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CIÊNCIA DA LITERATURA 
2020.1 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
Bibliografia básica: 
ANZALDÚA Gloria. “Falandoemlínguas: umacartapara as escritoras do Terceiro
 Mundo. Online. 
ARRUZZA, C. ;BHATTCHARYA, T e FRASER, N. Feminismoparaos 99%: um 
 manifesto 
BUTLER, Judith. Problemas de gênero. Feminismo e subversão da identidade. Rio de 
 Janeiro: Civilização Brasileira, 2015. 
---------- . Quadros de guerra. Quando a vida é passível de luto. Rio de Janeiro: 
 Civilização Brasileira, 2015 
----------- e SPIVAK, G. C. Quem canta o Estado-Nação. Brasília: UNB, 2007 
CRESHAW, Kimberle .On Intersectionality: Essential Writins. On line 
DAVIS, Angela Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016 
-----------. A liberdade é uma luta constante. São Paulo: Boitempo, 2018 
FEDERICI SILVIA. Calibã e a bruxa:mulheres, corpo e acumulação primitive. São 
 Paulo: Martins Fontes, 2017 ok livroBrasil 
GIUNTA, A. Feminismo y arte latinoamericano. Buenos Aires: SigloVeintiuno. 2018 
PROGRAMA: CIÊNCIA DA LITERATURA 
DISCIPLINA: Teoria literária e ciências humanas 
PROFESSOR: Beatriz Resende Siape: 8360503 CÓDIGO: LEL 810 
PROFESSOR: Siape: 
PERÍODO: 2020.1 NÍVEL: M/D 
 
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: Teoria Literária/Literatura Comparada 
HORÁRIO: Sala do PACC, quarta-feira, às 14h 
TÍTULO DO CURSO: Literatura e feminismo: escritoras contemporâneas de Língua 
Portuguesa. 
Ementa: 
A literatura, a arte e a cultura brasileira contemporâneas propõem, hoje, questionamentos 
sobre suportes, relações territoriais, linguagem, incluindo uma estética da periferia, que 
refletem a busca por uma arte que se realize na intersecção entre questões de raça, gênero, 
sexualidade e classe. 
Na produção ficcional de mulheres, em diversos países de Língua Portuguesa, tais questões 
aparecem de forma especialmente enfáticas. O debate mais agudo sobre esta literatura, 
explicitamente feminista ou não, é trabalho urgente a ser feito. 
Para tratarmos dos temas, das formas que as obras tomam, da linguagem usada, é preciso 
recorrer a novas epistemologias, novos estudos, novas teorias. O pensamento teórico 
feminista interseccional, a reflexão decolonial, a ressignificação de conceitos como 
marginalidade e subalternidade são instrumentos de leitura necessários à análise de tais 
contra-narrativas de resistência. 
O curso vai se ocupar de escritoras brasileiras, portuguesas e africanas que se 
tornam ainda mais importantes num momento em que o patriarcalismo, o racismo, a 
homofobia e outros recursos autoritários ressurgem de forma ameaçadora. 
 
 
HILL COLLINS, Patricia.“ A Construção Social do Pensamento Feminista Negro. 
Online 
 
HOLLANDA, Heloisa Buarque. Explosão feminista. São Paulo: Cia das Letras, 2018 
------------. (Org.) Pensamento feminista: conceitos fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar 
 do Tempo, 2019 
------------. (Org) Pensamento feminista brasileiro: formação e contexto. Rio de Janeiro: 
 Bazar do Tempo, 2019 
KILOMBA, Grada. Memórias da plantação. Episódios de racismo cotidiano.Rio de 
Janeiro: Cobogó, 2019 
RAGO, Margareth. A Aventura de contar-se. Feminismos, escrita de si e invenções da 
 subjetividade. São Paulo: Unicamp, 2014 
RESENDE, Beatriz. Poéticas do contemporâneo. São Paulo:e-galáxia, 2019 E.book 
RUBIN Gayle. Políticas do sexo. São Paulo: Ubu, 2017 (OK. LivroBrasil) 
 
