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geografia agraria 9

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Geogra�a Agrária
Aula 9: Novas relações cidade-campo
Apresentação
Quando falamos em cidade e em campo, pensamos automaticamente em outras palavras, como urbano e rural. Porém, as
palavras cidade e urbano, assim como campo e rural, não são necessariamente sinônimos. Na verdade, estas quatro
palavras possuem conceituações diferentes.
Perceba que o rural e o urbano são os constituintes do espaço geográ�co. As áreas densamente habitadas das cidades
podem representar o que pensamos de urbano e, da mesma forma, as áreas de atividades agropecuárias, com as
reservas naturais e áreas com a produção extrativista, representam o meio rural.
Embora possamos pensar nesses conceitos de forma distinta, analisar tais regiões de forma separada é um equívoco,
pois suas relações econômicas e geográ�cas se relacionam de forma dependente e complementar.
Nesta aula, aprofundaremos tais re�exões para compreendermos melhor as relações entre cidade e campo.
Objetivos
Descrever as novas relações cidade-campo consolidadas nos últimos anos no Brasil;
Discutir o desequilíbrio urbano a partir da relação com o rural.
Cidade / campo: uma questão de relação
Vimos na segunda aula a de�nição do termo rural.
Você lembra?
Também chamada de campo, é uma área geográ�ca destinada às atividades
de agropecuária, silvicultura, agroindustriais, extrativismo etc. e que não
seja classi�cada como uma zona urbana.
Em um primeiro momento, nossa ideia não era aprofundar a discussão do conceito em si, mas contextualizar a situação com o
espaço agrário. Repare que chamamos o rural de campo, porém, isto é, na realidade, um equívoco, mesmo sendo prática
frequente.
Muitos autores discutem a conceituação do rural e do campo, assim como os termos urbano e cidade.
Vamos entender um pouco, a seguir, como esta discussão é feita por vários autores (Carlos, 2007; Correa, 1995; Lefebvre, 1991;
Monte-Mór, 2006; Veiga, 2004).
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Quando falamos em cidade e em campo,
temos formas concretas e materializadas de
todo um modo de vida, ou seja, morar na
cidade corresponde a ter acesso, de forma
mais rápida, a outras casas, a uma maior
concentração de serviço, como médicos,
escolas, lojas, bancos etc.
 Casas e prédios na cidade. (Fonte: ranimiro / Shutterstock).

Já no caso do campo, mesmo com a
industrialização intensi�cada nas últimas
décadas, ainda prevalece a ideia do contato
maior com o natural, com uma maior
quantidade de espaço para o lar e para o
trabalho, entre outros fatores.
 Casa no campo. (Fonte: ronnybas frimages / Shutterstock).
Em termos históricos, podemos dizer que, na cidade, encontramos o centro da organização social e econômica e o tipo de
trabalho é visto como intelectual. Em relação ao campo, trata-se do local de onde se extrai a matéria-prima para sustento das
pessoas (independentemente se essas pessoas estão no campo ou na cidade), o que pressupõe um trabalho muito mais
manual.
Saiba mais
O Instituto Brasileiro de Geogra�a e Estatística (2019) diz que cidade é toda sede de município e, em termos numéricos, a
Organização das Nações Unidas (2019) explica que é um aglomerado de, pelo menos, dez mil habitantes. Especi�camente,
para a ciência Geogra�a, dizemos que cidade é um aglomerado permanente de pessoas, cujas atividades não se caracterizam
como agrícolas.
Da mesma maneira que vários autores discutem que a cidade e o campo correspondem à materialização de um modo de vida,
Hespanhol (2013) argumenta que o “rural e o urbano são representações sociais, possuindo uma dimensão processual, sendo
conteúdo e contingente”. O autor ainda explica que, no que diz respeito ao urbano, cada vez mais se torna um espaço
crescentemente “instrumentalizado, culturizado, tecni�cado” e regido pelo desenvolvimento da ciência.
 O urbano. (Fonte: Cristian A. Lourenco /
Shutterstock).
O espaço urbano é composto pelo aglomerado de ocupações populacionais, o que pode caracterizar justamente a formação
das cidades e de suas atividades. Perceba que cidades estão muito relacionadas com a presença e atividade industrial,
diversos e dinâmicos comércios em grande escala, além de uma in�nidade de tipos de serviços. Essa rede complexa entre
vários fatores que compõem uma cidade está concatenada de forma marcante com o nível de urbanização, assim como
também se relaciona com os valores demográ�cos e o desenvolvimento da economia no local.
