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Espécies de dano

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Espécies de Danos 
Brendha Ariadne Cruz – 6º Termo – Toledo Prudente 
Dano moral 
Se uma ação lesa direitos da personalidade, configura-se o dano moral. Os direitos da 
personalidade são inerentes a pessoa humana, por exemplo, honra, dignidade, privacidade, 
imagem. 
Por exemplo, se o ficante divulgar as fotos nuas da moça, houve dano moral. Outro exemplo, o 
mero atraso não gera dano moral (decisão recente STJ). 
 
CLASSIFICAÇÃO 
- QUANTO A CATEGORIA: 
1. Próprio: sentimento em si. 
2. Impróprio: dano em sentido amplo, ou seja, efeitos colaterais do dano. 
- QUANTO A NECESSIDADE DE PROVA 
1. subjetivo: necessita de constituição de prova 
2. objetivo – in re ipsa: dano presumido, a existência do ilícito já gera o dano moral. Por exemplo, 
consumidor exposto a produto que contenha corpo estranho. 
- QUANTO A PESSOA 
1. Direto: atinge a própria vítima; 
2. Indireto ou em ricochete: atinge a vítima de forma reflexa. 
 
Natureza jurídica do dano moral 
Muito se questionava acerca da natureza jurídica do dano moral. A doutrina majoritária entende 
que a natureza jurídica é mista: punitiva, coercitiva e compensatórias. Inclusive, a súmula 498, STJ, 
entende: não incide imposto de renda sobre a indenização por danos morais. 
 
19-08-2022 
Direito ao esquecimento 
Trata-se do direito de ser esquecida pelos atos feitos no pretérito. 
Exemplo: No caso houve um roubo um quartel das forças armadas, quando o sujeito estava para 
sair da prisão teve uma matéria sobre. Os advogados pediram que a matéria não fosse ao ar, pois 
iria prejudicar a ressocialização do preso. O superior tribunal de justiça (STJ), reconheceu pelo 
direito do esquecimento. 
O STF, entende que não há fundamento ao direito do esquecimento, assim irá prevalecer a 
liberdade de expressão e consequentemente o direito de informação. Ele entende (STF) pela 
incompatibilidade do direito esquecimento com ordenamento jurídico brasileiro, pois seria uma 
espécie de censura prévia (vedado pelo ordenamento jurídico). O que prevalece no Brasil é a 
liberdade de expressão, caso atinja terceiro isso será reparado pelo instituto da reparação civil. 
 
Espécies de Danos 
Brendha Ariadne Cruz – 6º Termo – Toledo Prudente 
Dano moral à pessoa jurídica 
O dano moral também é aplicado a pessoa jurídica, conforme súmula 227 do STJ. 
Havia uma discussão se os direitos da personalidade são aplicados a pessoa jurídica, haja vista 
que não tem sentimentos. Assim, é necessário distinguirmos a honra objetiva e a honra subjetiva, 
abaixo disposto: 
❖ Honra objetiva: projeção dos direitos da personalidade para terceiros. 
❖ Honra subjetiva: é a projeção da pessoa para com ela (ex. alguém xingando a outra, isso 
atinge a honra subjetiva). 
Apenas haverá aplicação do dano moral caso ferir a honra objetiva da pessoa jurídica. 
Por exemplo, temos o caso da indenização ao MC Donald’s, devido à veiculação de que a carne 
era feita de minhoca. 
Existem três teorias que fundamentam a existência da pessoa jurídica: 
1) Ficção jurídica: o principal expoente era um alemão chamado Sauigny. Neste caso a 
pessoa jurídica é um ente fictício criado pela lei, de modo que não seria capaz de sofrer 
dano moral. 
2) Realidade orgânica: expoentes Siertie e Zitelmam. A pessoa jurídica é uma realidade, porém 
essa realidade da a ela autonomia organizacional em seus atos. 
3) Realidade técnica: adotada pelo CC. A pessoa jurídica é uma criação legal, possui 
autonomia e a elas são aplicados direitos e deveres, previstos na CF. 
 
