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Alterações respiratórias do RN - resumo lauracatarine

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Laura Catarine – M4 
 Também chamada de Doença da membrana hialina 
 Causada pela deficiência quantitativa e/ou quantitativa 
de surfactante pulmonar 
 É uma das principais causas de desconforto 
respiratório no RN pré-termo 
 Acomete até 80% dos prematuros < 28 semanas 
 Relacionada principalmente com a deficiência de 
surfactante 
 Fisiologia do surfactante pulmonar: 
o O surfactante é uma substancia formada 
por lipídios r proteínas 
o Produzida pelo pneumócito tipo II 
o Função: diminuir a tensão superficial do 
alvéolo evitando o seu colapso ao final da 
expiração 
o Principal lipídio é a lecitina e as principais 
proteínas são as apoproteínas 
o Entre a 20ª e a 24ª semana de gestação, 
há a formação dos sacos alveolares 
 Há também a diferenciação dos 
pneumócitos tipo I e tipo II 
o A maturação pulmonar ocorre após a 35ª 
semana 
 Explicação para o uso de 
corticoides: O glicocorticoide 
estimula os fibroblastos 
pulmonares a produzir o Fator 
Fibroblasto do Pneumócito (FFP), 
que faz com que o pneumócito 2 
aumente seu ritmo e taxa de 
produção de surfactante 
 Na ausência de surfactante pulmonar, há aumento da 
tensão superficial alveolar, acarretando colabamento 
alveolar progressivo 
o Atelectasia pulmonar difusa, congestão e 
edema 
 O pulmão está perfundido, mas não ventilado, 
gerando hipoxemia 
 A mecânica ventilatória sofre uma sobrecarga de 
trabalho, provocando uma complacência pulmonar 
diminuída, o que contribui para a instalação da 
insuficiência respiratória precoce 
o Isso resulta em hipercapnia 
 A redução do surfactante, atelectasias, alterações na 
V/Q, vasoconstrição pulmonar, hipoperfusão tissular 
e metabolismo celular prejudicado geram um círculo 
vicioso que perpetua a hipóxia e a insuficiência 
respiratória aguda 
 Em muitos pacientes, após 2 dias de estimulação por 
glicocorticoides, há resposta para produção de 
surfactante pulmonar 
 Prematuridade – principal fator 
 Asfixia 
 Mãe diabética 
 Sexo masculino e etnia branca 
 Partos múltiplos e parto cesáreo 
 Gestações múltiplas 
 Manifestações clínicas: 
o A doença evolui com colabamento alveolar 
progressivo – taquipneia e sinais de 
desconforto respiratório 
o Surge ao nascer e piora com o tempo, com 
pico em 48h 
 A melhora gradativa pode 
acontecer após 72h do 
nascimento 
 Exames de imagem: 
o Aspecto característico no Raio-X: 
 Infiltrado reticulogranular fino, 
chamado de “vidro moído”, + 
broncogramas aéreos 
 O raio-x inicial pode ser normal, 
com os sinais aparecendo após 
algumas horas 
 Em casos graves, a piora 
radiológica é acompanhada de 
deterioração clínica 
 Alterações laboratoriais: 
o Gasometria: 
 Hipoxemia inicial, que 
progressivamente está associada 
ao aumento de pCO2, com 
acidose respiratória e/ou mista 
Laura Catarine – M4 
 Cuidados gerais: 
o Estabilização inicial 
o Controle térmico de 36,5 a 37,5°C 
o Hidratação venosa 
o Suporte nutricional 
 Suporte respiratório: 
o A utilização de CPAP é recomendada desde 
a sala de parto, para prevenção do colapso 
alveolar e redução da necessidade de VM 
invasiva 
o Benefícios: 
 Estabilização da caixa torácica e 
melhora da função do diafragma 
 Prevenção do colapso alveolar 
 Aumento da capacidade tecidual 
funcional, melhorando a 