As leituras de ficção serão decididas em conjunto no início do curso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
ADORNO, Theodor. O curioso realista, Novos estudos, São Paulo: CEBRAP, v. 85, 
nov. 2009, pp. 5-22. 
PROGRAMA: CIÊNCIA DA LITERATURA 
DISCIPLINA: Teoria e crítica literária 
PROFESSOR: Danielle Corpas Siape: 3303029 CÓDIGO: LEL 819 
PROFESSOR: Siape: 
PERÍODO: 2020.1 NÍVEL: M/D 
 
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: Teoria Literária/Literatura Comparada 
 
HORÁRIO: Quinta-feira, 14h 
 
TÍTULO DO CURSO: Estratégias críticas em tempos de razão turva 
Ementa: 
No início da década de 1930, Walter Benjamin estava decidido a redigir um ensaio em 
torno da tarefa do crítico, um programa para a crítica literária que enfrentasse o “horizonte 
limitado e abafado” da Alemanha à época da ascensão do nazismo. As anotações para esse 
projeto nunca concluído sinalizam problemas e propostas que permanecem relevantes para 
o debate contemporâneo, inclusive no Brasil tomado por forças conservadoras extremistas 
que não disfarçam suas intenções genocidas. Em contextos nefastos como esses, que tipo 
de tarefa cabe ao crítico de literatura? Que estratégias podem ser mais eficazes para 
“exercer a inteligência crítica na luta contra as irracionalidades e as brutalidades deste 
mundo” (CANDIDO, 2004, p. 108)? 
Este curso busca inspiração para lidar com inquietações dessa ordem na multifacetada 
obra de Siegfried Kracauer (1889-1966), crítico pioneiro da cultura de massas, atento às 
transformações da sociabilidade e da sensibilidade modernas num momento em que a ratio 
capitalista convergia para o obscurantismo totalitário. Assim como seu amigo Benjamin, 
Kracauer indagou-se sobre a tarefa do crítico em tempos de “razão turva” e trilhou um 
caminho a seu modo combativo. Seus artigos dos anos 1920-30 exercitam procedimentos 
inovadores para lidar com os problemas específicos de sua época, para desvendar nas 
formas da cultura “segredos rudes” da vida social, conciliando ou alternando análise 
estética e observação de “discretas manifestações de superfície” (fenômenos da vida 
cotidiana nos quais se reconhecem determinações gerais da ordem social). 
O programa do curso se divide em 3 módulos: 
1) Introdução – A tarefa do crítico: fragmentos de Walter Benjamin 
2) Kracauer e a crítica da superfície: Os empregados, O ornamento da massa 
3) Kracauer, crítico de literatura: a recepção de Kafka e outros debates 
 