Dano moral coletivo 
É uma tese recente no cenário jurídico. A defesa dos direitos difusos e coletivos é recente, sendo 
o primeiro marco da tutela desses direitos vem com a lei da ação civil pública e da ação popular. 
Diante desse cenário, a teoria do dano moral coletivo é amplamente aceita na jurisprudência 
brasileira, sendo que ocorre quando há violação aos direitos da personalidade de pessoas 
determinadas ou determináveis. Mas deve-se analisar em quais hipóteses aplicar-se-á o dano 
moral coletivo. 
Por exemplo, temos o caso da barragem de mariana, em que havia uma discussão se os danos 
ambientais causados seriam capazes de gerar dano moral coletivo. 
O STJ consignou que o dano ambiental em proporções consideráveis é capaz de gerar dano moral 
coletivo. 
Os Legitimados para propor esta ação estão dispostos no artigo 5º da lei de ação civil pública, 
abaixo transcrito: 
Art. 5o Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: (Redação dada pela 
Lei nº 11.448, de 2007) (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência) 
I - o Ministério Público; (Redação dada pela Lei nº 11.448, de 2007). 
II - a Defensoria Pública; (Redação dada pela Lei nº 11.448, de 2007). 
III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; (Incluído pela Lei nº 11.448, de 2007). 
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; (Incluído pela Lei 
nº 11.448, de 2007). 
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Brendha Ariadne Cruz – 6º Termo – Toledo Prudente 
V - a associação que, concomitantemente: (Incluído pela Lei nº 11.448, de 2007). 
Particulares também podem propor essa ação de dano moral coletivo desde que haja essa 
projeção a coletividade (lesão coletiva). Mas, muito difícil de ocorrer no caso concreto. 
Normalmente, o dano moral coletivo é proposto nas ações coletivas, como ação popular e ação 
civil. 
 
Danos sociais 
São questionados na doutrina, se seria uma espécie autônoma de danos, ou seria um 
desdobramento de outros danos, como por exemplo, o dano moral. O professor irá trabalhar 
como forma autônoma. 
Segundo a doutrina, danos sociais são os danos que geram uma perda ou diminuição na 
qualidade de vida da sociedade. 
➔ Exemplo: violação a segurança pública, violação a valores éticos e morais. 
A jurisprudência interpretando este tipo de dano, dispõe que existem 3 casos clássicos que ocorreu 
o reconhecimento deste dano: 
▪ 1º caso: envolveu uma greve dos metroviários de SP. Neste caso, o sindicado liberou uma 
greve que parou o metro durante um dia, prejudicando todos os outros indivíduos que 
necessitavam deste transporte. O TRT da 2ª região condenou o sindicato a danos sociais, 
com a tese de que a greve seria sem qualquer fundamentou jurídico, e assim houve uma 
perda da qualidade ética das pessoas atingidas. 
Havendo a condenação de danos morais coletivos, ou seja, quanto é a tutela de direitos 
difusos e coletivos a pessoa pode se habilitar ao processo em até um ano e assim receber 
os valores, caso contrário o valor irá para um fundo. 
Caso a tese for de direitos sociais a condenação dos danos sociais, será direcionada a um 
fundo próprio automaticamente, como se for condenação a ação relacionado a 
educação., será um “fundo de educação”. 
 
▪ 2º caso: Cardinot é um apresentador da rádio de Pernambuco e tinha um quadro de 
reconhecimento de paternidade. Em um dos programas tinha uma criança e ele disse que 
cada um dos candidatos a ser pais, seriam pais. O MP entrou com uma ação e queria danos 
sociais, pelo sentimento da coletividade, bem como o constrangimento da criança. 
 
▪ 3º caso: Amil era uma empresa reincidente de práticas de negativa de cobertura em 
atendimento de urgência. 
 