oxigenação arterial 
 Redução da resistência inspiratória 
das vias aéreas 
o Em alguns casos, está indicada a VM: 
 pH < 7,2 
 paCO2 60 mmHg 
 Sat O2 < 90% 
 Apneia persistente ou grave 
 Surfactante pulmonar exógeno: 
o Pode ser de 3 tipos: natural, natural 
modificado e artificial 
 Exosurf e Survanta 
o Melhora a xapacidade residual funcional, pois 
promove estabilização dos alvéolos que 
ainda estão abertos e o recrutamentos dos 
atelectasiados 
o Administração por meio da cânula traqueal 
 Prevenção do parto prematuro 
 Uso de corticoide antenatal 
 Evitar asfixia 
 CPAP na sala de parto para todos os RN pré-termo 
de maior risco 
 Decorre da aspiração de líquido amniótico meconial, 
causando alterações inflamatórias e obstrutivas 
 Apenas 1 a 2% doas RN que tem contato com 
mecônio desenvolvem a SAM 
 Mecônio: 
o Material estéril, espesso, verde-escuro e 
sem odor, que resulta do acúmulo de debris 
no intestino fetal durante o 3º trimestre 
o Agua + células intestinais + muco + 
lanugem + bile + líquido amniótico + vérnix 
caseoso 
 O sofrimento fetal e a infecção intrauterina causam 
uma diminuição do fluxo placentário e hipoxemia, o 
que aumenta o peristaltismo intestinal, relaxamento 
esfincteriano e liberação do mecônio 
o Dessa forma, qualquer causa de asfixia pode 
levar à SAM 
 As asfixia leva ao aumento dos movimentos 
respiratórios, predispondo à aspiração do mecônio 
 O mecônio pode causar pneumonite química, além 
de obstruir as vias aéreas, provocando 
aprisionamento do ar, atelectasias e shunt 
intrapulmonar, com consequente hipoxemia 
 Pode haver deslocamento e inativação do 
surfactante 
 Alguns RN apresentam hipertensão pulmonar, devido 
ao vasoespasmos e hipertrofia da musculatura lisa 
arteriolar 
o Tudo isso causa em grave distúrbio de V/Q 
 O ar aprisionado produz hiperinsuflação, o que 
favorece a ocorrência de enfisema intersticial, 
podendo produzir pneumotórax e/ou 
pneumomediastino 
 RN com IG > 40 semanas 
 RN que sofreu asfixia perinatal 
 Manifestações clínicas: 
o RN, geralmente, é a termo ou pós-termo 
o Impregnação meconial em cordão umbilical 
o Pele seca, enrugada e sem vérnix 
o Ausculta respiratória: 
 Pode revelar estertores 
 Expiração prolongada – evidencia 
comprometimento das vias aéreas 
pequenas 
o Sinais de insuficiência respiratória nas 
primeiras horas de vida 
o Hiperdistensão do tórax 
 Exames de imagem: 
o Infiltrado grosseiro e difuso, com áreas de 
hiperinsuflação e hipotransparência 
 Aumento do diâmetro 
anteroposterior do tórax e 
achatamento do diafragma 
Laura Catarine – M4 
 Melhor tratamento é a prevenção de sofrimento 
fetal 
 Cuidados gerais: 
o Controle térmico 
o Correção da anemia e das alterações 
glicêmicas 
o Suporte hídrico 
 Suporte ventilatório: 
o Alguns RN podem ter boa resposta ao uso 
de capacete 
o Em alguns casos, o CPAP pode ser benéfico 
 Em outros casos pode agravar a 
retenção de ar 
o VM – indicada em casoso de insuficiência 
respiratória grave 
 Antibioticoterapia: 
o Uso controverso 
o Crianças com radiografias muito alteradas e 
distúrbios respiratórios devem receber 
antimicrobianos 
 Surfactante: 
o Indicado uma vez que o mecônio inativa o 
surfactante endógeno 
 Tratamento de hipertensão pulmonar persistente 
neonatal: 
o Pode ser uma complicação da SAM 
 Condição benigna 
 Resultado da dificuldade de reabsorção do líquido 
pulmonar após o nascimento 
