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Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 1 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Aula 00 Contabilidade Nacional Macroeconomia para Anpec Prof. Natália França Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 2 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Sumário APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................................... 4 COMO ESTE CURSO ESTÁ ORGANIZADO ....................................................................................................... 5 DIREÇÃO INICIAL ......................................................................................................................................... 6 CONTABILIDADE NACIONAL ......................................................................................................................... 7 PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) ................................................................................................................................. 7 Ótica do Produto.................................................................................................................................................. 9 Ótica da Renda .................................................................................................................................................. 11 Ótica da Despesa ............................................................................................................................................... 11 Identidade Contábil Básica ................................................................................................................................. 11 Fluxo Circular da Renda ...................................................................................................................................... 12 ECONOMIA FECHADA E SEM GOVERNO ........................................................................................................................ 13 Consumo ........................................................................................................................................................... 13 Poupança .......................................................................................................................................................... 13 Investimento ..................................................................................................................................................... 14 Produto Bruto e Produto Líquido ......................................................................................................................... 14 Despesa Agregada ............................................................................................................................................. 14 Renda Agregada ................................................................................................................................................ 15 Identidade entre Poupança e Investimento ......................................................................................................... 15 ECONOMIA FECHADA E COM GOVERNO ........................................................................................................................ 16 Produto a Preços de Mercado e Produto a Custo de Fatores ................................................................................. 16 Gastos do Governo ............................................................................................................................................ 17 Consumo ........................................................................................................................................................... 17 Investimento ..................................................................................................................................................... 17 Poupança .......................................................................................................................................................... 17 Déficit Público .................................................................................................................................................... 18 Despesa Agregada ............................................................................................................................................. 18 Renda Agregada ................................................................................................................................................ 18 Identidade entre Poupança e Investimento ......................................................................................................... 18 ECONOMIA ABERTA E COM GOVERNO .......................................................................................................................... 19 Produto Interno Bruto (PIB) e Produto Nacional Bruto (PNB) ............................................................................... 20 Poupança .......................................................................................................................................................... 21 Despesa Agregada ............................................................................................................................................. 22 Renda Agregada ................................................................................................................................................ 22 Identidade entre Poupança e Investimento ......................................................................................................... 22 ABSORÇÃO INTERNA ................................................................................................................................................. 23 MEDIDAS DE RENDA ................................................................................................................................................. 24 Renda Interna Bruta .......................................................................................................................................... 24 Renda Interna .................................................................................................................................................... 24 Renda Nacional Bruta ........................................................................................................................................ 24 Renda Nacional ................................................................................................................................................. 24 Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 3 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Renda Pessoal (RP) ............................................................................................................................................ 24 Renda Pessoal Disponível (RPD) ......................................................................................................................... 25 PIB NOMINAL E PIB REAL .......................................................................................................................................... 25 Deflator Implícito do PIB .................................................................................................................................... 27 Índice de Preços ao Consumidor .......................................................................................................................... 28 MATRIZ INSUMO-PRODUTO ....................................................................................................................................... 29 CONTAS ECONÔMICAS INTEGRADAS ............................................................................................................................30 BALANÇO DE PAGAMENTOS....................................................................................................................... 32 ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS (BPM6) .................................................................................................... 32 Conta Corrente .................................................................................................................................................. 34 Conta Capital .................................................................................................................................................... 37 Conta Financeira ................................................................................................................................................ 37 Estrutura Resumida do Balanço de Pagamentos ................................................................................................. 40 Exemplos de Lançamentos Contábeis ................................................................................................................. 41 Ajuste do Balanço de Pagamentos ...................................................................................................................... 45 POSIÇÃO INTERNACIONAL DE INVESTIMENTOS (PII) .................................................................................. 47 LISTA DE QUESTÕES ..................................................................................................................................49 GABARITO .................................................................................................................................................. 61 QUESTÕES DE PROVA COMENTADAS ......................................................................................................... 62 RESUMO DIRECIONADO ........................................................................................................................... 111 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................ 116 Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 4 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Apresentação Olá! Tudo joia? Meu nome é Natália França e é excelente ter você por aqui! A preparação para o exame da Associação Nacional dos Centros de Pós- Graduação em Economia (Anpec) requer esforço e dedicação, e irei te ajudar nessa caminhada. Antes, vou falar um pouco sobre mim. Formei-me com excelência em Economia pelo Ibmec Minas em 2011. No final daquele ano, fiz a prova da Anpec e ingressei no mestrado do programa de Pós- Graduação em Economia da Universidade Federal do Ceará (CAEN/UFC) em 2012. Finalizei o doutorado em 2019 no CAEN/UFC, com sanduíche na Rice University no Texas, EUA. Concomitante a minha carreira acadêmica, ingressei no mundo dos concursos públicos. Fui aprovada para o cargo de Analista Administrativo (Economia) na Ebserh em 2018 e para o cargo de Auditor de Controle Interno na Controladoria e Ouvidoria Geral do Estado do Ceará (CGE/CE) em 2019. Atualmente estou como professora substituta no Departamento de Economia Aplicada na UFC. Não existe fórmula mágica para aprovação em concursos e provas. Temos que ter foco, disciplina, persistência, além de fazer revisões e resolver muitas questões! Nesse sentido, materiais de qualidade são essenciais para potencializar nossos resultados positivos. E aqui está a chave para o seu sucesso, pode contar comigo! Nesse curso de MACROECONOMIA que estamos iniciando agora, você verá, ao longo de vários materiais escritos (PDFs), teoria combinada com a resolução de várias questões de provas passadas da Anpec. Minha meta é lhe fornecer um material objetivo, focado e de alta qualidade, de forma a lhe auxiliar na sua conquista em ingressar na Pós-Graduação em Economia. Ah.... Você pode acompanhar minha rede social: @professoranataliafranca Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 5 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Como este curso está organizado Para cobrir os pontos em Macroeconomia cobrados no edital da Anpec, o nosso curso está organizado da seguinte forma: Número da aula Data de disponibilização Assunto da aula 00 24/01/2022 Contas Nacionais - Os conceitos de renda e produto. Produto e renda das empresas e das famílias. Gastos e receitas do governo. Balanço de pagamentos (sexta edição do Manual do Balanço de Pagamentos do Fundo Monetário Internacional - BPM6): a conta de transações correntes, a conta capital, a conta financeira, o conceito de déficit e superávit. Contas Nacionais do Brasil. Conceito de deflator implícito da renda. Números índices, tabela de relações insumo-produto. 01 28/02/2022 Economia Monetária - Funções da moeda. Criação e distribuição de moeda pelos bancos comerciais. Controle dos meios de pagamentos: taxa de redesconto, reservas obrigatórias, gerências da dívida pública. Procura da moeda: motivos determinantes da retenção de ativos líquidos. Papel do Banco Central. Equivalência Ricardiana. Dinâmica da Dívida e sua Relação com o Superávit Primário. Conceitos alternativos de déficit público. 02 29/03/2022 Modelo IS x LM x BP - Equilíbrio no mercado de bens. Equilíbrio no mercado Monetário. Análise IS x LM. Impactos de Políticas fiscal e Monetária. Modelo Mundell-Fleming. Regimes Cambiais. 03 28/04/2022 Economia Aberta - Noção de taxa de câmbio real e nominal. Equação de Paridade de juros e de preços. 04 30/05/2022 Investimento e Consumo - Q de Tobin. Teoria da Renda Permanente. Ciclo de Vida. Restrição de Crédito. Papel das expectativas. 05 27/06/2022 Crescimento - Modelo de Solow. Crescimento endógeno. Decomposição (contabilidade) do crescimento. Instituições e crescimento. Capital Humano. 06 29/07/2022 Oferta e Demanda agregadas e Curva de Phillips - Modelo AS x AD (curto e longo prazo). Curva de Phillips: Expectativas Adaptativas e Racionais; Rigidez de Preços e Salários; Teoria dos Ciclos Reais e Modelos Novos Keynesianos. Equação de Fisher. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 6 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Direção Inicial Estamos iniciando hoje nosso curso de Macroeconomia para auxiliar na sua preparação para a Anpec . Mas afinal, o que vem a ser Macroeconomia? A Macroeconomia se encarrega do estudo sobre o comportamento dos grandes agregados econômicos como produto, renda, preços, emprego, estoque de moeda, taxa de juros, taxa de câmbio, entre outros. Com o intuito de averiguar esses grandes agregados, a Macroeconomia, em geral, divide a economia em cinco mercados: Vale dizer que esse ramo da Teoria Econômica ganhou mais destaque com a publicação, em 1936, do livro de Keynes: A teoria geral do emprego, do juro e da moeda. Iremos começar nosso curso pela Contabilidade Nacional e pelo Balanço de Pagamentos, assuntos incluídos no primeiro ponto abordado pela prova da Anpec. Nessa primeira aula, vamos ver os seguintes temas: Os conceitos de renda e produto. Produto e renda das empresas e das famílias. Gastos e receitas do governo. Balanço de pagamentos (sexta edição do Manual do Balanço de Pagamentos do Fundo Monetário Internacional - BPM6): a conta de transações correntes, a conta capital, a conta financeira, o conceito de déficit e superávit. Contas Nacionais do Brasil. Conceito de deflator implícito da renda. Números índices, tabela de relações insumo-produto. Então vamos começar logo, não é mesmo? Bons estudos e deixe sua garrafinha cheia de água perto de você! Microeconomia Estuda a economia em menor escala, focando no comportamento de agentes como indivíduos e firmas. Macroeconomia Estuda a economia em um contexto amplo, dando atenção a questões agregadas. Macroeconomia Mercado de bens e serviçosMercado de trabalho Mercado monetário Mercado de títulos Mercado cambial Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 7 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Contabilidade Nacional Vejamos, em primeiro lugar, o objetivo da Contabilidade Nacional, também denominada Contabilidade Social: “O objetivo da contabilidade nacional é fornecer uma aferição macroscópica do desempenho real de uma economia em determinado período de tempo: quanto ela produz, quanto consome, quanto investe, como o investimento é financiado, quais as remunerações dos fatores de produção etc.” (SIMONSEN & CYSNE, 2009) As contas nacionais fornecem informações relevantes sobre a situação de determinado país, possibilitando a comparação entre diferentes nações. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é o órgão responsável pelas contas nacionais. A Contabilidade Nacional engloba o estudo dos agregados macroeconômicos a seguir: Ao longo dos próximos tópicos, veremos em mais detalhes cada um deles. Antes de avançarmos na matéria, saiba que os agregados macroeconômicos que veremos são expressos em valores monetários. Isso ocorre dada a inviabilidade de se agregar quantidades de uma infinidade de bens e serviços (imagine só a dificuldade de se agregar toneladas de pão de queijo, com milhares de automóveis, com litros de leite, etc.). Produto Interno Bruto (PIB) Vamos começar estudando um dos mais importantes agregados de uma economia: o Produto Interno Bruto (você provavelmente já ouviu falar dele nos jornais). O Produto Interno Bruto (PIB) “de um país ou região representa a produção de todas as unidades produtoras da economia (empresas públicas e privadas produtoras de bens e prestadoras de serviços, trabalhadores autônomos, governo etc.) num dado período (ano ou trimestre, em geral) a preços de mercado” (FEIJÓ et al, 2017). Quando você escutar PIB, significa PIB a preços de mercado (mais adiante veremos o PIB a custo de fatores). O PIB é contabilizado em um dado período de tempo, logo é uma variável fluxo. Produto Renda Despesa Consumo Poupança Investimento Absorção Variáveis fluxo Mensuradas ao longo de determinado período de tempo. Exemplos: PIB, investimento, consumo, déficit público, exportação, importação, poupança, renda. Variáveis estoque Mensuradas em um certo instante do tempo. Exemplos: riqueza, capital, população, dívida pública, reservas. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 8 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Vamos ver como isso já foi cobrado em prova. ANPEC – 2002 – Questão 1 Indique se as proposições são falsas ou verdadeiras: (4) O consumo, o PIB e a riqueza pessoal são variáveis de fluxo. RESOLUÇÃO: (4) Conforme vimos, consumo e PIB são variáveis de fluxo. Por sua vez, a riqueza é uma variável de estoque. Resposta: FALSO De um modo geral, o cálculo do PIB engloba transações de compra e venda (de bens e serviços). No entanto, em alguns casos, ou essas transações não ocorrem, ou são de difícil mensuração. Assim, algumas considerações acerca do cálculo do PIB devem ser feitas: O PIB mede o valor de bens e serviços finais produzidos em uma economia em determinado período do tempo. Dessa forma, um bem produzido no período t, mas vendido no período t + 1, entra no PIB do período t (período em que foi produzido), não tendo efeito algum no PIB em t + 1. Bens e serviços usados (que foram produzidos em outro ano) NÃO influenciam em nada o PIB. Serviços providos pelo poder público não envolvem transações de compra e venda e são considerados no cálculo do PIB com base em seu custo. Se uma pessoa faz uso de um imóvel alugado, há uma transação: o indivíduo usufrui dos serviços habitacionais e paga uma remuneração ao proprietário do imóvel por isso. No entanto, no caso de uma pessoa usufruindo de um imóvel próprio, não há a transação, mas o serviço habitacional ainda existe. Nesse caso, é calculado um aluguel implícito, ou seja, qual seria o aluguel do imóvel (com base em outros similares) e esse valor é imputado no cálculo do PIB. A habitação de pessoas que habitam em casa própria entra no PIB. Se alguém aluga um carro (ou outros bens duráveis), existe uma transação envolvendo um serviço, que entra no PIB. No entanto, se a pessoa compra o carro, embora o serviço continue existindo, ele deixa de ser contabilizado no cálculo do PIB. Uma refeição num restaurante é contabilizada no PIB, mas se a comida é feita em casa não entra no PIB (embora o serviço de fazer o alimento continue a existir). Atividades informais e ilegais ficam de fora do cálculo do PIB. Bora fazer uma questão de prova! ANPEC – 2014 – Questão 1 Classifique as afirmativas como Verdadeiras (V) ou Falsas (F): (1) Por não pagarem aluguel, a habitação de pessoas que habitam em casa própria não é computada no cálculo do PIB brasileiro. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 9 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br RESOLUÇÃO: (1) Se alguém mora em uma casa e paga aluguel, há uma transação cujo valor faz parte do cálculo do PIB. Caso a moradia seja própria, a transação não existe (não há um aluguel sendo efetivamente pago). Mas quem mora na residência continua usufruindo dos serviços habitacionais, de forma que isso deva ser levado em consideração no PIB. Nesse caso, por não haver um preço de mercado, deve-se estimar seu valor para imputá-lo no PIB. Assim, o PIB inclui o valor do aluguel implícito que os proprietários de imóveis próprios pagam a si mesmos. Resposta: FALSO O Produto Interno Bruto reflete o desempenho econômico e, em certa medida, o bem-estar em determinada sociedade. Outra medida utilizada nesse sentido, é o PIB per capita. O PIB per capita corresponde ao PIB do período dividido pela população do local no mesmo período. Tanto o PIB quanto o PIB per capita têm certas limitações em mensurar o bem-estar de uma população: existem variáveis que não são contabilizadas no cálculo, como lazer; a desigualdade na distribuição de renda não é refletida; etc. A seguir veremos três óticas de mensuração do produto: ótica do produto, ótica da renda e ótica da despesa. Ótica do Produto Segundo a ótica do produto, o PIB a preços de mercado, 𝑷𝑰𝑩 ou 𝑷𝑰𝑩𝒑𝒎, equivale à soma do valor monetário de todos os bens e serviços finais produzidos na economia durante determinado período de tempo (produto agregado). Algebricamente: 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 𝐴𝑔𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜 = 𝑃𝐼𝐵 = 𝑠𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑜 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑡𝑜𝑑𝑜𝑠 𝑜𝑠 𝑏𝑒𝑛𝑠 𝑒 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜𝑠 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑖𝑠 Supondo que existem n bens e serviços finais na economia: 𝑃𝐼𝐵𝑡 = ∑ 𝑃𝑡 𝑖𝑄𝑡 𝑖 𝑛 𝑖=1 Em que 𝑃𝑡 𝑖 é o preço do bem/serviço final i no período t; 𝑄𝑡 𝑖 é a quantidade do bem/serviço final i no período t; 𝑃𝑡 𝑖𝑄𝑡 𝑖 é o valor da produção no setor do bem/serviço i em t. São considerados apenas bens e serviços finais para evitar a dupla contagem dos bens intermediários. Um bem ou serviço ser considerado final ou não, relaciona-se ao fato de ele ter sido ou não utilizado na produção de outro bem. Dessa forma, a farinha de trigo que nós compramos no supermercado é um bem final (sendo contabilizada no PIB); ao passo que a farinha utilizada na produção do pão comercializado pelas padarias é um bem intermediário (não entra no cálculo do PIB, pois o valor da farinha já foi embutido no valor do pão). Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 10 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Valor Adicionado Vejamos, por meio de um exemplo extraído de Lopes e Vasconcellos (2008), uma outra forma de medir o PIB pela ótica do produto. Suponha que a cadeia produtiva do pão (bem final) seja composta apenas pelos produtos trigo, farinha e pão. O trigo é insumo na produção de farinha, que é insumo na produção de pão.Produto Valor Bruto da Produção Valor dos Insumos Valor Adicionado Trigo 10 0 10 Farinha 15 10 5 Pão 20 15 5 Total 45 25 20 Fonte: Lopes e Vasconcellos (2008). A segunda coluna da tabela apresenta o valor bruto da produção de cada bem, totalizando 45 unidades monetárias. O valor bruto da produção (VBP) da economia é o total do valor bruto da produção de todas as unidades produtivas. Perceba que o valor do trigo e da farinha foram contabilizados duas vezes (pois são insumos no processo produtivo), de modo que o PIB não seja igual ao valor bruto da produção, $45. Temos, portanto, de descontar o valor dos bens e serviços intermediários, de modo que a rubrica que realmente nos interessa é o valor que cada empresa adiciona no seu processo produtivo. O valor adicionado, também denominado valor agregado, em cada etapa corresponde à diferença entre o valor bruto da produção e o gasto com insumos adquiridos de outras empresas. Podemos dizer, então: O PIB é dado pela soma dos valores adicionados de todas as unidades produtoras da economia. Algebricamente: 𝑃𝐼𝐵 = 𝑠𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑎𝑑𝑖𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑑𝑜𝑠 Escrevendo de outra forma: 𝑃𝐼𝐵 = 𝑉𝐵𝑃 − 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑟𝑚𝑒𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 Quando consideramos a presença do governo na economia, o valor bruto da produção corresponde ao valor do que foi produzido mais os impostos sobre o produto: 𝑉𝐵𝑃 = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 + 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑜 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 Assim, podemos escrever o PIB como: 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑚 = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 + 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑜 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 − 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑟𝑚𝑒𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 11 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Ótica da Renda A Renda Agregada representa a remuneração de todos os fatores de produção de determinada economia. 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝐴𝑔𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑎 = 𝑠𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑎 𝑟𝑒𝑚𝑢𝑛𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑜𝑑𝑜𝑠 𝑜𝑠 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 Salários são a remuneração do trabalho, juros são a remuneração do capital monetário, aluguéis são a remuneração do capital físico e os lucros são a remuneração do empresariado. Assim, podemos escrever a renda agregada como: 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝐴𝑔𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑎 = 𝑠𝑎𝑙á𝑟𝑖𝑜𝑠 + 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 + 𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢é𝑖𝑠 + 𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜𝑠 A soma de juros, lucros e aluguéis é conhecida como Excedente Operacional Bruto (EOB): 𝐸𝑂𝐵 = 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 + 𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢é𝑖𝑠 + 𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜𝑠 A renda interna bruta a preços de mercado (𝑅𝐼𝐵𝑝𝑚) é dada por: 𝑅𝐼𝐵𝑝𝑚 = 𝑠𝑎𝑙á𝑟𝑖𝑜𝑠 + 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 + 𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢é𝑖𝑠 + 𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜𝑠 + 𝑖𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑖𝑛𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 − 𝑠𝑢𝑏𝑠í𝑑𝑖𝑜𝑠 + 𝑑𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 Ótica da Despesa A Despesa Agregada (DA) indica a soma dos gastos com as possíveis destinações do produto. Veremos mais adiante algumas identidades básicas acerca dessas destinações em três situações possíveis: (1) economia fechada e sem governo; (2) economia fechada e com governo; e (3) economia aberta e com governo. Já adianto que em uma economia aberta e com governo: 𝐷𝐴 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + (𝑋 − 𝑀) Em que C representa os gastos com consumo; I, investimento agregado; G, gastos do governo; X, exportação de bens e serviços; e M, importação de bens e serviços. A despesa interna bruta a preços de mercado (𝐷𝐼𝐵𝑝𝑚) é: 𝐷𝐼𝐵𝑝𝑚 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + (𝑋 − 𝑀) Identidade Contábil Básica Por meio das três óticas de mensuração do produto, chegamos a um resultado extremamente importante, a identidade contábil básica. ATENÇÃO! A identidade contábil básica retrata a igualdade entre produto, renda e despesa: 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 ≡ 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 ≡ 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 12 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Para que essa identidade seja válida, todos os valores devem ser medidos aos mesmos preços. Em termos dos agregados vistos até aqui: 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑚 = 𝑅𝐼𝐵𝑝𝑚 = 𝐷𝐼𝐵𝑝𝑚 Fluxo Circular da Renda Nesse tópico vamos estudar o fluxo circular da renda, considerando uma economia fechada e sem governo. Ou seja, iremos ver como famílias e empresas interagem entre si, fazendo a renda circular na economia. Esse instrumental é útil para visualizarmos a identidade contábil básica. As famílias compram bens e serviços finais para consumo, que são produzidos e vendidos pelas empresas. “ao produzir os bens e serviços a serem fornecidos às famílias, as empresas utilizam os fatores de produção fornecidos por essas famílias. Ao serem utilizados, os fatores são remunerados, permitindo às famílias auferir uma renda que é, inicialmente, destinada a aquisição dos bens e serviços produzidos pelas empresas.” (LOPES & VASCONCELLOS, 2008) A figura abaixo é uma representação do fluxo circular da renda para uma economia fechada e sem governo, refletindo as transações entre famílias e empresas. As setas em cor laranja representam fluxos reais, que medem quantidades, e as setas em preto indicam fluxos monetários, que mensuram valores. Fonte: Adaptado de Lopes e Vasconcellos (2008) e Feijó (2017). Há uma equivalência entre os fluxos reais e monetários, refletindo-se na identidade contábil básica. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 13 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br À medida em que mais setores (como governo e o resto do mundo) são inseridos na economia, o fluxo circular da renda vai se tornando mais rebuscado, com várias inter-relações entre os agentes econômicos. A seguir, veremos algumas identidades contábeis importantes. Um detalhe interessante, o termo identidade contábil é empregado, pois não se trata de uma relação de causalidade. Economia Fechada e sem Governo Vamos começar vendo como ficam os agregados macroeconômicos no caso de uma economia fechada e sem governo. Consumo Consumo é algo presente em nossa vida em diversos momentos: quando compramos comida, quando tomamos açaí, quando vamos ao cinema, etc. Veja, então, como podemos definir o consumo, denotado por 𝐶: “O consumo é o valor dos bens e serviços absorvidos pelos indivíduos para a satisfação dos seus desejos.” (SIMONSEN & CYSNE, 2009) Mais adiante você verá que a inclusão do governo na economia tem impacto na mensuração desse agregado. Poupança Em alguns momentos, nós podemos optar por não gastar toda a nossa renda com consumo. Nesse contexto, surge um novo agregado macroeconômico: a poupança, 𝑆. A poupança é o montante de renda não consumida em um dado período. Denotando a renda agregada por 𝑌, a poupança do setor privado (𝑆𝑃) é dada por: 𝑆𝑃 = 𝑌 − 𝐶 𝑷𝒓𝒐𝒅𝒖𝒕𝒐 = 𝑹𝒆𝒏𝒅𝒂 A produção das firmas se converte em remuneração dos insumos (as firmas pagam para utilizar os fatores de produção). 