Diferença entre danos morais coletivos e danos sociais 
Nos danos morais coletivos é necessário que tenha lesão a direitos da personalidade da 
coletividade, enquanto aos danos sociais não. 
Salienta-se que os danos sociais se caracterizam em todo e qualquer ato ilícito que venha causar 
um rebaixamento à na qualidade de vida, valores éticos ou sociais. 
“Em tese” é possível cumular danos morais coletivos e danos sociais. Todavia, para parte da 
doutrina os danos sociais não são autônomos, não podendo cumular. 
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Brendha Ariadne Cruz – 6º Termo – Toledo Prudente 
Enunciado 456 da 5ª jornada de direito civil: A expressão "dano" no art. 944 abrange não só os 
danos individuais, materiaisou imateriais, mas também os danos sociais, difusos, coletivos e 
individuais homogêneos a serem reclamados pelos legitimados para propor ações coletivas. Esse 
enunciado fundamenta a existência do dano sociais no direito brasileiro. 
 
Responsabilidade civil nas relações de família 
Imagine que um pai não quer ter contato com o filho, mas o filho quer. Essa ausência de contato, 
o filho poderia entrar com uma ação desejando dano moral, pelo abandono? 
Quanto a defesa do pai, sabe-se que o direito obriga a pagar a pensão, no entanto não existe 
nenhum dispositivo que obriga alguém amar outra pessoa. 
➔ A teoria do desamor tem fundamento no direito brasileiro? 
Houve uma divergência no STJ. Em um julgado, uma das ministras entendia que não e um dos 
ministros entendia que sim, fundamentando através de vários princípios, como a dignidade da 
pessoa humana. Importante salientar que existem teses de responsabilidade civil em abandono 
afetivo. 
 
23-08-2022 
Neste tópico, estudamos a hipótese do abandono afetivo gerador da responsabilidade civil. 
Agora, cumpre estudarmos a adoção. 
Imagine que Joao casado com Maria adota o Enzo. Na adoção, antes da consumação, temos 
o período de convivência entre adotante e adotado, nesse momento devolvem a criança. 
Portanto, questiona-se a hipótese da devolução da criança gera dano moral ou não. 
No tocante a essa responsabilidade civil, existe um duplo entendimento: 
1) Não há de falar, porque o estágio de convivência é um período de provação. Logo, se não 
foi infrutífero, não há de se imputar responsabilidade aos adotantes. 
2) O STJ tem se inclinado a esse pensamento, que reconhece a responsabilidade civil diante 
dessa negativa. Ocorre a quebra de expectativa da criança de ter uma família. 
 
Danos materiais 
Em tese, é mais fácil de ser quantificado porque leva em consideração o decréscimo patrimonial 
da vítima. 
Se subdivide-se em: 
• Danos emergentes: aquilo que o sujeito efetivamente perdeu com o ato ilícito. 
• Lucros cessantes: aquilo que o sujeito deixou de ganhar com o ato ilícito. Trata-se de 
uma projeção futura decorrente do ato ilícito. 
É imprescindível o “duty to mitigate the loss”, ou seja, o dever de mitigar o dano. Assim, a vítima 
tem o dever de mitigar o dano sofrido, sendo que não pode maximalizar o dano sofrido por ela 
mesmo. Veda-se o enriquecimento ilícito. 
Essa questão deve ser analisada na perspectiva de duas hipóteses: 
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Brendha Ariadne Cruz – 6º Termo – Toledo Prudente 
✓ Dano material e o efeito morte 
Imagine que alguém embriagado, pega seu carro e dirige loucamente, atropelando um pai de 
família. 
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações: 
I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família; 
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração 
provável da vida da vítima 
A indenização consiste em: 
• O tratamento da vítima são as despesas antes do evento morte (ex. o pai de família 
ficou internado por um mês). 
• Ademais, pagará despesas do funeral. 
• As despesas do luto da família (todas as despesas que geram um prejuízo os familiares. 
Ex. Tinha uma filha muito apegada que não conseguiu trabalhar por 6 meses devido a 
morte do pai). 
• Prestação de alimentos. Calcula-se o valor da pensão ocasionada pelo evento morte 
levando em consideração o salário-base da vítima vezes a expectativa de vida do 
sujeito. Mas, existe um segundo entendimento que calcula tal valor diminuído um 
terço, pois deveria haver a diminuição dessa pensão com base na diminuição dos 
gastos. Vamos supor que a vítima superou a expectativa de vida (ex. 85 anos), o STJ 
entende pela criação de um pedágio de pelo menos 5 anos, assim o autor deve pagar 
alimentos aos familiares por no mínimo 5 anos. 
Caso a vítima seja profissional liberal, para fazer o cálculo deve ser feita uma média 
salarial daquilo que o sujeito recebia (2 a 3 anos). 
Se caso a vítima não tinha renda nenhuma, não bancava nenhum de seus familiares, 
então não cabe indenização. Porém, existem julgados fixando um salário mínimo 
(salário-base). 
 
