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1 Rafaela Pamplona Resumo I – Saúde da Família VI IST ............................................................................................................................................................................................................. 1 MORTALIDADE MATERNA ..................................................................................................................................................................... 8 ASSISTENCIA PRÉ-NATAL I ................................................................................................................................................................. 10 ASSISTENCIA PRÉ-NATAL II – NUTRIÇÃO E GRAVIDEZ .................................................................................................................. 17 ASSISTENCIA PRÉ-NATAL III – AUSCULTA DOS BATIMENTOS CARDIO-FETAIS ......................................................................... 25 IST Introdução • Infecção genital mais comum no mundo • Alta prevalência e transmissibilidade • Importante problema de saúde pública • Relacionado ao aparecimento tanto de lesões benignas quanto malignas • Principal fator no desenvolvimento de cânceres • Acompanhamento periódico é necessário • Vacinação possui eficácia comprovada para prevenção da infecção pelo HPV Definição • Infecção sexualmente transmissível • A mudança da definição é devido ao termo doença que remete a sinais e sintomas, enquanto infecção é detectável por exames, sem necessariamente haver sinais e sintomas • Importante saber o tratamento, incluindo os medicamentos Revisão de literatura • IST mais comum no mundo; 450 milhões de pessoas infectadas • 40% são infectadas, incidência 1%, prevalência superior a 50% em todo o mundo • No Brasil, prevalência de 1-2%; 2-5% apresentam alterações; incidência de 15.590: 100.000 em 2014 de CA • Inca diz que a expectativa é de 1,2 milhão de CA no País entre 2018 e 2019 • 2ª causa de morte por neoplasias nas mulheres (CA de colo uterino) • 80% carcinoma epidermoide; 15% adenocarcinoma; 3-5% carcinoma adenoescamoso • Vacinação Em mais de 100 países Quadrivalente x Bivalente (classificação baseada no número de tipos de HPV) Homens e Mulheres entre 11 e 12 anos (EUA) Mulheres entre 12 e 17 anos de idade (Alemanha) Março de 2014 – Quadrivalente recombinante meninas de 11 a 13 anos de idade gratuitamente Em 2015, para meninas de 9 e 11 anos; (quadrivalente) Esquema estendido atual: 0-6m-5 a Mais de 5 milhões de meninas em 2014 foram vacinadas Vacinas em HOMENS Infecções sexualmente transmissíveis • O que são São infecções sexualmente transmissíveis IST, também chamadas de doenças venéreas ou doenças do mundo são aquelas adquiridas ou transmitidas principalmente através de relações sexuais Podem se tornar um grande risco para quem as adquire, se não tratadas corretamente e no início da doença Qualquer pessoa que tem vida sexual pode pegar uma IST • Quais são Aids, sífilis, HPV, gonorreia, cancro mole, hepatite B • Como se transmitem Mais frequente de transmissão é através das relações sexuais (vaginais, orais e anais) Durante a gestação, parto ou amamentação • Quem as causa Protozoários, vírus e bactérias • Prevenção – preservativo Único método contraceptivo eficaz na prevencao das ISTs Funciona como método de barreira que impede que o pênis, a vagina, o sêmen e o fluido vaginal entrem em contato A maioria da população tem consciência da importância, mas quase metade não utiliza Deve-se ainda ter cuidados de higiene intima e não partilhar roupa intima, toalhas ou utensílios íntimos Antes de engravidar devem ser feitas analises ao sangue para prevenir a transmissão vertical Política e Educação permanente em saúde • Prioridades do PN-IST e AIDS Consolidar a estratégia brasileira de prevenção e controle das IST/Aids Reduzir a transmissão vertical do HIV e sífilis 2 Rafaela Pamplona Implementar o plano nacional de controle das ISTs Fortalecer a capacidade de gestão dos estados e municípios Ampliar e qualificar a cobertura em assistência na rede de saúde Aprimorar o sistema de vigilância epidemiológica Fortalecer o controle social Implementar e aprimorar o monitoramento das ações de prevenção e controle das IST e HIV/Aids Desenvolver autonomia nacional no que se refere a medicamentos e insumos estratégicos para o tratamento das pessoas vivendo com HIV e Aids • Objetivos Implantação e implementação do Plano Nacional de Prevenção e Controle das DST; Formação de instrutores/facilitadores para implementação da política de educação permanente, de forma descentralizada, em abordagem sindrômica nos estados e municípios; Fortalecimento da gestão descentralizada no seu papel de articulador e coordenador de políticas de educação permanente, prevenção, controle e assistência em DST, nos estados e municípios. Estratégias 1) Implementar Curso de Abordagem Sindrômica 2) Articular com estados e municípios a implementação do Plano Nacional de DST Problema de saúde publica • 340 milhões de casos novos/ano • 5ª causa de procura a unidade de saúde • 70% dos tratamentos feito por balconista • Alta incidência de associação com HIV • Mulheres em idade fértil • Homens e mulheres jovens/vida produtiva e reprodutiva • Estão entre as 5 principais causas de procura por serviços de saúde (OMS-90) • 340 milhões de casos de DST curáveis por ano (OMS-2001) • No Brasil, estima-se 12 milhões de casos novos de DST curáveis IST no Brasil • Saíram do esquecimento • As IST não são de notificação compulsória Exceção da AIDS, sífilis congênita e adquirida • As IST continuam discriminadas nas unidade de saúde • Os medicamentos padronizados também usados para outras patologias são insuficientes • Os serviços de saúde tem reduzida capacidade para oferecer exame laboratorial • Busca de assistência informal nos balcões de farmácia Riscos relativos de infecção por HIV segundo tipo de IST Sexo mais seguro • Beijo profundo • Sexo com preservativo com parceria HIV-negativa • Monogamia mútua • Masturbação mútua • Masturbação ou massagem Acolhimento • Princípio de toda a equipe • Relação profissional – parâmetros técnicos, éticos e de solidariedade • Atenção resolutiva – escutar – resolver – orientar – encaminhar • Articulação com outros serviços de saúde para dar continuidade na assistência • Responsabilização integral • Avaliação do potencial de risco da paciente • Aumento da responsabilização, vínculo e confiança • Capacidade de atenção e disponibilidade para receber bem o usuário, ouvir o motivo que o levou ao serviço e dar respostas as suas demandas (recepção, segurança, porteiro, triagem, sala de espera...) • Objetivos Conhecer o paciente e suas demandas Estabelecer e fortalecer o vínculo e a confiança do usuário com relação à equipe e à unidade de saúde Propiciar subsídios à equipe através do conhecimento das demandas do usuário 3 Rafaela Pamplona • Onde se inicia Se inicia no acesso do usuário ao serviço e vai sendo construído ao longo das diversas etapas do atendimento, não se limitando a um ou outro momento, nem a este ou aquele profissional • Atitudes e comportamentos dos profissionais Postura isenta e ética Confidencialidade e sigilo; Respeito e valorização das diferenças; Valorização da participação do usuário em seu processo de trabalho; Comportamento receptivo; Escuta ativa; Linguagem clara e acessível Disponibilização de informações Ambiência • A ideia de ambiência segue 03 eixos Confortabilidade - privacidade e individualidade dos sujeitos envolvidos Sensação de proteçãoe segurança-sigilo e respeito a autonomia Espaço como ferramenta facilitadora do processo de trabalho favorecendo a otimização de recursos e o atendimento humanizado, acolhedor e resolutivo Manejo adequado de casos de IST • Triagem: deve ser realizada por profissionais de saúde devidamente preparados e de maneira confidencial; • Espera: deverá ser utilizado para educação em saúde por intermédio de vídeos educativos, atividades de aconselhamento em grupo e outras questões de saúde e cidadania; • Consulta médica: fazer