ALBUQUERQUE, Fernando. Coletânea de textos traduzidos de Siegfried Kracauer. In: 
10 x Kracauer. Tese de doutorado apresentada ao PPG de Ciência da Literatura da 
UFRJ, 2018. pp. 27-130. 
BENJAMIN, Walter. Linguagem, tradução, literatura (filosofia, teoria e crítica). 
Edição e tradução de João Barrento. Lisboa: Assírio  Alvim, 2015a.pp. 113-137. 
______. Rua de mão única. Trad. Rubens Rodrigues Torres Filho e José Carlos Martins 
Barbosa. São Paulo: Brasiliense, 2000. Obras escolhidas, v. 2. 
_____. Briefean Siegfried Kracauer. Ed. Th. W. Adorno Archiv. Marbach am Neckar: 
Deutsche Schillergesellschaft, 1987. 
CANDIDO, Antonio. O gosto pela independência. In: Recortes. 3ª ed. revista pelo 
autor. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2004. pp. 106-108. 
CHICOTE, Francisco Manuel García. Objeto y sujeto em Siegfried Kracauer, 
PandaemoniumGermanicum,São Paulo, v. 23, n. 39, 2020, p. 182-198. 
CORPAS, Danielle. Siegfried Kracauer e Erich Auerbach: pontos de contato, 
PandaemoniumGermanicum,São Paulo, v. 22, n. 37, 2019, p. 182-198. 
CORPAS, Danielle; LEAL, Carlos. Benjamin e Kracauer: algumas passagens,Redobra, 
Salvador: UFBA, n. 14, ano 5, pp. 48-57, 2014. 
GAY, Peter. Weimar Culture. The outsider as insider. New York; London: W.W. 
Norton, 2001. 
GINZBURG, Carlo. Sinais: raízes de um paradigma indiciário. In: Mitos, emblemas, 
sinais: morfologia e história. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. pp. 143-
179. 
KAFKA, Franz. O processo. Trad. Modesto Carone. São Paulo: Cia. das Letras, 2005. 
_____.O castelo. Trad. Modesto Carone. São Paulo: Cia. das Letras, 2008. 
_____.Narrativas do espólio. Trad. Modesto Carone. São Paulo: Cia. das Letras, 2002. 
_____.O desaparecido ou Amerika. Trad. Susana Kampff Lages. São Paulo: Editora 34, 
2003. 
KRACAUER, Siegfried. Essays, Feuilletons, Rezensionen. Werke,v. 5. Berlin: 
Suhrkamp, 2011. 4v. 
_____. O ornamento da massa. São Paulo: Cosac Naify, 2009. 
_____. Os empregados. Lisboa: Antígona, 2015. 
_____. Estética sinterritorio. Murcia: FundaciónCajamurcia, 2006. 
_____. Rues de Berlin et d’ailleurs.Paris: Gallimard, 1995. 
KOCH, Gertrude.Siegfried Kracauer: an introduction. Princeton: Princeton University 
Press, 2000. 
MACHADO, Carlos Eduardo Jordão; VEDDA, Miguel (Org.). Siegfried Kracauer: un 
pensador más allá de lasfronteras. Buenos Aires: Gorla, 2010. 
POOR, Sara; WITTE, Karsten. “Light Sorrow”: Siegfried Kracauer as Literary 
Critic,New German Critique, n. 54, Special Issue on Siegfried Kracauer, 1991, 
pp.77-94. 
SANTOS, Patrícia Silva.Sociologia e superfície: umaleitura dos escritos de Siegfried 
Kracaueraté 1933. São Paulo: Unifesp, 2016. 
_____. Benjamin e Kracauer: elementos de uma epistemologia de “trapeiros”, 
Sociologia & Antropologia, v. 03.06, nov. 2013, pp. 489-508. 
 