𝑹𝒆𝒏𝒅𝒂 = 𝑫𝒆𝒔𝒑𝒆𝒔𝒂 A renda dos detentores dos fatores de produção se converte em despesa (as pessoas gastam a renda de diferentes formas). 𝑷𝒓𝒐𝒅𝒖𝒕𝒐 = 𝑹𝒆𝒏𝒅𝒂 = 𝑫𝒆𝒔𝒑𝒆𝒔𝒂 Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 14 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br A inserção do governo e do setor externo tem impactos na poupança agregada (você vai aprender isso mais a frente em nossa aula). Investimento Os investimentos são gastos realizados com o intuito de aumentar a capacidade produtiva, sendo compostos pela formação bruta de capital fixo (compra de máquinas, equipamentos, edifícios, etc.), 𝑭𝑩𝑲𝑭, e pela acumulação de estoques (são considerados os estoques de bens finais e de bens intermediários). 𝑰 = 𝑭𝑩𝑲𝑭 + 𝚫𝑬𝒔𝒕𝒐𝒒𝒖𝒆𝒔 Investimento Líquido Os bens de capital se desgastam ao longo do tempo como consequência natural de um fenômeno denominado depreciação. Dessa forma, nem todos os gastos com investimento contribuem para a ampliação do estoque de capital (parte desses gastos são realizados para repor o capitaldepreciado). Nesse sentido, podemos falar do investimento líquido (𝐼𝐿), que corresponde ao investimento bruto (𝐼) menos a depreciação: 𝐼𝐿 = 𝐼 − 𝑑𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 A partir da definição do investimento bruto, podemos escrever o investimento líquido como: 𝐼𝐿 = 𝐹𝐵𝐾𝐹 + Δ𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 − 𝑑𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 Produto Bruto e Produto Líquido Diante dessa distinção entre investimento bruto e líquido, podemos falar em Produto Interno Líquido (𝑃𝐼𝐿), que corresponde ao Produto Interno Bruto descontado da depreciação: 𝑃𝐼𝐿 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 Em termos mais gerais: 𝐴𝑔𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 = 𝐴𝑔𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑜 − 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 Despesa Agregada No caso de uma economia fechada (sem relação com o resto do mundo) e sem governo, as possíveis destinações do produto são os gastos com consumo das famílias e investimentos agregados das empresas: 𝐷𝐴 = 𝐶 + 𝐼 • Poupança agregada é dada pela poupança privada 𝑆𝑃 : • S = 𝑆𝑃 Economia fechada e sem governo Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 15 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Renda Agregada Nesse contexto de uma economia fechada e sem governo, as pessoas podem destinar sua renda para consumo e poupança privada: 𝑌 = 𝐶 + 𝑆𝑝 Identidade entre Poupança e Investimento Fazendo uso da identidade contábil básica, que postula a igualdade entre produto, renda e despesa: 𝑌 = 𝐷𝐴 → 𝐶 + 𝑆𝑝 = 𝐶 + 𝐼 → 𝑆𝑝 = 𝐼 Em uma economia fechada e sem governo, os gastos com investimento são financiados pela poupança das famílias. Vamos fazer uma questão de prova! ANPEC – 2004 – Questão 2 Com base nos princípios da contabilidade nacional, julgue as afirmativas: (1) A poupança bruta, em uma economia fechada e sem governo, é idêntica à soma da formação bruta de capital fixo mais a variação de estoques. RESOLUÇÃO: (1) Sabemos que o investimento agregado é dado pela formação bruta de capital fixo e pela acumulação de estoques: 𝐼 = 𝐹𝐵𝐾𝐹 + Δ𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 A poupança agregada é dada pela poupança privada no caso de uma economia fechada e sem governo: 𝑆 = 𝑆𝑃 Da igualdade entre investimento e poupança: 𝐼 = 𝑆 → 𝐹𝐵𝐾𝐹 + Δ𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 = 𝑆𝑃 Ou seja, a poupança bruta (dada pela poupança privada) é idêntica à soma da formação bruta de capital fixo mais a variação de estoques. Resposta: VERDADEIRO ATENÇÃO! A poupança privada é igual ao investimento. 𝑆𝑝 = 𝐼 Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 16 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Economia Fechada e com Governo Vamos, agora, inserir o governo na economia e verificar quais as mudanças que isso acarreta. Por governo entende-se apenas as funções típicas de Estado (administração direta, legislativo, executivo, etc.), que dependem de dotação orçamentária. As empresas estatais são consideradas juntamente com as empresas privadas. Produto a Preços de Mercado e Produto a Custo de Fatores O governo pode adotar algumas políticas que alteram o preço dos produtos, como a cobrança de impostos ou o fornecimento de subsídios. Isso faz com que a receita de vendas não seja igual à remuneração dos fatores de produção. Nesse sentido, a presença desse agente na economia permite que falemos em produto a preços de mercado e produto a custos de fatores. Veja a definição de impostos diretos, impostos indiretos e subsídios. Os impostos indiretos, ao incidir sobre a produção, elevam o preço dos produtos, tornando o preço mais alto que o custo de produção. Nessa situação, parte das receitas é destinada ao pagamento desses impostos, de tal forma que nem toda a receita de vendas remunera os fatores de produção. Por outro lado, os subsídios também afetam os preços dos produtos, mas reduzindo-os. Assim, a incidência de subsídios faz com que o preço seja inferior à remuneração dos fatores de produção. O produto a preços de mercado inclui os impostos indiretos e exclui os subsídios, pois está relacionado aos preços finais pagos pelos consumidores. Como, então, migrar do produto a preços de , 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑚, para o produto a custo de fatores, 𝑃𝐼𝐵𝑐𝑓? Produto a preços de mercado Considera os preços vigentes no mercado de bens e serviços, ou seja, retrata os preços finais pagos pelo consumidor. Produto a custo de fatores É o produto mensurado em termos da soma da remuneração dos fatores de produção, indicando o custo da produção. • Incidem diretamente sobre a RENDA oriunda da propriedade de alguns fatores de produção. • Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU). Impostos diretos • Incidem sobre o PRODUTO e não sobre a renda. Dessa forma, esses impostos reduzem indiretamente a renda das pessoas. • Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto sobre Serviços (ISS), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Impostos indiretos • O governo concede dinheiro para alguma atividade, algum produto, etc., na intenção de fornecer estímulos. • Podem ser considerados impostos negativos. Subsídios Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 17 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Quando excluímos os impostos indiretos e incluímos os subsídios no produto a preços de mercado, obtemos o produto a custo de fatores. Em termos gerais: 𝐴𝑔𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜 𝑎 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠 = 𝐴𝑔𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜 𝑎 𝑝𝑟𝑒ç𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑚𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜 − 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐼𝑛𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 + 𝑆𝑢𝑏𝑠í𝑑𝑖𝑜𝑠 Gastos do Governo Os gastos do governo com aquisição de bens e serviços são representados pela letra 𝐺. Representam os gastos desse agente com bens públicos colocados à disposição da população (como defesa nacional, saúde e educação pública, entre outros). Consumo Em uma economia com governo, o consumo total é dado pela soma entre o consumo privado e o consumo do governo: 𝐶𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝐶 + 𝐺 Investimento Embora normalmente os investimentos do governo sejam considerados dentro do agregado 𝐺, em alguns momentos pode ser que o investimento agregado seja desmembrado entre investimento privado (𝐼𝑃) e investimento do governo (𝐼𝐺𝑜𝑣): 𝐼 = 𝐼𝑃 + 𝐼𝐺𝑜𝑣 Poupança Vejamos como é definida a poupança do governo (𝑆𝐺𝑜𝑣), lembrando que poupança se refere a uma parte da renda que não é consumida. Já sabemos que o consumo do governo é dado por 𝐺. Para obtermos a poupança desse agente, devemos conhecer a sua renda líquida. A renda líquida do governo (𝑹𝑳𝑮) é dada pela diferença entre o que ele arrecada menos o que é gasto com subsídios e transferências governamentais: 𝑹𝑳𝑮 = 𝑰𝒎𝒑𝒐𝒔𝒕𝒐𝒔 𝑫𝒊𝒓𝒆𝒕𝒐𝒔 + 𝑰𝒎𝒑𝒐𝒔𝒕𝒐𝒔 𝑰𝒏𝒅𝒊𝒓𝒆𝒕𝒐𝒔 + 𝑪𝒐𝒏𝒕𝒓𝒊𝒃𝒖𝒊çõ𝒆𝒔 𝑺𝒐𝒄𝒊𝒂𝒊𝒔 + 𝑻𝒂𝒙𝒂𝒔 + 𝑶𝒖𝒕𝒓𝒂𝒔 𝑹𝒆𝒄𝒆𝒊𝒕𝒂𝒔 𝒅𝒐 𝑮𝒐𝒗𝒆𝒓𝒏𝒐 − 𝑺𝒖𝒃𝒔í𝒅𝒊𝒐𝒔 − 𝑻𝒓𝒂𝒏𝒔𝒇𝒆𝒓ê𝒏𝒄𝒊𝒂𝒔 ATENÇÃO! Relação entre Produto Interno Bruto a custo de fatores e a preços de mercado: 𝑃𝐼𝐵𝑐𝑓 = 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑚 − 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐼𝑛𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 + 𝑆𝑢𝑏𝑠í𝑑𝑖𝑜𝑠 Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 18 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Dessa forma, a poupança do governo corresponde à diferença entre sua receita líquida e seus gastos correntes: 𝑆𝐺𝑜𝑣 = 𝑅𝐿𝐺 − 𝐺 Déficit Público O déficit público (situação em que o governo gasta mais do que arrecada) é o negativo da poupança do governo. Algebricamente: 𝐷é𝑓𝑖𝑐𝑖𝑡 𝑃ú𝑏𝑙𝑖𝑐𝑜 = −𝑆𝐺𝑜𝑣 Em aula posterior você verá em mais detalhes outros conceitos de déficit do governo. Despesa Agregada Pelo lado da despesa, temos uma nova destinação para o produto, os gastos do governo: 𝐷𝐴 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 Renda Agregada A inclusão desse agente econômico cria um novo destino para a renda das famílias, a renda líquida do governo (querepresenta o que as famílias pagam em tributos, descontados os subsídios e transferências recebidas): 𝑌 = 𝐶 + 𝑆𝑝 + 𝑅𝐿𝐺 No caso de uma economia fechada e com governo, a poupança privada é dada pela renda excedente após as famílias terem realizado seus gastos de consumo e pago os tributos (com os devidos abatimentos): 𝑆𝑝 = 𝑌 − 𝐶 − 𝑅𝐿𝐺 Identidade entre Poupança e Investimento Da identidade contábil básica, já sabemos que renda se iguala a despesa: 𝑌 = 𝐷𝐴 → 𝐶 + 𝑆𝑝 + 𝑅𝐿𝐺 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 → 𝑆𝑝 + 𝑅𝐿𝐺 − 𝐺 = 𝐼 → 𝑆𝑝 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 = 𝐼 • Poupança agregada é dada pela soma das poupanças privada 𝑆𝑃 e do governo 𝑆𝐺𝑜𝑣 : • S = 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 Economia fechada e com governo ATENÇÃO! A identidade entre poupança e investimento (economia fechada e com governo): 𝑆𝑝 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 = 𝐼 Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 19 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Financiamento do Déficit Novamente, usando a identidade contábil básica: 𝑌 = 𝐷𝐴 → 𝐶 + 𝑆𝑝 + 𝑅𝐿𝐺 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 → 𝑆𝑝 + 𝑅𝐿𝐺 = 𝐼 + 𝐺 → 𝑆𝑝 − 𝐼 = 𝐺 − 𝑅𝐿𝐺 Se o governo apresenta um déficit público, ou seja, gasta mais do que arrecada (𝐺 > 𝑅𝐿𝐺), é preciso que haja um excesso de poupança no setor privado (𝑆𝑝 > 𝐼) para financiar o governo. Economia Aberta e com Governo Uma economia aberta realiza transações com agentes econômicos do resto do mundo. Tais transações podem envolver bens e serviços (esses serviços também podem ser denominados serviços não fatores), bem como fatores de produção (serviços fatores). As exportações de bens e serviços, denotadas por X, são uma parte da produção interna vendida para o resto do mundo (ou seja, são um elemento da demanda pela produção interna). As importações de bens e serviços, representada por M, são compras da produção de outros países feitas pelos residentes do país. Em contas nacionais, o que distingue residentes dos não residentes é o centro de interesse econômico: “a residência de determinado agente econômico deve corresponder ao país onde esteja localizado o seu “centro de interesse”, ou seja, onde se espera que ocorra, em termos não apenas temporários, a sua participação na produção e absorção de bens e serviços.” (SIMONSEN & CYSNE, 2009) Assim, são considerados residentes: Residentes Indivíduos que vivem permanentemente no país (incluindo os estrangeiros com residência fixa). Funcionários em serviço no exterior. Pessoas que se encontram transitoriamente fora do país em viagens de turismo, negócios, educação, etc. Pessoas jurídicas de direito público ou privado sediadas no país, inclusive sucursais ou filiais de empresas estrangeiras. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 20 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Produto Interno Bruto (PIB) e Produto Nacional Bruto (PNB) Quando estamos analisando uma economia aberta, “há fatores de produção estrangeira (capital e trabalho) produzindo no país e fatores de produção de propriedade de residentes no país produzindo fora do país” (FEIJÓ, 2017). E isso gera um fluxo de renda entre a nação e o resto do mundo. A Renda Líquida Enviada ao Exterior (RLEE) é a diferença entre a renda enviada ao exterior e a renda recebida do exterior. Ou seja, “é a diferença entre o que é pago por fatores de produção externos utilizados internamente e o que é recebido do exterior por fatores de produção nacionais empregados em outros países” (LOPES & VASCONCELLOS, 2008). 𝑅𝐿𝐸𝐸 = 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝐸𝑛𝑣𝑖𝑎𝑑𝑎 𝑎𝑜 𝐸𝑥𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 − 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝐸𝑥𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 Nesse contexto, surge a distinção entre produto interno e produto nacional. Para ilustrar a diferença entre os dois conceitos, saiba que a produção de estrangeiros no Brasil entra no produto interno brasileiro, mas não no produto nacional. Já a produção de brasileiros no exterior é contabilizada no PIB do país estrangeiro e no produto nacional do Brasil. O que diferencia o PIB do PNB é exatamente esse fluxo de rendas realizado com o resto do mundo. Algebricamente, o Produto Nacional Bruto corresponde ao Produto Interno Bruto menos a Renda Líquida Enviada ao Exterior: 𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸 O hiato entre o PIB e o PNB pode ser grande em economias com alto grau de endividamento externo e com presença de muitas multinacionais (dado o grande fluxo de rendas com o exterior). Produto Interno Bruto (PIB) O PIB engloba a produção de bens e serviços finais realizada dentro das fronteiras de determinado território, independentemente da origem do capital. Produto Nacional Bruto (PNB) O PNB diz respeito ao valor adicionado gerado por fatores de produção de propriedade de residentes, não importando se estão dentro ou fora do território. 𝑅𝐿𝐸𝐸 > 0 País envia mais renda ao exterior do que recebe. Produto nacional é menor que o produto interno: 𝑃𝑁𝐵 < 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝐿𝐸𝐸 < 0 País recebe mais renda do exterior do que envia. Produto nacional é maior que o produto interno: 𝑃𝑁𝐵 > 𝑃𝐼𝐵 Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 21 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Generalizando: 𝐴𝑔𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜 𝑁𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 = 𝐴𝑔𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 − 𝑅𝐿𝐸𝐸 O conceito de Renda Líquida Recebida do Exterior (RLRE) é o inverso positivo da RLEE: 𝑅𝐿𝑅𝐸 = −𝑅𝐿𝐸𝐸 Analogamente: 𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 + 𝑅𝐿𝑅𝐸 Bora fazer uma questão de prova. ANPEC – 2002 – Questão 1 Indique se as proposições são falsas ou verdadeiras: (1) Em uma economia fechada, o Produto Interno Bruto coincide com o Produto Nacional Bruto. RESOLUÇÃO: (1) A diferença entre PNB e PIB é o fluxo de rendas com o exterior: 𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸 Em uma economia fechada, a renda líquida enviada ao exterior é nula, de modo que o Produto Interno Bruto coincide com o Produto Nacional Bruto. Resposta: VERDADEIRO Poupança A inclusão do setor externo cria mais um componente para a poupança agregada: a poupança externa. Tal rubrica é influenciada pelas transações que geram um fluxo de renda do país com o resto do mundo, quais sejam, as exportações, as importações e a renda líquida enviada ao exterior. Exportação • Quando um país exporta, ele recebe recursos em troca dos bens/serviços vendidos. Assim, entram divisas no país (logo, sai dinheiro do resto do mundo), reduzindo a poupança externa. Importação • Quando um país importa, ele dá ao resto do mundo renda em troca dos bens/serviços comprados. Como há um aumento da renda do setor externo, teremos uma expansão da poupança externa. RLEE • A renda líquida enviada ao exterior contribui para o aumento da poupança externa. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 22 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Algebricamente, a poupança externa é dada por: 𝑆𝐸𝑥𝑡 = 𝑀 − 𝑋 + 𝑅𝐿𝐸𝐸 Vale adiantar que a poupança externa (𝑆𝐸𝑥𝑡) equivale ao déficit do Balanço de Pagamentos em transações correntes (TC): 𝑆𝐸𝑥𝑡 = −𝑇𝐶 Despesa Agregada A inclusão do setor externo dá origem a duas novas destinações para a demanda agregada: as exportações e as importações. Assim: 𝐷𝐴 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + (𝑋 − 𝑀) O termo (𝑋 − 𝑀) é denominado gastos líquidos do setor externo ou transferência líquida de recursos ao exterior (TLRE). Conforme veremos na parte da aula sobre Balanço de Pagamentos, a transferência líquida de recursos ao exterior inclui as balanças comercial (bens) e de serviços (serviços não fatores). Renda Agregada Continuamos tendo consumo, poupança privada e os recursos líquidos que vão para o governo como destinações da renda. A inserção do setor externo cria um novo destino para a renda agregada, que é a renda líquida enviada ao exterior: 𝑌 = 𝐶 + 𝑆𝑝 + 𝑅𝐿𝐺 + 𝑅𝐿𝐸𝐸 Identidade entre Poupança e Investimento Da igualdade entre renda e despesa, temos: 𝐶 + 𝑆𝑝 + 𝑅𝐿𝐺+ 𝑅𝐿𝐸𝐸 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + (𝑋 − 𝑀) → 𝑆𝑝 + 𝑅𝐿𝐺 − 𝐺 + 𝑅𝐿𝐸𝐸 − (𝑋 − 𝑀) = 𝐼 → 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 = 𝐼 • Poupança agregada é dada pela soma das poupanças privada 𝑆𝑃 , do governo 𝑆𝐺𝑜𝑣 e do setor externo 𝑆𝐸𝑥𝑡 : • S = 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 Economia aberta e com governo ATENÇÃO! A identidade entre poupança e investimento (economia aberta e com governo): 𝑆𝑝 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 = 𝐼 Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 23 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Se denominarmos a soma das poupança privada e do governo por poupança interna (𝑆𝐷𝑜𝑚): 𝑆𝐷𝑜𝑚 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 = 𝐼 Ou seja, o investimento agregado pode ser financiado via poupança interna e/ou poupança externa. Chegou a hora de fazer mais uma questão . ANPEC – 2002 – Questão 1 Indique se as proposições são falsas ou verdadeiras: (3) Quando os investimentos superam a poupança privada, as exportações líquidas do país são negativas. RESOLUÇÃO: (3) Primeiramente, vamos nos lembrar da relação entre poupança externa e o saldo em transações correntes: 𝑆𝐸𝑥𝑡 = −𝑇𝐶 Dessa forma, dizer que as exportações líquidas do país são negativas, implica dizer que a poupança externa é positiva. A partir da identidade contábil que postula a igualdade entre poupança e investimento, temos: 𝐼 = 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 → 𝐼 − 𝑆𝑃 = 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 O item afirma que os investimentos superam a poupança privada, então: 𝐼 − 𝑆𝑃 > 0 → 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 > 0 Podemos apenas afirmar que a soma entre a poupança do governo e a poupança externa será positiva (a depender do sinal da poupança do governo, a poupança externa pode ser positiva ou negativa, desde que a soma de ambas continue sendo positiva). Como o item afirmou categoricamente que somente a poupança externa será positiva, a afirmação se torna falsa. Resposta: FALSO Absorção Interna A absorção interna se refere ao valor da produção de bens e serviços que a sociedade absorve internamente. Em uma economia com a presença do governo, a absorção interna (𝐴) corresponde à soma do consumo mais investimento mais gastos do governo: 𝐴 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 Economia fechada A absorção coincide com o produto: 𝑌 = 𝐴 Economia aberta Esses dois agregados podem ser diferentes, a depender do saldo externo, 𝑋 − 𝑀 : 𝑌 = 𝐴 + 𝑋 − 𝑀 Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 24 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Conforme destacado por Simonsen e Cysne (2009): “Se a economia exporta mais bens ou serviços do que importa, parte da produção total não é absorvida pelo país, mas pelo exterior, ou seja, o produto é superior à absorção, e vice-versa. O excesso (positivo ou negativo) do produto sobre a absorção coincide com o saldo das exportações sobre as importações de bens e serviços”. (SIMONSEN & CYSNE, 2009) Medidas de Renda Renda Interna Bruta A Renda Interna Bruta é igual ao PIB a custo dos fatores. 𝑅𝐼𝐵 = 𝑃𝐼𝐵𝑐𝑓 = 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑚 − 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐼𝑛𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 + 𝑆𝑢𝑏𝑠í𝑑𝑖𝑜𝑠 Renda Interna A Renda Interna (RI) é dada pelo Produto Interno Líquido a custo de fatores, e representa a remuneração dos fatores de produção (independente da origem destes, se interna ou externa). 𝑅𝐼 = 𝑃𝐼𝐿𝑐𝑓 = 𝑃𝐼𝐵𝑐𝑓 − 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 = 𝑠𝑎𝑙á𝑟𝑖𝑜𝑠 + 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 + 𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢é𝑖𝑠 + 𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜𝑠 Renda Nacional Bruta A renda nacional bruta é igual ao PNB a custo de fatores: 𝑅𝑁𝐵 = 𝑃𝑁𝐵𝑐𝑓 = 𝑃𝐼𝐵𝑐𝑓 − 𝑅𝐿𝐸𝐸 Renda Nacional A Renda Nacional (RN) equivale ao Produto Nacional Líquido a custo de fatores, e indica a remuneração dos fatores de produção que são propriedade dos residentes. 𝑅𝑁 = 𝑃𝑁𝐿𝑐𝑓 = 𝑃𝐼𝐿𝑐𝑓 − 𝑅𝐿𝐸𝐸 A relação entre os conceitos de Renda Interna e de Renda Nacional é tal que: 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑁𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 = 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎 − 𝑅𝐿𝐸𝐸 Renda Pessoal (RP) A Renda Pessoal (RP) representa a renda total (como salários, juros, lucros, aluguéis, transferências governamentais recebidas) de todos os indivíduos descontados os lucros retidos pelas empresas, os impostos diretos sobre as empresas e outras receitas do governo (contribuições sociais/previdenciárias, FGTS, etc.). Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 25 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br 𝑅𝑃 = 𝑅𝑁 − 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜𝑠 𝑅𝑒𝑡𝑖𝑑𝑜𝑠 – 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐷𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑃𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝐽𝑢𝑟í𝑑𝑖𝑐𝑎𝑠 – 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çõ𝑒𝑠 𝑆𝑜𝑐𝑖𝑎𝑖𝑠 /𝑃𝑟𝑒𝑣𝑖𝑑𝑒𝑛𝑐𝑖á𝑟𝑖𝑎𝑠 + 𝑇𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠 𝐺𝑜𝑣𝑒𝑟𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑖𝑠 Renda Pessoal Disponível (RPD) A Renda Pessoal Disponível (RPD), também denominada Renda Disponível (RD), representa a renda que efetivamente sobra para as famílias, ou seja, é a Renda Pessoal menos os impostos diretos sobre as famílias. 𝑅𝑃𝐷 = 𝑅𝑃 − 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐷𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑃𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝐹í𝑠𝑖𝑐𝑎𝑠 Vamos resolver uma questão de prova para encerrarmos esse tópico. ANPEC – 2002 – Questão 1 Indique se as proposições são falsas ou verdadeiras: (0) Renda disponível é aquela que sobra para a pessoa depois de descontados os impostos diretos e a poupança. RESOLUÇÃO: (0) A Renda Pessoal Disponível (RPD), também denominada Renda Disponível (RD), representa a renda que efetivamente sobra para as famílias, ou seja, é a Renda Pessoal menos os impostos diretos sobre as famílias: 𝑅𝑃𝐷 = 𝑅𝑃 − 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐷𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑎𝑠 𝐹𝑎𝑚í𝑙𝑖𝑎𝑠 A Renda Disponível representa a renda obtida sob a forma de salários, aluguéis, lucros, benefícios sociais. Resposta: FALSO PIB Nominal e PIB Real Ao longo da aula de hoje, estamos vendo diversos agregados macroeconômicos. Quando estamos avaliando o comportamento desses agregados ao longo do tempo (o PIB, por exemplo), cabe indagarmos o que causa as variações no decorrer de determinado período. Claramente, o PIB se altera em virtude de mudanças nas quantidades produzidas ou nos preços dos bens e serviços. Dessa forma, surge a necessidade de distinguirmos os conceitos nominal e real. O PIB nominal (PIB a preços correntes) é definido como a soma das quantidades de bens e serviços finais multiplicadas por seus preços correntes. Algebricamente, o PIB nominal no período t é dado por: 𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡 = ∑ 𝑃𝑡 𝑖𝑄𝑡 𝑖 𝑛 𝑖=1 Quando queremos analisar apenas as alterações no volume produzido, devemos isolar o efeito de mudanças nos preços (manter os preços fixos). Para isso, fazemos uso do conceito em termos reais. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 26 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br O PIB real (PIB a preços constantes) corresponde à soma das quantidades de bens e serviços finais no período corrente multiplicada por preços constantes (de um período base). O PIB real em um período t expresso em unidades monetárias do período b é dado por: 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡 𝑏 = ∑ 𝑃𝑏 𝑖 𝑄𝑡 𝑖 𝑛 𝑖=1 Ao expressar o PIB real, devemos indicar qual o período considerado referência. Por exemplo, o PIB de 2020 a preços de 2014 representa as quantidades transacionadas em 2020 valoradas aos preços de 2014. Bora fazer uma questão de prova sobre esse assunto! ANPEC – 2022 – Questão 12 Assinale como verdadeiras ou falsas as seguintes assertivas com base nas informações contidas na tabela abaixo, sobre um país hipotético, para os anos de 2018 a 2020. Assuma que sejam produzidos apenas os bens finais A e B. A unidade de medida de cada variável está entre parêntesis. (0) O PIB nominal per capita em 2020 foi de $1.500. (1) O PIB real contraiu 10% entre os anos de 2019 e 2020, a preços de 2018. RESOLUÇÃO: (0) Nosso primeiro passo para responder esse item será encontrar o PIB nominal em 2020 (avaliado a preços correntes). 𝑃𝐼𝐵20 = 𝑃20 𝐴 𝑄20 𝐴 + 𝑃20 𝐵 𝑄20 𝐵 = 10.000(15) + 5.000(15) = 225.000 Para chegarmosao PIB per capita, devemos dividir o PIB pelo número de habitantes. PIB nominal PIB a preços correntes, considera variações tanto na quantidade quanto nos preços. PIB real PIB a preços constantes, considera apenas variações nas quantidades. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 27 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑐20 = 𝑃𝐼𝐵20 𝑁20 Em que 𝑁20 é o total de habitantes em 2020. Assim: 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑐20 = 225.000 150 = 1.500 Resposta: VERDADEIRO (1) Vamos calcular o PIB real de 2019 e 2020, a preços de 2018. 𝑃𝐼𝐵19 18 = 𝑃18 𝐴 𝑄19 𝐴 + 𝑃18 𝐵 𝑄19 𝐵 = 5.000(10) + 10.000(20) = 250.000 𝑃𝐼𝐵20 18 = 𝑃18 𝐴 𝑄20 𝐴 + 𝑃18 𝐵 𝑄20 𝐵 = 5.000(15) + 10.000(15) = 225.000 A taxa de variação entre os dois períodos é dada por: Δ%𝑃𝐼𝐵 𝑟𝑒𝑎𝑙 = 𝑃𝐼𝐵20 18 − 𝑃𝐼𝐵19 18 𝑃𝐼𝐵19 18 = 225.000 − 250.000 250.000 = −0,1 𝑜𝑢 − 10% Resposta: VERDADEIRO Deflator Implícito do PIB No tópico anterior vimos que as alterações no PIB nominal ao longo do tempo podem decorrer de mudanças no volume produzido ou nos preços. O PIB real capta as alterações decorrentes das modificações nas quantidades produzidas (pois os preços são mantidos constantes). Conforme destacado em Blanchard (2017), “se o PIB nominal aumenta mais rapidamente que o PIB real, a diferença resulta de um aumento nos preços”. Nessa parte da aula veremos as mudanças que decorrem de alterações nos níveis de preços. Primeiramente, é importante você saber que a inflação representa um aumento sustentado dos preços da economia, enquanto que a deflação (fenômeno mais raro) está ligada à uma queda generalizada desses preços. Assim, é importante definir meios de mensurar os preços na economia. A seguir veremos dois índices de preços: o deflator implícito do PIB e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC). O deflator implícito do PIB no período t é definido como a razão entre o PIB nominal em t e o PIB real em t (tendo um período como base, b), e mensura a evolução dos preços ao longo do período. Algebricamente: 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 = 𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡 𝑏 = ∑ 𝑃𝑡 𝑖. 𝑄𝑡 𝑖𝑛 𝑖=1 ∑ 𝑃𝑏 𝑖 . 