anamnese, exame físico e coleta do material das secreções e lesões para exames laboratorial • Consulta de enfermagem: para aconselhamento, detecção de situações de risco e educação para saúde • Aconselhamento: deve estar presente em todo atendimento e deve ser feita por todos os profissionais envolvidos • Comunicação aos parceiros sexuais: comunicação ou convocação de todos os indivíduos com quem o paciente relacionou-se sexualmente nos últimos 30 dias Exame físico • Exame genital masculino: inspeção dos genitais externos, o paciente deverá estar em pé, com pernas afastadas, e o clínico sentado Região anorretal o paciente deverá curvar-se para frente, afastando as nádegas com as próprias mãos ou também deitado em decúbito lateral com leve ante flexão da coxa não encostada na mesa de exame • Exame genital feminino Exame estático: deve-se observar, grandes e pequenos lábios, clitóris, hímen, monte de vênus, períneo e borda anal, deve-se procurar discromias, tumorações, ulcerações; Exame dinâmico: usar luvas de procedimento, colocar os dedos indicador e médio na região que corresponde às glândulas de Bartholin e tracioná-las para baixo e para fora. Entreabrir a vulva Exame especular: antes explicar a paciente, introduzir o espéculo com inclinação de 75º, pressionando a parede posterior da vagina. Observar coloração e pregueamento vaginal, aspecto do colo uterino, do muco cervical, presença de secreções, ulcerações e colher a citologia oncótica e/ou material para exame laboratorial, fazer teste de Schiller (Lugol) para ver lesões do colo e ectopias Toque vaginal: deve ser utilizada com luva estéril, introduzindo os dedos médio e indicador (lubrificados), procurando sentir elasticidade vaginal, presença de tumorações, coloração, consistência e tamanho do colo e abertura do canal cervical, movimenta-se o colo de um lado para o outro para evidenciar processos inflamatórios Toque retal: quando necessário. É neste exame que melhor se encontram massas no fundo de saco de Douglas Abordagem sindrômica • Abordagem Sindrômica Início: OMS – Genebra, 1984 No Brasil, 1993 • Objetivo: tratamento imediato e efetivo as ISTs • Conceito de “síndrome” Conjunto de sinais e sintomas que se apresentam para definir uma entidade mórbida que pode, entretanto, ser produzida por causas muito diversas • Utilização de fluxogramas para orientação do profissional de saúde quanto ao esquema terapêutico a ser adotado • São utilizados esquemas antimicrobianos que devem ser capazes de assegurar cobertura para os principais patógenos responsáveis por uma determinada síndrome numa área geográfica específica (antibióticos, antifúngicos e antiparasitários) • Abordagem sindrômica em diversos contextos clínicos Indicação do início imediato de um esquema terapêutico com um ou mais antibióticos, visando dar cobertura aos principais agentes etiológicos responsáveis pelo quadro 4 Rafaela Pamplona A coleta de exames laboratoriais é feita previamente, quando possível – normalmente é inviável “Diagnóstico epidemiológico” • Vantagens da abordagem sindrômica Manuseio rápido de casos, no primeiro contato do paciente Maior cobertura, por facilitar a implantação ao nível primário Oportunidade de introdução de medidas preventivas e de promoção à saúde Padronização do tratamento, sistema de referência e notificação - Notificação compulsória: AIDS e Sífilis Satisfação da clientela • Desvantagens da abordagem sindrômica Utilização de antimicrobianos para tratamento de mais de uma doença em pacientes com apenas uma patologia ou até sem uma infecção Maior custo do tratamento Pressão seletiva para desenvolvimento de cepas resistentes (devido ao uso de medicamentos desnecessários) • Limitações da abordagem Pacientes com infecção subclínica ou assintomáticos Pacientes que não costumam procurar os serviços de saúde, apesar de sintomáticos • Fluxogramas Fatores a serem considerados - Síndromes e etiologias mais prevalentes - Importância de suas complicações - Vulnerabilidade às ações de controle - Contexto socioeconômico e político - Profissionais que utilizarão Fluxograma corrimento uretral masculino • Etiologias mais comuns Gonorreia Infecção por clamídia Tricomoníase (corrimento uretral e vaginal) Micoplasma Ureaplasma • Corrimento geralmente amarelado ou esbranquiçado corrimento uretral da clamídia é mais espesso que o da gonorreia, essa característica não deve ser utilizada como diagnostico diferencial! TEM QUE tratar os dois • Exames obrigatórios para todos os pacientes AIDS – HIV Sífilis – VDRL Hepatite B e C – HBsAg e Anti-HCV • Analise laboratorial – para coletar a amostra da secreção: solicitar ao paciente para movimentar a glande • Sem análise laboratorial – abordagem sindrômica 5 Rafaela Pamplona Opções terapêuticas para corrimentos uretrais Ciprofloxacina – desuso devido a resistência bacteriana Tratamento: gonorreia + clamídia - Ceftriaxona 250mg, IM, dose única + - Azitromicina 1g, VO, dose única Terapêutica para agentes menos frequentes de corrimento uretral Fluxograma úlcera genital • Etiologia mais comuns Sífilis Cancro mole Herpes genital Donovanose (IST crônica progressiva, causada pela Klebsiella granulomatis) Lesão ulcerosa com mais de 4 semanas pensar em donovanose, linfogranuloma, sífilis e cancro mole. Nessas situações, deve-se solicitar biopsia da lesão para investigar lesões neoplásicas Opções terapêuticas para ulceras genitais (exceto herpes) Tratamento: sífilis + cancro mole - Penicilina G Benzatina, 2,4 milhões UI, via IM, dose única + - Azitromicina 1g, VO em dose única Tratamento: Herpes - No 1° episódio ~ Aciclovir 400mg, VO, 8/8hs por 7 a 10 dias - Nas recorrências ~ Aciclovir 400mg, VO, 8/8hs por 5 dias Tratamento: Donovanose - Tratamento longo, geralmente por 30 dias ou mais ~ Doxiciclina 100mg, VO, 12/12h por 21 dias ou até a cura Fluxograma corrimento vaginal • Etiologias mais comuns Tricomoníase Vaginose bacteriana (não é considerada IST, logo, não trata o parceiro de imediato, a não ser que seja recorrente) Candidíase • Avaliação de risco Quantidade de parceiros? Parceiro sintomático ou não? Procedência – região com altos índices de gonococo e clamídia? Paciente suspeita de IST e por quê? Se risco positivo associado a irritação de colo uterino Tratar gonorreia e clamídia Sinais de irritação do colo uterino Sinal de muco-pus: presença de secreção purulenta Teste do cotonete positivo: secreção amarelada, friabilidade ou sangramento do colo 6 Rafaela Pamplona Se risco negativo Teste de KOH ou teste das aminas - Aplicação de hidróxido de potássio (KOH) a 10% em lâmina com material coletado da vagina, sendo positivo caso ocorra aparecimento de odor desagradável causado pela liberação de aminas voláteis produzidas por anaeróbios – peixe podre Fluxograma SEM microscopia Fluxograma COM microscopia Opções terapêuticas Metronidazol é o único tratamento eficaz para tricomonase vaginose bacteriana Tratamento: tricomoníase, vaginose bacteriana, candidíase - Metronidazol 500mg, VO, de 12/12hs, por 7 dias + - Miconazol, creme a 2%, via vaginal, 1 aplicação à noite, por 7 dias Fluxograma desconforto ou dor pélvica • Etiologias mais comuns Gonorreia Infecção por clamídia 7 Rafaela Pamplona Opções terapêuticas para cervicite Opções terapêuticas para DIP leve, sem sinais de peritonismo ou febre (tratamento ambulatorial) Tratamento: cervicite por gonorreia e infecção por clamídia - Ciprofloxacina 500mg, VO, dose única + - Azitromicina 1g, VO, dose única Tratamento: gonorreia e infecção por clamídia - Ceftriaxona 250mg, IM, dose única + - Doxiciclina 100mg, VO, 12/12hs, por 14 dias HPV • Papiloma Vírus Humano • Tem tropismo pelos epitélios escamosos, causando proliferação epitelial, formando verrugas • Existem 200 subtipos de HPV • 70% das manifestações são subclínicas • Introdução Era Romana (Celsus 25 DC): verrugas da pele Idade Média: não diferenciada das ISTs Séc. XVIII: confundidas com manifestações da sífilis e gonorreia Sec. XX: evidências de que as verrugas eram causadas por vírus Últimos 30 anos - Relação bem estabelecida do HPV com carcinoma do colo uterino e câncer de