TRAVERSO, Enzo. Siegfried Kracauer: itinerario de un intelectual nómada. 
EdicionsAlfons El Magnànim: València, 1998. 
VEDDA, Miguel. La irrealidad de ladesesperación: estudios sobre Siegfried Kracauer 
y Walter Benjamin. Buenos Aires: Gorla, 2011. 
WAIZBORT, Leopoldo. O verdadeiro no mais próximo, Novos estudos, São Paulo: 
CEBRAP, v. 85, nov. 2009, pp. 47-81. 
WIZISLA, Erdmut. Crise e Crítica. In: Benjamin e Brecht: história de uma amizade. 
São Paulo: Editora da USP, 2013. pp. 113-157. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROGRAMA: CIÊNCIA DA LITERATURA 
DISCIPLINA: Modelos ideológicos de enunciação 
PROFESSOR: Eduardo Coelho Siape: 2478182 CÓDIGO: LEL 833 
PROFESSOR: Siape: 
PERÍODO: 2020.1 NÍVEL: M/D 
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: Teoria Literária/Literatura Comparada 
HORÁRIO: Sala do PACC, terça-feira, às 17h 
TÍTULO DO CURSO: Poesia e política literária 
Ementa: 
As funções de poeta, editor, artista gráfico, distribuidor, livreiro e crítico se 
embaralhavam notavelmente desde pelo menos os anos 1970, quando surgiram edições 
mimeografadas e iniciativas editorais independentes, como a Nuvem Cigana e a 
Quilombhoje. Ao mesmo tempo, a indústria cultural crescia a passos largos, incorporando, 
ao mercado, algumas tendências alternativas que por fim abandonaram o embaralhamento 
de funções na escala de produção e pós-produção do livro. 
 A partir dos anos 2000, o surgimento da cibercultura e as tecnologias digitais de 
baixo custo reestabeleceram não apenas o embaralhamento de funções, mas também 
diversificaram seus atores, remodelando prioridades do chamado “sistema literário”. Além 
disso, as redes sociais se tornaram um meio imprescindível à divulgação tanto da poesia e 
de “novas” formas da crítica, quanto de posicionamentos relacionados à política 
específicamente literária, que se apresentam muitas vezes ao lado do “patrulhamento 
ideológico” e da autoexposição narcísica de poetas e de críticos, sem esquecer da atuação de 
leitores. Trata-se geralmente da política especificamente literária mobilizada pelas questões 
identitárias. 
Em oposição, tendências formalistas se mantêm apegadas ao específico literário e 
demonstram, consequentemente, um estado de inflexibilidade inadequado à 
problematização de impasses e da complexidade do nosso tempo. 
 Nesse processo, a indústria cultural tem se pautado mediante polêmicas, de modo a 
recompor-se dentro do sistema ao incorporar, ao mercado, poetas reativos ao status quo. 
Enquanto a história da poesia e do mercado se repete, a crítica acadêmica se vê desidratada 
e sobretudo não lida, ocupando sobretudo a função de prestadora de serviços da indústria 
cultural ou confinada ao espaço estritamente universitário, sem interlocutores para além de 
si mesma. 
 Este curso pretende discutir a política específicamente literária dos anos 70 ao dias 
atuais através da leitura de poemas, cartas, entrevistas, ensaios, artigos, resenhas, memórias, 
depoimentos e postagens de poetas e críticos em redes sociais, com ênfase nas 
transformações e contradições do sistema reveladas nesse período. 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA RESUMIDA 
 
