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Hemoptis� definição ● Doença potencialmente grave ● Sangramento da via aérea ⇒ alerta de sangramento no parênquima pulmonar - Proveniente da árvore traqueobrônquica ou pulmão - Exteriorizado pelo reflexo da tosse (pela boca ou pelo nariz) ● Diferenciar - Escarro hemoptóico ⇒ pequena quantidade - Hemoptise - Hemoptise maciça: ameaça a vida do paciente (100-600 mL) anatomia ● Traqueia - Porção anterior: cartilaginosa (sustentação) - Porção posterior: membranácea muscular ● Árvore traqueobrônquica - Mesma estrutura da traqueia (exceto nos bronquíolos terminais e alvéolos) - Carina principal: origina árvores brônquicas direita e esquerda - Brônquio fonte direito: continuação da traqueia ⇒ se divide em 3 lobos (intrapulmonar) - Brônquio fonte esquerdo: mais horizontalizado e comprido ⇒ se divide em 2 lobos (intrapulmonar) - Regiões distais ⇒ alvéolos, capilares e veias pulmonares ⇒ fazem hematose (trocas gasosas) - Um brônquio sempre corre em paralelo com um ramo da artéria pulmonar dentro do parênquima ● Artéria pulmonar - Circulação de baixa pressão (média de 15-20 mmHg, sistólica de 25mmHg) fisiopatologia ● 95% das hemoptises ⇒ origem na circulação brônquica (maior pressão em artéria de menor calibre) ● 5% ⇒ origem da circulação pulmonar ● Mortalidade: até 32% - Mais associada à asfixia (inundação da via aérea por sangue ⇒ vira coágulo e obstrui) doenças supurativas crônicas das vias aéreas ● Evento inicial (tuberculose, inflamação fúngica, fibrose cística) ⇒ inflamação crônica da via aérea (agressão/cicatrização) ⇒ destruição da mucosa ⇒ bronquiectasia (dilatação permanente e irreversível) ⇒ comprometimento do clearance mucociliar ● O comprometimento da mucosa mucociliar aumenta a persistência da infecção e acúmulo de secreção ⇒ hiperplasia/dilatação das artérias brônquicas ● Erosão da parede das artérias traqueobrônquicas ⇒ fístula/sangramento ● Bronquiectasias - Acúmulo de secreção e pneumonia de repetição - Risco de sangramento - Comum em pacientes com fibrose cística - Diagnóstico por imagem (principalmente TC) 1. Importante saber se o paciente apresenta bronquiectasia difusa ou focal ● Aspergiloma - Aspergillus: fungo comensal que se aproveita de regiões do parênquima pulmonar com deformidade anatômica definitiva - Caverna: lesão escavada no lobo pulmonar ⇒ a parede da caverna sofre neoangiogênese ⇒ inflamação crônica ● Tuberculose - Hemoptise maciça (aneurisma de Rasmussen na artéria brônquica) - Hoje essa condição é rara, mas ainda é grave ● Neoplasias broncopulmonares - O principal sangramento é da erosão da mucosa - CEC pulmonar: se origina na mucosa da via aérea → lesão intrabrônquica → sangramento e hemoptise ● Fístula traqueoinominada - Sangramento por traqueostomia nunca é normal (pode ser granuloma ou lesão causada pelo balonete) - Balonete insuflado (anteparo fixo) contra a parede anterior da traqueia (outro anteparo fixo) ⇒ aumento da pressão do balonete ⇒ diminuição da perfusão da mucosa traqueal ⇒ isquemia 1. Isquemia anterior: fístula traqueoinominada (artéria braquiocefálica sangra para dentro da traqueia) 2. Cânula metálica também pode erodir a parede anterior - Fístula traqueoesofágica (posterior) ⇒ anteparo fixo no esôfago (ex: sonda) ● Hemorragia Alveolar Difusa - Sangramento associado a dessaturação/processo inflamatório/processo broncogênico bilateral - RX: infiltrados bilaterais clínica ● Sangramento em grande quantidade exteriorizado através da tosse ● Diferenciar epistaxe, hematêmese e hemoptise ● Avaliar sinais vitais e ofertar O2 ● Exame Físico pulmonar ⇒ fornece pistas do local de sangramento - Murmúrios vesiculares diminuídos, roncos, estertores finos abordagem inicial ● Monitorização completa (SpO2, cardíaco, acesso venoso calibroso, coleta de exames de sangue e tipagem) ● Suplementação de O2 ● Definir o local ou pelo menos lado do sangramento ● Rx de tórax para avaliar possível local de sangramento e direcionar o decúbito lateral - Roncos bilateralmente ⇒ não colocar em decúbito e manter o mais sentado possível para expectorar e evitar contenção de secreção e asfixia broncoscopia ● Sedação do paciente (em caso de broncoscopia flexível) e acesso pela cavidade oral ou nasal em direção à árvore traqueobrônquica - atinge áreas mais distais ● Sangramento de volume grande ⇒ broncoscopia rígida (acesso mais direto e aspiração maior) métodos de controle de sangramento ● Lavagem com soro fisiológico gelado associado a adrenalina para tentar induzir vasoconstrição e espasmo na artéria ● Balão intra-brônquico (Fogarty) ⇒ sangramento estabilizado quando tem equivalência de pressão (pressão intra-brônquica maior ou igual a pressão da circulação brônquica) ● Tudo seletivo: gancho carinal fica na carina, o ramo do tubo fica no brônquio principal esquerdo e o outro fica traqueal - Dois balonetes insuflados → divisão das duas árvores (as ventilações ficam divididas e caso tenha sangramento tem a possibilidade de ventilar sem refluxo para a árvore traqueobrônquica), pode aspirar pelo tubo Após o controle inicial do sangramento ● Arteriografia (cateter) - Injetar contraste para identificar com certeza o local do sangramento ● Controle de hemoptise maciça ⇒ sedar o paciente para evitar ressangramento - Não ofertar broncodilatadores - Antibioticoterapia ● Definir o volume do sangramento e estabilidade do paciente - Instável ⇒ broncoscopia rígida ● Se não controlar ⇒ ir direto para cirurgia (lobotomia) ● Se controlado ⇒ encaminhar para controle definitivo do sangramento ● Se ressangrar após arteriografia ⇒ cirurgia ● Investigar com tomografia de tórax ● Tratar a causa de base (ex: câncer, doença autoimune) principais causas de hemoptise ● Doenças infecciosas →> bronquiectasia e inflamação crônica ● Causas cardiovasculares (ex: aneurisma de aorta) ● Neoplasias ● Drogas (crack → hemorragia alveolar difusa) ● Trauma (ex: contusão pulmonar) Maria Luísa Lucio- Medicina Unicesumar TXII