 No período intrauterino, o pulmão possui líquido 
dentro, o que contribui para o seu desenvolvimento 
 Antes do nascimento, 70% do líquido é reabsorvido, 
outra parte é eliminada através das vias aéreas pela 
compressão torácica durante a passagem no canal 
de parto, e o restante é reabsorvido pelos vasos 
linfáticos e capilares pulmonares 
 Na TTRN, há um retardo na absorção do líquido 
 Acomete RN pré-termo tardio e a termo 
 Cesariana eletiva sem trabalho de parto 
 Asfixia perinatal 
 Diabetes e asma brônquica materna 
 Policitemia 
 Manifestações clínicas: 
o Desconforto respiratório nas primeiras 
horas de vida que evolui com taquipneia e, 
raramente, gemência e retrações 
 Taquipneia – 60 a 100 irpm 
o As manifestações são resolvidas com oferta 
de oxigênio em baixas concentrações (Fi02 
< 40%) 
 Melhora do quadro em 12-24 horas 
 Exames de imagem: 
o Diminuição da transparência pulmonar 
o Estrias radiopacas em direção ao hilo 
o Cissuras espessadas 
o Hiperaeração, com diafragma achatado 
o Discreta cardiomegalia e/ou derrame pleural 
 Apenas emalguns casos 
 Alterações laboratoriais: 
o Gasometria alterada 
 Discreta queda do O2 
 Pouca repercussão sobre o pH 
 Suporte 
 Oferta de oxigênio por cateter nasal ou CPAP – FiO2 
< 40% 
 Se FR > 60 irpm, indica-se alimentação por sonda 
orogástrica 
o A TTRN pode favorecer a broncoaspiração 
do leite 
 Não está indicado o uso de antibióticos ou diuréticos 
 Benefícios associados ao uso de beta-agonistas 
inalatórios 
o Não é consenso 
 Apneia – parada da ventilação 
 Caracterizada pela ocorrência de uma pausa 
respiratória de mais de 20 segundos ou com duração 
mais curta, se associada a queda da saturação, 
bradicardia ou cianose em um RN pré-termo 
 Apneia fisiológica no pré-termo dura de 5 a 10 
segundos e não produz modificações no RN 
 Componente central – ausência de incursões 
ventilatórias 
Laura Catarine – M4 
o Imaturidade do centro respiratório 
o Os centros respiratórios do tronco 
encefálico do pré-termo responde 
insuficientemente ao aumento da PaCO2 
o No pré-termo há uma reação paradoxal à 
hipóxia, que ao invés de responder com 
hiperventilação, responde com apneia 
 Componente obstrutivo: 
o Há movimentação da caixa torácica, mas 
ausência de fluxo de ar por obstrução 
o Representado pela instabilidade faríngea 
(incoordenação de língua e músculos 
faríngeos na respiração), flexão do pescoço 
e obstrução nasal 
 Misto – componente central e obstrutivo 
o Geralmente, os fatores obstrutivos iniciam a 
apneia, e os mecanismos centrais 
perpetuam 
 A apneia pode ter causa secundária: 
o Doenças neurológicas, infecciosas e outras 
 Início nas primeiras semanas de vida 
o Toda apneia que inicia após a segunda 
semana de vida necessita de investigação 
clínica 
 Monitorização cardiorrespiratória 
 Em alguns casos, a estimulação tátil no dorso ou sola 
dos pés reverte o quadro 
o Casos refratários, pode ser necessário uma 
ventilação com máscara e balão autoinflável 
 Apneia recorrente: 
o Medicações estimulantes - aumenta a 
resposta central à hipercarbia e melhora a 
força contrátil do diafragma 
 Teofilina 
 Cafeína – melhor eficácia e menos 
efeitos colaterais 
 Fator de proteção 
quanto ao 
desenvolvimento de 
doença broncodisplásica 
 Apneia obstrutiva ou mista – CPAP nasal e o 
oferecimento de oxigênio umidificado por cânula 
nasal de alto fluxo

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