AGUIAR, Vera Teixeira de; CECCANTINI, João Luís (organizadores). Teclas e 
dígitos: leitura, literatura & mercado. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010. 
ARRAES, Jarid. “Uma mulher negra escrevendo em busca de casa”. In BRAVO, Taís; 
MELO, Seane; ROSA, Estela; SILVA, Natasha. Mulheres que Escrevem: ensaio. Rio 
de Janeiro: Mulheres que Escrevem, 2018. 
COELHO, Eduardo; PEDROSA, Celia. “Entrevista com a Oficina Experimental de 
Poesia”, Revista Alere, Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários– PPGEL, 
ano 11, vol. 18, no 2, p. 337-368, dez. 2018. 
COHN, Sergio (org.). Nuvem Cigana: poesia & delírio no Rio dos anos 70. Rio de 
Janeiro: Beco do Azougue, 2007. 
DOMENECK, Ricardo. “Ideologia da percepção ou algumas considerações sobre a 
poesia contemporânea no Brasil”, Inimigo Rumor, no 18, 2o semestre de 2005/1o 
semestre de 2006. 
GALVÃO, Walnice Nogueira. “Indústria cultural e globalização”. As musas sob 
assédio. Literatura e indústria cultural no Brasil. São Paulo: Editora SENAC São 
Paulo, 2005. Coleção Série Livre Pensar, 18, p. 15-40. 
GASPARI, Elio; HOLLANDA, Heloisa Buarque de; VENTURA, Zuenir. Cultura em 
trânsito: da repressão à abertura. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2000. 
HOLLANDA, HeloisaBuarque de; PEREIRA, Carlos Alberto Messeder. Patrulhas 
ideológicas: arte e engajamento em debate. São Paulo: Brasiliense, 1980. 
______. Impressões de viagem: CPC, vanguarda e desbunde, 1960/1970. Rio de 
Janeiro: Rocco, 1992. 
______ (org.). 26 poetas hoje. 4aedição. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2001. 
______ (org.). Esses poetas. 2aedição. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2001. 
______. Onde é que eu estou? Heloisa Buarque de Hollanda 8.0. Organização de André 
Botelho, Cristiane Costa, Eduardo Coelho e Ilana Strozenberg. Rio de Janeiro: Bazar do 
Tempo, 2019. 
LEONE, Luciana di. Poesia e escolhas afetivas: edição e escrita na poesia 
contemporânea. Rio de Janeiro: Rocco, 2014. Coleção Entrecríticas. 
LOPES, Silvina Rodrigues. “Impróprio para consumo”. A anomalia poética. Belo 
Horizonte: Chão de Feira, 2019. p. 125-141. 
LÓPEZ WINNE, Hernán; MALUMIÁN, Víctor. Independentes ¿de qué? Hablan los 
editores de América Latina. México: FCE, 2016. Coleção Libros sobre Libros. 
MOISÉS, Carlos Felipe. Poesia para quê? A função social da poesia e do poeta. São 
Paulo: Editora Unesp, 2019. 
MORICONI, Ítalo. “Entrevista com Ítalo Moriconi” [por Márcio Junqueira, Lucas 
Matos e Luciana di Leone], Bliss: revista de poesia,organização de Lucas Matos, 
Clarissa Freitas e Márcio Junqueiro, Rio de Janeiro, 7Letras, p. 55-77, 2009. 
PEDROSA, Celia; MATOS, Cláudia; NASCIMENTO, Evando (org.). Poesia hoje. 
Niterói: EdUFF, 1998. Coleção Ensaios, 13. 
PUCHEU, Alberto. Apoesia contemporânea. Rio de Janeiro: Azougue, 2014. 
RESENDE, Beatriz. “A indisciplina dos Estudos Culturais”. Apontamentos de crítica 
cultural. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2002. p. 9-54. 
REZENDE, Renato. Poesia brasileira contemporânea: crítica e política. Rio de 
Janeiro: Azougue, 2014. Coleção Invenção e Crítica. 
RISÉRIO, Antonio. Sobre o relativismo pós-moderno e a fantasia fascista da esquerda 
identitária. Rio de Janeiro: Topbooks, 2019. 
 
ZARVOS, Guilherme. Branco sobre branco: Centro de Experimentação Poética 
20.000. Centro de Experimentação Pensamento: uma rota possível. Rio de Janeiro: 
Editora NONOAR, 2009. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROGRAMA: CIÊNCIA DA LITERATURA 
DISCIPLINA: Poesia e modernidade 
PROFESSOR: EDUARDO 
GUERREIRO BRITO LOSSO 
Siape: 1721533 CÓDIGO: LEL 852 
PROFESSOR: Siape: 
PERÍODO: 2020.1 NÍVEL: M/D 
 
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: Teoria Literária 
HORÁRIO: Quinta-feira, 17h 
TÍTULO DO CURSO: Tradição delirante: aspiração de liberdade na linguagem e no 
comportamento 
Ementa: 
 
