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CM 35 - Otorrinolaringologia

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WL RESUMOS RESIDÊNCIA MÉDICA 
OTORRINOLARINGOLOGIA 
 
VERTIGEM 
• A vertigem é uma ilusão de movimento percebida como rotação. 
• O equilíbrio possui o componente visual, proprioceptivo e coclear. 
 
A orelha interna possui a cóclea, responsável pela noção auditiva, e 3 canais semicirculares (labirinto) 
preenchidos por endolinfa. Ao mexer o corpo e/ou a cabeça, o labirinto dá a noção de movimento. Quando o 
paciente possui vertigem, grande parte do problema concentra-se nos canais semicirculares. 
No labirinto há porções dilatadas (ampolas) que contam com cílios em contato com o território nervoso, 
transmitindo a movimentação da endolinfa em sinal elétrico através do VIII par (nervo vestibulococlear) até o 
tronco e então ao córtex, interpretando o movimento. 
 
• Síndromes vestibulares periféricas → labirinto / 8º par 
• Síndromes vestibulares centrais → tronco / córtex 
 
SÍNDROMES VESTIBULARES 
 CENTRAL PERIFÉRICA 
CAUSAS 
Vascular 
Neoplasia 
Posicional (VPPB) 
Neurite, Menière 
VERTIGEM Insidiosa, discreta, crônica Súbita, intensa, limitada 
NISTAGMO 
Vertical, multidirecional 
Não inibe com fixação 
Horizontal/rotatório, unidirecional 
Não inibe com fixação 
ZUMBIDO - + 
DISARTRIA, 
DISFASIA 
+ - 
 
VERTIGEM POSTURAL PAROXÍSTICA BENIGNA (VPPB) 
 
Na estrutura labiríntica há cristais de carbonato de cálcio que ficam presos, que por algum motivo se soltam 
e ficam “boiando” nos canais semicirculares, modificando as propriedades da endolinfa e causando os sintomas. 
 
• Principal causa de vertigem periférica! 
• Canalitíase: desprendimento e flutuação de otolitos nos canais semicirculares 
• Episódios rápidos, por movimentos da cabeça 
• Mais comum em idosos 
 
Diagnóstico → Manobra de Dix-Hallpike 
• Reprodução dos sintomas à manobra 
• Presença de nistagmo 
 
Tratamento 
• Evitar antivertiginosos (Vertix): causam parkinsonismo 
• Reposição dos otolitos: manobra de Epley 
 
OUTRAS CAUSAS PERIFÉRICAS 
DOENÇA DE 
MENIÈRE 
Hidropsia endolinfática e distorção do labirinto 
Vertigem recorrente + zumbido + hipoacusia 
Tratamento: dieta hipossódica, diurético, corticoide, cirurgia 
NEURITE 
VESTIBULAR 
Lesão neural inflamatória (“labirintite”) – quadro autolimitado! 
Crise vertiginosa após infecção de VAS 
Tratamento: sintomáticos (anti-histamínico / benzodiazepínico) 
 corticoide / reabilitação vestibular 
 
WL RESUMOS RESIDÊNCIA MÉDICA 
RINITE 
• Inflamação da mucosa nasal 
• 1 ou mais dos seguintes achados: 
o Rinorreia, obstrução nasal, prurido e/ou espirros 
 
 
RINITE ALÉRGICA 
• Exposição a alérgenos → ↑IgE / histamina → perene ou sazonal 
• Ácaro do pó domiciliar 
• História de atopia 
• Características faciais + rinoscopia 
• Testes alérgicos / IgE / eosinofilia 
 
Exame físico 
• Sinal de Dennie-Morgan 
• Prega nasal / saudação alérgica 
• Edema/palidez da mucosa nasal 
 
CLASSIFICAÇÃO 
INTERMITENTE Sintomas < 4 dias/semana ou ≤ 4 semanas 
PERSISTENTE 
Sintomas > 4 dias/semana e ≥ 4 semanas 
• LEVE: sono e atividades normais; sem incômodo 
• MODERADA/GRAVE: comprometidos; incômodo 
TRATAMENTO 
Não 
farmacológico 
(higiene ambiental) 
Quarto ventilado e ensolarado; não fumar; evitar banhos quentes 
Evitar tapetes, cortinas, bichos de pelúcia... 
Limpeza sem vassouras ou espanadores 
Evitar animais de pelo e pena; não usar produtos de odor forte 
Farmacológico 
RINITE 
INTERMITENTE OU 
LEVE 
Corticoide tópico nasal (beclometasona, budesonida, fluticasona) 
Opção: anti-histamínicos 2ªG spray/oral: loratadina, fexofenadina 
(↓ sedação, SOS ou regular) 
Cromoglicato: < 2 anos; menos efetivo 
RINITE MODERADA 
OU 
GRAVE 
Corticoide tópico ± anti-histamínicos 
Outros: corticoide oral, descongestionantes (pseudoefedrina, 
fenilefrina), antileucotrienos (montelukast) 
Imunoterapia 
específica 
• Único comprovado que altera curso da doença 
• Indicações: sensibilização comprovada; relação exposição x manifestação clínica; 
extrato alergênico disponível e padronizado 
 
