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24- S14 P1- alterações malignas e benignas, fisiologia, manifestações clinicas e diagnostico das mamas

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1 Gabi Vieira 02/22 MEDFipGbi 
Sistemas orgânicos integrados 
OBJETIVOS: 
1. Entender a morfofisiologia mamária 
2. Compreender as alterações benignas e malignas da mama, etiologia, fisiopatologia, manifestações clínicas, 
diagnostico (menos tratamento) 
3. Relembrar o exame físico da mama 
Morfofisiologia das mamas 
As mamas são anexos da pele e do sistema reprodutivo humano. São constituídas por: 
• Parênquima de tecido glandular: glândulas mamárias (glândulas cutâneas modificadas), que se dividem em lobos 
mamários, e se destinam à secreção láctea; 
• Estroma de tecido conjuntivo: envolvem cada lobo e a glândula como um todo; 
• Pele: dotada de glândulas sebáceas e sudoríparas. 
Anatomia 
A glândula mamária se localiza na parede anterior do tórax. Possui tamanho médio de 10 a 12 cm de diâmetro. Sua 
espessura central é de 5 a 7 cm. Os limites da mama variam em função do seu tamanho e da sua forma, a saber: 
• Superior: 2ª ou 3ª costela; 
• Inferior: 6ª ou 7ª costela; 
• Medial: borda do osso esterno; 
• Lateral: linha axilar média ou borda anterior do músculo grande dorsal. 
A extensão do conteúdo glandular é maior do que a da mama, de forma que pode atingir a axila em graus variáveis. Nesta 
topografia, forma a cauda ou prolongamento axilar. Esta estrutura também é denominada cauda ou prolongamento de 
Spence ou processo lateral axila 
 
A base cônica das mamas nas mulheres estende-se da segunda costela superiormente até a sexta costela inferiormente. 
Sua margem medial coincide com o esterno e seu limite lateral é a linha medioaxilar, que é reta e se estende 
inferiormente a partir do meio da axila. 
Os músculos profundos às mamas são, a cada lado, o peitoral maior e menor e partes do serrátil anterior e oblíquo 
externo. 
Problema S P 
 
 
2 Gabi Vieira 02/22 MEDFipGbi 
As artérias principais para a mama são a artéria torácica lateral e os ramos cutâneos da torácica interna e das intercostais 
posteriores. 
Os vasos linfáticos que drenam as mamas se dirigem aos linfonodos paraesternais (nódulos ao longo das artérias torácicas 
internas) e para os linfonodos axilares na axila. 
Divisão das mamas 
 
Didaticamente, a mama é dividida em quatro quadrantes. Esta divisão permite a descrição da localização das lesões 
mamárias: 
• Quadrante Superior Externo ou Lateral (QSE ou QSL); 
• Quadrante Inferior Externo ou Lateral (QIE ou QIL); 
• Quadrante Superior Interno ou Medial (QSI ou QSM); 
• Quadrante Inferior Interno ou Medial (QII ou QIM). 
A mama é envolta por uma fáscia superficial constituída por um folheto anterior e por outro posterior. 
O mamilo (papila mamaria), a área central saliente da qual o bebê suga o leite, é circundado por um anel de pele 
pigmentada, a aréola (“pequena área aberta”). Durante a amamentação, grandes glândulas sebáceas na aréola produzem 
uma secreção oleosa que minimiza cortes e rachaduras na pele do mamilo. 
 
Internamente, a glândula mamária consiste em 15 a 25 lobos, sendo cada um deles uma glândula alveolar composta 
(glândulas mamárias) que se abre no mamilo. 
 