Em diferentes momentos da história, poetas, utopistas e místicos manifestaram o desejo de 
libertação de convenções da linguagem e de comportamento. Frequentemente uma ousadia 
estética esteve diretamente ligada a um desejo dedesembaraço de coerções sociais e um 
gesto pessoal de ruptura cedo ou tarde contribui para um estímulo de transformação social. 
Considerado por muitos como o primeiro movimento feminista europeu, a associação das 
beguinas foi um movimento de mulheres que dedicavam sua vida tanto a ajudar 
desamparados quanto a labores intelectuais e práticas espirituais. Uma das mais 
importantes, Marguerite Porete (1250-1310), foi queimada publicamente em Paris em 
1310, sob acusação de heresia. As visões que se traduziam em escritos extravagantes e 
reflexões poéticas, para além da doutrinação e da racionalidade, orientavam-se para um 
novo modo de vida, diferenciado do patriarcalismo eclesiástico. A partir daí,toda uma 
tradição neoplatônica do uso da analogia vai radicalizar o pensamento filosófico 
renascentista com o uso de associações poéticas que buscam uma experiência mágica com 
a natureza. 
Em tempos modernos, simbolistas e surrealistas herdam o desejo de experimentar 
alucinações com a linguagem, aquilo que Benjamin chama de iluminação profana, e 
pretendem secularizar a prática das correspondências num mundo metropolitano e laico. É 
nesse contexto que vai surgir, de um simbolista como Cruz e Sousa (o nosso Dante negro), 
da simbolista feminista Gilka Machado, de modernistas como Murilo Mendes, Cecília 
Meireles e Jorge de Lima, da geração paulista de Roberto Piva e Claudio Willer, até as 
tendências psicodélicas do tropicalismo e da geração marginal, desembocando na poética 
contemporânea que retoma relações com a poesia e o pensamento ameríndio. 
O curso pretende explorar não só a dimensão estética da linguagem extravagante, como 
também sua busca por uma arte de viver diferente das normas e hábitos dominantes - 
nobres, burgueses ou eclesiásticos - contra a tecnocracia racionalista e em direção a uma 
outra relação com o ambiente e a natureza. É no exercício de um permanente estudo de si 
mesmo para elaborar a solidão, a convivência com outros próximos e com a sociedade em 
geral que escritoras e escritores subversivos propõem modos de vida diferentes, nos quais o 
curso vai se debruçar. 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
ADORNO, Theodor. Dialética negativa. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009. 
 
BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política. Ensaios sobre literatura e 
cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994. 
BORGES, Jorge Luis. Prólogos: com um prólogo dos prólogos. Rio de Janeiro: Rocco, 
1985. 
CERTEAU, Michel de. A fábula mística séculos XVI e XVII: volume 1. Rio de Janeiro: 
Forense, 2015. 
DELEUZE, Gilles. Crítica e clínica. São Paulo: 34, 1999. 
FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas.Uma arqueologia das ciências humanas. 
São Paulo: Martins Fontes, 2000. 
LÖWY, Michael. Redenção e utopia. O judaísmolibertário na Europa central: um 
estudo de afinidade eletiva. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. 
LÖWY, Michael. A estrela da manhã: surrealismo e marxismo. Rio de Janeiro: 
Civilização Brasileira, 2002. 
PAZ, Octavio. Os filhos do barro: do romantismo à vanguarda. Rio de Janeiro: Nova 
Fronteira, 1984. 
VELOSO, Caetano. Verdade Tropical. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROGRAMA: CIÊNCIA DA LITERATURA 
DISCIPLINA: Obra, interpretação e ética 
PROFESSOR: João Camillo Penna Siape:1311027 CÓDIGO: LEL 862 
PERÍODO: 2020.1 NÍVEL: 
Mestrado/Doutorado 
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: Teoria Literária, Literatura Comparada, Poética. 
HORÁRIO: 5a feira – 14:00h 
TÍTULO DO CURSO: As muitas coisas de Clarice Lispector II 
LOCAL: 
EMENTA:Segunda parte de um curso em progresso dedicado ao estudo das coisas na obra 
de Clarice Lispector. O projeto é ler em sala juntos, com um certo vagar, textos 
fundamentais da obra de Clarice, a começar pelos romances. Nesse semestre começaremos 
com A maçã no escuro e seguiremos em ordem aproximadamente cronológica. O projeto 
do curso parte de uma observação aparentemente paradoxal: desde a morte de Clarice, em 
dezembro de 1977, a sua obra não parou de crescer e se modificar. No que toca à produção 
universitária, por exemplo, observou-se uma importante multiplicação de análises e 
abordagens explorando cada recanto de seus textos, além da publicação de três biografias. 
Um segundo aspecto é a publicação de uma parte bastante significativa de sua obra que 
permanecia até pouco tempo oculta ou acessível apenas a pesquisadores, como a 
correspondência, a totalidade de suas contribuições a jornais e revistas, inclusive femininas, 
etc. À luz dessas “modificações”, faz-se necessário retornar à letra dos textos de Clarice, 
que ao que parece não perderam o travo de seu enigma inicial. O curso se propõe a 
atravessar a obra de Clarice a partir dos anos 1950, em vistas a dar a ver o contorno de uma 
problemática única que se desdobra neles. Refiro-me à questão da “coisa”– bichos, plantas 
e objetos cotidianos, o relógio, o telefone, o ovo– que modulam uma relação polêmica entre 
real e linguagem, experiência e forma, matéria e imaterialidade. 
 