Agora, vamos imaginar que a vítima é uma criança que possui renda própria e alta. 
Deve-se levar em consideração o salário da criança até 25 anos, depois disso metade 
do salário da criança até a morte dos pais. O fundamento consiste no fato que aos 25 
anos, constituiria sua família e ajudaria os pais. 
Tem outro entendimento que leva em consideração o salário da criança menos um 
terço, que seriam as despesas eu teria com ela mesma. 
 
Mas, vamos supor que os pais eram independentes financeiramente, não haveria a 
responsabilidade civil por lucros cessantes, porque não havia dependência. 
 
Se caso a criança não tem salário, entende-se que não há de se imputar a 
responsabilidade civil por dano material. Também existe o entendimento que deve ser 
pago o salário dos pais menos dois terços. 
 
✓ Dano material e a lesão corporal 
A indenização será calculada levando em consideração a lesão sofrida. Isso está disposto no art. 
949 : 
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Brendha Ariadne Cruz – 6º Termo – Toledo Prudente 
 
 
 
 
 
Deverá pagar todas as despesas do tratamento e dos lucros cessantes ate a convalescença 
(ápice do tratamento do ofendido). 
Imagine que houve um atropelamento, Sujeito fico três anos em tratamento. Será pago o salário 
do lesado até a convalescência (nesse caso, três anos). 
Na hipótese em que não poderá retornar as suas atividades, configura-se o art. 950: 
 
Se o sujeito recebe uma pensão devido estar inabilitado aquela atividade, se ele desenvolve uma 
atividade mais rentável, cessa-se a pensão. 
 
26-08-2022 
Teoria da perda de uma chance 
Quanto ao panorama histórico: 
Desenvolvida na França, na década de 60. A doutrina francesa começou a deslumbrar a 
responsabilidade civil devido a uma lesão a uma probabilidade de ter acesso ao direito. Até 
então, a responsabilidade civil existia pelo dano. 
Chegou no Brasil nos anos 2000. 
 
Quanto ao conceito: 
A perda de uma chance busca indenizar aquele que teve uma oportunidade ceifada 
(probabilidade de acesso ao direito). 
 
Quanto as características da chance: 
Essa chance deve ser: 
1. Séria: existência de uma “quase” certeza de que aquele direito seria acessado. 
Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor 
indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros 
cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro 
prejuízo que o ofendido prove haver sofrido 
 
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício 
ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das 
despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão 
correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que 
ele sofreu. 
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada 
e paga de uma só vez 
 
 
 
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Brendha Ariadne Cruz – 6º Termo – Toledo Prudente 
2. Real: aquela chance que não está restrita a um elemento hipotético. 
A perda de uma chance não está limitada a danos extrapatrimoniais, conforme enunciado 444 
da quinta jornada de direito civil. Portanto, poderá ser cumulada com outras espécies de danos. 
 
 
 
 
 
A perda de uma chance apenas será aplicada quando a chance for igual ou superior a 50% de 
probabilidade. Portanto, precisa ser factível – que pode de fato acontecer. 
 
Caso a ser destacado: 
➔ Um caso interessante é o do curso preparatório para concursos, que levava o candidato até 
o local da prova. O motorista se atrasou e os alunos perderam a prova (segunda fase). Foi 
reconhecido o pagamento da perda de uma chance, havia a probabilidade de passarem. 
 