pênis - Estudos dos fatores envolvidos • IST mais frequente em todo mundo • Brasil: ≈9 milhões de infectados (IBGE/2000) • Presente em 96% casos de CA colo útero • Tratamento ATA 90% – Ácido tricloroacético a 90% - Lesões exofídicas externas - Usado para queimar as verrugas - Uso restrito – hospital ou ambulatório Podofilina 25% alcoólica - Lesões exofídicas externas, lesões planas e mucosas - Exceto em gestantes – teratogênica - Muito utilizada em homens - Pode ser utilizada em domicílio Bisturi elétrico • Fatores de risco e prevenção Envelhecimento é a principal causa de câncer em todo o mundo Tabagismo, o consumo de álcool, o sedentarismo, a ingestão de comidas gordurosas e a exposição ao sol sem proteção 8 Rafaela Pamplona MORTALIDADE MATERNA Conceitos básicos • Morte materna (óbito materno) é a morte de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o termino da gestação • Não é considerada morte materna a que é provocada por fatores acidentais Classificação • Morte materna obstétrica direta É aquela que ocorre por complicações obstétricas durante a gravidez, parto ou puerpério devido a intervenções, omissões, tratamento incorreto ou a uma cadeia de eventos resultantes de qualquer dessas causas Mais prevalente em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento • Morte materna obstétrica indireta É aquela resultante de doenças que existiam antes da gestação, não provocadas por causas obstétricas diretas, mas agravadas pelos efeitos fisiológicos da gravidez Mais prevalente em países desenvolvidos • Morte materna tardia É a morte de uma mulher, devido a causas obstétricas diretas ou indiretas, que ocorre num período superior a 42 dias e inferior a 1 ano após o fim da gravidez Mulher em idade fértil • Segundo a definição internacional, é a mulher entre 15 e 49 anos de idade • No Brasil, considera-se idade fértil a faixa etária entre 10 a 49 anos • A definição brasileira de idade fértil teve como base a experiência dos comitês de morte materna, as estatísticas de registros vitais e de procedimentos médicos realizados, que revelam a ocorrência frequente de gravidez em mulheres com menos de 15 anos Razão de mortalidade materna • Relaciona as mortes maternas obstétricas diretas e indiretas com o número de nascidos vivos, e é expresso por 100.000 nascidos vivos • Cálculo 𝑛º 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜𝑠 (𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 𝑒 𝑖𝑛𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠) 𝑛º 𝑑𝑒 𝑛𝑎𝑠𝑐𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑣𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑋 100.000 • Específica A razão de mortalidade pode ser especificada segundo um amplo conjunto de variáveis relacionados às características da mulher (grupo etário, cor/raça, local de residência, etc.) ou do óbito (a causa específica, local de ocorrência, entre outras) Para se calcular o risco de morte materna na faixa etária de 40 a 49 anos, por exemplo, adota-se a seguinte fórmula 𝑛º 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜𝑠 𝑛𝑎 𝑓𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑑𝑒 40 𝑎 49 𝑎𝑛𝑜𝑠 𝑛º 𝑑𝑒 𝑛𝑎𝑠𝑐𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑣𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑚ã𝑒𝑠 𝑑𝑒 40 𝑎 49 𝑎𝑛𝑜𝑠 𝑋 100.000 O exemplo seguinte refere-se à razão de mortalidade materna por eclampsia 𝑛º 𝑑𝑒 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑒𝑐𝑙𝑎𝑚𝑝𝑠𝑖𝑎 𝑛º 𝑑𝑒 𝑛𝑎𝑠𝑐𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑣𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑋 100.000 Relevância da mortalidade materna • Incidência e epidemiologia Todos os dias, aproximadamente 830 mulheres morrem por causas evitáveis relacionadas à gestação e ao parto no mundo 99% de todas as mortes maternas ocorrem em países em desenvolvimento A mortalidade materna é maior entre mulheres que vivem em áreas rurais e comunidades mais pobres Dados recentes do Brasil - Conseguiu reduzir em 8,4% entre 2017 e 2018 a Razão de Mortalidade Materna (RMM), um dos principais indicadores de qualidade de atenção à saúde das mulheres no período reprodutivo - Em 2018, a RMM no país foi de 59,1 óbitos para cada 100 mil nascidos vivos, enquanto no ano anterior era de 64,5 - Meta para o Brasil (2030) = 30 ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 100.000𝑁𝑉 • Fatores sociais e fatores de risco Mulheres jovens Causas evitáveis em 92% dos casos Mulheres negras Baixa renda Baixa escolaridade Estado civil – solteira São mulheres saudáveis, que se encontram no auge de suas vidas reprodutivas, com potenciais de vida que são subitamente perdidos com a morte prematura que tem causa, quase sempre, evitável A morte materna é um dos mais sensíveis indicadores das condições de vida de uma população e reflete, principalmente, a desarticulação, desorganização e qualidade inadequada da assistência de saúde prestada à mulher durante o ciclo gravídico-puerperal 9 Rafaela Pamplona Principais causas de morte materna • Diretas (71%) Síndromes hipertensivas (21,2%) Hemorragias (12,4%) Infecções puerperais (7%) Complicações do aborto (4,7%) Embolia pulmonar pós-cesárea (2,6%) • Indiretas (29%) Cardiopatias (11%) Pneumopatias (7%) • Outros fatores de risco Tabagismo - O tabagismo na gravidez aumenta a incidência de tromboembolia , principalmente em mulheres com vasculopatia venosa (varizes) nos membros inferiores . - Além de ser um fator de risco para Tromboembolia pulmonar , o tabagismo é, também, fator de risco para ~ Descolamento prematuro da placenta (DPP) ~ Placenta prévia (PP) ~ Acretismo placentário Alcoolismo - O alcoolismo frequentemente passa despercebido e é fator de risco para as complicações hepáticas na gestação Cesariana prévia – fator de risco para - Acretismo placentário - Placenta prévia - Ruptura uterina - Quando a gestante tem cesariana prévia, principalmente se mais do que uma, e é tabagista, o risco de placenta prévia e acretismo está aumentado - Estas pacientes devem fazer avaliação ecográfica da localização da placenta durante o pré-natal Idade materna, paridade - Idade materna como fator de risco - A idade em seus extremos – menos de 15 anos e mais de 35 anos - O maior risco materno está na faixa etária de 45 a 49 anos - As mulheres com várias gestações e mais de 35 anos estão mais propensas ao desencadeamento das síndromes hemorrágicas Qualidade do pré-natal • Proporção de gestantes com pelo menos 6 consultas pré- natal realizadas, sendo a 1ª até a 20ª semana de gestação • O que mais ?? - Via de parto • Cesariana Vários estudos comprovamque quase 70% dos casos de mortalidade materna ocorrem em partos feitos através de cesarianas e cerca de 30%, em partos naturais 10 Rafaela Pamplona Serviços hospitalares • Qualidade dos serviços hospitalares em ginecologia e obstetrícia (acolhimento, pronto-atendimento, organização, partograma, alta, contrarreferência, etc) • Formação acadêmica e residências médicas Principais problemas relacionados a morte materna • Gravidez não planejada • Grande número de filhos • Início tardio do pré-natal • Pré-natal de baixa qualidade • Falta de busca ativa da gestante faltosa às consultas • Baixa valorização das queixas e do quadro clínico • Demora na identificação da necessidade de encaminhamento para o pré-natal de alto risco • Dificuldades no acolhimento, responsabilização e vinculação com as equipes de saúde • Demora na tomada de decisão no atendimento das intercorrências e urgências • Não seguimento dos protocolos • Não realização da consulta de puerpério ASSISTENCIA PRÉ-NATAL I Importância do pré-natal • Sexualidade • Orientação higienodietética • Desenvolvimento da gestação • Modificações corporais e emocionais • Sinais e sintomas do parto • Importância do planejamento familiar • Impacto e agravos das condições de trabalho sobre a gestação parto e puerpério • Importância da participação do pai durante a gestação • Importância do vínculo pai-filho para o desenvolvimento saudável da criança • Aleitamento materno • Preparo psicológico para as mulheres que tem contraindicação para o aleitamento materno (portadoras de HIV e cardiopatia grave) • Importância das consultas puerperais • Cuidados com o recém-nascido • Importância do acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança, e das medidas preventivas (vacinação, higiene e saneamento do meio ambiente) Avaliar o risco antes da gestação • Perguntas para determinar sinais e sintomas de perigo Qual sua idade? Já iniciou vida sexual? Se sim: Tem vida sexual ativa? Tem parceiro estável? Você e seu parceiro utilizam algum método de planejamento reprodutivo? Tem relação sexual sem proteção? Quantos partos já teve? Qual o intervalo entre os partos, qual o tipo de parto? Antecedentes de cirurgia previa? Faz uso de drogas, álcool, fumo ou medicamentos? Tem alguma doença? Investigar dados de depressão, tristeza extrema ou violência Pré-natal • O pré-natal é muito importante para que se tenha uma assistência também psicológica e emocional para a mulher, pois este é um período em que a mulher vive uma fase mais sensível, mais emotiva, onde surgem muitas dúvidas e medos 11 Rafaela Pamplona • Triagem no pré-natal Detectar precoce Iniciar tratamento Redução da morbidade e mortalidade Identificação dos fatores de risco • Risco pré-concepcional Educação Hábitos e estilo de vida Uso de medicação (drogas) Aconselhamento genético Prevenção de infecções Controle de doenças crônicas Assistência pré-natal • É competência da equipe de saúde acolher a gestante e a família desde o primeiro contato na unidade de saúde ou na própria comunidade • “A assistência pré-natal visa proporcionar higidez ao organismo materno, pesquisar e tratar estados mórbidos porventura existentes, orientar a gestante, ampará-la social e psicologicamente e educá-la para o parto, visa, enfim, assegurar a perfeita estruturação somatopsíquica do nascituro” Diagnóstico de gravidez • Pode ser feito pelo médico ou pelo enfermeiro da unidade básica • A gestante deve receber orientações necessárias ao acompanhamento pré-natal Sequência de consultas médicas e de enfermagem, visitas domiciliares e reuniões educativas • Objetivos Início rápido pré-natal Diagnóstico gestação em seu início Definição precisa idade gestacional Captação precoce gestante Melhora resultados maternos e perinatais Condições básicas para organização da assistência pré-natal I. Discussão permanente com a população sobre a importância do pré-natal II. Identificação precoce das gestantes e início precoce do pré- natal III. Acompanhamento periódico e contínuo de todas as gestantes IV. Sistema eficiente de referência e contrarreferência • Condições para que tais práticas sejam desenvolvidas, faz-se necessário a) Recursos humanos b) Área física adequada c) Equipamento e instrumental mínimo d) Laboratório e) Instrumentos de registro e processamento e análise dados disponíveis - Cartão da gestante - Ficha perinatal - Mapa de registro diário f) Medicamentos essenciais g) Avaliação permanente da assistência pré-natal Algoritmo do diagnóstico Atraso ou irregularidade menstrual, náuseas, aumento do vol. abdominal → Avaliar: ciclo menstrual, data da última menstruação, atividade sexual Atraso em mulheres com atividade sexual ↓ Solicitar teste imunológico de gravidez ↓ ↓ Resultado positivo Resultado negativo ↓ ↓ Gravidez confirmada Repetir TIG após 15 dias ↓ ↓ Iniciar acompanhamento da gestante Resultado negativo ↓ Persistindo amenorreia – avaliar causas ginecológicas 12 Rafaela Pamplona Classificação do risco gestacional • Perguntar Qual a sua idade? Quando foi a última menstruação? Faz controle pré-natal? Quando começou o pré-natal? Quantas consultas? Quantas gestações já teve? Quando foi seu último parto, tem ou teve queixas urinarias? Os partos foram normais, cesáreas ou com fórceps? Teve filho com baixo peso, tem tido febre, tem alguma doença? Teve filhos prematuros, está tomando algum medicamento? Teve filhos malformados, tem ou teve algum sangramento vaginal? Teve aborto, tem corrimento, tem dor de cabeça forte? Teve morte de filhos ao nascer, tem visão turva, teve convulsões? Está tendo dores de parto, fuma bebe ou consome drogas? • Avaliar características individuais e condições sociodemográficas favoráveis Idade entre 15 e 34 anos Gravidez planejada ou desejada História reprodutiva anterior - Intervalo interpartal maior que um ano. - Ausência de intercorrências clínicas e/ou obstétricas na gravidez anterior e/ou na atual RISCO HABITUAL • Avaliar características individuais e condições sociodemográficas desfavoráveis Idade menor que 15 e maior que 34 anos Situação familiar insegura e não aceitação da gravidez, principalmente em adolescentes Ocupação: esforço físico, carga horária, rotatividade de horário, exposição a agentes físicos, químicos e biológicos nocivos, estresse Situação conjugal insegura Baixa escolaridade (< 5 anos) Tabagista Altura menor que 1,45 m; • IMC < 19 ou > 30 Uso de drogas Nuliparidade e multiparidade maior que 05 partos Cirurgia uterina anterior Intervalo interpartal menor que 2 anos Intercorrências clínicas/obstétricas na gravidez atual - Infecção urinária - Anemia com hemoglobina maior que 8 Dependência química de drogas História reprodutiva anterior - Morte perinatal explicada e inexplicada - Abortamento habitual - Esterilidade/infertilidade - Síndrome hemorrágica ou hipertensiva - Prematuridade Doença obstétrica na gravidez atual controlada - Desvio quanto ao crescimento uterino e ao volume de líquido amniótico - Gestação múltipla - Ganho ponderal inadequado - Diabetes gestacional - Hemorragias da gestação RISCO HABITUAL • Intercorrências clínicas (patologias controladas) Infecção urinária de repetição Hipertensão arterial Cardiopatias (reumáticas, congênitas, hipertensivas, arritmias, valvulopatias, endocardites na gestação) Pneumopatias (asmaem uso de medicamentos contínuos, DPOC) Nefropatias (insuficiência renal, rins policísticos, pielonefrite de repetição) Endocrinopatias (diabetes, hipo e hipertireoidismo) Hemopatias Epilepsia Doenças infecciosas (sífilis, toxoplasmose, rubéola, infecção pelo HIV) Doenças autoimunes (lúpus eritematoso, artrite reumatoide etc.) Ginecopatias (malformações uterinas, miomas intramurais com diâmetro > 4 cm ou múltiplos e miomas submucosos, útero bicorne) Câncer: os de origem ginecológica, se invasores, que estejam em tratamento ou possam repercutir na gravidez 13 Rafaela Pamplona Gestação resultante de estupro, em que a mulher optou por não interromper a gravidez ou não houve tempo hábil para a sua interrupção legal Fatores de risco gestacional Doença obstétrica na gravidez atual – não controlada Intercorrências clínicas – patologias não controladas Malformações fetais Isoimunização (fator Rh) ALTO RISCO • Fatores de risco a gestação segundo o Ministério da Saúde Gestação sem risco iminente – baixo risco • Roteiro das consultas Mínimo 6 – preferencialmente - 1 consulta no 1º trimestre - 2 consultas no 2º trimestre - 3 consultas no 3º trimestre • O total de consultas deverá ser de, no mínimo 6, com acompanhamento intercalado entre médico e enfermeiro • As consultas devem ser realizadas conforme o cronograma Até a 28ª semana → mensamente Da 28ª a 36ª semana → quinzenalmente Da 36ª a 41ª semana → semanalmente • Diagnóstico da gravidez Presunção - Náuseas, Vômitos, Sensibilidade Mamária, Polaciúria e Constipação associados a amenorreia - Sinais de presunção ~ 4 semanas: amenorreia ~ 5 semanas: náuseas (50%), vômitos e anorexia Aumento do apetite/perversão alimentar Congestão mamaria ~ 6 semanas: polaciúria (VU/AVF) ~ 8 Semanas: pigmentação aréola primária Tubérculos de Montgomery ~ 16 Semanas: colostro Rede de Haller ~ 20 semanas: aréola secundária 14 Rafaela Pamplona - Sinais de probabilidade ~ 6 semanas: amenorreia (10 – 14 dias) ~ 8 semanas Alteração da consistência uterina ↳ Sinal de Hegar: amolecimento do istmo Alteração da forma ↳ Sinal de Piskacek: abaulamento, amolecimento da zona de implantação ↳ Sinal de Nobile-Budin: abaulamento do útero gravídico ao toque do fundo de saco ↳ Sinal de Osiander: percepção dos batimentos do pulso vaginal ↳ Sinal de Jacquemier ou de Chadwick: coleção violácea vestíbulo