3 Gabi Vieira 02/22 MEDFipGbi 
Os lobos são separados uns dos outros por uma grande quantidade de tecido adiposo e por faixas de tecido conjuntivo 
interlobar que formam os ligamentos suspensores das mamas, dão suporte para as mamas. Esses ligamentos tornam-se 
mais soltos com a idade ou com a tensão excessiva que pode ocorrer na prática prolongada de corrida ou atividade 
aeróbica de alto impacto. 
Os lobos da mama consistem em unidades menores chamadas lóbulos, compostas de minúsculos alvéolos, ou ácinos, 
agrupados como um cacho de uva. As paredes dos alvéolos consistem em um epitélio cuboide simples de células 
secretoras de leite. A contração das células mioepiteliais em torno dos alvéolos ajuda a impulsionar o leite em direção às 
papilas mamárias. Quando está sendo produzido leite, ele passa dos alvéolos por vários túbulos secundários e, em 
seguida, para os ductos mamários. Próximo do mamilo, os ductos mamários se expandem discretamente para formar 
seios chamados seios lactíferos, onde um pouco de leite pode ser armazenado antes de ser drenado para um ducto 
lactífero. Cada ducto lactífero normalmente transporta leite de um dos lobos para o exterior. 
A estrutura glandular da mama é pouco desenvolvida nas mulheres não grávidas. Durante a infância, as mamas das 
meninas consistem apenas em ductos rudimentares, como as mamas dos homens durante toda a vida. Quando uma 
menina chega à puberdade, esses ductos crescem e ramificam-se, mas os lóbulos e alvéolos ainda não existem. 
O aumento da mama na puberdade deve-se à deposição de gordura. 
Os alvéolos glandulares finalmente se formam — a partir dos ductos menores — mais ou menos no meio da gravidez, e a 
produção de leite começa alguns dias após o parto. 
O câncer de mama, que geralmente surge no sistema de ductos, é uma causa importante de morte por câncer nas 
mulheres 
 
As funções das glândulas mamárias são a síntese, a secreção e a ejeção de leite; estas funções, chamadas de lactação, 
estão associadas à gestação e ao parto. 
A produção de leite é estimulada em grande parte pelo hormônio prolactina liberado pela adeno-hipófise, com 
contribuições da progesterona e dos estrogênios. A ejeção do leite é estimulada pela ocitocina, que é liberada pela neuro-
hipófise em resposta à sucção do bebê na papila mamária da mãe. 
 
4 Gabi Vieira 02/22 MEDFipGbi 
 
Alterações benignas e malignas da mama 
Benignas: mastalgia, derrame papilar e adensamento e cisto 
Fibroadenoma: nódulo mamário 
Processos inflamatórios: mastite puerperal (benigna) 
Mastalgia: 
A mastalgia é um sintoma e não uma doença. 
É simplesmente a dor nas mamas. 
Mas também pode ser relatada como um aumento da sensibilidade ou, até mesmo, um ingurgitamento mamário. 
Ela é um sintoma relevante, pois responde por 40% do volume de consultas ginecológicas na idade reprodutiva da mulher 
(menacme). 
Etiologia: 
A etiologia precisa da mastalgia não está determinada, mas é provável que esteja relacionada com alterações no conteúdo 
aquoso intersticial e, consequentemente, na pressão intersticial, mediadas por estrogênio e progesterona. 
Estratégia diagnóstica 
A história clínica e o exame físico devem ser realizados preferencialmente após a menstruação. 
A anamnese deve pesquisar todas as características da dor, tais como: localização, tipo, intensidade, duração, relação com 
atividades diárias, alimentação e uso de novos medicamentos (hormônios, ansiolíticos, antidepressivos). 
O exame físico deve ser completo. Durante esta avaliação, o mais importante é coletar dados que diferenciem a dor cíclica 
da acíclica. 
Em uma paciente com queixa de dor nas mamas, algumas perguntas devem ser obrigatoriamente respondidas: 
• A dor é cíclica ou acíclica? 
• A dor é intra ou extramamária? 
 