Diferencia-sedo lucro cessante: 
São espécies de danos projetados para o futuro. 
O lucro cessante é o que o sujeito efetivamente deixou de ganhar. 
Já a perda de uma chance é aquilo que o sujeito não teve acesso de ter direito, ou seja, a 
possibilidade de ter acesso ao direito. 
 
Quanto a quantificação da perda de uma chance: 
A jurisprudência ainda não consolidou essa questão. Portanto, a fixação da indenização quando 
o acesso ao direito é duradouro não está definida. 
O cálculo não deve ser feito daquilo que perdeu, e sim da probabilidade que sujeito tinha de ter 
acesso ao direito. 
 
Quanto a quantificação, temos um caso importante: 
Trata-se do Resp. 788459 – BA (caso do show do milhão). Uma candidata das edições do programa 
chegou a última pergunta, em que foi feita a pergunta para ela e foi mal formulada. Diante disso, 
a candidata preferiu não responder a pergunta, saiu com R$ 500.000,00. Foi movida uma ação 
contra o SBT pedindo indenização por mais R$ 500.000,00. O juiz de primeira instância entendeu 
que a indenização era R$ 250.000,00 sob o argumento que teria a chance de ter acesso a 50% 
daquilo que tinha a probabilidade de ganhar. Em segunda instância, entendeu-se que a 
probabilidade era de um quarto, ou seja, R$ 125.000,00. 
 
Julgados: 
Enun. 444 - A responsabilidade civil pela perda de chance não se 
limita à categoria de danos extrapatrimoniais, pois, conforme as 
circunstâncias do caso concreto, a chance perdida pode 
apresentar também a natureza jurídica de dano patrimonial. 
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Brendha Ariadne Cruz – 6º Termo – Toledo Prudente 
A jurisprudência tem aplicado a perda de uma chance em alguns julgados. 
1. Indenização ao nascituro pela perda de uma chance de perder seu pai.Nesse caso, “A” 
alcoolizado atropelou “B” - pai de família. Foi ajuizada uma ação em que foi reconhecido 
dano material, dano moral e a perda de uma chance (não existe dor maior do que 
conhecer o seu pai pelo porta retrato devido a uma atitude inconsequente de “A”). 
2. Numa cidade no interior da Bahia, havia mandato a vereador que perdeu a eleição por 8 
votos. A perda foi causada por uma atitude inconsequente de um jornal que espalhou Fake 
News do sujeito. A quantificação foi metade do salário de vereador vezes 48 meses 
(mandato de 4 anos do vereador). 
3. Advogado que perde prazo. Nesse caso, temos decisões que deram perda de uma 
chance e outras não. Mas, existem teses no sentido de que os prazos são vitais para o 
processo, sendo que advogado que perde um prazo deve indenizar o seu cliente. 
 
Quanto a natureza jurídica: 
A primeira corrente entende ser a perda de uma chance um desdobramento do lucro cessante. 
A segunda corrente entende ser a perda de uma chance um desdobramento do dano 
emergente, porque o sujeito perdeu algo (a probabilidade de um direito). 
A terceira corrente entende ter natureza jurídica sui generis, aquilo que não pode ser enquadrado 
como uma coisa ou outra. A corrente reconhece a autonomia do instituto e o fato de que a perda 
de uma chance destoa do dano emergente e do lucro cessante. 
 
Dano estético 
Durante muito tempo foi confundido com dano moral. A súmula 387 define a possibilidade de 
cumulação de dano estético e dano moral. 
O dano estético é permanente, não reversível. Se for reversível, será dano moral. 
Reversível é quando pode voltar ao status quo. 
O dano estético, segundo a doutrina, é toda e qualquer alteração morfológica que visualmente 
é identificada pela vítima ou por terceiros. 
Deve-se levar em consideração como foi a lesão, onde foi, quais direitos da personalidade fora 
violados e o perfil da vítima). 
O dano estético deve ser quantificado levando em consideração 4 aspectos: 
1. Modificação do aspecto exterior; 
2. Redução da eficiência psicofísica; 
3. Redução da capacidade laboral e social; 
4. Perda da possibilidade de trabalho;

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