e meato pelo aumento do fluxo sanguíneo ↳ Sinal de Kluge: coloração violácea da vagina pelo aumento do fluxo sanguíneo - Sinais de certeza ~ 14 semanas: Sinal de Puzzos (rechaço fetal) ~ 18 semanas: percepção e palpação dos movimentos fetais Palpação dos segmentos fetais ~ 20 – 21 semanas: ausculta fetal (Pinard) Sonar (10s) M-mode (7/8s) Laboratorial - TIG – Urina e Sangue (Beta-HCG) Exame físico - Alterações mamárias → sinais de presunção ~ Turgência ~ Aumento de volume e sensibilidade - Alterações uterinas → sinais de probabilidade ~ Aumento do volume ~ Consistência do colo • Métodos para cálculo da idade gestacional (IG) DUM totalmente desconhecida - AU/Toque Vaginal ~ Até 6 semanas – sem alteração ~ 8 semanas – 2 x normal ~ 10 semanas – 3 x normal ~ 12 semanas – palpável sínfise púbica ~ 16 semanas – ½ entre SP e cicatriz umbilical ~ 20 a 30 semanas – AU = IG • Aumento do volume abdominal – altura uterina (AU) • Diagnóstico ultrassonográfico USG pélvica USG transvaginal SG 5s 4s Embrião 7 – 8s 5 – 6s BCF 7 – 8s 5 – 6s Placenta 12s 9s Cabeça fetal 11 – 12s 8s 15 Rafaela Pamplona Captação precoce • Visitas domiciliares: foco na gestante, abrangendo contexto familiar e social • Objetivos da visita domiciliar Captar gestantes não-inscritas Reconduzir gestantes faltosas, especialmente as de alto risco Acompanhar algumas gestantes com dificuldade de acesso Completar o trabalho educativo Reavaliar, reorientar ou dar seguimento Nova caderneta da gestante • Publicação dirigida aos profissionais e usuárias do SUS • Contempla as diretrizes de boas práticas na assistência pré- natal, parto e nascimento propostas na Estratégia Rede Cegonha e alinhadas com a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher Primeira consulta • Deve ocorrer o mais precoce possível, antes da 13ª semana • Anamnese completa Idade gestacional Avaliação nutricional Plano de acompanhamento • Marcos Inserir nº de registro do SISPré-natal no Cartão da Gestante entrega do cartão da gestante, solicitação de exames de rotina, calendário das vacinas, convite às atividades educativas • Roteiro Identificação: idade, cor, naturalidade e endereço Dados socioeconômicos: instrução, ocupação, situação conjugal, nº de dependentes, renda, condições moradia e saneamento Motivos da consulta: se foi encaminhada, procurou espontaneamente, se tem queixa Antecedentes familiares: hipertensão arterial*, diabetes, doenças congênitas, gemelaridade, câncer de mama, hanseníase, tuberculose e outros (grau parentesco) Antecedentes pessoais: hipertensão*, diabetes, cardiopatias, doenças renais crônicas, anemias, doenças neuropsíquicas, herpes e rubéola, alergias, hanseníase e tuberculose (registrar tipo e data) História clínica - Antecedentes ginecológicos: ciclos menstruais (duração, intervalo e regularidade), uso de métodos anticoncepcionais, quais, por quanto tempo e motivo abandono), infertilidade e esterilidade, DST inclui parceiro, mamas (alteração e tratamento), último exame de Papanicolaou - Sexualidade: início da atividade sexual, desejo, orgasmo, dispareunia, prática sexual nesta gestação e nas anteriores, nº de parceiros - Antecedentes obstétricos: Nº de gestações (abortos, gravidez ectópica e mola hidatiforme); nº, tipos e locais de partos, nº e tipos de abortamentos, se fez curetagem; nº de filhos vivos; idade da 1ª gestação; intervalo interpartal; nº e intercorrências dos recém-nascidos; intercorrências nas gestações, partos e puerpérios anteriores; história de aleitamento - Gestação atual: data da última menstruação (DUM) – primeiro dia/mês/ano Ex.: DUM 04/07/2021 DPP – 11/04/2022 calcular DPP ~ Dúvida? ~ Anotar percepção dos primeiros movimentos fetais 18 semanas, ultrassonografia + efetiva, quando precoce; sinais e sintomas gestação; ~ uso de medicamentos ~ atividade ocupacional Exame físico geral - Aferição do peso - Avaliação do estado nutricional da gestante - Aferição da frequência cardíaca - Medida da temperatura axilar - Medida da pressão arterial - Inspeção da pele e das mucosas - Exame da cavidade bucal - Palpação da tireóide e mamas - Ausculta cardiopulmonar - Exame do abdome - Palpação dos gânglios inguinais - Exame dos membros inferiores - Pesquisa de edema (face, tronco, membros) Exame físico específico - Exame de mamas - Medida da altura uterina - Ausculta dos batimentos cardiofetais (BCF) ~ Entre a 7ª e a 10ª semana – Sonar Doppler ~ Após a 20ª semana – Pinard - Identificação da situação e apresentação fetal (3º trimestre) - Inspeção dos genitais externos – DST/HIV/AIDS 16 Rafaela Pamplona - Exame especular: inspeção das paredes vaginais, do conteúdo vaginal e do colo uterino, e coleta de material para exame colpocitológico - Toque vaginal - Educação individual - Outros exames, se necessários • Rotina laboratorial mínima ABO/Rh Hb/Ht VDRL Glicemia jejum Sumário de urina Colpocitologia oncótica (> 3 anos) Elisa anti-HIV - Exame consentido - Aconselhamento pré-teste - Explicar: teste benefícios diagnóstico precoce - Sorologia HIV ~ Rastreamentouniversal informado ↳ Se positivo Contraindica procedimentos invasivos Rastrear parceiro sexual Cuidados em sala de parto Contraindica amamentação • Rotina laboratorial avançada Sorologia: Hepatite Toxoplasmose Rubéola Urinocultura com antibiograma Bacterioscopia da secreção vaginal Hepatite B – HBsAg - Vacinar pacientes de alto-risco - Rastrear parceiro sexual - Se positivo: contraindica procedimentos invasivos ~ Cuidados em sala de parto Vacina e imunoglobulina para o RN Mãe (-) – apenas vacinar RN Mãe (+) – HBIG 0,5ml IM + Vacina RN • Ações complementares Referência para atendimento odontológico Referência para vacinação antitetânica, quando a gestante não estiver imunizada Referência para serviços especializados na mesma unidade ou unidade de maior complexidade, quando indicado Agendamento de consultas subsequentes Consultas subsequentes • Revisão da ficha perinatal e anamnese atual • Cálculo e anotação da idade gestacional • Controle do calendário de vacinação Vacinas inativas são seguras, e podem ser utilizadas, quando necessário, nas gestantes Ex.: difteria, tétano, influenza, hepatite A e hepatite B, corona vírus Vacinas que contém vírus ou bactérias vivas a princípio devem ser contraindicadas, exceto em situações em que o risco de adoecimento sobrepuja o risco teórico vacinal Ex.: varicela, sarampo, rubéola, caxumba, febre amarela, influenza nasal e outras Vacina antitetânica – gestante não vacinada 1ª dose 2ª dose 3ª dose Precoce 60 dias após 60 dias após a 2 dose - As primeiras duas doses com intervalo de dois meses (mínimo de um mês) - aplicando-se a primeira o mais precocemente possível - e a terceira, seis meses depois da segunda ~ Caso só haja tempo para aplicação de duas doses, a segunda deve ser aplicada 20 dias, ou mais, antes da data provável do parto (esquema 0, 2, 8) - Três doses, de dois em dois meses (intervalos mínimos de um mês) - aplicando-se a primeira dose o mais precocemente possível - Caso só haja tempo para aplicar duas doses, a segunda deve ser aplicada 20 dias, ou mais, antes da data provável do parto (esquema 0, 2, 4) - Por motivos de ordem operacional, tem-se optado por um ou outro esquema nas diferentes regiões do país Vacina antitetânica – gestante vacinada - Se 1ª ou 2ª doses: completar esquema de 3 doses - Reforço: 10/10 anos - Na gestação: 5 anos - DTPa a cada gestação - Esquema básico: na gestante que já recebeu uma ou duas doses da vacina contra o tétano (DTP, DT, dT ou TT) deverão ser aplicadas mais duas ou uma dose, respectivamente, da vacina dupla tipo adulto (dT), para se completar o esquema básico de três doses. Essa terceira dose deve ser aplicada 20 dias ou mais antes da data provável do parto 17 Rafaela Pamplona - Reforços: de dez em dez anos; antecipar a dose de reforço se ocorrer nova gravidez cinco anos, ou mais, depois da aplicação da última dose. A dose de reforço deve ser aplicada 20 dias ou mais antes da data provável do parto • Exame físico e gineco-obstétrico: repetir todos os passos citados anteriormente • Interpretação de exames laboratoriais e solicitação