Bibliografia básica 
Espinosa. Ética. Tradução: Tomaz Tadeu. Belo Horizonte: Autêntica, 2016. 
Lacan, Jacques. O seminário: Livro I: Os escritos técnicos de Freud. Trad. Betty 
Milan. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1986. 
Lispector, Clarice. A cidade sitiada. 
Lispector, Clarice. A maçã no escuro. 
Lispector, Clarice. A paixão segundo G.H. 
Lispector, Clarice. O lustre. 
Lispector, Clarice. Perto do coração selvagem. 
Nascimento, Evando. Clarice Lispector: uma literatura pensante. Rio de Janeiro: 
Civilização Brasileira, 2012. 
Nodari, Alexandre. “O indizível manifesto: sobre a inapreensibilidade da coisa na ‘dura 
escritura’ de Clarice Lispector”. Revista Letras, UFPR, 
2019.https://revistas.ufpr.br/letras/article/view/66898 
Nunes, Benedito. Leitura de Clarice Lispector. São Paulo: Quíron, 1973. 
Sousa, Carlos Mendes. Clarice Lispector. Figuras da escrita. Minho: Universidade do 
Minho/Centro de Estudos humanísticos, 2000. 
Viveiros de Castro, Eduardo. “Rosa e Clarice, a fera e o fora”. Revista Letras, UFPR, 
2019.https://revistas.ufpr.br/letras/article/view/65767 
https://revistas.ufpr.br/letras/article/view/66898
https://revistas.ufpr.br/letras/article/view/65767
 
Wisnik, José Miguel. “Diagramas para uma trilogia de Clarice”. Revista Letras, UFPR, 
2019. https://revistas.ufpr.br/letras/article/view/69666 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://revistas.ufpr.br/letras/article/view/69666
 
PROGRAMA: Ciência da Literatura 
DISCIPLINA: Poesia: sagrado e mito CÓDIGO: LEL 859 
PROFESSOR: Marco Lucchesi 
e Walter Boechat 
SIAPE: 0365916 
PERÍODO: 2020.1 ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: Teoria 
Literária/Literatura comparada 
 
NÍVEL: M/D 
 
TÍTULO DO CURSO: Onirocrítica: As metáforas do Sonho e a Linguagem Poética 
do Inconsciente. 
 
Horário: terça-feira 9:00 
 
EMENTA: O mundo onírico e suas vertentes. Perspectivas junguianas do universo 
literário. Poéticas do Inconsciente. O Sonho e a parcela mítica. O desenvolvimento do 
psiquismo no campo literário. 
 
 
Pré-requisito: não há 
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA 
ASSIS, Machado de. Um sonho e outro sonho. In: Relíquias de casa velha. Rio de 
Janeiro: W.M.Jackson, 1938. 
BACHELARD, Gaston. A poética do devaneio.São Paulo: Martins Fontes, 2006. 
BOECHAT, Walter. A mitopoese da psique. Petrópolis: Vozes, 2008. 
BORGES, Jorge Luis& FERRARI, Osvaldo.Sobre sonhos e outros diálogos. São Paulo: 
Hedra, 2009. 
BRANDÃO, Junito. Mitologia gregavol II. Petrópolis: Vozes, 1987. 
 
