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Cinomose: Introdução: Enfermidade que acomete os caninos e é altamente contagiosa. Etiologia: Família: Paramyxoviridae Gênero: Morbillivirus- mesmo gênero do sarampo em humanos. Vírus da cinomose: CDV Genoma RNA, envelopados- glicoproteínas (se ligam a receptores da célula) do envelope mais sensíveis-; nucleocapsídeo, matriz proteica, pleomórficos. Glicoproteínas do envelope: ➔ A proteína de ligação H (adsorção); ➔ Glicoproteína F (fusão na célula do hospedeiro) - libera o material genético no interior das células. Proteínas do nucleocapsídeo: ➔ Proteína N- auxilia na formação do nucleocapsídeo; ➔ Proteína P- atividade enzimática; ➔ Proteína M- importante na hora da montagem- interior do capsídeo. ➔ A proteína H é importante por possui um tropismo por células como células do SNC- neuro invasiva. Os vírus RNA já trazem algumas enzimas que vão ser importante no momento da multiplicação. Adesão→ fusão→libera o material genético e enzimas (vírus RNA que já possui as próprias enzimas) faz a replicação → produz RNAm que tem a finalidade de produzir proteínas (transdução) usadas para produção das novas partículas virais (produção do nucleocapsídeo)→ quando sai leva um pedaço da membrana celular formando o envelope do vírus. O envelope é lipoprotéico- destruído por desinfetantes de amônia quartearia. São altamente sensíveis: luz UV, dessecamento, altas temperaturas/congelamento: 1⁄2 hora a 56° C; 1 hora a 37° C; 3 horas a 20°C; 48 horas em tecidos a 25° C; 14 dias em tecidos a 5°C; semanas - congelado Epidemiologia: Animais susceptíveis: canídeos domésticos e selvagens- reservatórios e podem transmitir na época que estão apresentando sintomatologia; Grandes felinos, primatas não humanos. ➔ Ocorrência nos países em desenvolvimento; rara nos países desenvolvidos. ➔ Reemergente em alguns países desenvolvidos: Japão, Austrália, Finlândia, Hungria e Itália- devido a diminuição da vacinação ➔ Distribuição mundial e ocorre de forma endêmica ➔ Não há predisposição sazonal, por sexo ou raça ➔ Cães de qualquer idade ➔ Maior frequência: filhotes não vacinados. ➔ Transmissão: aerossóis, gotículas contaminadas, secreções respiratórias, secreções oculares, fezes e urina ➔ Eliminação do vírus até 60-90 dias após a infecção- favorece a infecção de outros animais. ➔ Fontes comuns de infecção: ar, água e alimentos contaminados. ➔ Maior disseminação em ambientes com cães mantidos em grupos. Patogenia: É considerado um vírus pantrópico: tropismo por vários sistemas do corpo: sistema tegumentar, ocular, respiratória, TGI, SNC. Lesões e sinas clínicos: pode ser ocasionada por ação direta do vírus ou resposta imunológica do hospedeiro- imunossupressão e predisposição a doenças oportunistas. Pode apresentar inclusão nas células sanguíneas ou de outros tecidos devido replicação; tropismo por linfócitos, diminuindo a imunidade- imunossupressão devido a diminuição dos linfócitos levando a suscetibilidade em infecções secundárias, devido a molécula ativadora de linfócitos ocorre a ligação do vírus. Receptor celular → proteína H→ mudança de conformação→ transmite sinal lateral para a proteína F→ Sofre ativação e fusão Infecção oronasal → replicação primária no epitélio e macrófagos trato respiratório superior ou conjuntival (2-4 dias)→ vão para os linfonodos regionais→ faz a 1ª viremia ( 1° pico febril, e infecção de outros linfonodos: Timo, baço, linfonodos mesentéricos, células de Kupffer, células mononucleares pulmonares e bronquiais)→ ocorre a imunossupressão (linfopenia- devido ao tropismo)→ 2ª viremia (2° pico febril)→ replicação secundaria: atinge células epiteliais da pele, TGI, trato respiratório, SNC, sistema reticulo endotelial. A replicação no interior das células sanguíneas produz proteínas para produção de novas partículas, o excesso de proteínas forma os corpúsculos de Lentz em células brancas e hemácias e células endoteliais As proteínas virais → interação com membrana celular→ células infectadas suscetíveis à citólise imunomediada. Interação complexa de proteínas virais com a célula do hospedeiro forma o sincício celular (células com inúmeros núcleo). Infecção→ resposta imune é rápida e efetiva→ eliminação do vírus e recuperação → infecção subclínica em 50% dos casos se referindo aos cães adultos. Devido a vacina. Infecção→ resposta imune falha→ imunossupressão→ sinais clínicos típicos → 9° dias: vírus nas mucosas; 12° SNC. Por exemplo animais não vacinados, que não terminaram o protocolo vacinal. Período de 10-12 dias atinge o SNC e faz a viremia→ via hematógena e líquor e chefa no SNC. ➔ Via hematógena: a infecção se dá via oronasal e ocorre replicação no local atingindo a circulação por conta da viremia associada às células mononucleares, entoa pode ser levado pela circulação através dos linfócitos e monócitos, penetrando no SNC. ➔ Via liquórica: a infecção se dá via oronasal e ocorre replicação no local que atinge a circulação sistêmica e o vírus entra no plexo coroide do 4º ventrículo e se replica nas células epiteliais desse plexo, sendo que esses pequenos capilares são responsáveis por levar nutrientes até o líquor e