pelo continente americano. A colonização foi alimentada pela Revolução Comercial e teve, portanto, caráter mercantilista. Visava a enriquecer e fortalecer o Estado, mediante a obtenção de colônias: fontes de renda, pela exploração das suas riquezas e pelo regime do monopólio. O colonialismo europeu mercantilista procurava, sobretudo, metais preciosos (ouro, prata) e produtos tropicais, cuja 6 Retirado em https://estudo-help.com.br/ S venda sustentava os exércitos das metrópoles e financiava as constantes e exaustivas guerras, provocadas pelas ambições nacionalistas na Europa. No século XIX– de par com a Revolução Industrial–surgiu um novo expansionismo europeu, de cunho imperialista, que se lançou à conquista dos demais continentes, com exceção da América (defendia pela doutrina Monroe). Este novo imperialismo europeu estendeu-se especialmente pela África e a Ásia. Não era apenas colonialista (do antigo tipo mercantilista): também era estratégico (militar)e econômico. Cobiçava novas fontes de matérias-primas; não ouro e especiarias, mas elementos indispensáveis à indústria. E ambicionava novos mercados. (BERGAMINI, 2008, s/p) Para Bergamini (2008, s/p) havia necessidade de novas fontes de matérias- primas, sobretudo ferro, cobre, petróleo, manganês, trigo, algodão e de novos mercados para o consumo dos produtos industriais das metrópoles; superpopulação da Europa e consequente necessidade de novas áreas para o excesso de habitantes. Os colonos continuariam a ser cidadãos e forneceriam contingentes humanos para os exércitos das metrópoles; necessidade de aplicação dos capitais excedentes; desejo da conquista de bases estratégicas (sobretudo para segurança do tráfico marítimo); espírito e ambições nacionalistas. (...) (BERGA-MINI, 2008, s/p) Colonização Francesa Segundo Bergamini (2008, s/p) em1830, sob o reinado de Carlos X, iniciou-se a conquista da Argélia. Terminou em 1857, sob o reinado de Napoleão III. Fonte: https://francesobjetivo.com.br/ A Tunísia foi facilmente ocupada em 1881 (provocando o desagrado da Itália). A conquista do Marrocos (1900-1912) deu margens à “questão marroquina” franco-alemã. A oposição da Alemanha às atividades colonialistas da França, no Marrocos, provocou dois graves incidentes, que quase desencadearam a guerra: o de Tanger (1905) e o de Aghâdir (1911). A final após obter concessões territoriais no Congo (Camerun, hoje República de Cama- rões), a Alemanha consentiu (1911) no protetorado francês sobre o Marrocos, o qual foi oficialmente estabelecido em 1912. De 1855 a 1900, a França conquistou o Sudão (África Ocidental Francesa): Saara, Senegal, Guiné, Costa do Marfim, Dahomey (Daomé) e os territórios do Niger. De 1875 a 1885 apossou-se de imenso território à margem direita do Congo e do seu afluente Ubangui. (África Equatoriana Francesa). Em Madagáscar, a colonização francesa começou no século XVII. Mas a conquista de toda a ilha só se realizou numa campanha militar em fins do século XIX (1895-1896). A Somália francesa (em frente ao estreito de Babel Mandeb) foi conquistada em 1888. Colonização Inglesa A Inglaterra apoderou-se, a pouco a pouco, das partes mais valiosas da África: Região leste: Em 1882, estabeleceu o protetorado britânico sobre o Egito. Mais tarde realizou novas conquistas, formando um bloco unido de possessões, no leste africano: África Ocidental Britânica, hoje Quênia (1884), Rodésia (1889), Uganda (1890), Sudão Anglo-Egípcio (1898). Região ocidental: Apoderou-se de Gâmbia, Serra Leoa, Costa de Ouro e Nigéria. Região sul: No sul, desde a guerra com Napoleão, possuía a colônia do Cabo (arrancada aos holandeses). Em 1885, descobriram-se minas de ouro em Johanesburgo (Transvaal). Pouco depois, a Inglaterra provocou a guerra contra os bôers, calvinistas de origem holandesa, agricultores, estabelecidos em duas pequenas repúblicas–Transvaal e Orange– as quais, após a vitória inglesa(1899-1902), foram ligadas às colônias do Cabo e de Natal. Todas elas, juntas, formaram em 1910 a União Sul-Africana. Transvaal foi uma das províncias da África do Sul entre 1910 e 1994, com capital em Pretória. A província como tal já não existe. Em 1994, o território do Transvaal foi dividido em quatro novas províncias: Gauteng, Noroeste, Limpopo e Mpumalanga. A lise encontra Wit-watersrand, o complexo industrial mais importante da África do Sul. No século XIX, Transvaal designava os territórios que se constituíram em uma república bôer denominada Zuid-Afrikaansche Republiek (República sul-africana), informalmente referida como República do Transvaal. Esses territórios ocupavam toda a parte norte da África do Sul, situados a montante do rio Vaal até ao rio Limpopo. Anexado pelos Britânicos em 1902, o Transvaal tornou-se, em1910, uma das quatro províncias sul-africanas. Colonização Alemã Tendo de realizar, primeiramente, a sua unidade nacional– a Alemanha apareceu tardiamente no cenário colonial africano. Mesmo assim, obteve o Camerun, hoje república dos Camarões (1884), e Togo (1885), no golfo da Guiné. Ainda em 1884 conquistou a África do Sudoeste, hoje fideicomisso da ONU. Em 1885 apoderou-se da África Oriental, hoje Tanzânia. A Alemanha perdeu todas as suas colônias africanas, após a Primeira Guerra Mundial. Colonização Italiana A Itália também entrou tardiamente na “corrida colonialista”. Obteve a Eritréia(1885), no Mar Vermelho, e a Somália italiana (1892), no Oceano Índico. Mas, ao tentar conquistar a Abissínia, sofreu a esmagadora derrota de Árdua (1896), às mãos dos soldados do “negus” MenelikII, o soberano etíope. Em 1911, arrebatou aos turcos a Tripolitânia e a Cirenaica, que foram reunidas sob o novo nome de Líbia. O Congo Belga O Congo é uma enorme e riquíssima região central da África. Foi, primeiramente (1885-1908), propriedade particular
Compartilhar