__________. Cap. III: O mito de apolo: epidauro e o oráculo de delfos. 
CARROLL, Lewis. Alice: edição comentada e ilustrada.Rio de Janeiro: Zahar, 2013. 
FARIA, D. L., FREITAS, L. V., GALBACH, M. Sonhos na psicologia junguiana. São 
Paulo: Paulus, 2014. 
FUENTES, Lygia - Imagens absurdas e paradoxais nos sonhos. Rio deJaneiro: texto 
em pdf. 
HILLMAN, James. O sonho e o mundo das trevas. Petrópolis: Vozes, 2013. 
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PROGRAMA: CIÊNCIA DA LITERATURA 
DISCIPLINA: Literatura e modernidade 
PROFESSOR: Priscila Matsunaga Siape: 2544259 CÓDIGO: LEL 809 
PROFESSOR: Siape: 
PERÍODO: 2020.1 NÍVEL: M/D 
 
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: Teoria Literária/Literatura Comparada 
HORÁRIO: Quarta-feira, 10h30 
TÍTULO DO CURSO: Fetiche(s): sob a pele das palavras há cifras e códigos 
Ementa: O curso prevê a leitura, também em sala, de textos para o debate em torno do 
“fetiche”. Interessa percorrer os desdobramentos da noção “fetiche” que conforme, 
Agamben derivaria da palavra portuguesa feitisso. Bruno Latour, ao inventar um diálogo 
entre os colonizadores portugueses e os “fetichistas” da Guiné em Reflexão sobre o culto 
moderno dos deuses fe(i)tiches, argumenta que os “modernos” portugueses imputaram aos 
“bárbaros” africanos a denominação de fetichistas sem reconhecer que seus próprios ícones 
eram fetiches. Para os colonizadores portugueses, e comerciantes franceses, não é possível 
cultuar objetos fabricados por mãos humanas e manter seu caráter verdadeiramente divino, 
há que se escolher- sendo a escolha imputada apenas ao outro, ao colonizado. Para Latour, 
o fetiche, sendo um objeto que fala e também que é fabricado, reúne em uma só expressão 
dois sentidos: um artifício que se apresenta enquanto tal e também uma coisa encantada. O 
fetiche seria um fazer-falar. Ao tomar a perspectiva de Latour, o curso pretende 
problematizar que o desenvolvimento da terminologia não se refere apenas ao objeto mas a 
um modo de apreensão do objeto quando derivado para “fetichismo”. O “erro 
interpretativo”, segundo Vladimir Safatle, de Charles de Brosses em Du culte des dieux 
fétiches ou Parallèle de l'ancienne religion de l'Égypte avec la religion actuelle de Nigritie, 
que colocou a noção em termos de um “problema ligado à imanência da crença” é ponto de 
partida para percorrermos seus usos e recorrências nos estudos literários em articulação 
com a antropologia, sociologia e a psicanálise. O curso prevê a participação de professores 
e pesquisadores convidados. 
 
 
BIBLIOGRAFIA INICIAL 
(outras obras serão apresentadas durante o curso) 
 
De Brosses, Charles. Du culte des dieux fétiches ou Parallèle de l'ancienne religion de 
l'Égypte avec la religion actuelle de Nigritie (1760). 
 
Latour, Bruno. Reflexão sobre o culto moderno dos deuses fe(i)ches. Tradução Sandra 
Moreira. Bauru, São Paulo: EDUSC, 2002. 
 
Morris, Rosalind; Leonard, Daniel. The returns of fetishism: Charles de Brosses and the 
afterlives of an idea. Chicago; London: The University of Chicago Press, 2017. 
 
Safatle, Vladimir. Fetichismo: colonizar o outro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 
2010.