acabam carreando o vírus junto, penetrando assim no SNC. Vírus causa lesão multifocal nas substâncias cinzenta e branca→ No caso da SC- infecção neuronal: poliencefalomalácia. Na substância branca vai levar a lesões na SB devido a replicação viral nas células da Glia→ Dano mielínicos • Desmielinização aguda: proteína H: replicação do vírus no interior dos oligodendrócitos faz a destruição celular, prejudica a manutenção da bainha de mielina. • Desmielinização crônica- ocorre de 6-7 semanas após a infecção: processo inflamatório no SNC. O antígeno do vírus infectando astrócitos desencadeia resposta imunológica que leva ao mecanismo das metaloproteínas- proteínas que vão favorecer o processo inflamatório. Os macrófagos do SN ativados desencadeiam na desmielinização. Produção de anticorpos citotóxicos- dependentes→ anticorpos anti-mielina→ Desmielinização. Sinais clínicos: Doença multissistêmica: fase/forma digestiva, forma respiratória→ evolui para forma nervosa ➔ Digestiva: apatia, inapetência ou anorexia, febre, vômito esporádico, diarreia, desidratação leve. ➔ Respiratória: apatia, inapetência ou anorexia, febre, secreção nasal serosa, secreção ocular serosa, tosse, estertoração, dispneia. ➔ Nervosa: Apatia, inapetência ou anorexia, febre, mioclonia- contrações involuntárias dos músculos, ataxia, convulsão, paresia/paralisia, tetraparesia/plegia, atrofia muscular. • Inflamação das meninges que atinge o líquor atinge a medula e leva hiperestesia, rigidez cervical, rigidez para-espinhal • Comprometimento medula espinhal: paresia, incoordenação dos membros. • Mioclonia: pode acometer 1 músculo ou 1 grupo de músculos: temporárias, auriculares, flexores dos membros, reto abdominal. • Vírus em neurônios motores inferiores da medula espinhal→ irritação local→ mioclonia ➔ Tegumentar: pústulas, coxins plantares ressecamento e de plano nasal- aumento espessura estrato córneo- processo crônico. Diagnóstico: Achados clínicos, achados hematológicos, achados de necropsia, sorologia, PCR. ➔ Hematológicos: hemograma e bioquímico não são muito específicos, sendo mais utilizados para monitoramento e prognostico • Linfopenia • Linfopenia+ anemia arregenerativa + trombocitopenia • Neutropenia • Neutrofilia – presença de infecção bacteriana secundária, por ser imunossupressor. ➔ Necropsia: • Atrofia tímica (filhotes infectados); • Hiperqueratose de plano nasal e coxins; • Pústulas; • Broncopneumonia; • Enterite; ➔ Histologicamente: • Necrose de tecido linfoide • Pneumonia intersticial• Corpúsculos de inclusão • Degeneração neuronal • Lesões desmielinizadas. ➔ IgG no LCR→ barreira hematoencefálica impede e /ou dificulta a passagem de Ac→ diagnóstico confirmatório. ➔ Para quadro clinico sistêmico: Imunocromatografia (swab conjuntival, nasal, retal, sangue total, soro, plasma, liquido cefalorraquidiano e urina), ELISA para pesquisa de IgM (resposta vacinal persiste até 3 semanas; infecção persiste de 5 semanas a 3 meses) e IgG (infecção presente, passada a resposta vacinal, sendo a amostragem pareada – 10 a 4 dias de intervalo – para detectar conversão sorológica e aumento de IgG) e RT-PCR e qPCR (swab conjuntival, nasal, retal, sangue total, soro, plasma, liquido cefalorraquidiano e urina). ➔ Para quadro neurológico e sem sinais sistêmicos: na fase aguda pode ser feito imunocromatografia (líquido cefalorraquidiano e urina) e RT-PCR e qPCR (líquido cefalorraquidiano e urina) e na fase crônica pode ser feito imunocromatografia (urina), RtPCR e qPCR (urina) e avaliação de liquido cefalorraquidiano (aumento de proteínas, aumento de celularidade e pesquisa de IgG anti CDV). ➔ A produção do IgG no líquor ocorre no período crônico, no qual há ativação dos linfócitos no interior do SNC para essa produção e a barreira hematoencefálica impede e/ou dificulta a passagem dos anticorpos, mas no momento do processo crônico ele já tem a inflamação com produção dos anticorpos para detectar IgG no liquor, sendo assim é possível fazer o diagnóstico confirmatório da cinomose. ➔ Diferencial: parainfluenza, broncopneumonia verminórica, complexo respiratório infeccioso canino, neosporose (paralisia dos membros pélvicos), intoxicação por clorados e clorafosforados. Tratamento: Tratamento de suporte: ➔ Antibiótico de amplo espectro- evitar infecções 2ªs ➔ Fluidoterapia ➔ Vitaminas do complexo B: restauração da bainha de mielina ➔ Manter o animal limpo ➔ Local higienizado Prevenção: ➔ Vacinação: 45-60 dias + 3 reforços (30 dias) + revacinação anual ➔ Desinfecção: desinfetantes a base de amônia, éter, clorofórmio ➔ Evitar contato entre os cães: até o final do esquema de vacinação. OBS: proteínas F e H são importantes para a produção de vacinas, feitas através da replicação dos genes específicos para elas com a inoculação dela em outro vírus (uma vez que o animal tem na vacina o contato com essas proteínas do envelope, o gene delas produzem anticorpos contra elas mesmas e, no momento da infecção, terá anticorpos contra essas proteínas, impedindo a replicação viral nas células, não sendo possível que entre nas células e desenvolva sinais clínicos mais graves.
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