5 Gabi Vieira 02/22 MEDFipGbi 
• Existem fatores predisponentes? 
• Qual é a intensidade da dor? 
Classificação 
Existem três grupos de dor nas mamas. A dor relacionada com o ciclo menstrual (cíclica), a dor que não se relaciona com o 
ciclo menstrual (acíclica) e a dor que tem origem no tórax ou em outras localizações, mas que é percebida nas mamas ou 
nas axilas (dor extramamária). 
A maioria das mulheres portadoras de mastalgia aguda possui níveis elevados de depressão e ansiedade. 
A seguir, detalhamos esta classificação: 
Mastalgia Cíclica 
A ocorrência da dor varia com o ciclo menstrual. 
Normalmente, ocorre na fase lútea tardia, frequentemente dois a três dias antes da menstruação. 
É bilateral e referida nos quadrantes superiores externos, porque aí predomina o tecido glandular. 
Pode apresentar intensidades diferentes nas duas mamas. 
Mastalgia Acíclica 
Corresponde à dor mamária que não possui associação com o ciclo menstrual. 
A dor pode ser constante ou intermitente. 
As causas mamárias mais importantes são a ectasia ductal (dilatação dos ductos), aadenose esclerosante, a 
esteatonecrose e as mastites agudas e crônicas. 
 
Intensidade da dor 
A definição da intensidade da dor facilita a escolha do tratamento para a mastalgia, que pode ser classificada em: 
Mastalgia Leve 
Não interfere na qualidade de vida (sono, relações sexuais) e nas atividades diárias (trabalho). 
Mastalgia Moderada 
Interfere na qualidade de vida, mas não nas atividades diárias. 
Mastalgia Grave 
Interfere na qualidade de vida e nas atividades diárias. 
Fatores de risco 
Os fatores de risco devem ser identificados e, se possível, corrigidos. 
 
6 Gabi Vieira 02/22 MEDFipGbi 
Estresse 
A tensão emocional é um fator que pode estar envolvido. A liberação central de opioides, como a serotonina, pode 
diminuir a liberação de dopamina e resultar em aumento da liberação de prolactina. O aumento deste hormônio é uma 
das teorias que tentam explicar a dor mamária cíclica. 
Tabagismo 
Alguns estudos descrevem uma associação do fumo com a dor mamária cíclica. 
Retenção Hídrica 
Pode ser responsável pelo aparecimento ou piora da mastalgia. 
Ingestão de Cafeína ou Metilxantinas 
Pode ser responsável pelo aparecimento ou piora da mastalgia, de acordo com alguns autores. 
Atividades Diárias e Uso de Medicamentos (Hormônios, Antidepressivos e Ansiolíticos) 
Podem ser responsáveis pelo aparecimento ou piora da mastalgia. 
Necessidade de exames complementares 
A necessidade de exames complementares depende dos achados da anamnese e do exame físico. 
É importante saber que a indicação de exames complementares nas pacientes com dor mamária geralmente se baseia em 
um único princípio: excluir a possibilidade de câncer. 
Normalmente, a Ultrassonografia (USG) das mamas e/ou a Mamografia (MMG) são os exames mais solicitados. 
Nas pacientes com mastalgia acíclica e dor extramamária, a radiografia de tórax pode ser útil. 
Derrame papilar: 
Saída de secreção pela papila. 
O derrame ou descarga papilar ocorre em várias afecções dos ductos mamários que, por sua vez, podem se manifestar 
como secreção, retração, infecção ou massa do complexo areolopapilar. 
Classificação 
A presença de derrame papilar não necessariamente representa um sinal de malignidade. Pelo contrário, em 95% dos 
casos, os derrames são de origem benigna. Classificam-se em: 
• Fisiológicos; 
• Patológicos; 
• Galactorreia: define uma secreção láctea, normalmente bilateral; 
• Pseudoderrames: podem ser causados por mamilos invertidos, lesões eczematoides, infecção nas glândulas 
sebáceas de Montgomery e erosões traumáticas. 
Coloração do derrame papilar de acordo com as afecções de base: 
 
7 Gabi Vieira 02/22 MEDFipGbi 
 
O derrame papilar sanguinolento ou em água de rocha, acompanhado de secreção espontânea, uniductal, possui maior 
valor preditivo para câncer. 
Além disso, a associação com nódulo ou massa aumenta em torno de 60% o risco de malignidade. 
 