de outros, se necessários • Acompanhamento das condutas adotadas em serviços clínicos especializados • Realização de ações e práticas educativas (individuais e em grupos) • Agendamento de consultas subsequentes ASSISTENCIA PRÉ-NATAL II – NUTRIÇÃO E GRAVIDEZ Nutrição e gestação • A gestação é um período na vida da mulher durante o qual aumentam as necessidades nutritivas Feto: crescimento e desenvolvimento Mae: modificações do corpo • Peso ideal Ao longo dos 9 meses de gravidez, a mulher aumenta em média entra 10 a 12kg - 1º trimestre: 1 a 2kg - 2º a 3º trimestre: 1,5 a 2kg por mês Placenta e anexos embrionários Avaliação do estado nutricional • O estado nutricional é o que os nutricionistas utilizam para definir se a gestante apresenta peso igual, maior ou menor do que o adequado, além de avaliar o ganho de peso na gravidez • Índice de massa corpórea – IMC IMC = 𝑝𝑒𝑠𝑜 (𝑘𝑔) 𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 (𝑚)𝑥 𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 (𝑚) 18 Rafaela Pamplona • Ganho de peso recomendado IMC pré Ganho de peso (kg) Baixo peso 12,5 – 18,0 Normal 11,5 – 16,0 Sobrepeso 7 – 11,5 Obesidade < 7,0 → adulta 7,0 – 9,0 → adolescente Suplementação vitamínica • Toda paciente idade reprodutiva deve receber 4mg/dia ácido fólico prevenção de defeitos do tubo neural (DTN) e anemia megaloblástica • Suplementação de 40mg de Fe - 2° e 3° trimestre • Suplemento vitamínico e mineral - grupos de risco • Não usar vitamina A em altas doses, leva a malformações fetal • Consulta subsequente Prescrever sulfato ferroso - 300mg/dia 30 a 60mg ferro elementar Prescrever ácido fólico (4mg/dia) Orientar alimentação Realizar ações e práticas educativas (individual/grupo) Agendar consultas subsequentes • Ácido fólico Coenzima necessária no turnover e crescimento tecidual Folhas verdes frutas cítricas e cereais, feijão, leite • Vitamina B12 Necessária a divisão celular e síntese proteica Carnes, peixes, ovos e legumes • Vitamina B6 Metabolismo, função eritrocitária e imune Carne, aves, peixes e fígado • Vitamina C Envolvida no metabolismo Frutas cítricas e vegetais • Cálcio Formação óssea Leite, queijos, iogurte • Zinco Crescimento celular e metabolismo Ostras, frutos do mar, peixes, fígado, peru • Ferro Encontrado em carne, ovos, fígado, ameixa Ingesta concomitante com leite, chá, café inibem absorção • Vitamina C Envolvida no metabolismo frutas cítricas e vegetais Kiwi, laranja, limão, abacaxi, caju, acerola • Vitamina A Envolvida no crescimento celular e reações fotoquímicas na retina Fígado, ovos, leite, cenoura e folhas verdes 19 Rafaela Pamplona Métodos para cálculo da IG • Objetivo Estimar tempo gravidez Idade fetal • Mês X semana • DUM conhecida/certeza Sem uso anticoncepcionais 3 meses após anticoncepcional oral 6 meses após progestágeno injetável Ciclos regulares Método do calendário - Soma dos dias entre 1º dia da menstruação e o dia atual - Dividir o resultado por sete - Resultado: No de semanas - Resto: No dias além da referida semana - Ex.: DUM: 20/09/2020 Data atual: 15/04/2021 IG: set 10 Out 31 Nov 30 Dez 31 Jan 31 Fev 28 Mar 31 Abr 15 207 7 67 29 4 IG = 29 semanas e 4 dias Gestograma (disco gestacional) - Colocar a seta sobre data DUM - Observa na data atual o nº de semanas - Observa na outra seta a DPP • DUM desconhecida/incerteza Sabe-se época mês, considera-se 1º dia da DUM - Início mês = Dia 05 - Meio mês = Dia 15 - Final mês = Dia 25 • DUM totalmente desconhecida IG calculada por aproximação com: - Altura fundo uterino - Toque vaginal - Início movimentação fetal (16 – 20 semanas) 20 Rafaela Pamplona Altura uterina / toque vaginal - Até 6 semanas – sem alteração - 8 semanas – 2 x normal - 10 semanas – 3 x normal - 12 semanas – palpável sínfise púbica - 16 semanas – ½ entre SP e cicatriz umbilical - 20 a 30 semanas – AU = IG Ultrassonografia 21 Rafaela Pamplona Métodos para cálculo DPP • Objetivo Estimar período provável nascimento Altura uterina / toque vaginal - Soma-se 280 dias ou 40 semanas a partir da DUM Com gestograma (disco gestacional) - Coloca 1ª seta na DUM e observa outra seta na DPP - DUM conhecida/certeza A partir da DUM - Soma7 ao 1º dia e diminui 3 ao mês ~ Ou soma 9 se janeiro/fevereiro/março - Soma 7 ao 1º dia e, se muda o mês, diminui 2 ao mês ~ Ou soma 10 se janeiro/fevereiro/março Procedimentos técnicos – Medida do Peso • Objetivo Avaliar estado nutricional Avaliar o ganho peso gestação • Identificação de gestantes com déficit nutricional, sobrepeso ou obesidade no início da gestação • Detectar o ganho peso deficiente ou excessivo • Adotar condutas corretivas • Técnica da medida do peso Aparelho: plataforma, escala com intervalo até 100kg - Destravar, zerar, tarar balança - Gestante na plataforma com bata/descalça – frente mostrador - Mover peso maior até baixar braço balança ~ Voltar o peso maior para o ponto imediatamente anterior (braço da balança levanta) - Mover peso menor lentamente até equilibrar o braço da balança (fica em linha reta) - Verificar peso, em quilos, na escala maior e, em gramas, na escala menor - Anotar peso no prontuário/ficha/cartão - Anotar no gráfico de peso (avaliar curva de ganho de peso) Procedimentos técnicos – Medida da Estatura • Aparelho: Balança com plataforma Gestante na plataforma descalça Frente para examinador Calcanhares, nádegas e espáduas tocam a haste vertical da balança Cabeça erguida, reta 22 Rafaela Pamplona Baixar haste até pressionar cabelo Medir altura com aproximação de 0,5cm Anotar resultado no prontuário/cartão/ficha perinatal Avaliação do estado nutricional • Peso pré-gravídico conhecido Calcular IMC – índice de massa corpórea IMC = 𝑝𝑒𝑠𝑜 (𝑘𝑔) 𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 (𝑚2) IMC (kg/m2) Classificação < 19,8 Baixo peso 19,8 – 26 Peso normal 26,1 – 29 Sobrepeso > 29 Obesidade • Ganho de peso recomendado IMC pré Ganho de peso (kg) Baixo peso 12,5 – 18,0 Normal 11,5 – 16,0 Sobrepeso 7 – 11,5 Obesidade < 7,0 → adulta 7,0 – 9,0 → adolescente • Classificação IMC • Peso pré-gravídico desconhecido, mas consulta inicial no 1º trimestre Usa o peso obtido na consulta e os mesmos parâmetros prévios • Peso pré-gravídico desconhecido, com consulta inicial após 1º trimestre Pode-se obter, em tabelas, o peso esperado para determinada altura segundo a IG < p10 = baixo peso p10 – p90 = normal > p90 sobrepeso • Ganho de peso (GP) GP (kg) = Peso atual – Peso pré-gestacional (1ª consulta no 1º trimestre) Colocar no gráfico Controlar ganho a cada consulta Verificar se acima do p90 ou abaixo do p25 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=iXfSHZKqWp2SXM&tbnid=oTY6wMXNkLzPhM:&ved=0CAUQjRw&url=http%3A%2F%2Fpicnicchic.blogspot.com%2F2013%2F01%2Fpeso-correto-na-gestacao.html&ei=pBU6UdviJIf68QS0lIBI&bvm=bv.43287494,d.dmQ&psig=AFQjCNG5XOzseOEKT1dAJYUXLvg8TAKQMg&ust=1362846485620241 23 Rafaela Pamplona Adequado: entre p25 e p90 Se no início do pré-natal - IMC baixo: GP perto p90 - IMC normal: GP entre p50 e p90 - IMC sobrepeso: GP entre p25 e p50 - IMC obesidade: GP perto p25 • Peso pré-gravídico totalmente desconhecido Normal: 400g/semana – 2º trimestre 300g/semana – 3º trimestre Inadequado: >p90 ou <p25 - GP < p25: desnutrição? Predisposição feto PIG - GP > p90: Excesso ingesta/edema? Predisposição feto GIG Aumento súbito >500mg/semana - Edema? - Erro mensuração? Ganho de peso normal - Conduta: rotina e orientação alimentar Ganho de peso deficiente - Conduta: investigar alimentação Investigar causas Retorno prazo menor Consulta medica – serviço de alto risco Ganho de peso excessivo - Conduta: investigar alimentação Investigar causas (obesidade, edema, gemelar, polidrâmnio, macrossomia) Avaliar/tratar Retorno prazo menor Consulta médica – serviço de alto risco Controle da Pressão arterial • Objetivos Detecção precoce dos estados hipertensivos Redução do risco materno e perinatal • Hipertensão gestacional PAS 140mmHg PAD 90mmHg 2 ocasiões – intervalo 4h • Técnica Aparelho de pressão calibrado Paciente sentada (nunca supina), repouso 5 minutos Braço altura do coração estendido sobre a mesa Colocar aparelho pressão