𝑄𝑡 𝑖𝑛 𝑖=1 O deflator implícito do PIB é um índice de preços de Paasche, ou seja, analisa as variações nos preços e utiliza as quantidades no período atual (corrente) como fator de ponderação. Nesse sentido, à medida que o período corrente muda, a cesta considerada no cálculo do deflator se altera. E quando avaliado no período base, o deflator assume valor 1 (ou 100). A taxa de variação do deflator do PIB pode ser escrita como: Δ𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 = (𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 − 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡−1) 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡−1 Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 28 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Ela mede a taxa de inflação (ou deflação), isto é, a taxa em que o nível geral de preços aumenta (diminui) ao longo do tempo. A partir da definição do deflator, temos que o PIB nominal corresponde à multiplicação entre o PIB real e o deflator do PIB: 𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡 = 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡(𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡 𝑏) Nesse sentido, a taxa de crescimento do PIB nominal é aproximadamente a taxa de crescimento do deflator mais a taxa de crescimento do PIB real. (1 + Δ𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡) = (1 + Δ𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡)(1 + Δ𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡 𝑏) Δ𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡 ≈ Δ𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 + Δ𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡 𝑏 De um modo mais geral, podemos escrever a relação entre PIB nominal e PIB real da seguinte forma: 𝑃𝐼𝐵 𝑟𝑒𝑎𝑙 = 𝑃𝐼𝐵 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑒ç𝑜𝑠 Vamos resolver uma questão de prova. ANPEC – 2002 – Questão 1 Indique se as proposições são falsas ou verdadeiras: (2) Por deflator do PNB entende-se a razão entre o PNB e o PIB. RESOLUÇÃO: (2) O deflator implícito do PIB é a razão entre o PIB nominal e o PIB real: 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 = 𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡 𝑃𝐼B Realt 𝑏 Resposta: FALSO Índice de Preços ao Consumidor “O deflator do PIB fornece o preço médio do produto — os bens finais produzidos na economia. Entretanto, os consumidores se preocupam com o preço médio do consumo — os bens que eles consomem.” (BLANCHARD, 2017) A cesta de bens que os indivíduos consomem não necessariamente é igual a cesta com todos os bens produzidos na economia. Isso porque nem tudo que é produzido em um país é comprado pelos consumidores finais e alguns bens que as pessoas consomem são importados (bens importados entram no cálculo do índice de preços ao consumidor, mas não são considerados no deflator do PIB). O índice de preços ao consumidor (IPC) mensura o preço médio de uma cesta fixa de um consumidor típico, e sua taxa de variação é uma outra forma de medir a taxa de inflação. Algebricamente: Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 29 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br 𝐼𝑃𝐶 = ∑ 𝑃𝑡 𝑖𝑄𝑏 𝑖𝑛 𝑖=1 ∑ 𝑃𝑏 𝑖 𝑄𝑏 𝑖𝑛 𝑖=1 O IPC é um índice de preços de Laspeyres, ou seja, avalia a mudança de preços ao longo do tempo e utiliza as quantidades do período base como fator de ponderação (por isso a cesta considerada é fixa). Em geral, a taxa de inflação medida pelo deflator do PIB ou pelo IPC são bem próximas uma da outra. Matriz Insumo-Produto Tudo bem até agora? Pausa para beber uma água... E vamos continuar! Ainda no âmbito da Contabilidade Social, temos a Matriz de Insumo-Produto, também conhecida como Matriz de Relações Intersetoriais ou Matriz de Leontief, que mostra “uma visão detalhada da estrutura produtiva brasileira e [permite] avaliar o grau de interligação setorial da economia e também os impactos de variações na demanda final dos produtos, mediante a identificação dos diversos fluxos de produção de bens e serviços”1. Vejamos, de maneira breve (dado que não é um assunto muito recorrente na prova da Anpec), a Matriz Insumo-Produto. Esse é um modelo proposto por Leontief, que leva em consideração os fluxos entre as diferentes atividades econômicas. Conforme vemos em Feijó (2017), “Leontief desenvolveu seu modelo admitindo que a relação entre os insumos consumidos em cada atividade e a produção total dessa atividade é constante e medida no que chamou de coeficiente técnico de produção”. Esse coeficiente técnico de produção, 𝑎𝑖𝑗, é definido como: 𝑎𝑖𝑗 = 𝑔𝑖𝑗 𝑔𝑗 Em que: 𝑎𝑖𝑗 é o valor produzido na atividade i e consumido pela atividade j para produzir uma unidade monetária; 𝑔𝑖𝑗 é o valor da produção da atividade i consumido na atividade j; e 𝑔𝑗 é o valor total da produção da atividade j. Ao montar uma Matriz Leontief, a base de dados deve descrever as relações dessas atividades entre si e com a demanda final – Formação Bruta de Capital Fixo (FBKF), Exportações (X), Variação de Estoques (VE), Consumo do Governo (G) e Consumo Pessoal (C) –, sua conta de renda e as importações. Consoante o que está apresentado 1 https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/contas-nacionais/9085-matriz-de-insumo-produto.html?=&t=o-que-e. Acesso em 13 de dezembro de 2020. Em momentos nos quais os bens importados ficam mais caros em comparação com os bens produzidos internamente, o IPC aumenta mais rapidamente do que o deflator do PIB. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 30 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br em Feijó (2017), a “visualização desses fluxos é facilitada por uma tabela, chamada Tabela de Transações, construída de acordo com as seguintes identidades econômicas”: 1) Produção ≡ consumo intermediário + valor adicionado 2) Produção ≡ consumo intermediário + consumo final – importações 3) Valor adicionado ≡ soma das rendas primárias Na matriz insumo-produto, as linhas indicam os setores do destino da produção, ao passo que as colunas correspondemaos setores de onde vêm os insumos utilizados. Esse modelo é bem mais complexo, pois necessita de informações tanto do consumo final quanto do consumo intermediário para os setores da economia. No Brasil, é o IBGE o responsável pela construção dessa matriz. Contas Econômicas Integradas As Contas Econômicas Integradas (CEIs), que são a estrutura central do Sistema de Contas Nacionais, possuem quatro contas principais: Conta de Produção, Conta de Apropriação, Conta de Acumulação, Conta do Resto do Mundo (Setor Externo). Elas registram as transações ocorridas entre famílias, empresas, governo e resto do mundo, sendo uma outra forma de visualizar os agregados macroeconômicos. Estas contas são apresentadas no formato de um balancete, tendo os débitos do lado direito e os créditos do lado esquerdo. Os registros seguem a técnica das partidas dobradas. De acordo com a técnica das partidas dobradas, para cada registro a débito em uma conta há um a crédito correspondente (mesmo saldo) em alguma outra e vice-versa. Em linhas gerais, as CEIs indicam como ocorrem diferentes tipos de atividades econômicas num determinado período de tempo, sendo registrados os valores de ativos e passivos dos diferentes setores institucionais no início e no fim de um período. É utilizada a nomenclatura usos e recursos, no lugar de débito e crédito. Conforme destaca Feijó (2017): “O termo usos se refere às operações que reduzem o montante do valor econômico de um setor, e por convenção são lançados do lado esquerdo das contas-correntes. As remunerações, por exemplo, são um recurso para quem recebe, porém, um uso para o setor que as paga, um gasto. O termo recursos é usado para designar o lado das contas-correntes em que figuram operações que aumentam o valor econômico de um setor, uma receita, por exemplo. Por convenção, são lançados no lado direito. Os saldos são obtidos pela diferença entre recursos e usos. Representam o resultado líquido das atividades. É por meio dos saldos, como já dissemos, que a sequência de contas se articula. Os saldos se constituem em agregados econômicos de interesse, como o PIB, renda nacional, renda disponível bruta, poupança bruta etc.” (FEIJÓ, 2017) A seguir, vemos de forma resumida a estruturação dos três subconjuntos das CEIs: contas correntes, contas de acumulação e contas de patrimônio. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 31 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Contas Correntes Saldo da Conta 1. Conta de Produção PIB 2. Conta de Renda 2.1 Conta de Distribuição Primária da Renda 2.1.1 Conta de Geração da Renda Excedente Operacional Bruto 2.1.2 Conta de Alocação da Renda Renda Nacional 2.2 Conta de Distribuição Secundária da Renda Renda Disponível Bruta 2.3 Conta de uso da Renda Poupança Fonte: Feijó et al (2017). 3. Conta de Acumulação Saldo da Conta 3.1 Conta de Capital Capacidade ou necessidade de financiamento 3.2 Conta Financeira Igual ao da conta de capital com sinal trocado 3.3 Conta de outras variações no volume de ativos e contas de reavaliação 3.3.1 Conta de outras variações nos ativos financeiros Mudanças no patrimônio líquido resultantes de outras variações no volume dos ativos 3.3.2 Conta de reavaliação Mudanças no patrimônio líquido resultantes de ganhos/perdas de detenção nominais Fonte: Feijó et al (2017). 4. Conta de Patrimônio Saldo da Conta 4.1 Conta de patrimônio inicial Patrimônio líquido 4.2 Conta de variação do patrimônio Variação do patrimônio líquido total. Registra saldos das contas de capital (variações do patrimônio líquido resultante de poupança e transferência líquida de capital) e conta de outras variações no volume dos ativos e conta de reavaliação (3.3.1 e 3.3.2) 4.3 Conta de patrimônio final Patrimônio líquido Fonte: Feijó et al (2017). Tudo bem até aqui? Sei que já vimos várias identidades contábeis, mas a boa notícia é que estamos caminhando para a parte final da aula. Então força aí, hein! Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 32 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Balanço de Pagamentos Quando falamos de economias abertas, estamos dizendo que as nações realizam transações com o resto do mundo. Por exemplo, o Brasil exporta bens e serviços para outros países, da mesma forma como também efetua importações. Nesse sentido, estudaremos o Balanço de Pagamentos (BP) nessa parte da aula. O Balanço de Pagamentos é o registro das transações entre residentes e não residentes de um país ao longo de determinado período de tempo. Relembre que a definição dos residentes de um país está ligada ao “centro de interesse” dos indivíduos. O Banco Central do Brasil (BCB) é responsável pela divulgação de nosso BP e de 2016 em diante, passou a publicar as estatísticas do BP e da Posição Internacional de Investimento – PII (veremos esse demonstrativo mais adiante) em conformidade com a sexta edição do Manual do Balanço de Pagamentos do Fundo Monetário Internacional (FMI), o BPM6, publicado em 2009. Desde 2001, essas estatísticas eram divulgadas pelo BCB de acordo com a 5ª edição do Manual de Balanço de Pagamentos (BPM5), de 1993. A publicação dos Manuais do Balanço de Pagamentos, feita pelo FMI, tem como objetivo auxiliar na padronização dos BP nos diferentes países, viabilizando uma melhor comparação internacional. A utilização desse registro contábil gera informações relevantes sobre a situação das finanças internacionais de um país. A seguir, veremos a estrutura do BP segundo a versão BPM6, que tem uma maior integração com o Sistema de Contas Nacionais. Estrutura do Balanço de Pagamentos (BPM6) Em primeiro lugar, saiba que a contabilização dos registros no BP segue a técnica das partidas dobradas. Quando vamos fazer os lançamentos contábeis das transações ocorridas, seguimos a lógica: Residentes Indivíduos que vivem permanentemente no país (incluindo os estrangeiros com residência fixa). Funcionários em serviço no exterior. Pessoas que se encontram transitoriamente fora do país em viagens de turismo, negócios, educação, etc. Pessoas jurídicas de direito público ou privado sediadas no país, inclusive sucursais ou filiais de empresas estrangeiras. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 33 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Em geral, o registro dessas transações segue o critério de competência, ou seja, são registradas no momento em que o valor econômico é criado, transformado, trocado ou extinto. Abaixo você vê duas considerações sobre o BP: De acordo com a edição BPM6, o Balanço de Pagamentos compreende as contas a seguir: Crédito Quando ENTRAM recursos no país, temos um lançamento a crédito. Débito Quando SAEM recursos do país, temos um lançamento a débito. A compra ou venda de ativo externo entre dois residentes NÃO é registrada como transação do BP (não ocorre entre residente e não residente). A transferência de migrante (a mudança de residência de pessoa física ou empresa, e a consequente mudança do seu conjunto de ativos e passivos de uma economia para outra), que antes era contabilizada no BP, deixa de ser transação de BP. Isso porque, apesar de ser possível identificar residente e não residente, é a mesma pessoa ou empresa, ferindo o conceito de transação. ATENÇÃO! Em virtude da técnica das partidas dobradas, o saldo do sistema como um todo é sempre zerado (no BPM6): 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 + 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎 𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 + 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎 + 𝐸𝑟𝑟𝑜𝑠 𝑒 𝑜𝑚𝑖𝑠𝑠õ𝑒𝑠 = 0 Balanço de Pagamentos (BPM6) Conta corrente Registra o comércio de bens e serviços, os fluxos de rendas de capital e trabalho e as transferências de renda entre o país e o resto do mundo. Conta capital Registra as transferências de ativos reais e financeiros e as transações deativos não financeiros não produzidos entre residentes e não residentes. Conta financeira Registra os fluxos de capitais entre o país e o resto do mundo, e a variação das reservas internacionais. Erros e omissões Uma conta de natureza residual e engloba as transações não registradas pela autoridade monetária, mas que acarretam uma variação das reservas internacionais do país. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 34 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br “O sentido intuitivo desse resultado é que quando um país tem um déficit em conta-corrente, deve haver um superávit no mesmo valor na soma das contas Capital e Financeira. Um déficit em conta-corrente significa que o país tem uma necessidade de financiamento externo, e isso é necessariamente coberto via transferências de ativos (Conta Capital) ou investimentos e financiamentos (Conta Financeira) por parte do resto do mundo. Por analogia, o oposto ocorre no caso de um superávit em conta-corrente.” (FEIJÓ, 2017) Nossa próxima tarefa é ver em maiores detalhes os três principais grupos de contas que constituem o BP . Conta Corrente A Conta Corrente (também conhecida como Transações Correntes) é constituída por quatro contas, conforme você vê no esquema abaixo: Balança Comercial A balança comercial registra as transações de compra (importação) e venda (exportação) de BENS tangíveis entre residentes e não residentes. Exportações e importações são registradas no BP no momento em que ocorre a mudança de propriedade econômica entre residente e não residente. A propriedade econômica é atribuída ao agente que detém os riscos, responsabilidades, direitos e benefícios do bem ou ativo. As transações são registradas pelo seu valor free on board (FOB), ou seja, incluem somente os valores dos bens transacionados sem os custos de fretes, comissões, seguros e outros serviços acessórios ao comércio (estes entram na balança de serviços). Balança de Serviços A balança de serviços registra as receitas e pagamentos referentes à prestação de serviços (intangíveis) entre residentes e não residentes. Inserem-se aqui: Conta corrente Balança comercial; Balança de serviços; Balança de rendas primárias; Balança de rendas secundárias. Lançamentos Crédito: exportações (entram recursos no país) Débito: importações (saem recursos do país) Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 35 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Balança de Rendas Primárias A balança de rendas primárias (antiga balança de rendas no BPM5) registra as receitas e pagamentos relacionados à remuneração dos fatores de produção, em transações entre residentes e não residentes. Também insere-se na balança de rendas primárias, a renda (recebida ou enviada) associada aos seguintes investimentos: investimento direto; investimento em carteira; outros investimentos; ativos de reserva. serviços de manufatura serviços de manutenção e reparo serviços relacionados a transportes receitas e despesas com a aquisição de bens e serviços por viajantes serviços de construção seguros serviços financeiros serviços de propriedade intelectual telecomunicação, computação e informação aluguel de equipamentos serviços culturais, pessoais e recreativos outros serviços de negócios serviços governamentais Lançamentos Crédito: recebimentos por residentes (entram recursos no país) Débito: pagamentos a não residentes (saem recursos do país) Salários, ordenados Renda do trabalho Lucros, dividendos, juros Renda do capital Lançamentos Crédito: recebimentos por residentes (entram recursos no país) Débito: pagamentos a não residentes (saem recursos do país) Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 36 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Balança de Rendas Secundárias A balança de rendas secundárias, antes denominada “transferências unilaterais” no BPM5, registra as transações que correspondem à transferência unilateral de renda de residentes para não residentes, e vice-versa. Assim sendo, as rendas secundárias incluem as receitas e as despesas que não têm como contrapartida a aquisição de um bem, a prestação de um serviço ou a utilização de um fator de produção. Entram aqui transferências pessoais de renda (quando pessoas enviam dinheiro de um país para outro), ajudas humanitárias, contribuições e benefícios sociais, impostos e prêmios de seguro. Conta Corrente e Contas Nacionais Transferências Líquidas de Recursos ao Exterior O saldo da Balança Comercial e da Balança de Serviços é conhecido como Transferências Líquidas de Recursos ao Exterior (TLRE): 𝑇𝐿𝑅𝐸 = 𝑋 − 𝑀 Em que X e M incluem bens e serviços não fatores. Hiato de Recursos O hiato de recursos é o simétrico negativo da transferência líquida de recursos: 𝐻𝑖𝑎𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑐𝑢𝑟𝑠𝑜𝑠 = −𝑇𝐿𝑅𝐸 = 𝑀 − 𝑋 Renda Líquida Enviada ao Exterior A soma dos saldos da Balança de Rendas Primárias e de Rendas Secundárias representa a renda líquida enviada/recebida do exterior, e é o que diferencia o produto interno do produto nacional. Recapitulando: 𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸 Saldo em Transações Correntes O saldo do BP em transações correntes pode ser escrito como: 𝑇𝐶 = 𝑋 − 𝑀 − 𝑅𝐿𝐸𝐸 Lembrando que X e M incluem bens e serviços não fatores (balanças comercial e de serviços). Poupança Externa A poupança externa equivale ao saldo do BP em transações correntes com sinal trocado: 𝑆𝑬𝑥𝑡 = −𝑇𝐶 Lançamentos Crédito: recebimentos por residentes (entram recursos no país) Débito: pagamentos a não residentes (saem recursos do país) Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 37 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Conta Capital A Conta Capital registra as transferências de ativos reais, financeiros e intangíveis entre residentes e não residentes. Note a principal diferença entre transações registradas na conta capital e na conta corrente (balança de renda primária): Conta Financeira A Conta Financeira registra os fluxos de investimentos entre residentes e não residentes. A conta financeira se divide em cinco contas: Um saldo positivo em transações correntes indica que o país exporta capitais para o resto do mundo (poupança externa negativa), ou seja, parte da poupança interna financia gastos de investimento no exterior. Um déficit em transações correntes indica uma poupança externa positiva (poupança do resto do mundo financiando investimentos internos), isto é, o país importa capitais em quantia equivalente ao déficit em transações correntes. Conta Capital Transferências de capital Incluem ativos reais e financeiros. Transferências de bens não financeiros não produzidos Incluem cessão de patentes e direitos autorais, receitas e despesas relacionadas com passes de atletas. Conta Capital Transferências envolvem direitos de propriedade sobre ATIVOS. Conta Corrente Transferências envolvem direitos de propriedade sobre RENDA. Conta financeira Investimento direto, Investimento em carteira, Derivativos, Outros investimentos; Ativos de reserva. 𝑇𝐶 > 0 𝑆𝐸𝑥𝑡 < 0 𝑇𝐶 < 0 𝑆𝐸𝑥𝑡 > 0 Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 38 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Investimento Direto Dentro dos investimentos diretos, são considerados: Abertura de filiais de empresas nacionais no exterior e a abertura de filiais de empresas estrangeiras no país; Empréstimos entre matrizes e filiais; Aquisição do controle de companhias estrangeiras por parte de investidores nacionais, ou de companhias nacionais por parte de investidores estrangeiros; Reinvestimento dos lucros obtidos pelo investimento direto no país onde se localiza tal investimento. Veja uma diferença entre investimentodireto e o conceito de investimento visto lá em Contas Nacionais: “Cabe ressaltar que, em termos econômicos, o investimento direto não implica necessariamente o aumento do estoque de capital, uma vez que a transação pode envolver simplesmente a compra e venda de ativos já existentes.” (FEIJÓ, 2017) Investimento em Carteira Na conta investimentos em carteira estão inseridas receitas e despesas relacionadas com investimentos em ações, debêntures e outros títulos de renda fixa ou variável. Derivativos A conta derivativos engloba “variações de capital associadas a instrumentos financeiros cujo valor depende do valor de outros instrumentos financeiros, e sobre o qual não há pagamento de juros nem adiantamento ou repagamento de capital” (FEIJÓ, 2017). Outros Investimentos Aqui entram outros investimentos que não se enquadram nas categorias anteriores: Créditos comerciais: financiamentos de operações de exportação ou de importação de bens e serviços. Empréstimos: inclui também amortizações, desembolsos e refinanciamentos. Moeda e depósitos: disponibilidades monetárias de não residentes no país e de residentes no exterior, como moeda em espécie e depósitos bancários, que não se enquadram em ativos de reserva da autoridade monetária. Outras operações: todas as operações que não se enquadram nas definições anteriores. Ativos De Reserva A variação dos ativos de reserva funciona como uma conta de caixa do balanço de pagamentos, na qual são feitas as contrapartidas de todas as transações liquidadas em moeda estrangeira. (FEIJÓ, 2017) Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 39 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Os ativos de reserva internacional são organizados em quatro categorias: O BP registra somente as variações de reservas internacionais decorrentes das transações entre residentes e não residentes. No entanto, essa não é a única fonte de variações nas reservas internacionais. Pode haver variações de reservas oriundas de monetização ou desmonetização de ouro, alocação ou cancelamento de direitos especiais de saque e/ou valorizações ou desvalorizações monetárias (e isso NÃO é registrado no BP). Mudança em relação ao BPM5 Na versão BPM5, a conta Variação das Reservas Internacionais estava inserida no saldo da conta Capitais Compensatórios. Agora, no BPM6, a conta ativos de reserva passa a ser contabilizada dentro da conta financeira. No BPM5, o saldo da conta Capitais Compensatórios tem o mesmo valor, mas com sinal trocado, que o saldo total do BP (isso por causa da técnica das partidas dobradas, que garante que o saldo do sistema como um todo seja nulo): 𝐾𝐶 = −𝐵𝑃 BPM5 A conta variação das reservas internacionais fazia parte dos capitais compensatórios. BPM6 A conta ativos de reserva faz parte da conta financeira, garantindo que o saldo total do sistema seja nulo. Ativos de Reserva Ouro monetário Ouro em espécie que pode ser diretamente utilizado como meio de pagamento em transações domésticas ou internacionais. Direitos especiais de saque Ativos de reserva emitidos pelo FMI, para funcionar como um substituto do dólar e do ouro em transações internacionais. Posições de reserva no FMI Ativos que os países membros do FMI transferiram ao FMI, em moedas ou ativos de reserva internacional. Outros ativos Todos os outros ativos de alta liquidez em moeda estrangeira, de posse da autoridade monetária, que não se enquadram nas definições anteriores. ≠ ATENÇÃO! Os lançamentos na conta ativos de reserva seguem a lógica da contabilidade: - Aumentos em ativos de reserva: lançamentos a débito. - Reduções em ativos de reserva: lançamentos a crédito. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 40 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Estrutura Resumida do Balanço de Pagamentos A tabela a seguir mostra a estrutura resumida do Balanço de Pagamentos de acordo com a versão BPM6. Balanço de Pagamentos (BPM6) I) Transações Correntes ou Conta Corrente: TC = Balança Comercial + Balança de Serviços + Renda Primária + Renda Secundária I.A. Balança Comercial Exportação de Mercadorias Importação de Mercadorias I.B. Balança de Serviços Serviços de manufatura Serviços de manutenção e reparo Transportes Viagens Construção Seguros Serviços financeiros Serviços de propriedade intelectual (royalties) Telecomunicação, computação e informações Aluguel de equipamento Outros serviços de negócio Serviços culturais, pessoais e recreativos Serviços governamentais I.C. Renda primária Remuneração de trabalhadores Renda de investimento (Investimento direto (Lucros e dividendos, Juros), Investimento em carteira, Outros investimentos, Ativos de reserva) I.D. Renda secundária II. Conta capital III. Conta financeira Investimento direto no exterior (Participação no capital e cotas em fundos, Dívida intercompanhia) Investimento direto no país (Participação no capital e cotas em fundos, Dívida intercompanhia) Investimento em carteira - Ativos (Ações e cotas em fundos, Títulos de renda fixa) Investimento em carteira - Passivos (Ações e cotas em fundos, Títulos de renda fixa) Derivativos – Ativos Derivativos - Passivos Outros investimentos - Ativos (Moedas e depósitos, Empréstimos, Créditos comerciais e adiantamentos, Amortizações, Demais) Outros investimentos - Passivos (Moedas e depósitos, Empréstimos, Créditos comerciais e adiantamentos, Amortizações, Demais) Ativos de reserva IV) Erros e Omissões Fonte: Nota metodológica 1 do Banco Central do Brasil. https://www.bcb.gov.br/ftp/infecon/nm1bpm6p.pdf. Acesso em 20 de dezembro de 2020. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 41 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Exemplos de Lançamentos Contábeis Ao fazermos os lançamentos contábeis no BP utilizamos o método das partidas dobradas (um lançamento a crédito está associado a um a débito de mesmo valor e vice-versa). Assim, conforme vimos anteriormente, o sistema total estará sempre zerado. Para que esse saldo total seja nulo, a conta de ativos de reserva tem um papel fundamental. “A Conta de Ativos de Reserva ganha importância exatamente neste quesito, uma vez que transações entre residentes e não residente saldadas via remessas de recursos têm como contrapartida um lançamento, a débito ou a crédito, na Conta de Ativos de Reserva.” (FEIJÓ, 2017) Nesse tópico você vai ver uma série de exemplos de lançamentos contábeis, retirados de Feijó (2017), para você praticar e se garantir na hora da prova . Exportação de bens no valor de $ 100, com remessa integral de moeda estrangeira para o exportador, que por sua vez internaliza os recursos no país. Importação de $ 230, sendo $ 130 pago em dinheiro e $ 100 financiado pelo produtor da mercadoria importada. Doação de medicamentos para o exterior no valor de $ 50. Crédito - A exportação de bens gera entrada de divisas no país, logo teremos um crédito de $100 na conta exportações (balança comercial - conta corrente). Débito - Como o exportador recebeu o pagamento em dinheiro, teremos um débito de $100 indicando um aumento nos ativos de reserva (conta financeira). Crédito - O pagamento em dinheiro gera uma redução em ativos de reserva (reduz a crédito): crédito de $130 em (conta financeira). - O financiamento da mercadoria importada é lançado como crédito de $100 em outros investimentos, subconta crédito comercial (conta financeira). Débito - A importação de bens gera uma saída de divisas do país, ocasionando um débito de $230 na conta importações (balança comercial - conta corrente). Crédito - Como foi uma doação de mercadorias para o exterior (saíram produtos do país), teremos um crédito de $ 50 em exportações (balança comercial - conta corrente). Débito - A doação enviada para o exterior representa umasaída de divisas do país, de modo que seja feito um lançamento a débito de $ 50 em rendas secundárias (conta-corrente). Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 42 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Despesa total de $ 70 por parte de turistas brasileiros em viagens internacionais, sendo $ 30 referentes a passagens compradas em companhias aéreas estrangeiras, e $ 40 de gastos com hotéis e compras no exterior. Pagamento de $ 400 em dividendos para não residentes, sendo $ 130 reinvestidos no Brasil. Transferências de $ 35 de trabalhadores brasileiros no exterior para suas famílias no Brasil. Bora fazer uma questão de prova para consolidarmos o que acabamos de aprender! ANPEC – 2022 – Questão 1 No Balanço de Pagamentos de um país, no ano t, foram contabilizadas as seguintes operações: a) Uma empresa estrangeira realizou um investimento direto em uma subsidiária no país, em forma de máquinas e equipamentos, no valor de $10 bilhões. b) O país exportou alimentos no valor de $20 bilhões. c) Organizações Não Governamentais do país receberam donativos, em mercadorias, no valor de $1 bilhão. d) Subsidiárias nacionais no exterior enviaram lucros para suas matrizes no país no valor de $15 bilhões. e) O país importou petróleo no valor de $10 bilhões. f) Houve uma saída líquida de capitais para investimentos em carteira no valor de $25 bilhões. Crédito - Essa transação causa uma diminuição nos ativos de reserva (conta financeira). Como os ativos de reserva diminuem a crédito, teremos um crédito de $70 nessa conta. Débito - Despesa com passagens gera um débito de $30 em transportes (balança de serviços - conta corrente). - Despesa com hotéis e compras no exterior dão origem a um débito de $40 em viagens (balança de serviços - conta corrente). Crédito - Essa transação causa uma diminuição nos ativos de reserva (conta financeira). Como os ativos de reserva diminuem a crédito, teremos um crédito de $270 nessa conta. - A parte que é reinvestida no Brasil dá origem a um crédito de $ 130 em investimento direto (conta financeira). Débito - O pagamento dos dividendos para não residentes gera um débito de $400 em rendas primárias (conta corrente). Crédito - O recebimento dessas transferências configura uma entrada de divisas no país. Ou seja, há um crédito de $35 em rendas primárias, em transferências pessoais (conta corrente). Débito - Essa transação causa um aumento nos ativos de reserva (conta financeira). Como os ativos de reserva aumentam a débito, teremos um débito de $35 nessa conta. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 43 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Com base nas informações acima, avalie as seguintes afirmativas como verdadeiras ou falsas: (0) Os donativos recebidos tiveram um impacto positivo sobre o saldo em transações correntes no valor de $1 bilhão. (1) O investimento direto realizado pela empresa estrangeira teve um impacto negativo sobre o saldo em transações correntes no valor de $10 bilhões. (2) O país teve um superávit na balança comercial. (3) O PIB foi maior do que o PNB. (4) Não houve variação nas reservas internacionais. RESOLUÇÃO: Antes de respondermos cada item, vamos fazer os lançamentos contábeis referentes a cada operação. a) Uma empresa estrangeira realizou um investimento direto em uma subsidiária no país, em forma de máquinas e equipamentos, no valor de $10 bilhões. b) O país exportou alimentos no valor de $20 bilhões. c) Organizações Não Governamentais do país receberam donativos, em mercadorias, no valor de $1 bilhão. d) Subsidiárias nacionais no exterior enviaram lucros para suas matrizes no país no valor de $15 bilhões. Crédito - Quando a empresa estrangeira realiza um investimento direto na subsidiária no país, temos um crédito de $10 bilhões na conta investimento direto (conta financeira). Débito - Como o investimento foi realizado na forma de máquinas e equipamentos (esses itens entraram no país), temos um débito na conta importações no valor de $10 bilhões (balança comercial - conta corrente). Crédito - Quando o país exporta alimentos, há uma entrada de divisas. Portanto, teremos um crédito de $20 bilhões na conta exportações (balança comercial - conta corrente). Débito - Essa entrada de divisas provoca um aumento nos ativos de reserva. Como essa conta aumenta a débito, teremos um débito de $20 bilhões na conta ativos de reserva (conta financeira). Crédito - O recebimento de donativos configura uma entrada de divisas no país, de tal forma que seja lançado um crédito de $1 bilhão em rendas secundárias (conta corrente). Débito - Como a doação foi realizada em mercadorias (esses itens entraram no país), temos um débito na conta importações no valor de $1 bilhão (balança comercial - conta corrente). Crédito - O recebimento dos lucros pelas matrizes no país gera uma entrada de divisas, sendo lançado um crédito no valor de $15 bilhões em renda primária (conta corrente). Débito - Essa entrada de divisas provoca um aumento nos ativos de reserva. Como essa conta aumenta a débito, teremos um débito de $15 bilhões na conta ativos de reserva (conta financeira). Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 44 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br e) O país importou petróleo no valor de $10 bilhões. f) Houve uma saída líquida de capitais para investimentos em carteira no valor de $25 bilhões. A seguir, veja a estrutura resumida do BP com base nessas transações realizadas. Crédito - A saída de divisas para pagamento da importação provoca uma queda nos ativos de reserva. Como essa conta diminui a crédito, teremos um crédito de $10 bilhões na conta ativos de reserva (conta financeira). Débito - A importação de petróleo origina uma saída de divisas do país. Logo, temos um débito na conta importações no valor de $10 bilhões (balança comercial - conta corrente). Crédito - A saída de divisas provoca uma queda nos ativos de reserva. Como essa conta diminui a crédito, teremos um crédito de $25 bilhões na conta ativos de reserva (conta financeira). Débito - A saída líquida de capitais para investimentos em carteira é registrada como um débito na conta investimento em carteira no valor de $25 bilhões (conta financeira). Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 45 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br (0) Os donativos (transação c) foram recebidos sob a forma de mercadorias, configurando um débito de $1 bilhão nas importações (conta corrente). Logo, os donativos recebidos tiveram um impacto NEGATIVO sobre o saldo em transações correntes no valor de $1 bilhão. Resposta: FALSO (1) O investimento direto realizado pela empresa estrangeira (transação a) foi realizado sob a forma de máquinas e equipamentos, dando origem a um débito em importações no valor de $10 bilhões (conta corrente). De fato houve um impacto negativo sobre o saldo em transações correntes no valor de $10 bilhões. Resposta: VERDADEIRO (2) O saldo da balança comercial é dado pela soma dos saldos das contas de exportação (crédito de $20 bilhões) e de importação (débito de $21 bilhões). Logo, o saldo da balança comercial é um débito de $1 bilhão. Consequentemente, o país teve um DÉFICIT na balança comercial. Resposta: FALSO (3) Em primeiro lugar, relembre os conceitos de PIB e PNB que vimos em contas nacionais. - O PIB engloba a produção de bens e serviços finais realizada dentro das fronteiras de determinado território, independentemente da origem do capital. - O Produto Nacional Bruto (PNB) diz respeito ao valor adicionado gerado por fatores de produção de propriedade de residentes, não importando se estão dentro ou fora do território. Para partir do conceito interno e chegarmos no conceito nacional, devemos somar as rendaslíquidas recebidas do exterior, 𝑅𝐿𝑅𝐸 (que são as rendas recebidas menos as rendas enviadas). Algebricamente, a relação é expressa da seguinte forma: 𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 + 𝑅𝐿𝑅𝐸 Com base nas transações realizadas, o saldo agregado de rendas primárias e rendas secundárias é um crédito no valor de $16 bilhões. Ou seja, há uma entrada líquida de rendas recebidas do exterior, 𝑅𝐿𝑅𝐸 > 0. Assim, o PNB é maior que o PIB (oposto ao que o item afirma). Resposta: FALSO (4) Os lançamentos contábeis feitos na conta ativos de reserva totalizaram um crédito de $35 bilhões e um débito no mesmo valor. Isso dá um saldo nulo para a referida conta, de forma que não houve variação nas reservas internacionais. Resposta: VERDADEIRO Ajuste do Balanço de Pagamentos De um modo geral, é muito raro o Balanço de Pagamentos de um país se equilibrar (a não ser em um regime de taxas de câmbio puramente flutuantes). Não há problemas em sucessivos superávits, ao passo que os déficits só podem ocorrer se o país tiver reservas internacionais ou outros capitais compensatórios que os financiem. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 46 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Simonsen e Cysne (2009) destacam algumas medidas a serem adotadas no intuito de corrigir déficits permanentes no BP: i) desvalorizações reais da taxa de câmbio; ii) redução do nível de atividade econômica; iii) restrições tarifárias ou quantitativas às importações; iv) subsídios às exportações; v) aumento da taxa interna de juros; vi) controle da saída de capitais e de rendimentos para o exterior. As quatro primeiras medidas visam corrigir o problema do déficit em transações correntes. Uma desvalorização da taxa de câmbio faz com que a produção interna fique mais barata em comparação ao resto do mundo, dessa forma favorece as exportações em detrimento das importações. A redução do nível de atividade econômica também contribui para uma diminuição das importações (dado que diminui a renda da economia). Por sua vez, “as duas últimas medidas procuram melhorar o balanço de pagamentos ou atraindo ou evitando a fuga de capitais autônomos. Elas são mais eficazes a curto do que a longo prazo” (SIMONSEN & CYSNE, 2009). Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 47 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Posição Internacional de Investimentos (PII) Vamos ver nessa parte da aula outro importante balanço contábil, que também faz parte do conjunto de contas externas de determinado país. A Posição Internacional de Investimento (PII) é definida como o demonstrativo estatístico que apresenta, em determinado momento, o valor dos ativos financeiros de residentes de uma economia, que compõem direitos contra não residentes, e os passivos de residentes de uma economia, que constituem obrigações junto a não residentes. A PII apresenta os estoques de ativos e de passivos externos de uma determinada economia, e a diferença entre eles é o valor líquido da PII e pode representar tanto um direito líquido quanto uma obrigação líquida com o resto do mundo. A Posição Internacional de Investimentos Líquida (PIIL), também denominada Ativos Externos Líquidos (AEL), corresponde ao estoque de ativos financeiros externos (são ativos financeiros emitidos por não residentes e em poder de residentes em determinada economia) menos o estoque de passivos financeiros externos. O simétrico (com sinal trocado) da PIIL é chamado de Passivo Externo Líquido (PEL), e indica o estoque de passivos financeiros externos menos o estoque de ativos financeiros externos (excedente econômico do resto do mundo em posse dos residentes). Algebricamente: 𝑃𝐸𝐿 = −𝑃𝐼𝐼𝐿 Nos países em desenvolvimento, a maior parte do passivo externo líquido corresponde à sua dívida externa líquida, que é a dívida bruta menos as reservas. A variação do Passivo Externo Líquido durante um certo período de tempo pode ser aproximada pelo déficit do balanço de Transações Correntes ocorrido no período: Δ𝑃𝐸𝐿 = −𝑇𝐶 “O saldo do balanço de pagamentos em conta-corrente é geralmente associado à variação da posição internacional de investimento, uma vez que um superávit em conta-corrente significa que um país está acumulando ativos externos e/ou reduzindo o seu passivo externo. No mesmo sentido, um déficit em conta- corrente significa que o país está reduzindo seus ativos externos ou aumentando seu passivo externo. (...) o saldo em conta-corrente é apenas um dos determinantes da variação da posição internacional de investimento da economia. Mesmo que o saldo em conta-corrente seja zero, a posição internacional de investimento pode variar devido a ganhos ou perdas de capital.” (FEIJÓ, 2017) Balanço de Pagamentos - Contabiliza fluxos. - São efetuados apenas lançamentos que refletem alguma transação entre residentes e não residentes. Posição Internacional de Investimento - Contabiliza estoques. - Também são consideradas variações nos preços de ativos e passivos. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 48 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Uma vez que a poupança externa corresponde ao déficit do balanço em Transações Correntes, temos: Δ𝑃𝐸𝐿 = −𝑇𝐶 = 𝑆𝑒𝑥𝑡 De maneira simétrica, a variação nos ativos externos líquidos é aproximada pelo saldo em transações correntes: Δ𝐴𝐸𝐿 = 𝑇𝐶 No BPM6, a PII concilia os estoques de abertura e fechamento de ativos e passivos em cada período com os fluxos da conta financeira (transações do BP) e outras variações (cambial, de preços e outras variações de volume). A seguir vemos um exemplo de demonstrativo integrado da PII. US$ milhões Estoque em 2012 Transações (conta financeira do BP) Variações de preço e paridades Demais variações Estoque em 2013 Posição Internacional de Investimento Ativos Investimento direto no exterior Investimento em carteira Derivativos Outros investimentos Ativos de reserva Passivos Investimento direto no país Investimento em carteira Derivativos Outros investimentos Fonte: Nota metodológica 1 do BCB. www.bcb.gov.br/content/estatisticas/Documents/notas_metodologicas/balanco_pagamentos/bpm6/nm1bpm6p.pdf. Acesso em 20 de dezembro de 2020. Chegamos ao fim da parte teórica da nossa aula de hoje ! Chegou a hora de treinar resolvendo questões de provas passadas da Anpec. Mãos à obra!!! Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 49 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Lista de questões 1. ANPEC – 2004 – Questão 2 Com base nos princípios da contabilidade nacional, julgue as afirmativas: (0) Em uma economia aberta, a absorção coincidirá com o produto, independente do sinal do saldo comercial do país. (1) A poupança bruta, em uma economia fechada e sem governo, é idêntica à soma da formação bruta de capital fixo mais a variação de estoques. (2) Em uma economia aberta e sem governo, são registradas como importações apenas as aquisições de bens e serviços que não correspondam ao pagamento de fatores de produção. Este último é computado no cálculo da renda líquida enviada ao exterior. (3) O total dos créditos da conta de produção, em uma economia aberta e com governo, é a soma do consumo total, investimento bruto e importações. Portanto, o total dos créditos representa a soma da despesa interna bruta mais exportações. (4) Na apuração da renda nacional, são incluídos os ganhos auferidos na revenda de ações de empresas e na especulação imobiliária. 2. ANPEC – 2005 – Questão 1 Sobre contas nacionais, avalie as proposições: (0) Quando crescem as remessas de juros ao exterior, aumenta-se o déficit na conta de capitais, ceteris paribus. (1) Quando em um país operam um grande número de empresas estrangeiras, ao mesmo tempo em que poucas empresas e residentes deste paísoperam em outras economias, o PIB será maior que o PNB. (3) A variação do PIB real será sempre igual ou menor que sua variação nominal. (4) A soma das remunerações dos fatores de produção é igual à soma dos gastos em bens e serviços finais produzidos internamente. 3. ANPEC – 2005 – Questão 2 Com base nas identidades das contas nacionais, avalie as proposições que se seguem, para uma economia aberta: (0) Um aumento do déficit público leva a igual elevação do déficit externo. (1) Se a poupança externa for igual ao déficit público, a poupança do setor privado será idêntica ao investimento. (2) A conta de capitais será negativa quando a poupança doméstica for menor que o investimento. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 50 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br (3) Um déficit do balanço de pagamentos pode ser financiado com a perda de reservas, cujo lançamento contábil terá sinal negativo. (4) A igualdade entre poupança e investimento é equivalente ao equilíbrio do mercado de bens. 4. ANPEC – 2006 – Questão 1 Sobre as contas nacionais, avalie as proposições: (0) A remessa de dinheiro de brasileiros que residem no exterior a familiares no Brasil aumenta a Renda Nacional Bruta. (1) O PIB corresponde ao valor adicionado de todos os bens e serviços produzidos em um país, sendo que, por valor adicionado, entende-se o valor da produção mais o consumo dos bens intermediários. (2) Em geral, países com alto grau de endividamento externo têm, ceteris paribus, o PIB maior que o PNB. (3) Havendo equilíbrio nas contas do governo, um déficit em transações correntes do balanço de pagamentos implica um excesso de investimentos. (4) O deflator implícito do PIB corresponde à razão entre o PIB nominal e o PIB real. 5. ANPEC – 2006 – Questão 2 Avalie as proposições: (0) O balanço de pagamentos registra as transferências, os pagamentos internacionais e o comércio de bens e serviços entre um país e o resto do mundo. (3) Numa economia aberta, o Produto Nacional Bruto é determinado pelos gastos em produtos domésticos efetuados por residentes e não residentes do país. (4) O acúmulo de estoques indesejados é contabilizado como investimento nas contas nacionais. 6. ANPEC – 2007 – Questão 13 De acordo com o sistema de contas nacionais, calcule o consumo final do governo com base nas seguintes informações: Descrição Valores em R$ Formação bruta de capital fixo 40 Transferências do governo 15 Déficit em transações correntes 10 Subsídios 25 Impostos diretos 20 Impostos indiretos 50 Poupança do setor privado 20 Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 51 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Variação dos estoques 10 Outras receitas líquidas do governo 60 7. ANPEC – 2008 – Questão 2 Julgue as afirmativas. (0) Um bem é produzido em 2000 e vendido em 2001. Este bem contribui para o PIB de 2000, não para o PIB de 2001. 8. ANPEC – 2008 – Questão 11 Uma economia é constituída por uma única empresa, cujos proprietários são não residentes no país: uma fábrica de automóveis. Em 2007, a produção da fábrica foi de $ 100, dos quais $ 60 referem-se a vendas a consumidores residentes no país e $ 40 a não residentes. A fábrica gasta $ 30 em aço importado e paga $ 60 em salários a residentes no país. Os lucros são integralmente remetidos aos proprietários da empresa, no exterior. Calcule o saldo em transações correntes dessa economia no ano 2007. 9. ANPEC – 2009 – Questão 1 Considere os seguintes dados para uma economia, expressos em unidades monetárias: Descrição Valores em R$ Produto nacional líquido 1.700 Exportações de bens e serviços não fatores 300 Importações de bens e serviços não fatores 400 Impostos diretos 350 Impostos indiretos 400 Depreciação 250 Subsídios 60 Investimento do governo 80 Transferências unilaterais correntes 0 Saldo do balanço de pagamentos em conta-corrente –50 Indique se as afirmações são falsas ou verdadeiras: (0) A renda nacional é de 1.350. (1) A renda líquida enviada ao exterior é igual a 50. (2) O PIB é igual a 1.900. (3) A poupança interna é menor do que o investimento. (4) A absorção interna é igual a 2.000. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 52 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br 10. ANPEC – 2010 – Questão 1 Julgue as seguintes afirmativas. (0) Certo país mantém o saldo em transações correntes sempre igual a zero. Entre os anos 1 e 2, os gastos de consumo e investimento do governo aumentaram, enquanto os gastos privados de consumo e investimento se mantiveram constantes. Logo, podemos concluir que o PIB necessariamente aumentou. (1) Entre os anos 1 e 2, a poupança do setor privado se manteve constante e a poupança do governo diminuiu, mas o investimento bruto aumentou. Logo, podemos concluir que o saldo em transações correntes necessariamente diminuiu. (2) O pagamento de maiores salários aos servidores públicos e o aumento das transferências de assistência social, como o Bolsa-Família, têm impacto semelhante sobre o consumo do governo, nas contas nacionais. (3) O PIB, a preços correntes, foi de $ 200 no ano 1 e de $246 no ano 2; a preços do ano anterior, o PIB do ano 2 foi de $ 205. Logo, conclui-se que a variação do deflator do PIB, entre os anos 1 e 2, foi de 23%. (4) No caso de uma economia aberta e sem governo, a diferença entre o Produto Interno Bruto e a renda nacional líquida é a renda líquida enviada para o exterior mais depreciações. 11. ANPEC – 2010 – Questão 3 Julgue as seguintes afirmações: Considere as informações contidas na tabela a seguir, sobre um país hipotético, para os anos de 2006 a 2008. Assuma que sejam produzidos apenas 2 bens finais, chamados X e Y. O preço de cada bem é expresso em unidades monetárias ($). A unidade de medida de cada variável está entre parênteses. Com base nas informações da tabela, julgue as afirmativas a seguir: Ano População (habitantes) Bem Final Quantidade (unidades) Preço ($) 2006 100 X 5 10.000,00 Y 10 20.000,00 2007 125 X 10 5.000,00 Y 20 10.000,00 2008 150 X 15 4.000,00 Y 15 10.000,00 Observação: Para o cálculo do PIB real, não utilize encadeamento. (0) Houve uma redução de 10% no PIB real, a preços de 2006, entre os anos de 2007 e 2008. (1) O PIB real para o ano de 2008, a preços de 2006, é igual a $210.000,00. (2) O PIB real per capita, a preços de 2006, cresceu 40%, entre os anos de 2006 e 2007. (3) O deflator do PIB, a preços de 2006, sofreu uma queda de 50%, entre 2006 e 2007. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 53 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br (4) A taxa de crescimento anual do PIB real per capita independe da escolha do ano-base para os preços. 12. ANPEC – 2011 – Questão 1 No ano de 2009, um país hipotético apresentou os seguintes dados em suas contas nacionais (em unidades monetárias): Produto interno líquido a custo de fatores 3.500 Formação bruta de capital fixo (do setor privado) 600 Variação de estoques (do setor privado) 50 Impostos diretos 350 Impostos indiretos 150 Outras receitas correntes do governo (líquidas) 50 Consumo do governo 350 Subsídios 100 Transferências 150 Depreciação 150 Déficit do balanço de pagamentos em transações correntes 200 Com base nessas informações, julgue as seguintes afirmativas: (0) O PIB a preços de mercado é igual a 3.900. (1) Considerando que o déficit publico é igual a 150, então o investimento publico é de 200. (2) A poupança do setor privado é igual a 600. (3) O investimento total líquido é de 500. (4) O país em questão absorve poupança externa em 2009. 13. ANPEC – 2013 – Questão 6 Classifique as afirmativas abaixo como Verdadeiras (V) ou Falsas (F): (0) Em uma economia aberta, podemos afirmar que o aumento do gasto governamental implica reduçãoequivalente no saldo em transações correntes. (1) Em uma economia aberta, se o investimento é superior à poupança doméstica, o saldo total do balanço de pagamentos é necessariamente negativo. (2) O deflator implícito de preços do PIB mede o preço da produção corrente relativo ao preço desta mesma produção no ano-base. (3) O PIB é o valor de mercado de todos os bens e serviços produzidos dentro de uma economia, em determinado período. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 54 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br (4) Os exportadores de um país são beneficiados quando a moeda do seu país aprecia-se em termos reais, em relação às moedas estrangeiras. 14. ANPEC – 2014 – Questão 1 Classifique as afirmativas como Verdadeiras (V) ou Falsas (F): (0) Países com a renda líquida enviada ao exterior negativa possuem um PNB maior do que o PIB. (1) Por não pagarem aluguel, a habitação de pessoas que habitam em casa própria não é computada no cálculo do PIB brasileiro. (2) A renda nacional de um país é calculada subtraindo-se a depreciação e os impostos indiretos do Produto Interno Bruto. (3) Um país tem uma balança comercial superavitária em US$ 50 bilhões, um déficit na conta Rendas em US$ 10 bilhões e um déficit de serviços em US$ 25 bilhões. Dado que o superávit em conta-corrente é de US$ 10 bilhões, podemos concluir que o valor das transferências unilaterais será deficitário em US$ 5 bilhões. (4) O deflator implícito da renda reflete a variação do custo de aquisição de uma cesta fixa de bens e serviços. 15. ANPEC – 2015 – Questão 9 Classifique as afirmativas como Verdadeiras (V) ou Falsas (F): (0) Se numa economia o investimento é superior à poupança doméstica, o saldo das transações correntes do balanço de pagamentos é negativo. (1) Quando as pessoas habitam em casa própria, a habitação não é computada no cálculo do PIB. (3) A cesta de bens incluída no deflator implícito da renda muda de ano em ano dependendo daquilo que estiver sendo produzido na economia. (4) O deflator implícito da renda mede os preços de um grupo menor de bens do que o índice de preços ao consumidor. 16. ANPEC – 2016 – Questão 1 Um país realizou, em determinado ano t, as seguintes transações com o exterior, com todos os pagamentos sendo feitos em US$ milhões e à vista: a) Exportações: 800; b) Importações: 600; c) Fretes pagos ao exterior: 250; d) Investimento estrangeiro direto recebido do exterior em equipamentos: 100; e) Donativos recebidos em mercadorias: 20; Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 55 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br f) Empréstimos recebidos de bancos estrangeiros: 300; g) Amortizações de empréstimos pagos a bancos estrangeiros: 80; h) Juros pagos ao exterior: 70. Com base nas informações acima, classifique as afirmativas como verdadeiras (V) ou falsas (F) para o ano t: (0) O superávit da balança comercial foi de US$ 200 milhões; (1) O país teve um déficit na conta de transações correntes do balanço de pagamentos de US$ 200 milhões; (2) A renda líquida enviada ao exterior foi de US$ 50 milhões; (3) O saldo da conta financeira do balanço de pagamentos foi superavitário em US$ 320 bilhões; (4) As reservas internacionais aumentaram em US$ 100 milhões. 17. ANPEC – 2017 – Questão 1 Classifique as seguintes afirmativas como verdadeiras (V) ou falsas (F): (0) Em uma economia fechada, o PIB coincide com o PNB. (1) O deflator implícito do PIB corresponde à razão entre o PNB e o PIB. (2) A remessa de dinheiro de brasileiros residentes no exterior a familiares no Brasil não altera a Renda Nacional Bruta. (3) Um bem que foi produzido no ano t e vendido no ano t+1 é computado no PIB do ano t e não entra no cálculo do PIB do ano t+1. (4) Supondo que o orçamento do governo esteja equilibrado, um excesso de investimentos em relação à poupança privada implica um déficit em transações correntes do balanço de pagamentos. 18. ANPEC – 2017 – Questão 2 Avalie as assertivas abaixo: (0) No sistema de contas nacionais, a formação de estoques não afeta a renda. (1) Se, em 2014, foram vendidas 120 unidades de um bem A a R$ 30,00 cada e 60 unidades de um bem B a R$ 15,00 cada, e, em 2015, foram vendidas 120 unidades de A a R$ 35,00 cada e 80 unidades de B a R$ 15,00 cada, então, tomando-se apenas esses dois bens, o índice de preços de Paasche em 2015 (2014 como base) foi de 1,125. (2) Se a relação entre o preço dos bens finais importados e o preço dos bens finais produzidos no país aumenta, a relação entre o deflator do PIB e o índice de preços ao consumidor também aumenta. (3) Se, em determinado ano, foi registrado um déficit de US$ 800 bilhões nas transações correntes dos EUA, as reservas internacionais mantidas por seu Banco Central caíram em US$ 5 bilhões e os Bancos Centrais do resto do mundo compraram US$ 440 bilhões para serem adicionados às suas próprias reservas, então o saldo de US$ 435 Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 56 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br bilhões foi a medida da contribuição de todos os Bancos Centrais para cobrir o déficit em transações correntes dos EUA naquele ano. (4) Quando uma cafeteria localizada nos EUA compra um lote de grãos de café do Brasil, registram-se, no balanço de pagamentos brasileiro, um crédito nas transações correntes e um débito na conta capital. 19. ANPEC – 2018 – Questão 1 Suponha que as seguintes operações foram registradas para a economia brasileira durante o ano t: • Uma firma exporta um bem por 300 mil dólares e o pagamento será feito daqui a 90 dias; • Um importador compra vinho de uma empresa chilena por 500 mil dólares e o pagamento será feito daqui a 30 dias; • Um investidor local investe 1 milhão de dólares no Paraguai num projeto de exploração de gás natural; • Uma firma paga 200 mil dólares a um banco irlandês por serviços financeiros (comissões e juros); • O governo efetua uma doação de 300 mil dólares à Bolívia; • Um fundo de investimento da Inglaterra investe 500 mil dólares na bolsa de valores brasileira; • Um fundo de investimento brasileiro investe 300 mil dólares em bônus internacionais. Com base nas informações acima, classifique as seguintes afirmativas como verdadeiras (V) ou falsas (F) para o ano t: (0) O saldo da balança comercial foi deficitário em 200 mil dólares. (1) O saldo da conta de transações correntes do balanço de pagamentos foi deficitário em 400 mil dólares. (2) O saldo total do balanço de pagamentos foi deficitário em 1,3 milhão de dólares. (3) O saldo da conta capital e financeira do balanço de pagamentos foi deficitário em 600 mil dólares. (4) As reservas internacionais reduziram 300 mil dólares. 20. ANPEC – 2019 – Questão 1 Avalie como verdadeiras ou falsas as seguintes afirmativas: (0) O PIB real refere-se à contabilização do valor de mercado, ao preço de um período base, de tudo o que foi produzido de bens e serviços finais dentro de um território. (1) Os rendimentos pagos aos empregados domésticos não são contabilizados no sistema de Contas Nacionais. (2) Se o PIB nominal cresceu 50% e o PIB real cresceu 20%, então o deflator implícito do PIB é de 30%. (3) Os estoques indesejados são contabilizados como investimento nas Contas Nacionais. (4) Os pagamentos de juros de empréstimos realizados por empresas privadas nacionais junto a instituições financeiras estrangeiras fazem parte da conta de transações correntes do balanço de pagamentos. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 57 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br 21. ANPEC – 2019 – Questão 1 Um país realizou durante um ano as seguintes transações com o exterior: •Recebimento de doações humanitárias, na forma de alimentos, no valor de 1 bilhão. •Importações de mercadorias no valor FOBde 7 bilhões. •Pagamento de 13 bilhões em amortizações da dívida externa. •Pagamentos de juros da dívida externa no valor de 5 bilhões. •Exportações de mercadorias no valor FOB de 15 bilhões. •Recebimento de novos empréstimos e financiamento do exterior no valor de 16 bilhões. •Pagamentos de fretes internacionais no valor de 3 bilhões. Com base nestas informações e supondo a inexistência de erros e omissões, avalie como verdadeiras ou falsas as assertivas abaixo: (0) O saldo da balança comercial foi superavitário em 8 bilhões. (1) O saldo da conta de transações correntes foi zero. (2) O PNB foi menor que o PIB. (3) Houve uma saída líquida de 2 bilhões pela conta financeira do balanço de pagamentos. (4) Houve acumulação líquida de 3 bilhões de reservas internacionais pelo Banco Central. 22. ANPEC – 2020 – Questão 1 Com base na sexta edição do Manual do Balanço de Pagamentos do Fundo Monetário Internacional (BPM6), avalie as seguintes afirmativas como verdadeiras ou falsas: (0) As variações nas reservas internacionais são contabilizadas na Conta Financeira como Ativos de Reserva. (1) Os salários recebidos por trabalhadores residentes, quando trabalham para uma empresa não residente no país, são contabilizados na Conta de Serviços. (2) As remessas de dinheiro de imigrantes no exterior para seus países de origem são contabilizadas na Conta Capital. (3) A amortização de um passivo externo é contabilizada na Conta de Rendas Primárias. (4) O saldo da Conta Financeira é calculado pela diferença entre a aquisição líquida de Ativos Financeiros e a incidência líquida de Passivos Financeiros. 23. ANPEC – 2020 – Questão 3 Avalie as seguintes afirmativas: (0) Para fins de registro nas Contas Nacionais, o investimento é qualquer gasto em bem ou serviço final que aumenta a capacidade da economia de produzir mais no futuro. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 58 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br (1) O Produto Nacional Bruto de um país é a soma de todos os pagamentos a fatores de produção empregados dentro de suas fronteiras. (2) A diferença entre Produto Interno Bruto e Produto Nacional Bruto de um país deve-se exclusivamente ao pagamento de fatores de produção empregados nesse país que são propriedade de não residentes. (3) Nas Contas Nacionais, o investimento das famílias em capital humano é contabilizado como gasto de consumo. (4) A melhora da qualidade dos produtos enviesa o PIB para cima. 24. ANPEC – 2020 – Questão 11 Considere uma economia hipotética fechada que produz e consome apenas três tipos de bens finais: X, Y e Z. Segundo a tabela a seguir para o ano-base e o ano corrente, avalie as afirmativas como verdadeiras ou falsas. O preço de cada bem é expresso em unidades monetárias ($). Ano Bens Quantidade (Unidades) Preço ($) Base X 3.000 2 Y 6.000 3 Z 8.000 4 Corrente X 4.000 3 Y 14.000 2 Z 32.000 5 (0) O PIB real para o ano corrente foi de $ 178.000. (1) O PIB real cresceu mais do que 250% entre o ano-base e o ano corrente. (2) O deflator do PNB entre o ano-base e o ano corrente foi inferior a 10%. (3) A mudança percentual no nível de preços entre o ano-base e o ano corrente medida pelo deflator do PNB foi superior à medida por um índice de preços ao consumidor do tipo Laspeyres. (4) Os bens Y e Z são complementares. 