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Brasil república (1889-2020) PRIMEIRA REPÚBLICA / REPÚBLICA VELHA (1889 – 1930): a) republica da espada: · 1889 – 1894, · Governo militar: · Deodoro da Fonseca · Floriano Peixoto Crise do encilhamento: · Visando a industrialização, o ministro da Fazenda, Rui Barbosa, emitiu papel moeda sem lastro. Imaginava que esse dinheiro fosse utilizado na produção industrial. Entretanto, os “empresários” que tiveram acesso a esse dinheiro, jogaram na especulação de ações na Bolsa de Valores. Ao mesmo tempo criaram empresas fantasmas que também comercializavam ações na Bolsa. · Os setores médios da sociedade (lojistas, pequenos empreendedores etc.) foram atraídos a comprar ações imaginando o lucro fácil. Ocorre que compravam ações das empresas fantasmas. · Essa situação provocou a quebra da Bolsa, gerando inflação, falências e desemprego. · Sob o ponto de vista estratégico, a crise fortaleceu o discurso ruralista, segundo o qual o Brasil deveria abandonar o projeto industrial e focar na continuidade da Agricultura para exportação. · Deodoro eleito presidente na Assembleia Constituinte foi obrigado a renunciar com apenas 6 meses de governo. · Floriano Peixoto, vice-presidente, assumiu a presidência. Em seu governo favoreceu a indústria e adotou medidas populares. · Floriano também enfrentou resistência: Revolta da armada: · que foi um movimento monarquista provocado pelo desprestígio (falta de verbas) da Marinha a partir da proclamação da República. Floriano contou com o apoio dos EUA, que interessados no mercado brasileiro, enviaram em auxílio ao governo federal uma esquadra de guerra, colocando fim à Revolta da Armada. Revolução Federalista · RS, SC, PR: os MARAGATOS, que defendiam o separatismo, representavam os grandes proprietários de terras do RS. Contra esse grupo estavam os PICA-PAUS, que defendiam o governo federal e, representavam a elite urbana (Porta Alegre) do RS. b) domínio das oligarquias: · Para que pudessem governar sem questionamentos ao seu poder, a “elite” cafeeira criou um sistema político muito funcional, que sobreviveu até 1930. Política do café com leite · É um acordo político envolvendo as duas oligarquias mais poderosas do Brasil (SP-MG). Por esse acordo, ambas se revezariam no exercício do poder da República. A maioria dos presidentes da República foram paulistas, mas as oligarquias de Minas sempre ocuparam funções estratégicas no Estado brasileiro. Política dos governadores · Ela se pautava na troca de favores. Ou seja, o presidente destinava verbas para os Estados. Essa verba era “embolsada” pelas oligarquias regionais. Em contrapartida, os governadores desses Estados determinavam que os deputados federais e senadores daqueles Estados votassem favoravelmente nos projetos do presidente da República. Compra de votos. · Fraude eleitoral: o próprio presidente da República organizava as fraudes eleitorais. · O presidente controlava a COMISSÃO VERIFICADORA DE PODERES que tinha o papel de empossar os candidatos ao Senado e à Câmara dos Deputados. Nesse sentido, os governadores indicavam seus candidatos ao presidente da República. No caso, de alguém ser eleito, mas não constar na lista, a COMISSÃO praticava a DEGOLA, ou seja, impedia a posse do eleito e empossava o candidato da lista do governador. Coronelismo: · Era a base de todo o sistema e envolvia os munícipios. O Coronel era o latifundiário que controla tudo na sua cidade e na sua região. Controlava a Justiça, controlava a Polícia, controlava a Igreja, controlava o povo. As eleições eram fraudadas também nos municípios, o controle das fraudes era feito pelos Coronéis. Curral Eleitoral – manipulação dos eleitores. Voto de cabresto – direção dos eleitores para que votassem no candidato do Coronel. · Esse sistema caracterizou e impôs a regra básica de tratamento do poder em relação ao povo: exclusão social. “O Brasil não tem povo, tem público” - Lima Barreto; “O povo assistiu a tudo bestializado” (Aristides Lobo). · Consequentemente, a exclusão verificada no Brasil provou em toda a Primeira República uma série de revoltas populares: Canudos, revolta da vacina, revolta da chibata, contestado, movimento operário, tenentismo; Economia: · Predominantemente: Economia agrária-exportadora: cafeicultura · No começo do séc. XX – SUPERPRODUÇÃO de café. Os preços no mercado internacional caiam, o consumo não aumentava na velocidade da produção. · Diante dos prejuízos decorrentes da redução dos preços as oligarquias criaram um método para manter a lucratividade. · VALORIZAÇÃO DO CAFÉ: o ESTADO brasileiro comprava a produção excedente. Sem recursos para comprar a produção excedente, o ESTADO recorria a empréstimos externos. SOCIALIZAÇÃO DAS PERDAS: quando há crise, as parcelas de classe média e os pobres pagam pela crise (tributos). Entretanto, quando há prosperidade, ao contrário, a concentração de renda aumenta. · Essa política foi viabilizada a partir de 1906 depois do CONVÊNIO DE TAUBATÉ. · Paralelamente à cafeicultura, o final do século XIX e início do XX, conheceu prosperidade com as exportações de BORRACHA. O motivo para esse surto foi a 2ª Revolução Industrial, cuja mercadoria mais significativa era o automóvel. · Milhares de pessoas que viviam na miséria, principalmente no NE, migraram para o interior da região amazônica. Muitos atingiram o território da Bolívia e isso, gerou litígio com o país vizinho. Esse litigio foi resolvido no TRATADO DE PETRÓPOLIS em 1903 pelo Barão do Rio Branco. Pagamento em dinheiro e outra parte na construção da FERROVIA MADEIRA-MAMORÉ que permitiria à Bolívia acesso ao Atlântico. Resultado dessa negociação foi a incorporação do ACRE ao Brasil. · SURTO DE INDUSTRIALIZAÇÃO (1914 -1918): Primeira Guerra Mundial · Os países ricos dos quais importávamos estão envolvidos no esforço de guerra, produzindo armas, equipamentos, etc. · O mercado brasileiro ficou desabastecido e os cafeicultores com maior visão sobre a economia passaram a investir na indústria. · Formou-se, portanto, uma burguesia industrial derivada da cafeicultura. A formação desse grupo foi importante para, nos anos 20, acirrar a crise da 1ª República, porque não aceitavam o restabelecimento da economia agrária exportadora. · A indústria fortaleceu a classe proletária. A base desse proletariado eram os imigrantes. Esses imigrantes trouxeram de seus países o ANARQUISMO, o SOCIALISMO e o COMUNISMO. · Sindicatos Anarquistas: reivindicações -> jornada de 8 horas; salário mínimo, controle sobre o trabalho infantil e feminino, previdência, férias, descanso remunerado (domingo) etc. · Durante os anos da Primeira Guerra e na década seguinte, SP e RJ foram sacudidos por inúmeras greves operárias. A mais importante ocorreu em SP em 1917, uma greve geral que durou 3 meses. · Essas greves também contribuíram para enfraquecer o poder dos oligarcas. Crise da primeira república: · Crise econômica - cafeicultura deixou de ser lucrativa – déficit público para continuar com o CONVÊNIO DE TAUBATÉ. · Crise política – Burguesia e proletariado se movimentavam com objetivo de derrubar a oligarquia cafeeira do poder. Em 1922 ocorreu a SEMANA DE ARTE MODERNA. Marcou uma ruptura estética e simbólica com os padrões da cultura da 1ª República.
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