Colocar diafragma do estetoscópio na dobra do cotovelo (não prender com o aparelho de pressão) Inflar e desinflar lentamente 1º ruído: PA sistólica Último ruído ou abafamento: PA diastólica • Conduta Repetir PA após 4 horas repouso Remarcar consulta 7/14 dias Orientar para sintomas de agravo - Cefaleia, dor gástrica, escotomas visuais, edema, diurese, urina espumosa, diminuição movimentação fetal Repouso 24 Rafaela Pamplona Verificar proteinúria: Labstix: + ou mais Urina 24 h > 300mg/lt PA > 140 x 90 mmHg - Proteinúria positiva - Sintomas clínicos agravo Pré-natal risco Unidade referência HAC moderada/grave - Medicação anti-hipertensiva Pré-natal risco Verificação da presença de edema • Objetivo Detecção precoce edema patológico • Detecção de edema em MMII Decúbito dorsal ou sentada Pressão tornozelo: região peri-maleolar Pressão perna, face anterior: região pré-tibial • Detecção de edema em região sacra Decúbito lateral ou sentada Pressão região sacral • Detecção de edema em face e MMSS Inspeção Palpação obstétrica • Objetivo Identificar situação, posição e apresentação fetais - Delimitação fundo uterino - Delimitação laterais uterinas - Identificação pólos cefálico, pélvico e dorso fetal • Manobra de Leopold – 4 tempos 1ª Manobra de Leopold: situação da parte fetal e delimitação do fundo uterino Longitudinal – transversa – obliqua 2ª Manobra de Leopold: posição fetal Se longitudinal: Direita – Esquerda Se transversal: Anterior – Posterior 3ª Manobra de Leopold: apresentação fetal/altura Cefálica – Pélvica – Córmica - Apresentação pélvica ou córmica ao final da gestação ~ Encaminhar para serviço de alto risco ~ Parto hospitalar 4ª Manobra de Leopold: atitude ou insinuação. Confirma a apresentação fetal 25 Rafaela Pamplona Medida da altura uterina • Objetivo Identificar o crescimento fetal Diagnosticar os desvios da normalidade através da relação AU/IG • Técnica Decúbito dorsal Corrigir dextroversão uterina Extremidade fita fixada na margem superior púbis Deslizar fita entre os dedos indicador e médio da outra mão até fundo uterino com margem cubital dessa mão Verificar valor fita e anotar no gráfico (em geral 1,5+/- 0,6cm maior) Anotar no gráfico • Ponto entre a curva superior e inferior Conduta: AU correspondente à IG Rotina ASSISTENCIA PRÉ-NATAL III – AUSCULTA DOS BATIMENTOS CARDIO-FETAIS Objetivo • Constatar ritmo, frequência e normalidade • Normal: 110 a 160bpm Técnica de ausculta Pinard • Decúbito dorsal • Identificar dorso fetal (posição) • Dúvida: área maior movimentação fetal dorso área contrária • Colocar Pinard local ausculta • Auscultar e anotar BCF (1 minuto) • Registrar BCF Ausculta dos BCFs - Sonar Doppler: entre a 10ª e 12ª semana - Estetoscópio de Pinard: entre a 17ª e 20ª semana Variam de 120 a 160bpm Devem ser diferentes do pulso materno • Inaudíveis com IG > 24 semanas Erro IG? Dificuldade de ausculta? (ex.: obesidade) Usar sonar Doppler - Se inaudível → USG ou serviço e alto risco • Taquicardia Sinal de alerta Afastar: febre materna, taquicardia materna, medicações Suspeitar de sofrimento fetal 26 Rafaela Pamplona Avaliação médica do obstetra Persistência → encaminhar para o serviço de alto risco • Bradicardia Sinal de alerta Afastar: bradicardia materna,medicações Suspeitar de sofrimento fetal Avaliação médica do obstetra Persistência → encaminhar para o serviço de alto risco • Aumento transitório FCF após → boa vitalidade Contração uterina Movimentação fetal Estimulo mecânico Avaliação da vitalidade • Aceleração FCF • Registro movimentação fetal – mobilograma A partir da 28º semana Método: simples, de baixo custo, sem contraindicações, não requer instrumentos. Raro falso-negativo Diminuição da percepção do movimento fetal - Insuficiência placentária - Isoimunização Rh - Malformação fetal congênita - Atividade materna excessiva - Uso medicações, álcool, nicotina, etc Técnica - Escolha período para atenção aos movimentos fetais - Alimentação prévia ao exercício - Sentar com mão sobre abdômen - Anotar os movimentos Conduta - Período máximo 1 hora - Normal: 6 movimentos até 1 hora - Se obtém em menos tempo pode parar - Anormal → Inatividade fetal < 6 movimentos/hora 2 horas consecutivas Serviço Referência • Teste estímulo fetal simplificado Sonar Doppler Buzina Kobo Técnica - Decúbito dorsal com cabeceira elevada - Palpar pólo cefálico - Realizar estímulo acústico sobre o pólo cefálico por 3 a 5s - Observar movimentos fetais - Auscultar e contar novamente BCF por 4 períodos de 15s - Calcular média 4 valores Interpretação - Teste positivo ~ Movimentos fetais bruscos ~ ↑ BCF em 15bpm - Teste negativo ~ Ausência movimentos fetais ~ Ausência BCF ~ Desaceleração FCF ~ Se negativo: repetir 2x com intervalos de 10min ~ Avaliação mais confiável da vitalidade fetal ~ Referir nível maior de complexidade Cardiotocografia • É um método biofísico não invasivo de avaliação do bem- estar fetal • Consiste no registro gráfico da frequência cardíaca fetal e das contrações uterinas • É classificada em cardiotocografia anteparto (quando realizada antes do início do trabalho de parto) e intraparto Bom Pré natal • Precoce • Periódico – mínimo 6 consultas • Completo • Ampla cobertura Covid • Paciente com síndrome gripal Covid X H1N1 • Ciclo gravídico puerperal Adaptações do organismo materno a gravidez tornam a gravida mais susceptível as infecções – GRUPO DE RISCO - Alterações cardiovasculares - Alterações Imunológicas - Alterações Hematológicas - Alterações Pulmonares 27 Rafaela Pamplona • Adotar medidas para minimizar risco de exposição (gestantes e profissionais de saúde) Organizar horário das consultas Orientar medidas de precaução Recomendar uso de mascara Organizar horário de atendimento - Baixo risco: espaçar consultas, exames - Alto risco: individualizar calendário das consultas Triagem na chegada à unidade de saúde - Aferir temperatura + avaliar queixas respiratórias (gestante e acompanhante) - Triagem negativa: sem febre ou queixas de síndromes gripais ~ Realizar consulta habitual - Triagem positiva: T≥ 37,8º e síndrome gripal ~ Gestante recebe mascara ~ Encaminhamento para área restrita ↳ Avaliação área restrita – equipe médica (EPI) Nova aferição da temperatura + queixas respiratórias Avaliar FR + satO2 Sinais de gravidade ~ Caso suspeite de COVID ↳ Isolamento domiciliar – ausência de sinais de gravidade ↳ Internação – presença de sinais de gravidade • Atenção pré-natal Gestantes assintomáticas para COVID – sem febre e/ou sintomas respiratórios Manter acompanhamento pré-natal - Organização data consultas e dos exames (espaçar, se possível) - Controlar horário do atendimento (evitar aglomeração no local de espera) - Orientar vacinas (H1N1) - Orientar máscara de tecido Orientar medidas de precaução padrão - Higienização das mãos - Evitar aglomerações - Evitar contato com pessoas febris/infecção respiratória - Evitar contato das mãos com a boca, nariz e olhos Orientar sintomas da COVID e contato/local a procurar, se necessário Gestantes: profissionais de saúde ou com atividade ou local de trabalho insalubre - Lei 13.287/16 proíbe trabalho de gestantes e lactantes SEM necessidade de atestado 28 Rafaela Pamplona • Atenção pré-natal Gestantes sintomáticas para COVID – febre (≥38ºC) e/ou sintomas respiratórios (coriza, dor de garganta, mialgia, anosmia) - Sinais de gravidade ~ FR ≥ 25irpm ~ SatO2 <95% ~ Hipotensão arterial ~ Alteração no tempo de enchimento capilar ~ Alteração do nível de consciência ~ Oliguria SEM sinais de gravidade - Orientar gestante ~ Necessidade de uso de máscara cirúrgica ~ Isolamento domiciliar ~ Sobre sintomas de gravidade ~ Sobre local a procurar em caso de piora/sinais de gravidade - Se disponível: teste de diagnostico molecular COVID • Atendimento hospitalar Gestantes sintomáticas para COVID Febre (≥38ºC) e/ou sintomas respiratórios (coriza, dor de garganta, mialgia, anosmia) COM sinais de gravidade - Colocar mascara cirúrgica na gestante - Colher amostra (naso e orofaringe): teste diagnostico SARS-COV2 e outros exames - Iniciar oseltamivir, discutir uso de ATB - Notificar VE • Parturiente