25. ANPEC – 2021 – Questão 1 Avalie as assertivas abaixo: (1) Despesas com pagamentos de juros, lucros e dividendos a não residentes elevam o déficit na Conta Financeira do Balanço de Pagamentos. (2) Em uma economia aberta, o Produto Interno Bruto (PIB) é determinado pelos gastos com bens e serviços domésticos realizados apenas por residentes do país. (3) Se pensarmos no mundo com apenas dois países, Brasil e Resto do Mundo, um aumento da poupança do Resto do Mundo levará a um aumento no déficit comercial brasileiro. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 59 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br 26. ANPEC – 2021 – Questão 10 Assinale como verdadeiras ou falsas as assertivas abaixo: (0) Se uma firma localizada no Brasil é de propriedade de residentes na China, a remuneração de tais residentes por conta dessa propriedade não entra no cômputo do PIB do Brasil. (1) Se uma firma localizada no Brasil é de propriedade de residentes na China, a remuneração de tais residentes por conta dessa propriedade não entra no cômputo do PNB da China. (4) Por definição, a Renda Nacional deve ser igual ao Produto Nacional Líquido a Custo de Fatores. 27. ANPEC – 2021 – Questão 12 Com base nas seguintes informações do Sistema de Contas Nacionais, calcule a poupança do setor privado: Transações....................................................Valores em R$ Consumo do governo .....................................................100 Transferências do governo................................................20 Subsídios do governo .......................................................20 Impostos diretos ................................................................30 Impostos indiretos .............................................................40 Déficit em transações correntes ........................................10 Formação Bruta de Capital Fixo ........................................30 Variação de estoques ........................................................20 Outras receitas líquidas do governo ..................................60 28. ANPEC – 2022 – Questão 1 No Balanço de Pagamentos de um país, no ano t, foram contabilizadas as seguintes operações: a) Uma empresa estrangeira realizou um investimento direto em uma subsidiária no país, em forma de máquinas e equipamentos, no valor de $10 bilhões. b) O país exportou alimentos no valor de $20 bilhões. c) Organizações Não Governamentais do país receberam donativos, em mercadorias, no valor de $1 bilhão. d) Subsidiárias nacionais no exterior enviaram lucros para suas matrizes no país no valor de $15 bilhões. e) O país importou petróleo no valor de $10 bilhões. f) Houve uma saída líquida de capitais para investimentos em carteira no valor de $25 bilhões. Com base nas informações acima, avalie as seguintes afirmativas como verdadeiras ou falsas: Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 60 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br (0) Os donativos recebidos tiveram um impacto positivo sobre o saldo em transações correntes no valor de $1 bilhão. (1) O investimento direto realizado pela empresa estrangeira teve um impacto negativo sobre o saldo em transações correntes no valor de $10 bilhões. (2) O país teve um superávit na balança comercial. (3) O PIB foi maior do que o PNB. (4) Não houve variação nas reservas internacionais. 29. ANPEC – 2022 – Questão 12 Assinale como verdadeiras ou falsas as seguintes assertivas com base nas informações contidas na tabela abaixo, sobre um país hipotético, para os anos de 2018 a 2020. Assuma que sejam produzidos apenas os bens finais A e B. A unidade de medida de cada variável está entre parêntesis. Ano População (habitantes) Bem final Quantidade (unidades) Preço ($) 2018 100 A B 5 10 5.000 10.000 2019 125 A B 10 20 10.000 5.000 2020 150 A B 15 15 10.000 5.000 (0) O PIB nominal per capita em 2020 foi de $1.500. (1) O PIB real contraiu 10% entre os anos de 2019 e 2020, a preços de 2018. (2) A taxa de crescimento anual do PIB real depende da escolha do ano-base para os preços. (3) O PIB real per capita cresceu 100% entre os anos de 2018 e 2019, a preços de 2018. (4) O deflator do PIB foi maior que zero entre os anos de 2019 e 2020. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 61 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Gabarito 1. FVVFF 2. FVFF 3. FVFFV4. VFVVV 5. VFV 6. 70 7. V 8. 00 9. FFVVV 10. FVFFV 11. VFFVF 12. FFVFV 13. FFVFF 14. VFFVF 15. VFVF 16. FFVVV 17. VFFVV 18. FVFFF 19. VFVVF 20. VFFVV 21. FVVFV 22. VFFFV 23. FFFVF 24. VFFVF 25. FFF 26. FFV 27. 50 28. FVFFV 29. VVVFF Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 62 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Questões de prova comentadas 1. ANPEC – 2004 – Questão 2 Com base nos princípios da contabilidade nacional, julgue as afirmativas: (0) Em uma economia aberta, a absorção coincidirá com o produto, independente do sinal do saldo comercial do país. (1) A poupança bruta, em uma economia fechada e sem governo, é idêntica à soma da formação bruta de capital fixo mais a variação de estoques. (2) Em uma economia aberta e sem governo, são registradas como importações apenas as aquisições de bens e serviços que não correspondam ao pagamento de fatores de produção. Este último é computado no cálculo da renda líquida enviada ao exterior. (3) O total dos créditos da conta de produção, em uma economia aberta e com governo, é a soma do consumo total, investimento bruto e importações. Portanto, o total dos créditos representa a soma da despesa interna bruta mais exportações. (4) Na apuração da renda nacional, são incluídos os ganhos auferidos na revenda de ações de empresas e na especulação imobiliária. RESOLUÇÃO: (0) A absorção corresponde ao valor dos bens e serviços (produzidos internamente) que são absorvidos pela sociedade. Ou seja: 𝐴 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 A absorção corresponde aos gastos com consumo, com investimento e gastos do governo. No caso de uma economia aberta, pela ótica da despesa: 𝑌 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + (𝑋 − 𝑀) → 𝑌 = 𝐴 + (𝑋 − 𝑀) → 𝑌 − 𝐴 = 𝑋 − 𝑀 Em uma economia aberta, a absorção irá coincidir com o produto (𝑌 − 𝐴 = 0) somente quando o saldo comercial for nulo (𝑋 − 𝑀 = 0). Lembrando que esse saldo comercial inclui bens e serviços não fatores. Resposta: FALSO (1) O investimento agregado é dado pela formação bruta de capital fixo e pela acumulação de estoques: 𝐼 = 𝐹𝐵𝐾𝐹 + Δ𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 Outra coisa que nós sabemos é que a poupança agregada corresponde à soma das poupanças privada, do governo e externa: 𝑆 = 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 Da igualdade entre investimento e poupança: Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 63 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br 𝐼 = 𝑆 → 𝐹𝐵𝐾𝐹 + Δ𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 = 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 Supondo uma economia fechada (𝑆𝐸𝑥𝑡 = 0) e sem governo (𝑆𝐺𝑜𝑣 = 0): 𝐹𝐵𝐾𝐹 + Δ𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 = 𝑆𝑃 Ou seja, a poupança bruta (dada pela poupança privada) é idêntica à soma da formação bruta de capital fixo mais a variação de estoques. Resposta: VERDADEIRO (2) De fato, sob a ótica da despesa, em que temos 𝑌 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + (𝑋 − 𝑀), a rubrica importações inclui as aquisições de bens e serviços não fatores, ou seja, engloba componentes da balança comercial e da balança de serviços do Balanço de Pagamentos. A remuneração de fatores de produção entra na balança de rendas primárias (serviços fatores), que faz parte do cálculo da renda líquida enviada ao exterior. Resposta: VERDADEIRO (3) No contexto das Contas Econômicas Integradas, o saldo da conta de produção é dado pelo PIB, que em uma economia aberta e com governo é expresso por: 𝑃𝐼𝐵 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + 𝑋 − 𝑀 → 𝑃𝐼𝐵 + 𝑀 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + 𝑋 Dessa forma, os créditos dessa conta (valores que aumentam seu saldo) são dados pela soma do consumo total (consumo privado mais consumo do governo), investimento bruto e exportações. Portanto, o total dos créditos representa a soma da despesa interna bruta (PIB) mais importações. Repare que o item inverteu as palavras importações e exportações, e por isso é falso. Resposta: FALSO (4) A revenda de ações e a especulação imobiliária não representam produção de bens e serviços finais em determinado período. Assim, essas transações NÃO são incluídas do PIB e, dada a identidade contábil básica (Produto = Renda = Despesa), elas também não fazem parte da Renda Nacional. Resposta: FALSO 2. ANPEC – 2005 – Questão 1 Sobre contas nacionais, avalie as proposições: (0) Quando crescem as remessas de juros ao exterior, aumenta-se o déficit na conta de capitais, ceteris paribus. (1) Quando em um país operam um grande número de empresas estrangeiras, ao mesmo tempo em que poucas empresas e residentes deste país operam em outras economias, o PIB será maior que o PNB. (3) A variação do PIB real será sempre igual ou menor que sua variação nominal. (4) A soma das remunerações dos fatores de produção é igual à soma dos gastos em bens e serviços finais produzidos internamente. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 64 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br RESOLUÇÃO: (0) Remessas de juros ao exterior representam saídas de divisas, de forma que a transação seja registrada como um débito na balança de rendas primárias (transações correntes). Assim, tudo o mais mantido constante, um aumento nas remessas de juros ao exterior, eleva o déficit em TRANSAÇÕES CORRENTES. Resposta: FALSO (1) Quando em um país operam um grande número de empresas estrangeiras, ao mesmo tempo em que poucas empresas e residentes deste país operam em outras economias, temos que o fluxo de renda enviada ao exterior supera o fluxo de renda recebida do exterior. Ou seja, a renda líquida enviada ao exterior é positiva. A relação entre PNB e PIB é tal que: 𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸 Na medida em que a renda líquida enviada ao exterior é positiva, o PNB será menor que o PIB. Resposta: VERDADEIRO (3) Primeiramente, cuidado com afirmações categóricas, que usam palavras como ‘sempre’, ‘nunca’... A partir da definição do deflator do PIB, podemos escrever o PIB nominal como o produto entre o deflator e o PIB real: 𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡 = 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡(𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡 𝑏) Em termos de taxa de crescimento: (1 + Δ𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡) = (1 + Δ𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡)(1 + Δ𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡 𝑏) Δ𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡 ≈ Δ𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 + Δ𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡 𝑏 De forma que a taxa de crescimento do PIB real pode ser aproximada por: Δ𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡 𝑏 ≈ Δ𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡 − Δ𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 Assim, se houver deflação (Δ𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 < 0), a variação do PIB real será maior que a variação do PIB nominal. Resposta: FALSO (4) Muita atenção nos detalhes, hein! Na verdade, a soma das remunerações dos fatores de produção é igual à soma dos gastos em bens e serviços finais produzidos internamente ou importados (produção externa). Resposta: FALSO 3. ANPEC – 2005 – Questão 2 Com base nas identidades das contas nacionais, avalie as proposições que se seguem, para uma economia aberta: (0) Um aumento do déficit público leva a igual elevação do déficit externo. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 65 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br (1) Se a poupança externa for igual ao déficit público, a poupança do setor privado será idêntica ao investimento. (2) A conta de capitais será negativa quando a poupança doméstica for menor que o investimento. (3) Um déficit do balanço de pagamentos pode ser financiado com a perda de reservas, cujo lançamento contábil terá sinal negativo. (4) A igualdade entre poupança e investimento é equivalente ao equilíbrio do mercado de bens. RESOLUÇÃO: (0) Um aumento do déficit público pode gerar uma elevação no déficit externo. Isso se dá pelo fato de que um aumento no déficit público gera uma pressão na taxa de juros da economia, o que atrai capital estrangeiro para o país. Essa maior entrada de divisas, torna a moeda nacional relativamente mais cara, piorando, assim as exportações vis-à-vis as importações. Ou seja, pode haver uma piora no déficit externo,mas não podemos afirmar categoricamente que será em uma igual proporção. Resposta: FALSO (1) Da igualdade entre poupança e investimento, temos: 𝐼 = 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 Se a poupança externa é igual ao déficit público (𝑆𝐸𝑥𝑡 = −𝑆𝐺𝑜𝑣): 𝐼 = 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 − 𝑆𝐺𝑜𝑣 → 𝐼 = 𝑆𝑃 Ou seja, nessa situação a poupança privada se iguala ao investimento. Resposta: VERDADEIRO (2) A poupança doméstica, 𝑆𝐷𝑜𝑚, é definida como a soma das poupanças privada e do governo. Dessa forma: 𝐼 = 𝑆𝐷𝑜𝑚 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 → 𝐼 − 𝑆𝐷𝑜𝑚 = 𝑆𝐸𝑥𝑡 Se a poupança doméstica for menor que o investimento (𝐼 − 𝑆𝐷𝑜𝑚 > 0), a poupança externa será positiva (𝑆𝐸𝑥𝑡 > 0). Sabemos que a poupança externa corresponde ao déficit em transações correntes: 𝑆𝐸𝑥𝑡 = −𝑇𝐶 Assim, uma poupança externa positiva faz com que o saldo em TRANSAÇÕES CORRENTES seja negativo. Resposta: FALSO (3) É verdade que um déficit do balanço de pagamentos pode ser financiado com a perda de reservas, no entanto o lançamento contábil terá sinal positivo. Isso porque os lançamentos realizados na ativos de reserva são feitos seguindo a lógica dos ativos na contabilidade tradicional. Ou seja, essa conta aumenta a débito (lançamento negativo) e reduz a crédito (lançamento positivo). Resposta: FALSO (4) O mercado de bens está em equilíbrio quando a oferta agregada se iguala a demanda agregada (veremos isso em mais detalhes em aula posterior). No caso de uma economia fechada e sem governo: Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 66 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br 𝑌 = 𝐶 + 𝐼 → 𝑌 − 𝐶 = 𝐼 → 𝑆 = 𝐼 Ou seja, o equilíbrio no mercado de bens equivale à igualdade entre poupança e investimento. Resposta: VERDADEIRO 4. ANPEC – 2006 – Questão 1 Sobre as contas nacionais, avalie as proposições: (0) A remessa de dinheiro de brasileiros que residem no exterior a familiares no Brasil aumenta a Renda Nacional Bruta. (1) O PIB corresponde ao valor adicionado de todos os bens e serviços produzidos em um país, sendo que, por valor adicionado, entende-se o valor da produção mais o consumo dos bens intermediários. (2) Em geral, países com alto grau de endividamento externo têm, ceteris paribus, o PIB maior que o PNB. (3) Havendo equilíbrio nas contas do governo, um déficit em transações correntes do balanço de pagamentos implica um excesso de investimentos. (4) O deflator implícito do PIB corresponde à razão entre o PIB nominal e o PIB real. RESOLUÇÃO: (0) A relação entre PIB e PNB (equivalente à Renda Nacional Bruta) é dada por: 𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸 A renda líquida enviada ao exterior é dada por: 𝑅𝐿𝐸𝐸 = 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝐸𝑛𝑣𝑖𝑎𝑑𝑎 𝑎𝑜 𝐸𝑥𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 − 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝐸𝑥𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 A remessa de dinheiro de brasileiros que residem no exterior a familiares no Brasil é uma renda recebida do exterior, o que reduz a 𝑅𝐿𝐸𝐸. Como consequência, há um aumento no PNB. Resposta: VERDADEIRO (1) O erro do item está quase no final da frase. Então, no dia da prova, toda atenção é pouca e nada de preguiça, beleza?! De fato, o PIB corresponde ao valor adicionado de todos os bens e serviços produzidos em um país. Porém, por valor adicionado (VA), entende-se o valor da produção MENOS o consumo dos bens intermediários (CI): 𝑉𝐴 = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 − 𝐶𝐼 Resposta: FALSO (2) Países com alto grau de endividamento externo costumam ter uma renda líquida enviada ao exterior positiva. Assim, em geral eles têm o PIB maior que o PNB (lembre que 𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸). Resposta: VERDADEIRO Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 67 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br (3) Um equilíbrio nas contas do governo significa que 𝑆𝐺𝑜𝑣 = 0, e um déficit em transações correntes do balanço de pagamentos representa uma poupança externa positiva (𝑆𝐸𝑥𝑡 = −𝑇𝐶 > 0). Da igualdade entre poupança e investimento: 𝐼 = 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 → 𝐼 − 𝑆𝑃 = 𝑆𝐸𝑥𝑡 > 0 Uma poupança externa positiva faz com que 𝐼 − 𝑆𝑃 > 0 → 𝐼 > 𝑆𝑃. Temos, pois, em excesso de investimentos em relação a poupança. Resposta: VERDADEIRO (4) De fato, o deflator implícito do PIB corresponde à razão entre o PIB nominal e o PIB real: 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 = 𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡 𝑏 = ∑ 𝑃𝑡 𝑖. 𝑄𝑡 𝑖𝑛 𝑖=1 ∑ 𝑃𝑏 𝑖 . 𝑄𝑡 𝑖𝑛 𝑖=1 O deflator implícito do PIB é um índice de preços de Paasche (analisa a variação de preços entre dois períodos e utiliza as quantidades no período atual como fator de ponderação). Resposta: VERDADEIRO 5. ANPEC – 2006 – Questão 2 Avalie as proposições: (0) O balanço de pagamentos registra as transferências, os pagamentos internacionais e o comércio de bens e serviços entre um país e o resto do mundo. (3) Numa economia aberta, o Produto Nacional Bruto é determinado pelos gastos em produtos domésticos efetuados por residentes e não residentes do país. (4) O acúmulo de estoques indesejados é contabilizado como investimento nas contas nacionais. RESOLUÇÃO: (0) Isso mesmo! O Balanço de Pagamentos (BP) é um balanço contábil, que registra as transações entre residentes e não residentes de um país durante determinado período de tempo. Resposta: VERDADEIRO (3) O Produto Nacional Bruto corresponde ao valor dos bens e serviços finais produzidos por fatores de produção nacionais (que podem estar localizados no país ou no resto do mundo). Lembrando que o Produto Interno Bruto corresponde ao valor dos bens e serviços finais produzidos internamente, independentemente da origem dos fatores de produção. E já sabemos que o que diferencia um do outro é o fluxo de rendas do país com o resto do mundo. Resposta: FALSO Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 68 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br (4) O investimento agregado em uma economia é dado pela soma da formação bruta de capital fixo com a acumulação de estoques: 𝐼 = 𝐹𝐵𝐾𝐹 + Δ𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 Resposta: VERDADEIRO 6. ANPEC – 2007 – Questão 13 De acordo com o sistema de contas nacionais, calcule o consumo final do governo com base nas seguintes informações: Descrição Valores em R$ Formação bruta de capital fixo 40 Transferências do governo 15 Déficit em transações correntes 10 Subsídios 25 Impostos diretos 20 Impostos indiretos 50 Poupança do setor privado 20 Variação dos estoques 10 Outras receitas líquidas do governo 60 RESOLUÇÃO: Para resolver essa questão, iremos fazer uso da identidade entre investimento e poupança: 𝐼 = 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 Sabemos que o investimento bruto é dado pela soma entre a formação bruta de capital fixo e a acumulação de estoques: 𝐼 = 𝐹𝐵𝐾𝐹 + Δ𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 → 𝐼 = 40 + 10 → 𝐼 = 50 O item nos forneceu poupança privada (𝑆𝑃 = 20) e o déficit em transações correntes (𝑇𝐶 = −10). De forma que a poupança externa seja: 𝑆𝐸𝑥𝑡 = −𝑇𝐶 → 𝑆𝐸𝑥𝑡 = 10 A partir da igualdade entre poupança e investimento, somos capazes de obter a poupança do governo: 50 = 20 + SGov + 10 → SGov = 20 A questão está interessada em saber o consumo final do governo, G. Assim, nos resta utilizar mais outras duas relações: SGov = 𝑅𝐿𝐺 − 𝐺 Em que a renda líquida do governo é tal que: Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 69 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br 𝑅𝐿𝐺 = 𝑇 − 𝑇𝑟 = 𝑖𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 + 𝑖𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑖𝑛𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 − 𝑠𝑢𝑏𝑠í𝑑𝑖𝑜𝑠 − 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠 + 𝑜𝑢𝑡𝑟𝑎𝑠 𝑟𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑠 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑜 𝑔𝑜𝑣𝑒𝑟𝑛𝑜 Assim: 𝑅𝐿𝐺 = 20 + 50 − 25 − 15 + 60 → 𝑅𝐿𝐺 = 90 Agora estamos aptos a obter o consumo final do governo: SGov = 𝑅𝐿𝐺 − 𝐺 → 20 = 90 − 𝐺 → 𝐺 = 70 Resposta: 70 7. ANPEC – 2008 – Questão 2 Julgue as afirmativas. (0) Um bem é produzido em 2000 e vendido em 2001. Este bem contribuipara o PIB de 2000, não para o PIB de 2001. RESOLUÇÃO: (0) Sob a ótica do produto: O PIB corresponde ao valor da produção de todos os bens e serviços finais produzidos em um território durante determinado período de tempo. Nesse sentido, o bem é contabilizado no cálculo do PIB no ano de sua produção (no caso em 2000) e não no ano de sua venda. Já pela ótica da despesa, o PIB equivale às possíveis destinações do produto: 𝑌 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + (𝑋 − 𝑀) Sabemos que o investimento é composto pela formação bruta de capital fixo mais a acumulação de estoques. Um bem produzido em 2000, mas que não foi vendido, contribui para o aumento dos estoques, ou seja, contribui para a expansão do investimento em 2000. Por isso é contabilizado no PIB de 2000 e não no PIB de 2001. Resposta: VERDADEIRO 8. ANPEC – 2008 – Questão 11 Uma economia é constituída por uma única empresa, cujos proprietários são não residentes no país: uma fábrica de automóveis. Em 2007, a produção da fábrica foi de $ 100, dos quais $ 60 referem-se a vendas a consumidores residentes no país e $ 40 a não residentes. A fábrica gasta $ 30 em aço importado e paga $ 60 em salários a residentes no país. Os lucros são integralmente remetidos aos proprietários da empresa, no exterior. Calcule o saldo em transações correntes dessa economia no ano 2007. RESOLUÇÃO: A questão nos pede para obtermos o saldo em transações correntes, que é dado por: Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 70 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br 𝑇𝐶 = 𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝐶𝑜𝑚𝑒𝑟𝑐𝑖𝑎𝑙 + 𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑆𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜𝑠 + 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑃𝑟𝑖𝑚á𝑟𝑖𝑎𝑠 + 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑆𝑒𝑐𝑢𝑛𝑑á𝑟𝑖𝑎𝑠 Vejamos quais as informações fornecidas pela questão: Valor bruto da produção: $ 100 (coincide exatamente com o valor da produção, pois não há impostos sobre os produtos) Consumo interno: $ 60 Exportação: $ 40 Insumo (aço importado): $ 30 Insumo (trabalho): $ 60 Em primeiro lugar, vamos obter o lucro (valor adicionado) obtido por essa empresa: 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐴𝑑𝑖𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑑𝑜 = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 − 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑟𝑚𝑒𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑜 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 = 100 − 30 − 60 → 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 = $ 10 O saldo da balança comercial é: 𝑋 − 𝑀 = 40 − 30 = $ 10 Os saldos da balança de serviços e das rendas secundárias são nulos. O saldo da balança de rendas primárias é negativo em $ 10 (todos os lucros são enviados ao exterior). Assim, o saldo em transações correntes é dado por: 𝑇𝐶 = 10 + 0 − 10 + 0 → 𝑇𝐶 = 0 Resposta: 00 9. ANPEC – 2009 – Questão 1 Considere os seguintes dados para uma economia, expressos em unidades monetárias: Descrição Valores em R$ Produto nacional líquido 1.700 Exportações de bens e serviços não fatores 300 Importações de bens e serviços não fatores 400 Impostos diretos 350 Impostos indiretos 400 Depreciação 250 Subsídios 60 Investimento do governo 80 Transferências unilaterais correntes 0 Saldo do balanço de pagamentos em conta-corrente –50 Indique se as afirmações são falsas ou verdadeiras: (0) A renda nacional é de 1.350. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 71 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br (1) A renda líquida enviada ao exterior é igual a 50. (2) O PIB é igual a 1.900. (3) A poupança interna é menor do que o investimento. (4) A absorção interna é igual a 2.000. RESOLUÇÃO: (0) Em primeiro lugar, veja o seguinte: A Renda Nacional (RN) equivale ao Produto Nacional Líquido a custo de fatores (𝑃𝑁𝐿𝑐𝑓). Para migrarmos do conceito avaliado a preços de mercado para o conceito a custo de fatores, devemos descontar os impostos indiretos e incluir os subsídios: 𝑅𝑁 = 𝑃𝑁𝐿𝑐𝑓 = 𝑃𝑁𝐿 − 𝑖𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑖𝑛𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 + 𝑠𝑢𝑏𝑠í𝑑𝑖𝑜𝑠 Assim: 𝑅𝑁 = 𝑃𝑁𝐿𝑐𝑓 = 1.700 − 400 + 60 = 1.360 Resposta: FALSO (1) Podemos obter a renda líquida enviada ao exterior por meio de sua relação com o saldo do BP em conta corrente: 𝑇𝐶 = 𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝐶𝑜𝑚𝑒𝑟𝑐𝑖𝑎𝑙 + 𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑆𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜𝑠 + 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑃𝑟𝑖𝑚á𝑟𝑖𝑎𝑠 + 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑆𝑒𝑐𝑢𝑛𝑑á𝑟𝑖𝑎𝑠 Lembrando que as rendas primárias são a antiga balança de renda e as rendas secundárias equivalem a antiga conta transferências unilaterais correntes. Sabemos que 𝑅𝐿𝐸𝐸 = −(𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 + 𝑇𝑈𝐶). Assim: 𝑇𝐶 = (𝑋 − 𝑀) − 𝑅𝐿𝐸𝐸 Em que X e M incluem bens e serviços não fatores. Substituindo as informações fornecidas pela questão: −50 = (300 − 400) − 𝑅𝐿𝐸𝐸 → 𝑅𝐿𝐸𝐸 = −50 A renda líquida enviada ao exterior é negativa em 50. Sabendo que a renda líquida recebida do exterior tem o sinal trocado em relação a renda líquida enviada ao exterior, temos: 𝑅𝐿𝑅𝐸 = 50 Logo, quem tem o saldo positivo é a renda líquida RECEBIDA do exterior. Resposta: FALSO (2) A questão nos forneceu o Produto Nacional Líquido. Temos que passar desse conceito para o de Produto Interno Bruto. Primeiro vamos obter o produto bruto: 𝑃𝑁𝐿 = 𝑃𝑁𝐵 − 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 → 𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝑁𝐿 + 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 𝑃𝑁𝐵 = 1.700 + 250 → 𝑃𝑁𝐵 = 1.950 Agora iremos chegar ao conceito de produto interno: Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 72 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br 𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − RLEE → PIB = PNB + RLEE No item anterior, obtivemos 𝑅𝐿𝐸𝐸 = −50. Logo: PIB = 1.950 − 50 → 𝑃𝐼𝐵 = 1.900 Resposta: VERDADEIRO (3) A poupança externa se relaciona com o saldo do BP em conta corrente da seguinte forma: 𝑆𝐸𝑥𝑡 = −𝑇𝐶 A questão afirma que o saldo em conta corrente é negativo (-50), de modo que a poupança externa é positiva. Agora, vamos ver a igualdade entre poupança e investimento: 𝑆𝐷𝑜𝑚 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 = 𝐼 → 𝑆𝐸𝑥𝑡 = 𝐼 − 𝑆𝐷𝑜𝑚 Em que a poupança doméstica, 𝑆𝐷𝑜𝑚 , inclui as poupanças privada e do governo. Sabendo que a poupança externa é positiva, temos: 𝑆𝐸𝑥𝑡 > 0 → 𝐼 − 𝑆𝐷𝑜𝑚 > 0 → 𝐼 > 𝑆𝐷𝑜𝑚 Ou seja, a poupança interna é menor que o investimento. Resposta: VERDADEIRO (4) Pela ótica da despesa: 𝑃𝐼𝐵 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + (𝑋 − 𝑀) Apenas relembrando que o saldo (𝑋 − 𝑀) inclui bens e serviços não fatores (as balanças comercial e de serviços). O item faz uma afirmação acerca do valor da absorção interna: 𝐴 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺. Escrevendo o PIB em termos da absorção: 𝑃𝐼𝐵 = 𝐴 + (𝑋 − 𝑀) Vejamos a relação entre PNB e PIB: 𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸 Vamos usar a relação entre a RLEE e o saldo em transações correntes (conforme vimos no item 1): 𝑇𝐶 = (𝑋 − 𝑀) − 𝑅𝐿𝐸𝐸 → 𝑅𝐿𝐸𝐸 = (𝑋 − 𝑀) − 𝑇𝐶 Podemos, então, reescrever a relação entre PNB e PIB da seguinte forma: 𝑃𝑁𝐵 = 𝐴 + (𝑋 − 𝑀) − (𝑋 − 𝑀) + 𝑇𝐶 → 𝑃𝑁𝐵 = 𝐴 + 𝑇𝐶 → 𝐴 = 𝑃𝑁𝐵 − 𝑇𝐶 Substituindo as informações que nós já temos (o PNB foi encontrado no item 2): 𝐴 = 1.950 − (−50) → 𝐴 = 2.000 Resposta: VERDADEIRO Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 73 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br 10. ANPEC – 2010 – Questão 1 Julgue as seguintes afirmativas. (0) Certo país mantém o saldo em transações correntes sempre igual a zero. Entre os anos 1 e 2, os gastos de consumo e investimento do governo aumentaram, enquanto os gastos privados de consumo e investimento se mantiveram constantes. Logo, podemos concluir que o PIB necessariamente aumentou. (1) Entre os anos 1 e 2, a poupança do setor privado se manteve constante e a poupança do governo diminuiu, mas o investimento bruto aumentou. Logo, podemos concluir que o saldo em transações correntes necessariamente diminuiu. (2) O pagamento de maiores salários aos servidores públicos e o aumento das transferências de assistência social, como o Bolsa-Família, têm impacto semelhante sobre o consumo do governo, nas contas nacionais. (3) O PIB, a preços correntes, foi de $ 200 no ano 1 e de $246 no ano 2; a preços do ano anterior,o PIB do ano 2 foi de $ 205. Logo, conclui-se que a variação do deflator do PIB, entre os anos 1 e 2, foi de 23%. (4) No caso de uma economia aberta e sem governo, a diferença entre o Produto Interno Bruto e a renda nacional líquida é a renda líquida enviada para o exterior mais depreciações. RESOLUÇÃO: (0) Sabemos que o que diferencia o Produto Interno do Produto Nacional é a Renda Líquida Enviada ao Exterior (RLEE): 𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸 (1) Segundo a ótica da despesa, o PIB de uma economia aberta e com governo é tal que: 𝑃𝐼𝐵 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + (𝑋 − 𝑀) (2) Vale lembrar que X e M incluem bens e serviços não fatores (balanças comercial e de serviços). Vimos, no Balanço de Pagamentos, que o saldo em Transações Correntes (TC) corresponde à soma do saldo do balanço de bens e serviços (TLRE) menos a Renda Líquida Enviada ao Exterior (RLEE): 𝑇𝐶 = 𝑋 − 𝑀 − 𝑅𝐿𝐸𝐸 Assim: 𝑅𝐿𝐸𝐸 = (𝑋 − 𝑀) − 𝑇𝐶 (3) Substituindo (2) e (3) em (1): 𝑃𝑁𝐵 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + (𝑋 − 𝑀) − [(𝑋 − 𝑀) − 𝑇𝐶] → 𝑃𝑁𝐵 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + 𝑇𝐶 (4) O enunciado nos traz as seguintes informações: 𝑇𝐶 = 0, Δ𝐺 > 0, Δ𝐶 = 0, Δ𝐼 = 0. Então, a partir de (4): Δ𝑃𝑁𝐵 = Δ𝐶 + Δ𝐼 + Δ𝐺 + Δ𝑇𝐶 → Δ𝑃𝑁𝐵 = Δ𝐺 > 0 Temos que o Produto NACIONAL Bruto necessariamente aumenta. Mas e o PIB? Em (1), temos: Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 74 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br 𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸 → 𝑃𝐼𝐵 = 𝑃𝑁𝐵 + 𝑅𝐿𝐸𝐸 → Δ𝑃𝐼𝐵 = Δ𝑃𝑁𝐵 + Δ𝑅𝐿𝐸𝐸 Acabamos de ver que Δ𝑃𝑁𝐵 > 0, mas não sabemos nada a respeito de Δ𝑅𝐿𝐸𝐸, que pode ser positiva, negativa ou nula. Assim, não podemos fazer afirmações categóricas sobre a variação do PIB. Percebeu a sutiliza no item, né! Bom prestar atenção nos detalhes!!!! Resposta: FALSO (1) Da igualdade entre poupança e investimento, temos: 𝐼 = 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 O enunciado nos diz que ΔS𝑃 = 0, ΔSGov < 0 e ΔI > 0. Então, a partir da igualdade entre poupança e investimento: Δ𝐼 = Δ𝑆𝑃 + Δ𝑆𝐺𝑜𝑣 + Δ𝑆𝐸𝑥𝑡 → Δ𝑆𝐸𝑥𝑡 > 0 Devemos ter Δ𝑆𝐸𝑥𝑡 > 0 para compensar a queda na poupança do governo e garantir que a variação no investimento seja positiva. Dada a relação entre a poupança externa e o saldo em Transações Correntes (𝑆𝐸𝑥𝑡 = −𝑇𝐶), temos: Δ𝑆𝐸𝑥𝑡 > 0 → Δ𝑇𝐶 < 0 Concluímos que o saldo em Transações Correntes necessariamente diminui. Resposta: VERDADEIRO (2) O aumento no pagamento de salários aos servidores públicos provoca um aumento nos gastos correntes do governo, G. Todavia, o aumento das transferências (Tr) de assistência social reduz a Renda Líquida do Governo (RLG). 