Causas/características 
Galactorreia 
Láctea, bilateral. 
A sua principal causa é farmacológica, sobretudo por medicamentos psicotrópicos. 
No entanto, pode ser idiopática ou secundária a adenomas hipofisário. 
Pseudos derrames 
Papilas invertidas, erosões traumáticas, lesões eczematoides 
AFBM: 
Presença de descarga multiductal, bilateral e um aspecto seroesverdeado. 
Ectasia ductal 
Dilatação dos ductos e a estagnação de secreções neles. Ela acomete os pacientes entre a 5ª e a 8ª década da vida. 
Amarelo-esverdeado; espesso 
Papiloma Intraductal 
Corresponde à principal causa de derrame papilar sanguinolento (50% dos casos) ou serossanguinolento (50% dos casos). 
Normalmente, acomete os ductos principais subareolares e pode gerar nódulo subareolar palpável, em alguns casos, 
visível. Em geral, não excede 2 a 3 mm, é solitário e se localiza nos ductos terminais. 
O pico de incidência desta afecção ocorre entre os 30 e 50 anos. 
Carcinoma 
O carcinoma geralmente causa derrame papilar quando associado a um nódulo. 
 
8 Gabi Vieira 02/22 MEDFipGbi 
O derrame papilar espontâneo, uniductal, aquoso (água de rocha) ou sanguíneo possui maior valor preditivo positivo para 
o câncer de mama. 
Gravidez 
Sanguinolento/ láctea. 
Hipervascularização do sistema ductal. É uma condição benigna. 
Mastite 
Purulento 
Causas principais: 
1º papiloma intraductal 
2º carcinoma 
Diagnostico 
Anamnese: uso de fármacos; risco para CA de mama 
Exame físico: responder: 
1. É REALMENTE UM DERRAME? 
2. O DERRAME É ESPONTÂNEO OU PROVOCADO? 
Aproximadamente dois terços das mulheres não lactantes apresentarão derrame papilar se estimuladas. A descarga de 
maior valor semiológico é a persistente e espontânea. 
3. QUAL É A COLORAÇÃO DA SECREÇÃO? 
A descarga fisiológica possui coloração que varia de amarelo-esverdeado ao azulado. 
4. HÁ NÓDULO PALPÁVEL? 
Caso haja nódulo palpável, a investigação dominante é a do nódulo. 
Pesquisar características, identificar ponto de gatilho; 
5. É UMA DESCARGA UNIDUCTAL OU MULTIDUCTAL, UNILATERAL OU BILATERAL, PERSISTENTE OU INTERMITENTE? 
Citopatologia: se negativo, não exclui o CA. Possui baixo valor preditivo positivo, pois é de difícil interpretação e 
normalmente hipocelular. Não possui muito valor na indicação de biópsia cirúrgica. 
Mamografia: exclui nódulos e microcalcificações 
USG das mamas: complementar a MMG; indicada em jovens 
Investigação: 
Exame físico suspeito 
Espontâneo; uniductal, unilateral, “água de rocha” ou sanguinolento, se for sim, USGM ou MMG alt (exame de imagens). 
Se for não, cirurgia e levar para a biopsia. 
Se for sim, investigar conforme a anormalidade. 
 
9 Gabi Vieira 02/22 MEDFipGbi 
 
Mastite 
As mastites são processos infecciosos que ocorrem no tecido mamário, podendo ocorrer durante a gravidez e o puerpério 
(mastite puerperal) ou não puerperais. 
A infecção puerperal tem como principal agente etiológico o Staphylococcus aureus, costumando está associada a 
formação de abscessos. 
A mastite puerperal costuma ser aguda, caracterizada por eritema e calor difuso, aumento do volume mamário, podendo 
apresentar sinais de infecção sistêmica associada, como: febre, mal-estar, mialgia e leucocitose. Há também um início de 
estase láctea e depois os sintomas típicos de inflamação. 
Profilaxia durante o período da amamentação – Manter boa higiene e evitar ingurgitamento mamário ou fissuras 
mamilares. 
Havendo a formação de abscessos, além do tratamento medicamentoso, recomenda-se a drenagem do mesmo. 
A mastite não puerperal costuma ter evolução lenta, ser redicivantes, surgir em surtos e muitas vezes sequer percebida 
por infecções agudas. 
Neste caso, deve-se realizar o diagnóstico diferencial com CA de mama inflamatório. 
Cistos 
A maioria dos cistos mamários forma-se a partir de metaplasia apócrina de ácino lobular. 
Em geral, são revestidos por uma única camada de epitélio, que varia de plano a colunar. 
Assim, são lesões arredondadas, circunscritas e móveis, que podem ter consistência amolecida ou endurecida ao exame 
físico. A história clínica típica do cisto é o surgimento de um nódulo doloroso de crescimento rápido. 
Os cistos de mama são diagnosticados e classificados a partir de exame ultrassonográfico. 
Existem três tipos de cistos: simples, complicado e complexo. 
Os cistos simples possuem margem definida e reforço acústico posterior. Bem circunscritos, com sombra acústica 
posterior. 
Os cistos recorrentes podem ser submetidos a novos exames de imagem e à nova punção com aspiração, mas caso sejam 
sintomáticos a melhor conduta é sua excisão. 
Os cistos complicados apresentam ecos internos à ultrassonografia e algumas vezes não é possível distingui-los de massas 
sólidas. Em geral, os ecos internos são causados por resíduos proteicos, mas todos os cistos complicados devem ser 
aspirados. O material aspirado pode ser submetido à cultura, se for purulento, ou à citologia, se houver características 
 