 O rural representado por uma fazenda com
produção de trigo. (Fonte: Christopher Elwell /
Shutterstock).
Ao contrário do ambiente urbano, o espaço rural é aquele entendido como o “não urbanizado”, sem a formação de cidades,
além de também ser aquele relacionado com a responsabilidade envolvida às atividades agrárias (silvicultura, pecuária,
pecuária, extrativismo, ecoturismo e conservação ambiental).
Perceba que quando lemos as de�nições de cidade e campo com calma, assim como de urbano e rural, temos a impressão,
segundo comentam Singer (1993) e Monte-Mór (2006), que a cidade pressupõe um sedentarismo e uma hierarquia
socioespacial, que permitem que a classe dominante possa potencializar a exploração contínua e organizada de recursos
naturais do campo, transformando estas matérias-primas em garantia de sobrevivência.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Re�ita que, neste sentido, a cidade controla e comercializa tudo o que vem do campo (inclusive sua produção) e transforma
estas matérias-primas em bens de consumo, agregando valor aos produtos, o que aumenta cada vez mais o seu poder de
dominação sobre o campo.
Isto tudo faz com que o campo �que cada vez mais dependente da cidade, mas esta dependência ocorre, inclusive, em relação
a produtos básicos, como é o caso dos alimentos. Desta forma, o campo que era autossu�ciente e mantenedor da cidade até
pouco tempo atrás, passou a �car subordinado a ela incondicionalmente.
Esta nova forma de relação entre a cidade e o campo, consolidada nas últimas décadas no Brasil e em outros países, provocou
grandes mudanças na sociedade, não somente no quesito de migração do campo para a cidade, mas de toda uma organização
e dinâmica de vida que foi recon�gurada, em que a adaptação dos imigrantes do campo foi necessária ao novo espaço em que
se encontraram, quanto à adaptação dos que já viviam na cidade à nova densidade populacional e ao acesso a outros
costumes e ritmos.
Isto signi�ca que a cidade e o urbano também tiveram problemas e não somente lucro com o êxodo rural e a expansão dos
limites das cidades.
Existe um desiquilíbrio no meio urbano?
Você deve estar pensando que as cidades e os centros urbanos tiveram vantagem com a vinda das pessoas do campo, como,
por exemplo, com a mão de obra barata e o domínio de atividades que antes estavam concentradas somente nas mãos dos
latifundiários.
No entanto, a recon�guração do espaço cidade-campo trouxe também muitas desvantagens.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Vamos pensar em algumas situações.
 Recon�guração do espaço cidade-campo
 Clique no botão acima.
Recon�guração do espaço cidade-campo
 Vida urbana. (Fonte: Nick Starichenko / Shutterstock).
Modo de vida
Quando as pessoas do campo mudam para as cidades,
a adaptação nem sempre é rápida. Em termos de
alimentação, o que antes era barato, pois se comia o
que se plantava, se torna caro, uma vez que tudo o que
se come tem de ser comprado.
Com um gasto maior, há a necessidade de trabalhar
muito mais também. Por outro lado, encontrar produtos
diversos e de marcas variadas se torna mais fácil
quando não é preciso se deslocar por grandes
distâncias para isto.
Violência
Causada, principalmente, pela falta de oferta de trabalho e oportunidades (excesso de trabalhadores), as pessoas se
vêm desesperadas para adquirir comida e dinheiro para sobreviver, praticando atividades ilegais e crimes.
Problemas ambientais
O aumento do número de veículos particulares em circulação gera:
Queimamaior de combustíveis fósseis;
Surgimento e intensi�cação de ilhas de calor.
Além disso, o crescimento de oferta de atividades produtivas e dos meios de locomoção provoca:
Poluição das águas, sonora e visual;
Falta de capacidade de novas instalações de centrais de tratamento de lixo e esgoto, assim como enchentes;
Problemas de saúde, intensi�cando ainda mais o problema de atendimento hospitalar como serviço público.
Todo esse cenário é um pouco desanimador, mas a boa notícia é que também temos pontos positivos importantes
para a sociedade.