𝑅𝐿𝐺 = 𝑇 − 𝑇𝑟 = 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐼𝑛𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 + 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐷𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 − 𝑆𝑢𝑏𝑠í𝑑𝑖𝑜𝑠 − 𝑇𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠 + 𝑂𝑢𝑡𝑟𝑎𝑠 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑠 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠 Assim, o efeito do aumento no pagamento de salários aos servidores públicos é diferente do efeito do aumento das transferências. Resposta: FALSO (3) O deflator do PIB é dado por: 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 = 𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡 𝑏 Substituindo as informações que o item forneceu, no ano 2 o deflator é dado por: 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟2 = 𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙2 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙2 1 = 246 205 = 1,2 A taxa de variação do deflator é: Δ𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 = 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 − 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡−1 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡−1 Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 75 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Dado que o período 1 é considerado o período base, temos: 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟1 = 1. Assim: Δ𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟2 = 1,2 − 1 1 = 0,2 𝑜𝑢 20% A taxa de crescimento do deflator, entre os anos 1 e 2, foi de 20%. Resposta: FALSO (4) Pela identidade contábil básica, temos a igualdade entre produto e renda. Para passarmos do conceito bruto para o líquido, devemos retirar a depreciação: 𝑃𝐼𝐿 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 E para passar do conceito interno para o nacional, devemos descontar a renda líquida enviada ao exterior (RLEE): 𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸 Assim, a Renda Nacional Líquida (RNL), que é equivalente ao 𝑃𝑁𝐿, é tal que: 𝑅𝑁𝐿 = 𝑃𝑁𝐿 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸 − 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 Assim, a diferença entre o Produto Interno Bruto e a Renda Nacional Líquida é a renda líquida enviada ao exterior mais a depreciação: 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝑁𝐿 = 𝑅𝐿𝐸𝐸 + 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 Resposta: VERDADEIRO 11. ANPEC – 2010 – Questão 3 Julgue as seguintes afirmações: Considere as informações contidas na tabela a seguir, sobre um país hipotético, para os anos de 2006 a 2008. Assuma que sejam produzidos apenas 2 bens finais, chamados X e Y. O preço de cada bem é expresso em unidades monetárias ($). A unidade de medida de cada variável está entre parênteses. Com base nas informações da tabela, julgue as afirmativas a seguir: Ano População (habitantes) Bem Final Quantidade (unidades) Preço ($) 2006 100 X 5 10.000,00 Y 10 20.000,00 2007 125 X 10 5.000,00 Y 20 10.000,00 2008 150 X 15 4.000,00 Y 15 10.000,00 Observação: Para o cálculo do PIB real, não utilize encadeamento. (0) Houve uma redução de 10% no PIB real, a preços de 2006, entre os anos de 2007 e 2008. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 76 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br (1) O PIB real para o ano de 2008, a preços de 2006, é igual a $210.000,00. (2) O PIB real per capita, a preços de 2006, cresceu 40%, entre os anos de 2006 e 2007. (3) O deflator do PIB, a preços de 2006, sofreu uma queda de 50%, entre 2006 e 2007. (4) A taxa de crescimento anual do PIB real per capita independe da escolha do ano-base para os preços. RESOLUÇÃO: O Produto Interno Bruto é a soma do valor de todos os bens e serviços finais produzidos em determinada economia. Já sabemos que ele pode ser analisado em termos nominais (preços correntes) ou termos reais (preços constantes). Em séries temporais, convém fazer análises com o PIB real para identificarmos as variações das quantidades físicas (isolando o efeito das mudanças nos preços). Vamos relembrar como calculamos o PIB nominal: 𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡 = ∑ 𝑃𝑖,𝑡 𝑛 𝑖=1 𝑄𝑖,𝑡 Já o PIB real no período t, a preços constantes de um período base, b, é dado por: 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡 𝑏 = ∑ 𝑃𝑖,𝑏 𝑛 𝑖=1 𝑄𝑖,𝑡 (0) Vamos obter o PIB real em 2007 e 2008, a preços de 2006: 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙2007 2006 = ∑ 𝑃𝑖,2006 𝑛 𝑖=1 𝑄𝑖,2007 = 10.000(10) + 20.000(20) = 500.000 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙2008 2006 = ∑ 𝑃𝑖,2006 𝑛 𝑖=1 𝑄𝑖,2008 = 10.000(15) + 20.000(15) = 450.000 Vejamos qual foi a variação do PIB real no período: Δ𝑃𝐼𝐵𝑅𝑒𝑎𝑙 = 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙2008 2006 − 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙2007 2006 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙2007 2006 = 450.000 − 500.000 500.000 = −0,1 𝑜𝑢 − 10% Resposta: VERDADEIRO (1) Acabamos de ver no item (0) que: 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙2008 2006 = 450.000 Resposta: FALSO (2) Do item (0), já sabemos que: 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙2007 2006 = 500.000 O PIB real em 2006 a preços de 2006 é: Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 77 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙2006 2006 = 𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙2006 = ∑ 𝑃𝑖,2006 𝑛 𝑖=1 𝑄𝑖,2006 = 10.000(5) + 20.000(10) = 250.000 Vamos obter o PIB real per capita, 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑐𝑡 𝑏, para ambos os períodos. Para tal, devemos dividir o PIB real pelo tamanho da população: 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑐𝑡 𝑏 = 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡 𝑏 𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜𝑡 Assim: 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑐2007 2006 = 500.000 125 = 4.000 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑐2006 2006 = 250.000 100 = 2.500 A variação do PIB real per capita no período considerado foi de: Δ𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙 𝑝𝑐𝑡 = 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑐2007 2006 − 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑐2006 2006 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑐2006 2006 = 4.000 − 2.500 2.500 = 0,6 𝑜𝑢 60% Resposta: FALSO (3) O deflator do PIB é definido com a razão entre o PIB nominal em t e o PIB real em t a preços constantes de um período base,b: 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 = 𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡 𝑏 = ∑ 𝑃𝑡 𝑖𝑄𝑡 𝑖𝑛 𝑖=1 ∑ 𝑃𝑏 𝑖 𝑄𝑡 𝑖𝑛 𝑖=1 Assim, o deflator em 2007 tendo 2006 como base é: 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟2007 = 𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙2007 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙2007 2006 = ∑ 𝑃2007 𝑖 𝑄2007 𝑖𝑛 𝑖=1 ∑ 𝑃2006 𝑖 𝑄2007 𝑖𝑛 𝑖=1 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟2007 = 5.000(10) + 10.000(20) 10.000(10) + 20.000(20) = 250.000 500.000 = 0,5 Como 2006 é o período base, 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟2006 = 1. Assim, a variação do deflator entre 2006 e 2007 foi de: 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟2007 = 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟2007 − 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟2006 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟2006 = 0,5 − 1 1 = −0,5 𝑜𝑢 − 50% Temos uma queda de 50% no período analisado. Resposta: VERDADEIRO (4) Como os conjuntos de preços são diferentes nos anos considerados, taxa de crescimento anual do PIB real per capita DEPENDE da escolha do ano-base para os preços. Vejamos algebricamente esse resultado. No item (2), vimos que a taxa de crescimento, entre 2006 e 2007, do PIB per capita a preços de 2006 foi de 60%. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 78 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Vejamos, por exemplo, qual é a taxa de crescimento do PIB per capita a preços de 2007, entre 2007 e 2008. 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙2007 2007 = ∑ 𝑃𝑖,2007 𝑛 𝑖=1 𝑄𝑖,2007 = 5.000(10) + 10.000(20) = 250.000 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙2008 2007 = ∑ 𝑃𝑖,2007 𝑛 𝑖=1 𝑄𝑖,2008 = 5.000(15) + 10.000(15) = 225.000 O PIB real per capita é: 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑐2007 2007 = 250.000 125 = 2.000 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑐2008 2007 = 225.000 150 = 1.500 A variação do PIB real per capita no período considerado foi de: Δ𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙 𝑝𝑐 = 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑐2008 2007 − 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑐2007 2007 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑐2007 2007 = 1.500 − 2.000 2.000 = −0,25 𝑜𝑢 − 25% Desse modo, a taxa de crescimento do PIB real per capita varia de acordo com o período base considerado. Resposta: FALSO 12. ANPEC – 2011 – Questão 1 No ano de 2009, um país hipotético apresentou os seguintes dados em suas contas nacionais (em unidades monetárias): Produto interno líquido a custo de fatores 3.500 Formação bruta de capital fixo (do setor privado) 600 Variação de estoques (do setor privado) 50 Impostos diretos 350 Impostos indiretos 150 Outras receitas correntes do governo (líquidas) 50 Consumo do governo 350 Subsídios 100 Transferências 150 Depreciação 150 Déficit do balanço de pagamentos em transações correntes 200 Com base nessas informações, julgue as seguintes afirmativas: (0) O PIB a preços de mercado é igual a 3.900. (1) Considerando que o déficit publico é igual a 150, então o investimento publico é de 200. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 79 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br (2) A poupança do setor privado é igual a 600. (3) O investimento total líquido é de 500. (4) O país em questão absorve poupança externa em 2009. RESOLUÇÃO: (0) O item faz uma afirmação sobre o PIB a preços de mercado, sendo que nos foi fornecido o valor do Produto interno líquido a custo de fatores. Iremos usar duas relações conhecidas para resolver esse item. Para passar do conceito líquido para bruto, devemos somar a depreciação: 𝑃𝐼𝐵𝑐𝑓 = 𝑃𝐼𝐿𝑐𝑓 + 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 E para passar do conceito de custo de fatores (relacionado a remuneração dos fatores de produção) para preços de mercado (preços finais pagos pelos consumidores), devemos incorporar os impostos indiretos (impostos que incidem sobre as vendas e elevam os preços) e descontar os subsídios (diminuem os preços finais): 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑚 = 𝑃𝐼𝐵𝑐𝑓 + 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐼𝑛𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 − 𝑆𝑢𝑏𝑠í𝑑𝑖𝑜𝑠 Assim: 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑚 = 𝑃𝐼𝐿𝑐𝑓 + 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 + 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐼𝑛𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 − 𝑆𝑢𝑏𝑠í𝑑𝑖𝑜𝑠 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑚 = 3.500 + 150 + 150 − 100 → 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑚 = 3.700 Resposta: FALSO (1) Vamos relembrar como obter a Renda Líquida do Governo (RLG): 𝑅𝐿𝐺 = 𝑇 − 𝑇𝑟 Em que T representa a arrecadação e outras receitas líquidas do governo; e Tr são as transferências governamentais. A poupança do governo é dada pela diferença entre sua receita líquida e seus gastos, G: 𝑆𝐺𝑜𝑣 = 𝑅𝐿𝐺 − 𝐺 Por fim, temos a necessidade de financiamento do setor público (NFSP), dada pela diferença entre investimento e poupança do governo: 𝑁𝐹𝑆𝑃 = 𝐼𝐺𝑜𝑣 − 𝑆𝐺𝑜𝑣 Se 𝑁𝐹𝑆𝑃 > 0, então a poupança do governo não é suficiente para cobrir os investimentos, de modo que haja um déficit público. Substituindo os dados da questão, a renda líquida do governo é: 𝑅𝐿𝐺 = 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐷𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 + 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐼𝑛𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 + 𝑂𝑢𝑡𝑟𝑎𝑠 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑠 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠 − 𝑆𝑢𝑏𝑠í𝑑𝑖𝑜𝑠 − 𝑇𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠 𝑅𝐿𝐺 = 350 + 150 + 50 – 150 – 100 → 𝑅𝐿𝐺 = 300 Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 80 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br A poupança pública: 𝑆𝐺𝑜𝑣 = 300 – 350 → 𝑆𝐺𝑜𝑣 = – 50 O item afirmou haver um déficit público de 150, ou seja, 𝑁𝐹𝑆𝑃 = 150. Assim: 150 = 𝐼𝐺𝑜𝑣 − (−50) → 𝐼𝐺𝑜𝑣 = 100 Resposta: FALSO (2) Para responder essa questão vamos partir da identidade contábil que nos diz que poupança é igual a investimento (𝑆 = 𝐼). Em uma economia aberta e com governo, a poupança é dada pela soma da poupança privada, 𝑆𝑃, com a poupança do governo, 𝑆𝐺𝑜𝑣, e a poupança externa, 𝑆𝐸𝑥𝑡. Vimos, na parte da aula referente a Balanço de Pagamentos, que a poupança externa tem o mesmo saldo, mas com sinal trocado, que as Transações Correntes: 𝑆𝐸𝑥𝑡 = −𝑇𝐶. Logo: 𝑆 = 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 → 𝑆 = 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 − 𝑇𝐶 Do lado do investimento, temos o investimento (bruto) privado, 𝐼𝑃, e o investimento do governo, 𝐼𝐺𝑜𝑣. O investimento privado é dado pela soma da formação bruta de capital fixo (FMKF) com a variação de estoque (Δ𝐸). Assim: 𝐼 = 𝐼𝑃 + 𝐼𝐺𝑜𝑣 → 𝐼 = 𝐹𝐵𝐾𝐹 + Δ𝐸 + 𝐼𝐺𝑜𝑣 Dessa forma, podemos escrever nossa identidade contábil como: 𝑆 = 𝐼 → 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 − 𝑇𝐶 = 𝐹𝐵𝐾𝐹 + Δ𝐸 + 𝐼𝐺𝑜𝑣 O enunciado da questão nos forneceu as seguintes informações: 𝐹𝐵𝐾𝐹 = 600, Δ𝐸 = 50, 𝑇𝐶 = −200. No item (1), encontramos 𝑆𝐺𝑜𝑣 = – 50 e 𝐼𝐺𝑜𝑣 = 100. Substituindo: 𝑆𝑃 + (– 50 ) − (−200) = 600 + 50 + 100 → 𝑆𝑃 = 600 Resposta: VERDADEIRO (3) O investimento total líquido é dado pelo investimento total bruto menos a depreciação: 𝐼𝐿 = 𝐼 − 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 → 𝐼𝐿 = 𝐹𝐵𝐾𝐹 + Δ𝐸 + 𝐼𝐺𝑜𝑣 − 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 Logo: 𝐼𝐿 = 600 + 50 + 100 − 150 → 𝐼𝐿 = 600 Resposta: FALSO (4) Sabemos que a poupança externa tem o sinal trocado em relação ao saldo do Balanço de Pagamentos em Transações Correntes: 𝑆𝐸𝑥𝑡 = −𝑇𝐶. Como a economia apresentada na questão apresenta um déficit em transações correntes, a poupança externa é positiva. Ou seja, país em questão realmente absorve poupança externa em 2009. Resposta: VERDADEIRO Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 81 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br 13. ANPEC – 2013 – Questão 6 Classifique as afirmativas abaixo como Verdadeiras (V) ou Falsas (F): (0) Em uma economia aberta, podemos afirmar que o aumento do gasto governamental implica redução equivalente no saldo em transações correntes. (1) Em uma economia aberta, se o investimento é superior à poupança doméstica, o saldo total do balanço de pagamentos é necessariamente negativo. (2) O deflator implícito de preços do PIB mede o preço da produção corrente relativo ao preço desta mesma produção no ano-base. (3) O PIB é o valor de mercado de todos os bens e serviços produzidos dentro de uma economia, em determinado período. (4) Os exportadores de um país são beneficiados quando a moeda do seu país aprecia-se em termos reais, em relação às moedas estrangeiras. RESOLUÇÃO: (0) Um aumento dos gastos go governo reduzem a poupança deste agente econômico. Basta lembrar de como a poupançado governo é definida: 𝑆𝐺𝑜𝑣 = 𝑅𝐿𝐺 − 𝐺 Em que RLG é a renda líquida do governo. Vejamos a igualdade entre investimento e poupança: 𝐼 = 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 Dada a redução na poupança do governo, a identidade acima pode ser preservada por meio de diferentes possibilidades: i) mantendo-se as poupanças privada e externa constantes, uma redução no nível de investimentos preserva a igualdade; ii) mantendo-se o nível de investimentos constante, um aumento na poupança privada ou na poupança externa (que tem saldo com sinal oposto às Transações Correntes) pode preservar a igualdade entre poupança e investimento. Assim, não necessariamente haverá uma redução equivalente no saldo em transações correntes (aumento da poupança externa). Resposta: FALSO (1) Em primeiro lugar, vale lembrar que a poupança doméstica (𝑆𝐷𝑜𝑚) é composta pela poupança privada e pela poupança do governo. Assim, a igualdade entre poupança e investimento pode ser escrita como: 𝐼 = 𝑆𝐷𝑜𝑚 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 Conforme o enunciado afirma, 𝐼 > 𝑆𝐷𝑜𝑚, assim: Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 82 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br 𝐼 − 𝑆𝐷𝑜𝑚 = 𝑆𝐸𝑥𝑡 > 0 Se a poupança externa é positiva, então necessariamente o saldo em TRANSAÇÕES CORRENTES é negativo. Muito cuidado com a pegadinha, hein! O item afirma que o saldo total do BP é que será negativo. Você já reparou que a prova da Anpec é cheia de detalhes né?! Mas não se preocupe, pois você vai tirar de letra!!! Resposta: FALSO (2) O deflator implícito do PIB é a razão entre o PIB a preços correntes no período t e o PIB nesse período a preços de um ano base, b: 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 = 𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡 𝑏 = ∑ 𝑃𝑡 𝑖. 𝑄𝑡 𝑖𝑛 𝑖=1 ∑ 𝑃𝑏 𝑖 . 𝑄𝑡 𝑖𝑛 𝑖=1 Temos que o deflator implícito do PIB é um índice de preços de Paasche (analisa a variação de preços entre dois períodos e utiliza as quantidades no período atual como fator de ponderação). Resposta: VERDADEIRO (3) Faltou a palavra “FINAIS”. O PIB é o valor de mercado de todos os bens e serviços FINAIS produzidos dentro de uma economia, em determinado período. Os bens e serviços intermediários são excluídos, para se evitar o problema da dupla contagem. Muito cuidado, está bom!? Resposta: FALSO (4) Quando a moeda de um país se aprecia em relação a moedas estrangeiras, isso significa que a moeda nacional está mais cara, o que encarece a produção interna em relação ao resto do mundo. Ou seja, as exportações são prejudicadas. Fica mais favorável exportar, quando a moeda local fica mais barata, ou seja, quando ela se deprecia em relação a moedas estrangeiras. Resposta: FALSO 14. ANPEC – 2014 – Questão 1 Classifique as afirmativas como Verdadeiras (V) ou Falsas (F): (0) Países com a renda líquida enviada ao exterior negativa possuem um PNB maior do que o PIB. (1) Por não pagarem aluguel, a habitação de pessoas que habitam em casa própria não é computada no cálculo do PIB brasileiro. (2) A renda nacional de um país é calculada subtraindo-se a depreciação e os impostos indiretos do Produto Interno Bruto. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 83 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br (3) Um país tem uma balança comercial superavitária em US$ 50 bilhões, um déficit na conta Rendas em US$ 10 bilhões e um déficit de serviços em US$ 25 bilhões. Dado que o superávit em conta-corrente é de US$ 10 bilhões, podemos concluir que o valor das transferências unilaterais será deficitário em US$ 5 bilhões. (4) O deflator implícito da renda reflete a variação do custo de aquisição de uma cesta fixa de bens e serviços. RESOLUÇÃO: (0) Você se lembra da relação entre PIB e PNB? Já percebeu que ela aparece bastante, né... Vejamos: 𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸 Se 𝑅𝐿𝐸𝐸 < 0, então o PNB é mais elevado que o PIB. Resposta: VERDADEIRO (1) Se alguém mora em uma casa e paga aluguel, há uma transação cujo valor faz parte do cálculo do PIB. No entanto, se a moradia é própria, a transação não existe, ou seja, não há um aluguel sendo efetivamente pago. Mas quem mora na residência continua usufruindo dos serviços habitacionais, de forma que isso deva ser levado em consideração no PIB. Nesse caso, por não haver um preço de mercado, deve-se estimar seu valor para imputá-lo no PIB. Assim, o PIB inclui o valor do aluguel implícito que os proprietários de imóveis próprios pagam a si mesmos. Resposta: FALSO (2) A Renda Nacional, também denominada Renda Nacional Líquida, equivale ao Produto Nacional Líquido a custo de fatores. Assim: 𝑅𝑁 = 𝑃𝑁𝐿𝑐𝑓 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 − 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐼𝑛𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 + 𝑆𝑢𝑏𝑠í𝑑𝑖𝑜𝑠 − 𝑅𝐿𝐸𝐸 Ou seja, a renda nacional de um país é calculada subtraindo-se a depreciação, os impostos indiretos (líquidos) e a renda líquida enviada ao exterior do Produto Interno Bruto. Resposta: FALSO (3) Vimos que o saldo em conta corrente, ou transações correntes (TC), no BP é dado pela soma dos saldos da balança comercial, da balança de serviços, da balança de rendas (rendas primárias no BPM6) e das transferências unilaterais correntes (rendas secundárias no BPM6). Então: 𝑇𝐶 = (𝑋 − 𝑀) + 𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑆𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜𝑠 + 𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 + 𝑇𝑈𝐶 Substituindo os dados apresentados no item: 10 = 50 − 25 − 10 + 𝑇𝑈𝐶 → 𝑇𝑈𝐶 = −5 De fato, há um déficit em transferências unilaterais correntes no valor de US$ 5 bilhões. Resposta: VERDADEIRO (4) Vamos relembrar que o deflator implícito do PIB é um índice de preços de Paasche, ou seja, utiliza as quantidades do período atual como fator de ponderação. Algebricamente: Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 84 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑏,𝑡 = 𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡 𝑏 = ∑ 𝑃𝑡 𝑖 . 𝑄𝑡 𝑖𝑛 𝑖=1 ∑ 𝑃𝑏 𝑖 . 𝑄𝑡 𝑖𝑛 𝑖=1 Dessa forma, não é possível falar em variação do custo de aquisição de uma cesta fixa de bens e serviços, tendo em vista que o fator de ponderação muda sempre que alteramos o período atual em relação ao período base. Resposta: FALSO 15. ANPEC – 2015 – Questão 9 Classifique as afirmativas como Verdadeiras (V) ou Falsas (F): (0) Se numa economia o investimento é superior à poupança doméstica, o saldo das transações correntes do balanço de pagamentos é negativo. (1) Quando as pessoas habitam em casa própria, a habitação não é computada no cálculo do PIB. (3) A cesta de bens incluída no deflator implícito da renda muda de ano em ano dependendo daquilo que estiver sendo produzido na economia. (4) O deflator implícito da renda mede os preços de um grupo menor de bens do que o índice de preços ao consumidor. RESOLUÇÃO: (0) Da igualdade entre investimento e poupança, temos: 𝐼 = 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 Sabendo que a poupança doméstica (𝑆𝐷𝑜𝑚) é a soma entre a poupança privada e a poupança do governo: 𝐼 = 𝑆𝐷𝑜𝑚 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 → 𝐼 − 𝑆𝐷𝑜𝑚 = 𝑆𝐸𝑥𝑡 Se o investimento é mais alto que a poupança doméstica (𝐼 − 𝑆𝐷𝑜𝑚 > 0), então a poupança externa é positiva, 𝑆𝐸𝑥𝑡 > 0. Tendo em vista que 𝑆𝐸𝑥𝑡 = −𝑇𝐶, o saldo em transações correntes no BP é negativo. Resposta: VERDADEIRO (1) Já vimos que a habitação de pessoas que moram em casa própria é incluída sim no cálculo do PIB. Isso é feito por meio da inclusão do valor do aluguel implícito que os proprietários de imóveis próprios pagam a si mesmos. Resposta: FALSO (3) Conforme já vimos anteriormente, o deflator implícito do PIB (ou deflator implícito da renda) é um índice de preços de Paasche, isto é, analisa a variação de preços utilizando a cesta do período atual como fator de ponderação. Assim, a cesta incluída muda de ano em ano. Resposta: VERDADEIRO (4) O deflator implícito da renda mede a variação nos preços de TODOS os bens e serviços finais produzidosna economia. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 85 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Por sua vez, o índice de preços ao consumidor mede a variação nos preços de uma cesta fixa de bens. Assim, o grupo de bens incluído no deflator implícito da renda é MAIOR que aquele incluído no índice de preços ao consumidor. Resposta: FALSO 16. ANPEC – 2016 – Questão 1 Um país realizou, em determinado ano t, as seguintes transações com o exterior, com todos os pagamentos sendo feitos em US$ milhões e à vista: a) Exportações: 800; b) Importações: 600; c) Fretes pagos ao exterior: 250; d) Investimento estrangeiro direto recebido do exterior em equipamentos: 100; e) Donativos recebidos em mercadorias: 20; f) Empréstimos recebidos de bancos estrangeiros: 300; g) Amortizações de empréstimos pagos a bancos estrangeiros: 80; h) Juros pagos ao exterior: 70. Com base nas informações acima, classifique as afirmativas como verdadeiras (V) ou falsas (F) para o ano t: (0) O superávit da balança comercial foi de US$ 200 milhões; (1) O país teve um déficit na conta de transações correntes do balanço de pagamentos de US$ 200 milhões; (2) A renda líquida enviada ao exterior foi de US$ 50 milhões; (3) O saldo da conta financeira do balanço de pagamentos foi superavitário em US$ 320 bilhões; (4) As reservas internacionais aumentaram em US$ 100 milhões. RESOLUÇÃO: Em primeiro lugar, vejamos os lançamentos contábeis associados às transações apresentadas. a) Exportações: 800; Crédito - A exportação de bens gera entrada de divisas no país, logo teremos um crédito de $800 na conta exportações (balança comercial - conta corrente). Débito - Como o exportador recebeu o pagamento em dinheiro, teremos um débito de $800 indicando um aumento nos ativos de reserva (conta financeira). Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 86 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br b) Importações: 600; c) Fretes pagos ao exterior: 250; d) Investimento estrangeiro direto recebido do exterior em equipamentos: 100; e) Donativos recebidos em mercadorias: 20; f) Empréstimos recebidos de bancos estrangeiros: 300; g) Amortizações de empréstimos pagos a bancos estrangeiros: 80; Crédito - A saída de divisas ocasionada gera um crédito de $600 em ativos de reserva (conta financeira). Lembre que essa conta diminui o saldo a crédito. Débito - A importação de bens gera saída de divisas no país, logo teremos um débito de $600 na conta importações (balança comercial - conta corrente). Crédito - A saída de divisas ocasionada gera um crédito de $250 em ativos de reserva (conta financeira). Lembre que essa conta diminui o saldo a crédito. Débito - O pagamento de fretes gera saída de divisas no país, logo teremos um débito de $250 na conta fretes (balança de serviços - conta corrente). Crédito - O investimento direto recebido, uma entrada de divisas, configura um crédito de $100 (conta financeira). Débito - Como o investimento foi recebido sob a forma de equipamentos, há um débito de $100 em importações (balança comercial - conta corrente). Crédito - O recebimento dos donativos, uma entrada de divisas, configura um crédito de $20 em rendas secundárias (conta corrente). Débito - Como os donativos foram recebidos sob a forma de mercadorias, há um débito de $20 em importações (balança comercial - conta corrente). Crédito - O recebimento de empréstimos, uma entrada de divisas, configura um crédito de $300 em outros investimentos (conta financeira). Débito - A saída de divisas gera um débito de $300 em ativos de reserva (conta financeira). Lembre que essa conta aumenta o saldo a débito. Crédito - A saída de divisas origina um crédito de $80 em ativos de reserva (conta financeira). Débito - O pagamento das amortizações, uma saída de divisas, gera um débito de $80 em outros investimentos (conta financeira). Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 87 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br h) Juros pagos ao exterior: 70. A seguir, veja a estrutura resumida do BP com base nessas transações realizadas. Balanço de Pagamentos (BPM6) Conta Crédito Débito I) Conta Corrente 220 I.A. Balança Comercial 80 Exportação de Mercadorias 800 (a) Importação de Mercadorias 600 (b) 100 (d) 20 (e) I.B. Balança de Serviços 250 Frete 250 (c) I.C. Renda primária 70 Juros 70 (h) I.D. Renda secundária 20 Recebimento de donativos 20 (e) III. Conta financeira Investimento direto 100 (d) Outros investimentos 300 (f) 80 (g) Ativos de reserva 600 (b) 250 (c) 80 (g) 70 (h) 800 (a) 300 (f) (0) A balança comercial foi superavitária em US$ 80 milhões. Resposta: FALSO (1) Verificamos um déficit em transações correntes no valor de US$ 220 milhões. Resposta: FALSO (2) A renda líquida enviada ao exterior é dada pelo saldo (com sinal trocado) da balança de renda primária e de renda secundária. 