suspeita/ Diagnóstico de COVID-19 Paciente: colocar mascara Equipe: EPI Comunicar todas as equipes Via parto: indicação obstétrica Restringir acompanhantes Sala de parto/cirúrgica com pressão negativa Analgesia/anestesia: protocolo serviço Complementar EPI equipe se procedimento gera aerossol (intubação e esforço materno no expulsivo) Assistência ao TP e parto - Monitorização materna (sinais vitais) - Monitorização continua FCF - Se dispneia/ dificuldade respiratória abreviar expulsivo Manejo cesárea - Indicação é obstétrica (materna e/ou fetal) - Preparar equipe/material para realizar cesárea em UTI Pontos sem evidências cientifica - Definir protocolo serviço e discutir com parturientes ~ Clampagem precoce ou oportuna cordão umbilical ~ Contato pele a pele Pós-parto - Puérpera em isolamento (máscara e precaução de contato) - Monitorizar SV maternos e critérios de gravidade - Equipe: EPI - Restringir visitas e acompanhante - RN com mãe, berço distante 2m - Amamentação liberada Amamentação - Condições clínicas maternas - Desejo e capacidade - Compreensão materna Modificações fisiológicas da gravidez • Alterações dermatológicas A maioria das gestantes apresentam algum grau de escurecimento da pele A causa exata não é conhecida Também se observa cloasma em grande números de mulheres que tomam AHO A hiperpigmentação é evidente em áreas como: aréola, mamilo, períneo, vulva e umbigo A linha alba, torna-se hiperpigmentada e chama-se linha nigra Hirsutismo leve, especialmente da face, não é raro na gestação A imensa maioria das gestantes apresentam estrias, os fatores predisponentes são raciais e genéticos Fatores que desencadeiam: estiramento e distensão da pele e componentes hormonais, particularmente os estrógenos placentários • Alterações do sistema osteoarticular A lordose progressiva é um achado característico na gravidez normal para compensar o peso do abdome (em posição anterior Devido ao crescimento do útero é que ocorre a lordose, responsável pelo deslocamento do centro de gravidade para trás. Acentua-se a mobilidade das articulações sacrilíaca, sacrococcígea e junção púbica, durante a gravidez, presumivelmente como resultado das modificações hormonais 29 Rafaela Pamplona Modificações gerais - Postura ~ Lordose da coluna lombar ~ Afastamento das espaduas ~ Marcha anserina - Esqueleto ~ Embebimento gravídico ~ Relaxamento articular Condutas nas queixas mais frequentes na gestação normal • Náuseas, vômitos e tonturas Explicar que esses são sintomas comunsno início da gestação Orientar a gestante para: dieta fracionada (seis refeições leves ao dia); evitar frituras, gorduras e alimentos com cheiros fortes ou desagradáveis; evitar líquidos durante as refeições, dando preferência à ingestão nos intervalos; ingerir alimentos sólidos antes de levantar-se, pela manhã Agendar consulta médica para avaliar a necessidade de usar medicamentos ou referir ao pré-natal de alto risco, em caso de vômitos frequentes • Pirose (azia) Orientar a gestante para: - Dieta fracionada, evitando frituras; ingerir leite frio - Evitar café, chá preto, mates, doces, álcool e fumo OBS.: em alguns casos, a critério médico, a gestante pode fazer uso de medicamentos antiácidos • Sialorreia (salivação excessiva) Explicar que esse é um sintoma comum no início da gestação; Orientar dieta semelhante à indicada para náusea e vômitos Orientar a gestante para deglutir a saliva e tomar líquidos em abundância (especialmente em épocas de calor) • Fraqueza e desmaios Orientar a gestante para que não faça mudanças bruscas de posição e evite a inatividade Indicar dieta fracionada. Sugerir chá ou café com açúcar como estimulante, desde que não estejam contraindicados Explicar a gestante que sentar-se com a cabeça abaixada ou deitar-se em decúbito lateral, respirando profunda e pausadamente, melhora a sensação de fraqueza e desmaio • Dor abdominal, cólicas, flatulências e obstipação intestinal Certificar-se de que não sejam contrações uterinas Se a gestante apresentar flacidez da parede abdominal, sugerir o uso de cinta (com exceção da elástica) e exercício apropriados Se houver flatulência (gases) e ou obstipação intestinal - Orientar dieta rica em resíduos: frutas cítricas, verduras, mamão, ameixas e cereais integrais; - Recomendar que aumente a ingestão de líquidos e evite alimentos de alta fermentação, tais com repolho, couve, ovo, feijão, leite e açúcar; - Recomendar caminhadas, movimentação e regularização do hábito intestinal Eventualmente prescrever - Dimeticona – gases - Supositório de glicerina - obstipação - Hioscina, uma cápsula, via oral, até duas vezes ao dia – cólicas - Solicitar exame parasitológico de fezes, se necessário • Hemorroidas Recomendar a gestante - Fazer dieta, a fim de evitar a obstipação intestinal. Se necessário, prescrever supositórios de glicerina - Não usar papel higiênico colorido ou áspero (molhá-lo) e fazer higiene perianal com água e sabão neutro, após defecação - Fazer banhos de vapor ou compressas mornas - Agendar consulta médica, caso haja dor ou sangramento anal persistente • Corrimento vaginal Explicar que um aumento de fluxo vaginal é comum na gestação Não prescrever cremes vaginais, desde que não haja diagnóstico de infecção vaginal 30 Rafaela Pamplona Agendar consulta médica, se ocorrer fluxo de cor amarelada, esverdeada ou com odor fétido, ou caso haja prurido. Nesses casos, ver condutas no Manual e Controle de Doenças Sexualmente Transmissíveis/DST-Aids/MS • Queixas urinarias Explicar que, geralmente, o aumento do número de micções é comum no início e no final da gestação (aumento do útero e compressão da bexiga) Agendar consulta médica, caso exista dor ao urinar ou hematúria (sangue na urina), acompanhada ou não de febre • Falta de ar e dificuldade para respirar Esses sintomas são frequentes na gestação, em decorrência do aumento do útero ou ansiedade da gestante: - Recomendar repouso em decúbito lateral - Ouvir a gestante e conversar sobre suas angústias, se for o caso - Estar atento para outros sintomas associados e para achados no exame cardiopulmonar pois, embora infrequentemente, pode tratar-se de doença cardíaca ou respiratória. Agendar a consulta médica, caso haja dúvida ou suspeita • Dor nas mamas Recomendar o uso constante de sutiã, com boa sustentação, após descartar qualquer alteração no exame das mamas • Dor lombar (dores nas costas) Recomendar à gestante: - Correção de postura ao sentar-se e ao andar; - Uso de sapatos com saltos baixos e confortáveis; - Aplicação de calor local; - Eventualmente, usar analgésico (se não for contraindicado), por tempo limitado • Cefaleia (dor de cabeça) Afastar hipertensão arterial e pré-eclâmpsia (se tiver mais de 24 semanas de gestação) Conversar com a gestante sobre suas tensões, conflitos e temores Referir à consulta médica, se persistir o sintoma • Sangramento nas gengivas Recomendar o uso de escova de dentes macia e massagem na gengiva Agendar atendimento odontológico, sempre que possível Limpeza dos dentes - A mulher gravida responde mais ativamente a irritação que bactérias causam na gengiva, por isso o sangramento gengival ser muito comum na gestante • Varizes Recomendar não permanecer muito tempo em pé ou sentada Repousar (20 minutos), várias vezes ao dia, com as pernas elevadas; Não usar roupas muito justas e nem ligas nas pernas, e, se possível, utilizar meia-calça elástica para gestante • Câimbras Recomendar massagear o músculo contraído e dolorido e aplicar calor local Evitar excesso de exercício • Cloasma gravídico (manchas escuras no rosto) Explicar que é comum na gravidez e que costuma diminuir ou desaparecer, em tempo variável, após o parto; Recomendar não expor o rosto diretamente ao sol • Estrias Explicar que são resultados da distensão dos tecidos e que não existe método eficaz de prevenção. As estrias, que no início apresentavam cor arroxeada, tendem, com o tempo, a ficar de cor semelhante à da pele Ainda que controversas, podem ser utilizadas massagens locais, com substâncias oleosas, na tentativa de preveni-las
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