Marginalização e inchaço urbano
Quando um grande número de pessoas, não esperadas,
chega para viver em determinado local, não há
infraestrutura para manter qualidade de vida para todos.
Algo parecido aconteceu durante o êxodo rural.
Para além deste inchaço urbano, a marginalização, que
obriga as pessoas mais pobres a viverem em áreas
menos valorizadas e periféricas, provoca o
aparecimento de favelas e ocupações regulares,
intensi�ca, nos bairros, a ausência ainda maior da
assistência governamental, como falta de água
encanada, transporte, energia elétrica, coleta de lixo e
outros serviços sanitários.
 Inchaço urbano: reflexo do crescimento desordenado das cidades que causa
sérios problemas sociais e de infraestrutura. (Fonte: f11photo / Shutterstock).
Aumento da expectativa de vida
A expectativa de vida era, em média, nos anos 1940, de 41 anos, mas, nos anos 2000, passou a girar em torno de 70
anos.
Aumento da escolaridade
O nível de escolaridade aumentou de forma impressionante. Por volta dos anos 1940, a taxa de analfabetismo estava
em aproximadamente 56%. Nos anos 2000, já se apresentava em torno de 14%.
Rede urbana
Com tudo isto, percebe-se que há um desequilíbrio entre as desvantagens e vantagens do aumento do número de
pessoas nas cidades e a expansão dos centros urbanos. Para você ter uma ideia, hoje se fala em rede urbana, o que
corresponde a um sistema integrado de cidades, de todos os tamanhos, incluindo metrópoles.
Veja no Brasil como é a rede urbana na �gura a seguir.
 Estátua de criança em cemitério. (Fonte: Algernon77 / Shutterstock).
Queda da mortalidade infantil
Para você ter uma ideia, a cada mil nascidos, em 1940,
havia em torno de 150 mortes, o que, nos anos 2000, já
estava em torno de trinta mortes.
 Mapa das grandes concentrações urbanas do Brasil, com destaque para as metrópoles em verde. O azul
corresponde as capitais regionais. (Fonte: Luan / Wikimedia Commons).
Esta situação é preocupante, pois
a distribuição irregular dos centros
urbanos, sem equilíbrio
demográ�co, gera sérios
problemas sociais e econômicos,
dentre os quais a desigualdade
(acesso a bens, serviços e até
empregos) é muito mais
evidenciada.
Atividade
1. Explique porque o campo �ca cada vez mais dependente da cidade, inclusive quanto à alimentação.
2. Assinale a alternativa que diz respeito ao local considerado o centro da organização social e econômica, cujo tipo de trabalho
é aquele visto como mais intelectual:
a) Cidade
b) Campo
c) Rural
d) Área florestal
e) Ecorregiões
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3. Assinale a alternativa que NÃO corresponde a um fator que causa desequilíbrio no meio urbano:
a) Marginalização
b) Problemas ambientais
c) Inchaço urbano
d) Violência
e) Aumento da expectativa de vidaReferências
Carlos, A. F. A. O espaço urbano: novos escritos sobre a cidade. São Paulo: Labur, 2007.
Corrêa, R. L. O espaço urbano. 3. ed. São Paulo: Ática, 1995.
Hespanhol, R.A.M. Campo e cidade, rural e urbano no Brasil contemporâneo. Mercator, 12 (2 especial), 2013. Disponível em:
http ://www .mercator .ufc .br /mercator /article /view /1177 /499. Acesso em: 27 jun. 2019.
Lefebvre, H. (1991). O direito à cidade. São Paulo: Moraes, 1991.
Monte-Mór. R. L. M. O que é o urbano, no mundo contemporâneo. Belo Horizonte: UFMG/Cedeplar, 2006.
Navarro, Z. Desenvolvimento rural no Brasil: os limites do passado e os caminhos do futuro. Estudos Avançados, São Paulo, v.
16, n. 43, 2001.
Santos, M. A urbanização brasileira. São Paulo: Hucitec, 1993.
Veiga, J. E. Nem tudo é urbano. In: Ciência e Cultura, V. 52, nº 2. São Paulo. Abr/Jun, 2004. Disponível em: http ://cienciaecultura
.bvs .br /pdf /cic /v56n2 /a16v56n2 .pdf. Acesso em: 1 jun. 2019.
Próxima aula
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Relação do neo-ruralismo com os ciclos econômicos.
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