10 Gabi Vieira 02/22 MEDFipGbi 
clínicas ou imagempreocupantes. Se a anormalidade ultrassonográfica não se resolver por completo com a aspiração, 
deve-se realizar biopsia por agulha grossa. 
Os cistos complexos são aqueles caracterizados por presença de material sólido internamente (muitas vezes, de 
ecogenicidade heterogênea à ultrassonografia), paredes espessas ou septos grosseiros (maior que 0,5 mm). 
Fibroadenoma 
Os fibroadenomas representam uma anormalidade focal no desenvolvimento de um lóbulo mamário e, como tal, não são 
neoplasias verdadeiras. Histologicamente, são constituídos por estruturas glandulares e epiteliais císticas envolvidas por 
estroma celular. 
Tumor sólido e benigno. 
Na maioria das vezes, são lesões unilaterais, móveis à palpação, bem delimitadas, ovais ou lobuladas, de consistência 
fibroelástica, que atingem dimensões de até 3 cm. Apresentam bilateralidade em 10% das vezes e são múltiplas em 10 a 15% 
dos casos. Quando acometem mulheres mais jovens e apresentam crescimento rápido e tamanhos superiores a 5 cm, deve-se 
suspeitar da variante juvenil do fibroadenoma. 
Em geral, os fibroadenomas surgem na adolescência, são identificados frequentemente na pré́-menopausa e costumam sofrer 
involução espontânea após a menopausa. 
Os fibroadenomas classificados como benignos no teste triplo concordante podem ser acompanhados com segurança sem 
excisão. Em razão de alguns fibroadenomas crescerem bastante e de os tumores filoides benignos frequentemente serem 
indistinguíveis dos fibroadenomas por exame de imagem ou por biópsia com agulha, um fibroadenoma que esteja crescendo 
deve ser excisado. 
Nódulo palpável 
Exame clínico: 
• Móvel x aderido 
• Regular x irregular 
• Fibroelástico x pétreo 
Fazer a PAAF agulha fina 
Amarelo esverdeado, sem lesõa residual; 
Depois da PAAF fazer um exame de imagem: USG/MMG (vai depender da idade da paciente) 
Se puncionar e sair sangue: preocupar 
>2 recidivas (aspirei uma vez, aspirei a segunda e veio de novo, prognostico ruim) fazer uma USG/MMG/Bx 
Não tem problema usar o exame de imagem antes da PAAF. 
Pode-se usar a PAAF para terapia de esvaziamento do cisto. 
USG: sugere malignidade: misto, mal delimitado, sombra acústica. 
 