𝑅𝐿𝐸𝐸 = −(−70 + 20) → 𝑅𝐿𝐸𝐸 = 50 Assim, a renda líquida enviada ao exterior foi de US$ 50 milhões Resposta: VERDADEIRO Crédito - A saída de divisas origina um crédito de $70 em ativos de reserva (conta financeira). Débito - O pagamento dos juros, uma saída de divisas, gera um débito de $70 em rendas primárias (conta corrente). Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 88 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br (3) Na versão BPM6, a conta ativos de reserva desempenha um papel fundamental para que o saldo como um todo seja sempre nulo (em decorrência da técnica das partidas dobradas). Essa conta, na versão BPM5, fazia parte dos capitais compensatórios (cujo saldo correspondia ao saldo do BP com sinal trocado). Desconsiderando a conta ativos de reserva, o saldo da conta financeira é dado por: 𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎 = 100 + 300 − 80 = 320 A conta financeira apresentou um superávit de US$ 320 milhões. Resposta: VERDADEIRO (4) Com base nos lançamentos realizados, o saldo da conta ativos de reserva (que capta variações nas reservas internacionais) é: 𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎 = 600 + 250 + 80 + 70 − 800 − 300 = −100 Temos um débito de 100. Como o saldo dessa conta aumenta a débito, houve um aumento de US$ 100 milhões nas reservas internacionais. Resposta: VERDADEIRO 17. ANPEC – 2017 – Questão 1 Classifique as seguintes afirmativas como verdadeiras (V) ou falsas (F): (0) Em uma economia fechada, o PIB coincide com o PNB. (1) O deflator implícito do PIB corresponde à razão entre o PNB e o PIB. (2) A remessa de dinheiro de brasileiros residentes no exterior a familiares no Brasil não altera a Renda Nacional Bruta. (3) Um bem que foi produzido no ano t e vendido no ano t+1 é computado no PIB do ano t e não entra no cálculo do PIB do ano t+1. (4) Supondo que o orçamento do governo esteja equilibrado, um excesso de investimentos em relação à poupança privada implica um déficit em transações correntes do balanço de pagamentos. RESOLUÇÃO: (0) O que diferencia o PIB do PNB é o saldo de rendas com o resto do mundo: 𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸 Se a economia é fechada, temos 𝑅𝐿𝐸𝐸 = 0. Portanto, o PIB coincide com o PNB. Resposta: VERDADEIRO (1) O deflator implícito do PIB é a razão entre o PIB nominal e o PIB real: Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 89 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 = 𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡 𝑏 = ∑ 𝑃𝑡 𝑖. 𝑄𝑡 𝑖𝑛 𝑖=1 ∑ 𝑃𝑏 𝑖 . 𝑄𝑡 𝑖𝑛 𝑖=1 Lembrando que se trata de um índice de preços de Paasche. Resposta: FALSO (2) Sabemos que a renda líquida enviada ao exterior corresponde à soma (com sinal trocado) da balança de primária (antiga balança de renda) e de renda secundária (antiga transferênciasunilaterais correntes). Como remessa de dinheiro de brasileiros residentes no exterior a familiares no Brasil é contabilizada na rubrica renda secundária, essa transação afeta a RLEE, que por sua vez afeta o Produto Nacional Bruto (que equivale à Renda Nacional Bruta). Resposta: FALSO (3) O PIB é a soma do valor de todos os bens e serviços finais produzidos na economia em determinado período. Assim, de fato, um bem (final) que foi produzido no ano t e vendido no ano t+1 é computado no PIB do ano t e não entra no cálculo do PIB do ano t+1. Resposta: VERDADEIRO (4) Caso o governo tenha um orçamento equilibrado (gasta exatamente sua renda líquida), a poupança pública é nula: 𝑆𝐺𝑜𝑣 = 0. A partir da igualdade entre poupança e investimento: 𝐼 = 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 → 𝐼 = 𝑆𝑃 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 → 𝐼 − 𝑆𝑃 = 𝑆𝐸𝑥𝑡 Se tivermos um excesso do investimento sobre a poupança privada, a poupança externa é positiva: 𝐼 − 𝑆𝑃 = 𝑆𝐸𝑥𝑡 > 0 Se a poupança externa é positiva, há um déficit em transações correntes do balanço de pagamentos (lembre que 𝑆𝐸𝑥𝑡 = −𝑇𝐶). Resposta: VERDADEIRO 18. ANPEC – 2017 – Questão 2 Avalie as assertivas abaixo: (0) No sistema de contas nacionais, a formação de estoques não afeta a renda. (1) Se, em 2014, foram vendidas 120 unidades de um bem A a R$ 30,00 cada e 60 unidades de um bem B a R$ 15,00 cada, e, em 2015, foram vendidas 120 unidades de A a R$ 35,00 cada e 80 unidades de B a R$ 15,00 cada, então, tomando-se apenas esses dois bens, o índice de preços de Paasche em 2015 (2014 como base) foi de 1,125. (2) Se a relação entre o preço dos bens finais importados e o preço dos bens finais produzidos no país aumenta, a relação entre o deflator do PIB e o índice de preços ao consumidor também aumenta. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 90 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br (3) Se, em determinado ano, foi registrado um déficit de US$ 800 bilhões nas transações correntes dos EUA, as reservas internacionais mantidas por seu Banco Central caíram em US$ 5 bilhões e os Bancos Centrais do resto do mundo compraram US$ 440 bilhões para serem adicionados às suas próprias reservas, então o saldo de US$ 435 bilhões foi a medida da contribuição de todos os Bancos Centrais para cobrir o déficit em transações correntes dos EUA naquele ano. (4) Quando uma cafeteria localizada nos EUA compra um lote de grãos de café do Brasil, registram-se, no balanço de pagamentos brasileiro, um crédito nas transações correntes e um débito na conta capital. RESOLUÇÃO: (0) A formação de estoques é contabilizada no investimento da economia: 𝐼 = 𝐹𝐵𝐾𝐹 + Δ𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 Na medida em que a variação de estoques afeta os investimentos, haverá um impacto na renda. Isto porque, pela ótica da despesa (e segundo a identidade contábil básica produto = renda = despesa): 𝑌 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + (𝑋 − 𝑀) Resposta: FALSO (1) O item nos apresenta as seguintes informações: Ano Bem Preço (R$) Quantidade 2014 A 30 120 B 15 60 2015 A 35 120 B 15 80 O índice de preços de Paasche em 2015 (2014 como base) corresponde ao deflator implícito do PIB neste período: 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟2015 = ∑ 𝑃2015 𝑖 . 𝑄2015 𝑖𝑛 𝑖=1 ∑ 𝑃2014 𝑖 . 𝑄2015 𝑖𝑛 𝑖=1 = 35(120) + 15(80) 30(120) + 15(80) = 5.400 4.800 = 1,125 Resposta: VERDADEIRO (2) O deflator implícito do PIB, definido como a razão entre o PIB nominal e o PIB real, mede a variação dos preços de todos os bens e serviços finais produzidos na economia, tendo o período atual como fator de ponderação. Assim, esse índice não inclui as importações em seu cálculo. Por sua vez, o índice de preços ao consumidor mensura a variação nos preços de uma cesta de consumo, incluindo, portanto, bens produzidos internamente e importados. Temos, pois, que se a relação entre o preço dos bens finais importados e o preço dos bens finais produzidos no país aumenta, a relação entre o deflator do PIB e o índice de preços ao consumidor diminui (pois sabemos que o índice de preços ao consumidor aumentará mais que proporcionalmente, dado que inclui importados e o deflator, não). Resposta: FALSO (3) A contribuição de todos os Bancos Centrais para cobrir o déficit em transações correntes dos EUA naquele ano corresponde ao saldo de US$ 440 bilhões, valor dos títulos americanos que eles compraram para serem adicionados às suas próprias reservas. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 91 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Resposta: FALSO (4) O item descreve uma exportação de grãos, cujo registro é um crédito (dado que exportação gera entrada de divisas no país) em transações correntes (mais precisamente na balança comercial), e um débito equivalente na conta ativos de reserva (o saldo dessa conta aumenta a débito), que faz parte da conta financeira. Resposta: FALSO 19. ANPEC – 2018 – Questão 1 Suponha que as seguintes operações foram registradas para a economia brasileira durante o ano t: • Uma firma exporta um bem por 300 mil dólares e o pagamento será feito daqui a 90 dias; • Um importador compra vinho de uma empresa chilena por 500 mil dólares e o pagamento será feito daqui a 30 dias; • Um investidor local investe 1 milhão de dólares no Paraguai num projeto de exploração de gás natural; • Uma firma paga 200 mil dólares a um banco irlandês por serviços financeiros (comissões e juros); • O governo efetua uma doação de 300 mil dólares à Bolívia; • Um fundo de investimento da Inglaterra investe 500 mil dólares na bolsa de valores brasileira; • Um fundo de investimento brasileiro investe 300 mil dólares em bônus internacionais. Com base nas informações acima, classifique as seguintes afirmativas como verdadeiras (V) ou falsas (F) para o ano t: (0) O saldo da balança comercial foi deficitário em 200 mil dólares. (1) O saldo da conta de transações correntes do balanço de pagamentos foi deficitário em 400 mil dólares. (2) O saldo total do balanço de pagamentos foi deficitário em 1,3 milhão de dólares. (3) O saldo da conta capital e financeira do balanço de pagamentos foi deficitário em 600 mil dólares. (4) As reservas internacionais reduziram 300 mil dólares. RESOLUÇÃO: Vamos fazer os lançamentos (em mil dólares) associados as transações apresentadas. (a) Uma firma exporta um bem por 300 mil dólares e o pagamento será feito daqui a 90 dias; (b) Um importador compra vinho de uma empresa chilena por 500 mil dólares e o pagamento será feito daqui a 30 dias; Crédito - A exportação do bem, uma entrada de divisas, é registrada como um crédito de $300 em exportações (balança comercial - conta corrente). Débito - O financiamento é lançado como um débito de $300 em outros investimentos (conta financeira). Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 92 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br (c) Um investidor local investe 1 milhão de dólares no Paraguai num projeto de exploração de gás natural; (d) Uma firma paga 200 mil dólares a um banco irlandês por serviços financeiros (comissões e juros); (e) O governo efetua uma doação de 300 mil dólares à Bolívia; (f) Um fundo de investimento da Inglaterra investe 500 mil dólares na bolsa de valores brasileira; (g) Um fundo de investimento brasileiro investe 300 mil dólares em bônus internacionais. Crédito - O financiamento é lançado como um crédito de $500 em outros investimentos (conta financeira). Débito - A importação do bem, uma saída de divisas, é registrada como um débito de $500 em importações (balança comercial - conta corrente). Crédito - A saída de divisas que acontece é lançada como um crédito de 1.000 em ativos de reserva (conta financeira). Lembre que o saldo dessa conta diminui a crédito. Débito - A realização do investimento direto no exterior, uma saída de divisas, é registada como um débito de 1.000 eminvestimento direto (conta financeira). Crédito - A saída de divisas que acontece é lançada como um crédito de 200 em ativos de reserva (conta financeira). Lembre que o saldo dessa conta diminui a crédito. Débito - O pagamento de comissões e juros ao exterior, uma saída de divisas, é registada como um débito de 200 em renda primária (conta corrente). Crédito - A saída de divisas que acontece é lançada como um crédito de $300 em ativos de reserva (conta financeira). Lembre que o saldo dessa conta diminui a crédito. Débito - A doação feita para a Bolívia, uma saída de divisas, é registada como um débito de $300 em renda secundária (conta corrente). Crédito - O investimento na bolsa brasileira, uma entrada de divisas, é lançado como um crédito de $500 em investimento em carteira (conta financeira). Débito - A entrada de divisas que acontece é lançada como um débito de $500 em ativos de reserva (conta financeira). Lembre que o saldo dessa conta diminui a débito. Crédito - A saída de divisas origina um crédito de $300 em ativos de reserva (conta financeira). Débito - O investimento nos bônus internacionais, uma saída de divisas, é lançado como um débito de $300 em investimento em carteira (conta financeira). Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 93 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br A seguir, veja a estrutura resumida do BP com base nessas transações realizadas. Balanço de Pagamentos (BPM6) Conta Crédito Débito I) Conta Corrente 700 I.A. Balança Comercial 200 Exportação de Mercadorias 300 (a) Importação de Mercadorias 500 (b) I.B. Balança de Serviços Frete I.C. Renda primária Comissões e juros 200 (d) I.D. Renda secundária Donativos 300 (e) III. Conta financeira 700 Investimento direto 1.000 (c) Investimento em carteira 500 (f) 300 (g) Outros investimentos 500 (b) 300 (a) Ativos de reserva 1.000 (c) 200 (d) 300 (e) 300 (g) 500 (f) (0) O saldo da balança comercial foi deficitário em 200 mil dólares. Só relembrando que a balança comercial inclui apenas exportação e importação de bens. As transações envolvendo serviços são contabilizadas na balança de serviços. Resposta: VERDADEIRO (1) O saldo em transações correntes foi deficitário em 700 mil dólares. Resposta: FALSO (2) No BPM6, a conta ativos de reserva desempenha o papel de garantir que o saldo total do BP seja nulo (em decorrência da técnica das partidas dobradas). Para responder esse item, vamos calcular o saldo da conta financeira, desconsiderando os ativos de reserva. 𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎 = 500 + 500 − 1.000 − 300 − 300 = −600 Somando esse saldo com o da conta corrente: 𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝐵𝑃 = −600 − 700 = −1.300 O saldo do BP foi, de fato, deficitário em 1,3 milhão de dólares. Resposta: VERDADEIRO Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 94 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br (3) Acabamos de ver no item anterior que, desconsiderando a conta ativos de reserva, temos um saldo na conta financeira deficitário em 600 mil dólares. Resposta: VERDADEIRO (4) Para verificarmos em quanto as reservas internacionais variaram, precisamos conhecer o saldo da conta ativos de reserva. 𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎 = 1.000 + 200 + 300 + 300 − 500 = 1.300 O saldo total dessa conta é um crédito de 1,3 milhão de dólares. Como o saldo de ativos de reserva diminui a crédito, as reservas internacionais foram reduzidas exatamente em 1,3 milhão de dólares (montante utilizado para financiar o déficit no BP). Resposta: FALSO 20. ANPEC – 2019 – Questão 1 Avalie como verdadeiras ou falsas as seguintes afirmativas: (0) O PIB real refere-se à contabilização do valor de mercado, ao preço de um período base, de tudo o que foi produzido de bens e serviços finais dentro de um território. (1) Os rendimentos pagos aos empregados domésticos não são contabilizados no sistema de Contas Nacionais. (2) Se o PIB nominal cresceu 50% e o PIB real cresceu 20%, então o deflator implícito do PIB é de 30%. (3) Os estoques indesejados são contabilizados como investimento nas Contas Nacionais. (4) Os pagamentos de juros de empréstimos realizados por empresas privadas nacionais junto a instituições financeiras estrangeiras fazem parte da conta de transações correntes do balanço de pagamentos. RESOLUÇÃO: (0) O item traz a definição do conceito de PIB real (a preços constantes), utilizado principalmente em análises de séries temporais. Resposta: VERDADEIRO (1) Os rendimentos pagos aos empregados domésticos são contabilizados como salários, e portanto, fazem parte do cálculo do PIB. Sob a ótica da renda, o PIB corresponde a soma das remunerações de todos os fatores de produção. Resposta: FALSO (2) O deflator implícito do PIB é dado pela razão entre o PIB nominal e o PIB real. Com base nos dados apresentados na questão, temos: 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 = 𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡 𝑏 Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 95 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br A taxa de variação do deflator pode ser aproximada por: Δ𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 = Δ𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡 − Δ𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡 𝑏 Substituindo os valores fornecidos no item: Δ𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑏,𝑡 = (1 + 0,5) − (1 + 0,2) = 1,3 Ou seja, o deflator implícito do PIB teve um crescimento de aproximadamente 30%. Perceba que esse valor representa a taxa de crescimento do deflator, e não o seu valor. Por isso o item é falso. Resposta: FALSO (3) O investimento bruto de uma economia é composto pela formação bruta de capital fixo e formação de estoques: I = FBKF + ΔEstoque Resposta: VERDADEIRO (4) O pagamento de juros faz parte da balança de rendas primárias, que está inserida nas transações correntes do BP. Resposta: VERDADEIRO 21. ANPEC – 2019 – Questão 1 Um país realizou durante um ano as seguintes transações com o exterior: •Recebimento de doações humanitárias, na forma de alimentos, no valor de 1 bilhão. •Importações de mercadorias no valor FOB de 7 bilhões. •Pagamento de 13 bilhões em amortizações da dívida externa. •Pagamentos de juros da dívida externa no valor de 5 bilhões. •Exportações de mercadorias no valor FOB de 15 bilhões. •Recebimento de novos empréstimos e financiamento do exterior no valor de 16 bilhões. •Pagamentos de fretes internacionais no valor de 3 bilhões. Com base nestas informações e supondo a inexistência de erros e omissões, avalie como verdadeiras ou falsas as assertivas abaixo: (0) O saldo da balança comercial foi superavitário em 8 bilhões. (1) O saldo da conta de transações correntes foi zero. (2) O PNB foi menor que o PIB. (3) Houve uma saída líquida de 2 bilhões pela conta financeira do balanço de pagamentos. (4) Houve acumulação líquida de 3 bilhões de reservas internacionais pelo Banco Central. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 96 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br RESOLUÇÃO: Os lançamentos (em bilhões) associados as transações apresentadas são feitos a seguir. (a) Recebimento de doações humanitárias, na forma de alimentos, no valor de 1 bilhão. (b) Importações de mercadorias no valor FOB de 7 bilhões. (c) Pagamento de 13 bilhões em amortizações da dívida externa. (d) Pagamentos de juros da dívida externa no valor de 5 bilhões. (e) Exportações de mercadorias no valor FOB de 15 bilhões. (f) Recebimento de novos empréstimos e financiamento do exterior no valor de 16 bilhões. Crédito - O recebimento das doações humanitárias, uma entrada de divisas, é registrado como um crédito de $1 em rendas secundárias (conta corrente). Débito - Como os donativos foram recebidos na forma de alimentos, há um débito de $1 em importações (balança comercial - conta corrente). Crédito - A saída de divisas que acontece é lançada como um créditode $7 em ativos de reserva (conta financeira). Lembre que o saldo dessa conta diminui a crédito. Débito - A importação de mercadorias, uma saída de divisas, é registrada como um débito de $7 em importações (balança comercial - conta corrente). Crédito - A saída de divisas que acontece é lançada como um crédito de $13 em ativos de reserva (conta financeira). Débito - O pagamento das amortizações, uma saída de divisas, é registrado como um débito de $13 em outros investimentos (conta financeira). Crédito - A saída de divisas que acontece é lançada como um crédito de $5 em ativos de reserva (conta financeira). Débito - O pagamento dos juros, uma saída de divisas, é registrado como um débito de $5 em rendas primárias (conta corrente). Crédito - A exportação de mercadorias, uma entrada de divisas, é registrada como um crédito de $15 em exportações (balança comercial - conta corrente). Débito - A entrada de divisas que acontece é lançada como um débito de $15 em ativos de reserva (conta financeira). Lembre que o saldo dessa conta aumenta a débito. Crédito - O recebimento de empréstimos e financiamentos, uma entrada de divisas, é registrado como um crédito de $16 em outros investimentos (conta financeira). Débito - A entrada de divisas que acontece é lançada como um débito de $16 em ativos de reserva (conta financeira). Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 97 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br (g) Pagamentos de fretes internacionais no valor de 3 bilhões. A estrutura do Balanço de Pagamentos fica da seguinte forma: Balanço de Pagamentos (BPM6) Conta Crédito Débito I) Conta Corrente 0 I.A. Balança Comercial 7 Exportação de Mercadorias 15 (e) Importação de Mercadorias 1 (a) 7 (b) I.B. Balança de Serviços 3 Frete 3 (g) I.C. Renda primária 5 Comissões e juros 5 (d) I.D. Renda secundária 1 Donativos 1 (a) III. Conta financeira 0 Outros investimentos 16 (f) 13 (c) Ativos de reserva 7 (b) 13 (c) 5 (d) 3 (g) 15 (e) 16 (f) (0) O saldo da balança comercial apresenta um superávit no valor de 7 bilhões. Vale destacar que devemos lançar como importação o valor dos bens recebidos na forma de doação. E não custa nada reforçar: a balança comercial inclui apenas exportação e importação de bens. Resposta: FALSO (1) Vimos que o saldo em transações correntes foi zero na situação apresentada. Resposta: VERDADEIRO (2) Para chegar a alguma conclusão em relação a diferença entre PIB e PNB, devemos obter a renda líquida enviada ao exterior: 𝑅𝐿𝐸𝐸 = −(𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑝𝑟𝑖𝑚á𝑟𝑖𝑎 + 𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑠𝑒𝑐𝑢𝑛𝑑á𝑟𝑖𝑎) 𝑅𝐿𝐸𝐸 = −(−5 + 1) = 4 > 0 Sabendo que 𝑅𝐿𝐸𝐸 > 0 e 𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸, temos que o PNB é menor que o PIB. Resposta: VERDADEIRO Crédito - A saída de divisas que acontece é lançada como um crédito de $3 em ativos de reserva (conta financeira). Débito - O pagamento de fretes, uma saída de divisas, é registrado como um débito de $3 na balança de serviços (conta corrente). Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 98 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br (3) No BPM6, a conta ativos de reserva desempenha um papel importante para garantir que o saldo global seja nulo (uma consequência da técnica das partidas dobradas). No BPM5, essa conta fazia parte dos capitais compensatórios (e não da conta financeira). Vejamos qual o saldo da conta financeira, sem ativos de reserva. 𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎 = 16 − 13 Desconsiderando a conta ativos de reserva, a conta financeira do BP foi superavitária, ou seja, houve uma entrada líquida de 3 bilhões. Resposta: FALSO (4) Para verificarmos em quanto as reservas internacionais variaram, precisamos conhecer o saldo da conta ativos de reserva. 𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎 = 7 + 13 + 5 + 3 − 15 − 16 = −3 O saldo total dessa conta é um débito de 3 bilhões. Como o saldo de ativos de reserva aumenta a débito, as reservas internacionais tiveram um aumento de 3 bilhões. Resposta: VERDADEIRO 22. ANPEC – 2020 – Questão 1 Com base na sexta edição do Manual do Balanço de Pagamentos do Fundo Monetário Internacional (BPM6), avalie as seguintes afirmativas como verdadeiras ou falsas: (0) As variações nas reservas internacionais são contabilizadas na Conta Financeira como Ativos de Reserva. (1) Os salários recebidos por trabalhadores residentes, quando trabalham para uma empresa não residente no país, são contabilizados na Conta de Serviços. (2) As remessas de dinheiro de imigrantes no exterior para seus países de origem são contabilizadas na Conta Capital. (3) A amortização de um passivo externo é contabilizada na Conta de Rendas Primárias. (4) O saldo da Conta Financeira é calculado pela diferença entre a aquisição líquida de Ativos Financeiros e a incidência líquida de Passivos Financeiros. RESOLUÇÃO: (0) Com a adoção do BPM6, as variações nas reservas internacionais passaram a ser contabilizadas na Conta Financeira como Ativos de Reserva. Essa é uma grande mudança em relação à versão anterior, o BPM5. Resposta: VERDADEIRO (1) A remuneração desses trabalhadores é contabilizada na rubrica renda primária (antiga balança de renda), que capta as remunerações dos fatores de produção. Resposta: FALSO Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 99 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br (2) Essas remessas de dinheiro de imigrantes no exterior para seus países de origem são registradas na rubrica renda secundária (antiga transferências unilaterais correntes), que faz parte das transações correntes, e não da conta capital. Resposta: FALSO (3) Da mesma forma que no BPM5, a amortização continua incluída em outros investimentos, na conta financeira. Resposta: FALSO (4) O item descreve com exatidão a nova forma em que é obtido o saldo da conta financeira. Resposta: VERDADEIRO 23. ANPEC – 2020 – Questão 3 Avalie as seguintes afirmativas: (0) Para fins de registro nas Contas Nacionais, o investimento é qualquer gasto em bem ou serviço final que aumenta a capacidade da economia de produzir mais no futuro. (1) O Produto Nacional Bruto de um país é a soma de todos os pagamentos a fatores de produção empregados dentro de suas fronteiras. (2) A diferença entre Produto Interno Bruto e Produto Nacional Bruto de um país deve-se exclusivamente ao pagamento de fatores de produção empregados nesse país que são propriedade de não residentes. (3) Nas Contas Nacionais, o investimento das famílias em capital humano é contabilizado como gasto de consumo. (4) A melhora da qualidade dos produtos enviesa o PIB para cima. RESOLUÇÃO: (0) O investimento bruto é composto pela formação bruta de capital fixo (que é qualquer gasto em bem ou serviço final que aumenta a capacidade da economia de produzir mais no futuro) mais a acumulação de estoque. 𝐼 = 𝐹𝐵𝐾𝐹 + Δ𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 O item é falso, pois excluiu a acumulação de estoques da definição de investimento. Resposta: FALSO (1) O Produto Nacional Bruto inclui a remuneração paga aos fatores de produção de posse dos residentes, não importa se esses fatores estão dentro ou fora das fronteiras do país. Relembrando que o PIB se diferencia do PNB em virtude da renda líquida enviada ao exterior: 𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸 O Produto Interno Bruto de um país é a soma de todos os pagamentos a fatores de produção empregados dentro de suas fronteiras. Resposta: FALSO Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 100 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br (2) Conforme acabamos de ver no item anterior, a diferença entre PIB e PNB se refere à renda líquida enviada ao exterior. Tal conceito inclui a renda enviada ao exterior (pagamento de fatores de produção empregados nesse país que são propriedadede não residentes) e a renda recebia do exterior (recebimento de remuneração de fatores de produção localizados no resto do mundo, que são propriedade de residentes). Logo o item se torna falso ao empregar a palavra “exclusivamente”. Muito cuidado, beleza?! Resposta: FALSO (3) Conforme vimos no item (0), no contexto de contas nacionais, o investimento agregado inclui a formação bruta de capital fixo e a acumulação de estoques. Tendo em vista que o investimento das famílias em capital humano não se enquadra em investimento agregado, ele é contabilizado como gasto de consumo. Resposta: VERDADEIRO (4) A melhora da qualidade dos produtos é de difícil mensuração e enviesa o PIB para BAIXO. Vamos pensar em uma situação para ilustrar esse fato. Antigamente a capacidade de processamento dos computadores era bem menor que hoje, sendo necessários, por exemplo, uma certa quantia de aparelhos para executar uma determinada função. Com o passar do tempo, os computadores foram ficando mais potentes, de modo que menos equipamentos sejam utilizados para desempenhar a mesma tarefa. Dessa forma, tudo o mais mantido constante, tende a haver uma diminuição nas estimativas do PIB real, isto é, do PIB a preços constantes (que mensura as variações no volume produzido). Importante perceber, que embora a melhora na qualidade dos produtos enviese o PIB para baixo, tal fato representa, de um modo geral, uma melhora na qualidade de vida das pessoas. Resposta: FALSO 24. ANPEC – 2020 – Questão 11 Considere uma economia hipotética fechada que produz e consome apenas três tipos de bens finais: X, Y e Z. Segundo a tabela a seguir para o ano-base e o ano corrente, avalie as afirmativas como verdadeiras ou falsas. O preço de cada bem é expresso em unidades monetárias ($). Ano Bens Quantidade (Unidades) Preço ($) Base X 3.000 2 Y 6.000 3 Z 8.000 4 Corrente X 4.000 3 Y 14.000 2 Z 32.000 5 (0) O PIB real para o ano corrente foi de $ 178.000. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 101 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br (1) O PIB real cresceu mais do que 250% entre o ano-base e o ano corrente. (2) O deflator do PNB entre o ano-base e o ano corrente foi inferior a 10%. (3) A mudança percentual no nível de preços entre o ano-base e o ano corrente medida pelo deflator do PNB foi superior à medida por um índice de preços ao consumidor do tipo Laspeyres. (4) Os bens Y e Z são complementares. RESOLUÇÃO: (0) O PIB real no ano corrente mensura a produção corrente aos preços do período base. Assim: 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡 𝑏 = ∑ 𝑃𝑏 𝑖 𝑄𝑡 𝑖 𝑛 𝑖=1 Portanto: 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡 𝑏 = 2(4.000) + 3(14.000) + 4(32.000) → 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡 𝑏 = 178.000 Resposta: VERDADEIRO (1) Para resolver esse item, primeiro vamos calcular o PIB real no período base: 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑏 𝑏 = 𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑏 = ∑ 𝑃𝑏 𝑖 𝑄𝑏 𝑖 𝑛 𝑖=1 Substituindo as informações fornecidas pela questão: 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑏 𝑏 = 2(3.000) + 3(6.000) + 4(8.000) → 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑏 𝑏 = 56.000 A taxa de variação no PIB real é aproximadamente: Δ𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙 = 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡 𝑏 − 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑏 𝑏 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑏 𝑏 → Δ𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙 = 178.000 − 56.000 56.000 → Δ𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙 = 2,1785 Houve um aumento de 217,85% no PIB real entre o ano base e o ano corrente, ou seja, a taxa de crescimento foi MENOR do que 250%. Resposta: FALSO (2) O Deflator do PIB é dado pela razão entre o PIB nominal e o PIB real: 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 = 𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡 𝑏 Vamos obter o PIB nominal no ano corrente: 𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡 = ∑ 𝑃𝑡 𝑖𝑄𝑡 𝑖 𝑛 𝑖=1 𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡 = 3(4.000) + 2(14.000) + 5(32.000) → 𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡 = 200.000 Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 102 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br O Deflator do PIB é dado por: 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 = 200.000 178.000 → 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 = 1,1236 Dessa forma, encontramos uma variação de 12,36% (= (1,1236 − 1)100%) no nível de preços entre o ano base e o ano corrente. Valor superior a 10%. Resposta: FALSO (3) Vamos calcular o índice de preços de Laspeyres (lembre-se de que ele utiliza as quantidades do período base como fator de ponderação): 𝐼𝑃𝐶𝑡 = ∑ 𝑃𝑡 𝑖𝑄𝑏 𝑖𝑛 𝑖=1 ∑ 𝑃𝑏 𝑖 𝑄𝑏 𝑖𝑛 𝑖=1 No item (1), nós encontramos o PIB nominal no ano base, ∑ 𝑃𝑏 𝑖 𝑄𝑏 𝑖𝑛 𝑖=1 = 56.000. Então: 𝐼𝑃𝐶𝑡 = 3(3.000) + 2(6.000) + 5(8.000) 56.000 → 𝐼𝑃𝐶𝑡 = 55.000 56.000 → 𝐼𝑃𝐶𝑡 = 0,9821 O IPC indica uma redução de 1,79% nos preços entre o período base e o corrente (= (0,9821 − 1)100%), sendo menor que a variação indicada pelo deflator do PIB. Resposta: VERDADEIRO (4) Calma que a aula é de Macro mesmo (não é de Micro não rsrsrsrs). Dois bens são classificados como complementares, quando são consumidos juntos. Podemos verificar isso por meio da elasticidade preço cruzada. Caso ela seja negativa, os bens são complementares; se for positiva, os bens são substitutos; e se for nula, os bens são independentes. Tratamos desse assunto com mais detalhes em uma aula de Micro. Vamos calcular a elasticidade preço cruzada entre os bens Y e Z: 𝜀 = Δ𝑄𝑌 𝑄𝑏 𝑌⁄ Δ𝑃𝑍 𝑃𝑏 𝑍⁄ 𝜀 = (14.000 − 6.000) 6.000⁄ (5 − 4) 4⁄ → 𝜀 = 1,3333 0,25 → 𝜀 = 5,33 > 0 Encontramos um valor positivo, indicando que nessa situação os bens se comportam como substitutos. Resposta: FALSO 25. ANPEC – 2021 – Questão 1 Avalie as assertivas abaixo: (1) Despesas com pagamentos de juros, lucros e dividendos a não residentes elevam o déficit na Conta Financeira do Balanço de Pagamentos. