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Morte celular e necrose

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Morte celular e necrose
A primeira alteração que acontece no processo de necrose é um aumento do tamanho da célula, chamado de: Tumefação celular 
· COMO OCORRE? Quando a célula é lesionada, ela entra em um estado de hipóxia (baixa oxigenação) que como consequência o ATP reduz e com isso a bomba de sódio e potássio (cuja função é manter o potássio dentro e o sódio fora) se abre e por difusão passiva, o sódio vai entrar e o potássio vai sair da célula. Devido a afinidade do sódio com a água, quando o sódio entrar na célula, a agua vai entrar junto e a saída do potássio, faz com que a pressão osmótica aumente fazendo com que mais água entre na célula e se acumulando no reticulo endoplasmático e consequentemente, aumentando de tamanho, se rompendo e formando vários vacúolos, (pequenas bolhas contendo água) dentro do citoplasma da célula que infla a célula causando a tumefação celular, conhecido como degeneração hidrópica. (esse processo ainda é reversível)
· E com isso, pode-se observar na superfície das células “bolhas” chamadas de blebs citoplasmáticos 
· Como consequência da degeneração hidrópica (primeira fase da necrose) o acúmulo de água é chamado de rarefação citoplasmática (acumulo de água no citoplasma da célula)
· A célula também pode perder a estruturas superficiais 
· A aparência macroscópica da necrose pode ser: 
1. Multifocal- contendo vários focos de lesão
2. Focal- contendo apenas um foco onde vai-se observar uma diferença de cor do tecido necrosado para o tecido normal, podendo ser mais clara ou escura 
· Ao redor dos dois processos, é possível visualizar um avermelhamento do tecido que ainda esta vivo, que é relacionado ao processo inflamatório (esse processo só acontece quando o animal está vivo)
· TODA NECROSE VAI CAUSAR INFLAMAÇÃO DO TECIDO (existem poucas exceções)
Alterações microscópicas da necrose:	
1. Cariólise: ruptura do núcleo pela ação das nucleases
2. Picnose: condensação do núcleo 
3. Cariorrexe: fragmentação do núcleo (sem formação dos corpos apoptóticos)
4. Perda do núcleo (sendo possível observar somente células anucleadas)
Alterações citoplasmáticas da necrose 
1. Eosinofilia citoplasmática (o citoplasma fica mais vermelho)
2. Citoplasma “vítreo” 
3. Figuras de mielina (“bolinhas” no citoplasma que são produtos de degradação de conteúdo citoplasmático)
Destino final das células necrosadas
· O tecido que necrosou vai ser substituído pelas figuras de mielina que vão se degradar e como o ph do tecido necrosado se acidifica muito ao final do processo, vai propiciar uma sedimentação dos cristais de cálcio, que pela acidificação do tecido, vai substituir o tecido morto 
· O final da necrose é o processo de calcificação distrófica 
Calcificação Distrófica
· Necrose
1. Caseosa
2. Gordurosa
3. Coagulação
· Raramente na liquefativa
Detritos com baixo ph permitem depósitos de sais de Cálcio e um influxo de cálcio para as células mortas, também a ligação de cálcio no colágeno 
Calcificação metastática (ocorre por excesso de cálcio no sangue)
· Acontece da seguinte forma: um tecido normal mas com excesso de cálcio circulante no sangue (hipercalcemia- que está quase sempre relacionado ao hormônio Paratireoidiano PTH) 
· Também é possível observar excesso de cálcio em doenças que produzem Peptídios semelhantes ao PTH (ex: linfoma, Adenocarcinoma do saco anal)
· Ou em casos de Hipervitaminose D e doença renal crônica 
· Qualquer um desses mecanismos ativa os Osteoclastos no tecido ósseo cuja função é absorver cálcio 
PADRÕES DE NECROSE TECIDUAL
Necrose de coagulação (o tecido está morto mas a arquitetura geral é preservada)
1. Ela se da pela desnaturação de proteínas estruturais de membrana que coagulam o tecido 
2. Quando o citoplasma rompe e extravasa para o meio externo, o citoplasma que O extravasamento citoplasmático recruta leucócitos 
3. Causa: principalmente Hipóxia (ausência de oxigênio) por infartos, isquemia, dano tóxico 
4. Coração, rins, fígado, músculo esquelético e o único tecido que não vai passar pela necrose de coagulação é o SNC
Necrose de liquefação 
1. acompanhada de uma intensa digestão das células e o tecido é transformado em uma massa viscosa 
2. É uma consequência de infecções bacterianas, no SNC pode ser por hipóxia 
3. Tem-se a perda do tecido por conta da alimentação das bactérias 
Necrose gangrenosa (termo clínico)
1. É uma necrose de coagulação que após a morte do tecido, ele tem uma infecção por bactérias 
2. É muito comum em membros ou na glândula mamaria 
3. As presenças dessas bactérias podem gerar um liquido, chamada então de gangrena úmida ou essas bactérias podem produzir gás (ex: clostridium) gerando acumulo de gás naquele tecido, conhecido como gangrena gasosa 
Necrose caseosa (completa perda da arquitetura, destruição tecidual em forma de queijo “caseum” = queijo)
1. Ela se encontra em um processo inflamatório chamado granuloma
2. É causada por microrganismos com características especificas (ex: mycobacterium bovis) onde são resistentes ao processo inflamatório, com isso o corpo produz uma capsula de tecido conjuntivo que envolve a necrose caseosa com função de isolar essas bactérias e com isso formando uma espécie de “grumos” de pus 
3. Uma característica do granuloma é a célula gigante multinucleada que é um aglomerado de macrófagos fundidos, a célula vai caminhando e fagocitando as células
Necrose gordurosa 
1. Padrão de necrose observada em animais que apresentam pancreatite 
2. Animais com pancreatite tem o extravasamento de enzimas como por exemplo a lipase, tripsina e amilase 
3. Uma característica microscópica é o processo de sabonificação, a acidez do tecido com a gordura forma uma espécie de sabão 
Necrose fibrinoide 
1. É uma necrose microscópica 
2. É uma consequência da reação de hipersensibilidade do tipo III
3. Deposição de Ag/Ac+Fibrina

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