 
11 Gabi Vieira 02/22 MEDFipGbi 
Doença Mamária Proliferativa Benigna 
A maioria das alterações proliferativas da mama desenvolvem-se nos ductos terminais e nos ácinos dos lóbulos, de modo 
que, a proliferação de células epiteliais resulta em ductos terminais ou ácinos com várias camadas de células sendo as 
alterações chamadas de hiperplasia ductal ou lobular, respectivamente. Quando esse processo evolui e começam a surgir 
atipias celulares o que leva às condições de hiperplasia ductal e lobular atípicas. 
Ambas são proliferações neoplásicas que acarretam risco de cerca de 4,5 de desenvolver CA de mama, já que quanto mais 
os ductos e ácinos ficam envolvidos por aquelas proliferações de atipias estes passam a caracterizar o carcinoma ductal e 
lobular in situ. 
Câncer de mama 
Fatores de risco: 
• Idade >40 anos 
• História familiar (parentes de 1º grau) 
• Nuliparidade (sem filhos) (tempo de hormônio) 
• Menacme longo 
• Sexo feminino (homem é 1%) 
Rastreio 
MS mamografia bienal de 50 a 69 anos 
Autoexame 
Método tradicionalmente difundido no passado como estratégia de prevenção secundária de câncer de mama, o 
autoexame deixou de ser recomendado pelo Ministério da Saúde. Além de já existirem evidências robustas de que o 
autoexame não diminui mortalidade por câncer de mama, também há aumento do número de consultas e exames 
desnecessários. Muitas pacientes podem palpar áreas de parênquima mamário mais denso ou mesmo o rebordo costal e 
entender que se trata de um nódulo. Isso acaba gerando angústia, demanda de exames e talvez até biópsias que acabam 
sendo desnecessárias. Por essas razões, o autoexame não é mais recomendado. 
Exame clínico 
Em consulta preventiva de paciente, o exame clínico das mamas por profissional de saúde tem resultados conflitantes 
quanto ao seu real benefício. Por isso, o Ministério da Saúde não se posiciona nem a favor nem contra tal exame. Isso 
significa que, se o profissional está habilitado para a sua realização, pode fazê-lo. Todavia, se não apresenta habilitação e 
treinamento, também não é errado que não o faça. 
Mamografia 
É o único exame que, comprovadamente, diminui mortalidade por câncer de mama quando indicado na idade prescrita pelo 
Ministério da Saúde. Deve ser recomendado para mulheres de baixo risco e assintomáticas a partir dos 50 anos. A sua 
periodicidade é bienal (a cada 2 anos) até os 69 anos. 
As pacientes de alto risco para desenvolvimento de câncer de mama devem iniciar o rastreamento mais cedo, a partir dos 35 
anos. Nesses casos de alto risco, o intervalo entre as mamografias deve ser anual. São consideradas pacientes de alto risco: 
• Paciente com história de familiar de primeiro grau com câncer de mama antes dos 50 anos; 
• Paciente com história de familiar de primeiro grau com câncer de ovário em qualquer idade; 
• Paciente com história de familiar de primeiro grau com câncer de mama bilateral em qualquer idade; 
• Paciente com história de familiar com câncer de mama masculino; 
• História pessoal de biópsia mamária com lesões proliferativas, com atipias ou carcinoma lobular in situ. 
 
12 Gabi Vieira 02/22 MEDFipGbi 
Mamografia 
BI-RADS 
 
A partir do 4 eu já faço biopsia. 
Exame físico da mama 
O exame clínico da mama começa com sua inspeção para determinar se há́ ondulação, retração do mamilo ou alterações 
na pele. A presença e a característica de descarga mamilar são registradas. Além disso, a localização de uma massa deve 
ser especificamente documentada de acordo com sua posição no quadrante, e a distância desde seu centro até́ o centro 
do mamilo deve ser aferida com o uso de régua ou compasso. 
INSPEÇÃO ESTÁTICA 
A inspeção estática tem o objetivo de identificar visualmente sinais sugestivos de câncer. 
Deve ser iniciada com a paciente sentada e com os membros superiores pendentes, diante de boa iluminação. 
É importante o examinador comparar as mamas observando possíveis assimetrias, diferenças na cor da pele, textura e 
padrão de circulação venosa. 
Os aspectos a observar compreendem: 
• Volume; 
• Forma; 
• Simetria; 
• Retrações ou abaulamentos; 
• Alterações da rede venosa; 
• Alterações da pele; 
• Alterações do complexo areolopapilar; 
• Descarga papilar (unilateral ou bilateral, cor). 
INSPEÇÃO DINÂMICA 
Nesta etapa do exame, o examinador deve solicitar que a paciente: 
1. Realize contração da musculatura peitoral, comprimindo, preferencialmente, o quadril com as mãos colocadas uma de 
cada lado ou comprimindo as palmas das mãos uma contra a outra adiante do tórax; 
2. Eleve e abaixe os braços lentamente. 
PALPAÇÃO DOS LINFONODOS 
 