 
OUTRAS RINITES 
• Eosinofílica não-alérgica: eosinofilia + IgE normal 
 
• Hormonal (gravidez, menstruação) 
 
• Induzida por drogas: uso prolongado de vasoconstritores 
o Vasodilatadores (IECA, sildenafil) / AAS 
o Congestão nasal rebote, vermelhidão, friabilidade 
 
• Atrófica (Klebsiella ozenae) 
 
• Doença sistêmica (Wegener, sarcoidose), idiopática 
 
 
 
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EPISTAXE 
Trata-se de um sangramento de origem na mucosa nasal, que acomete 60% da população ao longo da vida, 
sendo que de 6-10% necessitam de atendimento médico. 
 
ANTERIOR 
• Provém da área de Little (plexo de Kiesselbach) – anastomoses 
entre os sistemas carotídeos interno e externo 
• 90% dos casos 
• Crianças / adultos jovens 
• Autolimitada 
• Principais causas: trauma e irritação 
• Geralmente se exterioriza 
POSTERIOR 
• Origina-se nos ramos posterolaterais da artéria esfenopalatina 
• 10% dos casos 
• Pacientes mais velhos 
• Causas principais: anticoagulantes, coagulo/vasculopatias 
• Mais grave; pode levar à broncoaspiração 
 
ABORDAGEM 
1) Hemodinâmica / via aérea 
2) Medidas gerais 
A) Assoar o nariz (remover coágulos) 
B) Borrifar vasoconstritor (oximetazolina) 
C) Compressão das narinas por 10-15 min (gelo local) 
 
MEDIDAS ESPECÍFICAS 
1) Cauterização (química, elétrica, laser) 
2) Tamponamento (anterior e posterior) 
3) Embolização / cirurgia (ligaduras) 
 
Tamponamento nasal 
• Camadas de gaze (sangramento anterior) 
• Cateter de Foley (sangramento posterior) – deve ser temporário pelo risco de isquemia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ROUQUIDÃO 
• Benigna: funcional, laringites, neurológica, doenças sistêmicas 
• Maligna: câncer de laringe 
 
Sinais de alarme: tosse intensa, hemoptise, perda ponderal, odinofagia, disfagia, otalgia 
 
 
CÂNCER DE LARINGE 
 
Fatores de risco e histologia 
• Mais frequente em homens > 50 anos 
• Tabagismo e etilismo 
• Infecções (HPV, EBV) 
• Dieta pobre em frutas e vegetais 
• Ocupacional (níquel, fibras têxteis) 
• Principal subtipo: CA células escamosas (epidermoide) 
 
Quadro clínico 
• Rouquidão > 2 semanas 
• Linfonodomegalia cervical (persistente) 
• Obstrução respiratória / síndrome consumptiva 
• Outras malignidades (pulmão e esôfago) 
 
Diagnóstico 
• Laringoscopia direta com biópsia 
 
Tratamento 
 - Doença localizada (I / II) 
• Limitado à laringe, cordas ainda móveis 
o Radioterapia / cirurgia 
 
 - Doença avançada locorregional (III) 
• Erosão de cartilagem, cordas fixas, linfonodo 
o Cirurgia / QT + RT adjuvantes / Ac anti-EGFR (receptor do fator de crescimento epidérmico) 
 
 - Doença metastática (IV) 
• Extralaríngea, linfonodo > 6cm, metástases 
o QT e RT paliativas / traqueostomia / Ac anti-EGFR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SÍNDROME DA APNEIA/HIPOPNEIA OBSTRUTIVA DO SONO (SAHOS) 
• Bloqueio inspiratório da via respiratória ao longo do sono 
• Hipoxemia, hiperatividade simpática, resistência à insulina 
 
Fatores de risco/associados 
• Sexo masculino, 40 – 65 anos 
• Obesidade 
• Hipotireoidismo, acromegalia, Ehler-Danlos 
 
Clínica 
• Roncos + sonolência diurna (sono não reparador) 
• HAS / depressão / déficit cognitivo / esteatose 
• AVE / IAM (fator independente!) 
 
Diagnóstico 
• Polissonografia ≥ 5 episódios/hora de sono (IAH – índice de apneia/hipopneia) 
o Assintomáticos → IAH ≥ 15 
o Opção: HAST (home sleep apnea testing) 
 
• Diferencial: ocupacional, narcolepsia, pernas inquietas, apneia central 
 
CLASSIFICAÇÃO TRATAMENTO 
LEVE (IAH 5 – 15) Assintomático/oligossintomático 
Dispositivo oral / CPAP 
MODERADA (IAH 15 – 30) Alteração funcional, HAS 
GRAVE (IAH > 30) ou SatO2 
< 90% em > 20% do sono 
Sintomas francos, alto risco 
cardiovascular 
CPAP 
 
Tratamento 
• Todos → perda ponderal, atividade física, abstinência alcoólica 
• Intolerância ao CPAP / refratários: cirurgia

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