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 103 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br (2) Em uma economia aberta, o Produto Interno Bruto (PIB) é determinado pelos gastos com bens e serviços domésticos realizados apenas por residentes do país. (3) Se pensarmos no mundo com apenas dois países, Brasil e Resto do Mundo, um aumento da poupança do Resto do Mundo levará a um aumento no déficit comercial brasileiro. RESOLUÇÃO: (1) Em conformidade com o BPM6, despesas com pagamentos de juros, lucros e dividendos são incluídos na renda primária (antiga balança de rendas), contribuindo para elevar o déficit em transações correntes. Resposta: FALSO (2) O Produto Interno Bruto (PIB) é determinado pelos gastos com bens e serviços domésticos realizados dentro das fronteiras do país em determinado período de tempo, não importando se esses gastos são feitos por residentes ou não residentes. Resposta: FALSO (3) A poupança externa equivale ao déficit em transações correntes: 𝑆𝐸𝑥𝑡 = −𝑇𝐶 Com base na sexta edição do Manual do Balanço de Pagamentos do Fundo Monetário Internacional (BPM6), dentro das transações correntes estão inseridas a balança comercial, a balança de serviços, renda primária (antiga balança de renda) e renda secundária (antiga transações unilaterais correntes). Temos, portanto, que um aumento na poupança externa eleva o déficit em transações correntes, e não necessariamente o déficit comercial (que é apenas um item das transações correntes). Resposta: FALSO 26. ANPEC – 2021 – Questão 10 Assinale como verdadeiras ou falsas as assertivas abaixo: (0) Se uma firma localizada no Brasil é de propriedade de residentes na China, a remuneração de tais residentes por conta dessa propriedade não entra no cômputo do PIB do Brasil. (1) Se uma firma localizada no Brasil é de propriedade de residentes na China, a remuneração de tais residentes por conta dessa propriedade não entra no cômputo do PNB da China. (4) Por definição, a Renda Nacional deve ser igual ao Produto Nacional Líquido a Custo de Fatores. RESOLUÇÃO: (0) Lembre-se de que o PIB contabiliza o valor de todos os bens e serviços finais produzidos em determinada economia ao longo de certo período. Temos,portanto, que o PIB registra tudo o que é produzido internamente, independente da origem dos fatores de produção. Sob a ótica da renda, o PIB engloba a remuneração de todos os fatores de produção localizados dentro das fronteiras do país, não importando se são posse de residentes ou não Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 104 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br residentes. Assim, a remuneração dos chineses obtida em virtude da propriedade de uma firma localizada no Brasil entra sim no cômputo do PIB brasileiro. Essa remuneração faz parte da renda enviada ao exterior, de modo que não faça parte do PNB brasileiro. Nesse conceito, o PNB, são consideradas as remunerações dos fatores de produção de posse de residentes (independente se estão dentro da fronteira do país ou não). A diferença entre o PIB e o PNB é exatamente o fluxo de rendas do país com o resto do mundo. Mais precisamente, o PNB corresponde ao PIB menos a renda líquida enviada ao exterior: 𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 − 𝑅𝐿𝐸𝐸 Resposta: FALSO (1) Acabamos de ver no item (0) que o PNB inclui a remuneração dos fatores de produção possuídos por residentes do país, não importando se esses fatores estão dentro ou fora do território. Dessa forma, a remuneração da firma localizada no Brasil, de propriedade dos chineses, entra no PNB da China. Resposta: FALSO (4) Essa é exatamente a definição do conceito de Renda Nacional. A Renda Nacional Líquida (RNL), também denominada Renda Nacional (RN), equivale ao Produto Nacional Líquido a custo de fatores: 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑁𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 (𝑅𝑁𝐿) = 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑁𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 (𝑅𝑁) = 𝑃𝑁𝐿𝑐𝑓 = 𝑃𝐼𝐿𝑐𝑓 − 𝑅𝐿𝐸𝐸 Resposta: VERDADEIRO 27. ANPEC – 2021 – Questão 12 Com base nas seguintes informações do Sistema de Contas Nacionais, calcule a poupança do setor privado: Transações....................................................Valores em R$ Consumo do governo .....................................................100 Transferências do governo................................................20 Subsídios do governo .......................................................20 Impostos diretos ................................................................30 Impostos indiretos .............................................................40 Déficit em transações correntes ........................................10 Formação Bruta de Capital Fixo ........................................30 Variação de estoques ........................................................20 Outras receitas líquidas do governo ..................................60 Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 105 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br RESOLUÇÃO: A questão nos pede para obtermos a poupança privada. Para isso, usaremos a identidade entre poupança e investimento em uma economia aberta: 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 = 𝐼 Sabemos que a poupança externa equivale ao saldo do Balanço de Pagamentos em transações correntes (mas com sinal trocado): 𝑆𝐸𝑥𝑡 = −𝑇𝐶 → 𝑆𝐸𝑥𝑡 = −(−10) → 𝑆𝐸𝑥𝑡 = 10 A poupança do governo é dada pela diferença entre sua receita líquida e seus gastos com consumo corrente: 𝑆𝐺𝑜𝑣 = 𝑅𝐿𝐺 − 𝐺 E a renda líquida do governo é dada por: 𝑅𝐿𝐺 = 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐷𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 + 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐼𝑛𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 − 𝑆𝑢𝑏𝑠í𝑑𝑖𝑜𝑠 − 𝑇𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠 + 𝑂𝑢𝑡𝑟𝑎𝑠 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑠 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑜 𝐺𝑜𝑣𝑒𝑟𝑛𝑜 Assim, substituindo as informações fornecidas pelo enunciado: 𝑆𝐺𝑜𝑣 = (30 + 40 − 20 − 20 + 60) − 100 → 𝑆𝐺𝑜𝑣 = −10 Sabemos, também, que o investimento bruto é dado pela soma da formação bruta de capital fixo com a acumulação de estoques: 𝐼 = 𝐹𝐵𝐾𝐹 + Δ𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 → 𝐼 = 30 + 20 → 𝐼 = 50 De posse das informações que obtivemos, podemos encontrar a poupança do setor privado: 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 = 𝐼 → 𝑆𝑃 = 𝐼 − 𝑆𝐺𝑜𝑣 − 𝑆𝐸𝑥𝑡 → 𝑆𝑃 = 50 − 10 − (−10) → 𝑆𝑃 = 50 Resposta: 50 28. ANPEC – 2022 – Questão 1 No Balanço de Pagamentos de um país, no ano t, foram contabilizadas as seguintes operações: a) Uma empresa estrangeira realizou um investimento direto em uma subsidiária no país, em forma de máquinas e equipamentos, no valor de $10 bilhões. b) O país exportou alimentos no valor de $20 bilhões. c) Organizações Não Governamentais do país receberam donativos, em mercadorias, no valor de $1 bilhão. d) Subsidiárias nacionais no exterior enviaram lucros para suas matrizes no país no valor de $15 bilhões. e) O país importou petróleo no valor de $10 bilhões. f) Houve uma saída líquida de capitais para investimentos em carteira no valor de $25 bilhões. Com base nas informações acima, avalie as seguintes afirmativas como verdadeiras ou falsas: Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 106 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br (0) Os donativos recebidos tiveram um impacto positivo sobre o saldo em transações correntes no valor de $1 bilhão. (1) O investimento direto realizado pela empresa estrangeira teve um impacto negativo sobre o saldo em transações correntes no valor de $10 bilhões. (2) O país teve um superávit na balança comercial. (3) O PIB foi maior do que o PNB. (4) Não houve variação nas reservas internacionais. RESOLUÇÃO: Antes de respondermos cada item, vamos fazer os lançamentos contábeis referentes a cada operação. a) Uma empresa estrangeira realizou um investimento direto em uma subsidiária no país, em forma de máquinas e equipamentos, no valor de $10 bilhões. b) O país exportou alimentos no valor de $20 bilhões. c) Organizações Não Governamentais do país receberam donativos, em mercadorias, no valor de $1 bilhão. d) Subsidiárias nacionais no exterior enviaram lucros para suas matrizes no país no valor de $15 bilhões. Crédito - Quando a empresa estrangeira realiza um investimento direto na subsidiária no país, temos um crédito de $10 bilhões na conta investimento direto (conta financeira). Débito - Como o investimento foi realizado na forma de máquinas e equipamentos (esses itens entraram no país), temos um débito na conta importações no valor de $10 bilhões (balança comercial - conta corrente). Crédito - Quando o país exporta alimentos, há uma entrada de divisas. Portanto, teremos um crédito de $20 bilhões na conta exportações (balança comercial - conta corrente). Débito - Essa entrada de divisas provoca um aumento nos ativos de reserva. Como essa conta aumenta a débito, teremos um débito de $20 bilhões na conta ativos de reserva (conta financeira). Crédito - O recebimento de donativos configura uma entrada de divisas no país, de tal forma que seja lançado um crédito de $1 bilhão em rendas secundárias (conta corrente). Débito - Como a doação foi realizada em mercadorias (esses itens entraram no país), temos um débito na conta importações no valor de $1 bilhão (balança comercial - conta corrente). Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 107 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br e) O país importou petróleo no valor de $10 bilhões. f) Houve uma saída líquida de capitais para investimentos em carteira no valor de $25 bilhões. A seguir, veja a estrutura do BP com base nessas transações realizadas. Balanço de Pagamentos (BPM6) Conta Crédito Débito I) Conta Corrente 15 bilhões I.A. Balança Comercial 1 bilhão Exportação de Mercadorias 20 bilhões (b) Importação de Mercadorias 10 bilhões (a) 1 bilhão (c) 10 bilhões (e) I.C. Renda primária 15 bilhões Lucros e dividendos 15 bilhões (d) I.D. Renda secundária 1 bilhão Recebimento de donativos 1 bilhão (c) III. Conta financeira 15 bilhões Investimento direto 10 bilhões (a) Investimento em carteira 25 bilhões (f) Ativos de reserva 10 bilhões (e) 25 bilhões (f) 20 bilhões (b)15 bilhões (d) Crédito - O recebimento dos lucros pelas matrizes no país gera uma entrada de divisas, sendo lançado um crédito no valor de $15 bilhões em renda primária (conta corrente). Débito - Essa entrada de divisas provoca um aumento nos ativos de reserva. Como essa conta aumenta a débito, teremos um débito de $15 bilhões na conta ativos de reserva (conta financeira). Crédito - A saída de divisas para pagamento da importação provoca uma queda nos ativos de reserva. Como essa conta diminui a crédito, teremos um crédito de $10 bilhões na conta ativos de reserva (conta financeira). Débito - A importação de petróleo origina uma saída de divisas do país. Logo, temos um débito na conta importações no valor de $10 bilhões (balança comercial - conta corrente). Crédito - A saída de divisas provoca uma queda nos ativos de reserva. Como essa conta diminui a crédito, teremos um crédito de $25 bilhões na conta ativos de reserva (conta financeira). Débito - A saída líquida de capitais para investimentos em carteira é registrada como um débito na conta investimento em carteira no valor de $25 bilhões (conta financeira). Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 108 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br (0) Os donativos (transação c) foram recebidos sob a forma de mercadorias, configurando um débito de $1 bilhão nas importações (conta corrente). Logo, os donativos recebidos tiveram um impacto NEGATIVO sobre o saldo em transações correntes no valor de $1 bilhão. Resposta: FALSO (1) O investimento direto realizado pela empresa estrangeira (transação a) foi realizado sob a forma de máquinas e equipamentos, dando origem a um débito em importações no valor de $10 bilhões (conta corrente). De fato houve um impacto negativo sobre o saldo em transações correntes no valor de $10 bilhões. Resposta: VERDADEIRO (2) O saldo da balança comercial é dado pela soma dos saldos das contas de exportação (crédito de $20 bilhões) e de importação (débito de $21 bilhões). Logo, o saldo da balança comercial é um débito de $1 bilhão. Consequentemente, o país teve um DÉFICIT na balança comercial. Resposta: FALSO (3) Em primeiro lugar, relembre os conceitos de PIB e PNB que vimos em contas nacionais. - O PIB engloba a produção de bens e serviços finais realizada dentro das fronteiras de determinado território, independentemente da origem do capital. - O Produto Nacional Bruto (PNB) diz respeito ao valor adicionado gerado por fatores de produção de propriedade de residentes, não importando se estão dentro ou fora do território. Para partir do conceito interno e chegarmos no conceito nacional, devemos somar as rendas líquidas recebidas do exterior, 𝑅𝐿𝑅𝐸 (que são as rendas recebidas menos as rendas enviadas). Algebricamente, a relação é expressa da seguinte forma: 𝑃𝑁𝐵 = 𝑃𝐼𝐵 + 𝑅𝐿𝑅𝐸 Com base nas transações realizadas, o saldo agregado de rendas primárias e rendas secundárias é um crédito no valor de $16 bilhões. Ou seja, há uma entrada líquida de rendas recebidas do exterior, 𝑅𝐿𝑅𝐸 > 0. Assim, o PNB é maior que o PIB (oposto ao que o item afirma). Resposta: FALSO (4) Os lançamentos contábeis feitos na conta ativos de reserva totalizaram um crédito de $35 bilhões e um débito no mesmo valor. Isso dá um saldo nulo para a referida conta, de forma que não houve variação nas reservas internacionais. Resposta: VERDADEIRO Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 109 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br 29. ANPEC – 2022 – Questão 12 Assinale como verdadeiras ou falsas as seguintes assertivas com base nas informações contidas na tabela abaixo, sobre um país hipotético, para os anos de 2018 a 2020. Assuma que sejam produzidos apenas os bens finais A e B. A unidade de medida de cada variável está entre parêntesis. Ano População (habitantes) Bem final Quantidade (unidades) Preço ($) 2018 100 A B 5 10 5.000 10.000 2019 125 A B 10 20 10.000 5.000 2020 150 A B 15 15 10.000 5.000 (0) O PIB nominal per capita em 2020 foi de $1.500. (1) O PIB real contraiu 10% entre os anos de 2019 e 2020, a preços de 2018. (2) A taxa de crescimento anual do PIB real depende da escolha do ano-base para os preços. (3) O PIB real per capita cresceu 100% entre os anos de 2018 e 2019, a preços de 2018. (4) O deflator do PIB foi maior que zero entre os anos de 2019 e 2020. RESOLUÇÃO: (0) Nosso primeiro passo para responder esse item será encontrar o PIB nominal em 2020. 𝑃𝐼𝐵20 = 𝑃20 𝐴 𝑄20 𝐴 + 𝑃20 𝐵 𝑄20 𝐵 = 10.000(15) + 5.000(15) = 225.000 Para chegarmos ao PIB per capita, devemos dividir o PIB pelo número de habitantes. 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑐20 = 𝑃𝐼𝐵20 𝑁20 Em que 𝑁20 é o total de habitantes em 2020. Assim: 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑐20 = 225.000 150 = 1.500 Resposta: VERDADEIRO (1) Vamos calcular o PIB real de 2019 e 2020, a preços de 2018. 𝑃𝐼𝐵19 18 = 𝑃18 𝐴 𝑄19 𝐴 + 𝑃18 𝐵 𝑄19 𝐵 = 5.000(10) + 10.000(20) = 250.000 𝑃𝐼𝐵20 18 = 𝑃18 𝐴 𝑄20 𝐴 + 𝑃18 𝐵 𝑄20 𝐵 = 5.000(15) + 10.000(15) = 225.000 A taxa de variação entre os dois períodos é dada por: Δ%𝑃𝐼𝐵 𝑟𝑒𝑎𝑙 = 𝑃𝐼𝐵20 18 − 𝑃𝐼𝐵19 18 𝑃𝐼𝐵19 18 = 225.000 − 250.000 250.000 = −0,1 𝑜𝑢 − 10% Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 110 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Resposta: VERDADEIRO (2) Embora os preços sejam os mesmos em 2019 e 2020, eles diferem em 2018. Assim, realmente, a taxa de crescimento anual do PIB real depende da escolha do ano-base para os preços. Resposta: VERDADEIRO (3) No item (1), nós já encontramos o PIB real em 2019, a preços de 2018. 𝑃𝐼𝐵19 18 = 𝑃18 𝐴 𝑄19 𝐴 + 𝑃18 𝐵 𝑄19 𝐵 = 5.000(10) + 10.000(20) = 250.000 Em termos per capita: 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑐19 18 = 𝑃𝐼𝐵19 18 𝑁19 = 250.000 125 = 2.000 Vamos, agora, calcular essa grandeza para o ano 2018. 𝑃𝐼𝐵18 = 𝑃18 𝐴 𝑄18 𝐴 + 𝑃18 𝐵 𝑄18 𝐵 = 5.000(5) + 10.000(10) = 125.000 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑐18 = 𝑃𝐼𝐵18 𝑁18 = 125.000 100 = 1.250 Vejamos a taxa de crescimento do PIB real per capita entre os dois períodos. Δ%𝑃𝐼𝐵𝑝𝑐 𝑟𝑒𝑎𝑙 = 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑐19 18 − 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑐18 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑐18 = 2.000 − 1.250 1.250 = 0,6 𝑜𝑢 60% Resposta: FALSO (4) Relembre o seguinte: O deflator implícito do PIB é um índice de preços que mensura a evolução dos preços ao longo do período. Como os preços são os mesmos em 2019 e 2020, o deflator do PIB é IGUAL a zero entre os dois anos. Resposta: FALSO Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 111 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Resumo direcionado Veja a seguir um resumo que eu preparei com pontos importantes que vimos nesta aula. Faça o seu próprio resumo, e depois compare com esse meu. Produto Interno Bruto Bens e serviços usados (que foram produzidos em outro ano) NÃO influenciam em nada o PIB. A habitação de pessoas que habitam em casa própria entra no PIB. O PIB per capita corresponde ao PIB do período dividido pela população do local no mesmo período. Ótica do Produto 𝑃𝐼𝐵𝑡 = 𝑠𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑜 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑡𝑜𝑑𝑜𝑠 𝑜𝑠 𝑏𝑒𝑛𝑠 𝑒 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜𝑠 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑖𝑠 = ∑ 𝑃𝑡 𝑖𝑄𝑡 𝑖 𝑛 𝑖=1 𝑃𝐼𝐵 = 𝑠𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑎𝑑𝑖𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑚 = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 + 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑜 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 − 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑟𝑚𝑒𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 Ótica da Renda 𝑅𝐼𝐵𝑝𝑚 = 𝑠𝑎𝑙á𝑟𝑖𝑜𝑠 + 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 + 𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢é𝑖𝑠 + 𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜𝑠 + 𝑖𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑖𝑛𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 − 𝑠𝑢𝑏𝑠í𝑑𝑖𝑜𝑠 + 𝑑𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 𝐸𝑂𝐵 = 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 + 𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢é𝑖𝑠 + 𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜𝑠 Ótica da Despesa 𝐷𝐼𝐵𝑝𝑚 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + (𝑋 − 𝑀) Identidade Contábil Básica 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 ≡ 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 ≡ 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 Investimento 𝐼 = 𝐹𝐵𝐾𝐹 + Δ𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 Investimento Líquido: 𝐼𝐿 = 𝐹𝐵𝐾𝐹 + Δ𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠− 𝑑𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 Poupança do Governo 𝑆𝐺𝑜𝑣 = 𝑅𝐿𝐺 − 𝐺 𝑅𝐿𝐺 = 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐷𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 + 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐼𝑛𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 + 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çõ𝑒𝑠 𝑆𝑜𝑐𝑖𝑎𝑖𝑠 + 𝑇𝑎𝑥𝑎𝑠 + 𝑂𝑢𝑡𝑟𝑎𝑠 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝑠 𝑑𝑜 𝐺𝑜𝑣𝑒𝑟𝑛𝑜 − 𝑆𝑢𝑏𝑠í𝑑𝑖𝑜𝑠 − 𝑇𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠 𝐷é𝑓𝑖𝑐𝑖𝑡 𝑃ú𝑏𝑙𝑖𝑐𝑜 = −𝑆𝐺𝑜𝑣 Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 112 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Igualdade entre Poupança e Investimento 𝑆𝑃 + 𝑆𝐺𝑜𝑣 + 𝑆𝐸𝑥𝑡 = 𝐼 Absorção Interna 𝐴 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 Agregado Bruto e Agregado Líquido 𝐴𝑔𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 = 𝐴𝑔𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑜 − 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 Agregado a Preços de Mercado e Agregado a Custo de Fatores 𝐴𝑔𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜 𝑎 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠 = 𝐴𝑔𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜 𝑎 𝑝𝑟𝑒ç𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑚𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜 − 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐼𝑛𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 + 𝑆𝑢𝑏𝑠í𝑑𝑖𝑜𝑠 Agregado Interno e Agregado Nacional 𝐴𝑔𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜 𝑁𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 = 𝐴𝑔𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 − 𝑅𝐿𝐸𝐸 𝑅𝐿𝐸𝐸 = 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝐸𝑛𝑣𝑖𝑎𝑑𝑎 𝑎𝑜 𝐸𝑥𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 − 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝐸𝑥𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 Renda Interna Bruta 𝑅𝐼𝐵 = 𝑃𝐼𝐵𝑐𝑓 = 𝑃𝐼𝐵𝑝𝑚 − 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐼𝑛𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 + 𝑆𝑢𝑏𝑠í𝑑𝑖𝑜𝑠 Renda Interna 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎 = 𝑃𝐼𝐿𝑐𝑓 = 𝑃𝐼𝐵𝑐𝑓 − 𝐷𝑒𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑎çã𝑜 = 𝑠𝑎𝑙á𝑟𝑖𝑜𝑠 + 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 + 𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢é𝑖𝑠 + 𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜𝑠 Economia fechada A absorção coincide com o produto: 𝑌 = 𝐴 Economia aberta Esses dois agregados podem ser diferentes, a depender do saldo externo, 𝑋 − 𝑀 : 𝑌 = 𝐴 + 𝑋 − 𝑀 Produto a preços de mercado Considera os preços vigentes no mercado de bens e serviços, ou seja, retrata os preços finais pagos pelo consumidor. Produto a custo de fatores É o produto mensurado em termos da soma da remuneração dos fatores de produção, indicando o custo da produção. Produto Interno Bruto (PIB) O PIB engloba a produção de bens e serviços finais realizada dentro das fronteiras de determinado território, independentemente da origem do capital. Produto Nacional Bruto (PNB) O PNB diz respeito ao valor adicionado gerado por fatores de produção de propriedade de residentes, não importando se estão dentro ou fora do território. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 113 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Renda Nacional Bruta 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑁𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑎 (𝑅𝑁𝐵) = 𝑃𝑁𝐵𝑐𝑓 = 𝑃𝐼𝐵𝑐𝑓 − 𝑅𝐿𝐸𝐸 Renda Nacional 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑁𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 (𝑅𝑁𝐿) = 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑁𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 (𝑅𝑁) = 𝑃𝑁𝐿𝑐𝑓 = 𝑃𝐼𝐿𝑐𝑓 − 𝑅𝐿𝐸𝐸 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑁𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 = 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎 − 𝑅𝐿𝐸𝐸 Renda Pessoal 𝑅𝑃 = 𝑅𝑁 − 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜𝑠 𝑅𝑒𝑡𝑖𝑑𝑜𝑠 – 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐷𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑃𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝐽𝑢𝑟í𝑑𝑖𝑐𝑎𝑠 – 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çõ𝑒𝑠 𝑆𝑜𝑐𝑖𝑎𝑖𝑠 /𝑃𝑟𝑒𝑣𝑖𝑑𝑒𝑛𝑐𝑖á𝑟𝑖𝑎𝑠 + 𝑇𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠 𝐺𝑜𝑣𝑒𝑟𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑖𝑠 Renda Pessoal Disponível 𝑅𝑃𝐷 = 𝑅𝑃 − 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐷𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑃𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝐹í𝑠𝑖𝑐𝑎𝑠 PIB Real 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡 𝑏 = ∑ 𝑃𝑏 𝑖 𝑄𝑡 𝑖 𝑛 𝑖=1 Deflator Implícito do PIB 𝐷𝑒𝑓𝑙𝑎𝑡𝑜𝑟𝑡 = 𝑃𝐼𝐵 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙𝑡 𝑃𝐼𝐵 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑡 𝑏 = ∑ 𝑃𝑡 𝑖. 𝑄𝑡 𝑖𝑛 𝑖=1 ∑ 𝑃𝑏 𝑖 . 𝑄𝑡 𝑖𝑛 𝑖=1 O deflator implícito do PIB é um índice de preços de Paasche. Índice de Preços ao Consumidor 𝐼𝑃𝐶 = ∑ 𝑃𝑡 𝑖𝑄𝑏 𝑖𝑛 𝑖=1 ∑ 𝑃𝑏 𝑖 𝑄𝑏 𝑖𝑛 𝑖=1 O IPC é um índice de preços de Laspeyres PIB nominal PIB a preços correntes, considera variações tanto na quantidade quanto nos preços. PIB real PIB a preços constantes, considera apenas variações nas quantidades. Em momentos nos quais os bens importados ficam mais caros em comparação com os bens produzidos internamente, o IPC aumenta mais rapidamente do que o deflator do PIB. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 114 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Balanço de Pagamentos Balanço de Pagamentos (BPM6) I) Transações Correntes ou Conta Corrente: TC = Balança Comercial + Balança de Serviços + Renda Primária + Renda Secundária I.A. Balança Comercial Exportação de Mercadorias Importação de Mercadorias I.B. Balança de Serviços Serviços de manufatura Serviços de manutenção e reparo Transportes Viagens Construção Seguros Serviços financeiros Serviços de propriedade intelectual (royalties) Telecomunicação, computação e informações Aluguel de equipamento Outros serviços de negócio Serviços culturais, pessoais e recreativos Serviços governamentais I.C. Renda primária Remuneração de trabalhadores Renda de investimento (Investimento direto (Lucros e dividendos, Juros), Investimento em carteira, Outros investimentos, Ativos de reserva) I.D. Renda secundária II. Conta capital III. Conta financeira Investimento direto no exterior (Participação no capital e cotas em fundos, Dívida intercompanhia) Investimento direto no país (Participação no capital e cotas em fundos, Dívida intercompanhia) Investimento em carteira - Ativos (Ações e cotas em fundos, Títulos de renda fixa) Investimento em carteira - Passivos (Ações e cotas em fundos, Títulos de renda fixa) Derivativos – Ativos Derivativos - Passivos Outros investimentos - Ativos (Moedas e depósitos, Empréstimos, Créditos comerciais e adiantamentos, Amortizações, Demais) Outros investimentos - Passivos (Moedas e depósitos, Empréstimos, Créditos comerciais e adiantamentos, Amortizações, Demais) Ativos de reserva IV) Erros e Omissões Fonte: Nota metodológica 1 do Banco Central do Brasil. https://www.bcb.gov.br/ftp/infecon/nm1bpm6p.pdf. Acesso em 20 de dezembro de 2020. Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 115 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Os lançamentos na conta ativos de reserva seguem a lógica da contabilidade: - Aumentos em ativos de reserva: lançamentos a débito. - Reduções em ativos de reserva: lançamentos a crédito. Transferências Líquidas de Recursos ao Exterior (TLRE): saldo da Balança Comercial e da Balança de Serviços. 𝑇𝐿𝑅𝐸 = 𝑋 − 𝑀 Em que X e M incluem bens e serviços não fatores. Hiato de recursos: o simétrico negativo da transferência líquida de recursos. 𝐻𝑖𝑎𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑐𝑢𝑟𝑠𝑜𝑠 = −𝑇𝐿𝑅𝐸 = 𝑀 − 𝑋 Renda líquida enviada ao exterior: 𝑅𝐿𝐸𝐸 = −(𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑃𝑟𝑖𝑚á𝑟𝑖𝑎𝑠 + 𝐵𝑎𝑙𝑎𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑆𝑒𝑐𝑢𝑛𝑑á𝑟𝑖𝑎𝑠) Poupança externa: 𝑆𝐸𝑥𝑡 = −𝑇𝐶 Crédito Quando ENTRAM recursos no país, temos um lançamento a crédito. Débito Quando SAEM recursos do país, temos um lançamento a débito. ATENÇÃO! Em virtude da técnica das partidas dobradas, o saldo do sistema como um todo é sempre zerado (no BPM6): 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 + 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎 𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 + 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑎 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎 + 𝐸𝑟𝑟𝑜𝑠 𝑒 𝑜𝑚𝑖𝑠𝑠õ𝑒𝑠 = 0 Prof. Natália França Aula 00 Macroeconomia para Anpec 116 de 116 | www.direcaoconcursos.com.br Referências Bibliográficas BLANCHARD, O. Macroeconomia. Tradução Sônia Midori Yamamoto. 7. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2017. FEIJÓ, C.; BARBOSA FILHO, N. H.; GREENHOLGH, F. C.; PALIS, R. DE LA R.; RAMOS, R. L. O. Contabilidade Social. Edição do Kindle. São Paulo: GEN Atlas, 2017. LOPES, L. M. & VASCONCELLOS, M. Manual de macroeconomia: básico e intermediário. 3ª edição. São Paulo: Ed. Atlas, 2008. SCHRÖDER, B. H. V. et al. Questões Anpec Macroeconomia: questões comentadas das provas de 2002 a 2011. Organizadora Cristiane Alkmin Junqueira Schmidt. 1. ed. Rio de Janeiro : Elsevier, 2011. SCHRÖDER, B. H. V. et al. Questões Anpec Macroeconomia: questões comentadas das provas de 2010 a 2019. Organizadora Cristiane Alkmin Junqueira Schmidt. 7. ed., rev. e atual. Rio de Janeiro : Elsevier, 2019. SIMONSEN, M. H. & CYSNE, R.P. Macroeconomia. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.