13 Gabi Vieira 02/22 MEDFipGbi 
A palpação consiste em examinar todas as áreas do tecido mamário e linfonodos (axilares, fossas supraclaviculares e 
infraclaviculares). 
A palpação das cadeias linfonodais supraclaviculares deve ser realizada com a paciente sentada, mantendo a cabeça 
semifletida e com leve inclinação lateral. 
Para palpar a região axilar e o seu prolongamento (cauda de Spence), a paciente deverá estar sentada, o braço 
homolateral relaxado e o antebraço repousando sobre o antebraço homolateral do examinador. 
Esta conduta visa promover o relaxamento da musculatura peitoral. A axila é avaliada com movimentos de cima para 
baixo. Por vezes, pode ser necessário o deslocamento do membro superior da paciente em direção à linha axilar média 
para facilitar o relaxamento muscular. 
PALPAÇÃO DAS MAMAS 
A palpação das mamas é feita com a paciente em decúbito dorsal, com a mão correspondente à mama a ser examinada 
colocada sob a cabeça. 
O sentido horário deve ser adotado na sequência semiológica da palpação. 
Deve ser iniciada pela mama normal, de modo suave e com a face palmar dos dedos indo de encontroao gradeado costal 
(técnica de Velpeaux). 
A seguir, a palpação deve ser realizada com as falanges distais do segundo e terceiro dedo, semelhante ao tocar de piano 
(técnica de Bloodgood). 
O pinçamento manual deve ser evitado, pois a superposição de glândulas e lóbulos gordurosos pode conferir a falsa 
impressão da existência de nódulos. 
A região da aréola e da papila (mamilo) deve ser palpada e não comprimida. 
No caso da mulher mastectomizada deve-se palpar a parede do tórax, a pele e a cicatriz cirúrgica. 
Durante a palpação, deve-se observar possíveis alterações na temperatura da pele e a existência de nódulos. 
A descrição de nódulos deve incluir informações quanto ao seu tamanho, consistência, contorno, superfície, mobilidade e 
localização. 
A pesquisa de descarga papilar deve ser feita aplicando-se compressão unidigital suave sobre a região areolar, em sentido 
radial, contornando a papila. A saída da secreção pode ser provocada pela compressão digital de um nódulo ou área de 
espessamento, que pode estar localizado em qualquer região da mama. A descrição da descarga deve informar se é uni ou 
bilateral, uni ou multiductal, espontânea ou provocada pela compressão de algum ponto específico, coloração e relação 
com algum nódulo ou espessamento palpável. 
Os resultados alterados do ECM devem ser avaliados e, em caso de suspeição, encaminhados para investigação 
diagnóstica em um serviço de referência para o diagnóstico do câncer de mama. Os principais sinais e sintomas que 
necessitam de referência urgente para investigação diagnóstica são: 
• Qualquer nódulo mamário em mulheres com mais de 50 anos; 
• Nódulo mamário em mulheres com mais de 30 anos, que persistem por mais de um ciclo menstrual; 
• Nódulo mamário de consistência endurecida e fixo ou que vem aumentando de tamanho, em mulheres adultas 
de qualquer idade; 
• Descarga papilar sanguinolenta unilateral; 
• Lesão eczematosa da pele que não responde a tratamentos tópicos; 
• Homens com mais de 50 anos com tumoração palpável unilateral; 
 
14 Gabi Vieira 02/22 MEDFipGbi 
• Presença de linfadenopatia axilar; 
• Aumento progressivo do tamanho da mama com a presença de sinais de edema, como pele com aspecto de casca 
de laranja; 
• Retração na pele da mama; 
• Mudança no formato do mamilo.

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