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POLÍTICAS EDUCACIONAIS-AS TRÊS ESFERAS ADMINISTRATIVAS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

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50 
 
Por meio da elaboração das políticas públicas educacionais, podemos 
perceber o empenho do governo no planejamento, na direção, na organização e no 
controle das áreas pertinentes à educação. Busca-se assim a melhoria dos índices 
educacionais para acompanhar as tendências internacionais de países 
desenvolvidos e atingir as finalidades da educação escolar brasileira. (BES, 2019) 
12 AS TRÊS ESFERAS ADMINISTRATIVAS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA 
A organização da educação no Brasil é proposta na Constituição Federal de 
1988, que entende que essa organização será realizada a partir da colaboração 
entre as três esferas administrativas que compõem o País — ou entre os entes 
federativos que constituem as instâncias de governo no Brasil. Conforme o texto 
constitucional: 
Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino. 
§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, 
financiará as instituições de ensino públicas federais e exercerá, em 
matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir 
equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade 
do ensino mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios; 
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na 
educação infantil. 
§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino 
fundamental e médio. 
§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios definirão formas de colaboração, de modo 
a assegurar a universalização do ensino obrigatório. 
§ 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino regular 
(BRASIL, 1988, documento on-line). 
O artigo constitucional apresenta pontos importantes para que possamos 
conhecer o conceito de regime de colaboração entre as esferas que se encarregam 
de administrar a educação nacional. Dessa forma, ainda que em cada esfera 
administrativa haja prioridades na área de atuação, União, estados, Distrito Federal 
e municípios devem atuar em colaboração. É importante destacar ainda a função 
redistributiva e supletiva da União, por exemplo, por meio do repasse de recursos 
 
51 
 
às instâncias estaduais ou municipais. No tópico seguinte, você verá algumas 
políticas públicas de responsabilidade de cada uma delas. (BES, 2019) 
A organização da educação brasileira apoia-se em atribuições específicas da 
União (art. 9º da LDB), conforme mostra abaixo. 
 
 Elaborar o PNE, em colaboração com os estados, o Distrito Federal e 
os municípios. 
 Organizar, manter e desenvolver os órgãos e as instituições oficiais do 
sistema federal de ensino e o dos territórios. 
 Prestar assistência técnica e financeira aos estados, ao Distrito 
Federal e aos municípios para o desenvolvimento dos seus sistemas 
de ensino e o atendimento prioritário à escolaridade obrigatória, 
exercendo a sua função redistributiva e supletiva. 
 Estabelecer, em colaboração com os estados, o Distrito Federal e os 
municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o 
ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e 
os seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar uma formação 
básica comum. 
 Estabelecer, em colaboração com os estados, o Distrito Federal e os 
municípios, diretrizes e procedimentos para a identificação, o 
cadastramento e atendimento de alunos com altas habilidades ou 
superdotação na educação básica e na educação superior. 
 Coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação. 
 Assegurar um processo nacional de avaliação do rendimento escolar 
nos ensinos fundamental, médio e superior, em colaboração com os 
sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a 
melhoria da qualidade do ensino. 
 Baixar normas gerais sobre cursos de graduação e pós-graduação. 
 Assegurar um processo nacional de avaliação das instituições de 
educação superior, com a cooperação dos sistemas que tiverem 
responsabilidade sobre esse nível de ensino. 
 
52 
 
 Autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, 
respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e os 
estabelecimentos do seu sistema de ensino. 
 
Como você pode ver, as atribuições da União são essenciais para o 
planejamento e a condução do sistema nacional de educação, destacando a 
importância do PNE (2014–2024) e a projeção das 20 metas a serem perseguidas 
pelos sistemas de ensino federal, estaduais e municipais ao longo desse decênio. 
Da mesma forma, a União assume a função de prestar assistência técnica e 
financeira para que os estados, o Distrito Federal e os municípios possam 
desenvolver os seus sistemas de ensino, buscando proporcionar uma educação de 
qualidade durante todo o período de escolarização obrigatória. 
É importante destacar que essa qualidade na educação é acompanhada por 
um processo de avaliação periódica em todos os níveis educacionais, tanto na 
educação básica quanto na educação superior. A LDB ainda propõe que exista um 
CNE, com função normativa e de supervisão permanente. O CNE é um órgão de 
Estado composto pelas Câmaras da Educação Superior (CESs) e pela Câmara da 
Educação Básica (CEB). Esse órgão foi criado pela Lei nº. 9.131, de 24 de 
novembro de 1995, com a finalidade inicial de colaborar na construção do PNE da 
época. Segundo o site do MEC, “[...] o CNE tem por missão a busca democrática 
de alternativas e mecanismos institucionais que possibilitem, no âmbito de sua 
esfera de competência, assegurar a participação da sociedade no desenvolvimento, 
aprimoramento e consolidação da educação nacional de qualidade” (BRASIL, 
[2018b]). São três as principais esferas de responsabilidade do CNE: normativas, 
deliberativas e de assessoramento ao Ministro da Educação. 
A LDB também esclarece que as atribuições relativas à educação superior 
poderão ser delegadas aos estados (e Distrito Federal) que possuírem instituições 
de educação superior. Aos estados, de acordo com o art. 10 da LDB, são atribuídas 
as incumbências descritas abaixo. 
 
 
53 
 
 Organizar, manter e desenvolver os órgãos e as instituições oficiais 
dos seus sistemas de ensino. 
 Definir, com os municípios, formas de colaboração na oferta do ensino 
fundamental, as quais devem assegurar a distribuição proporcional 
das responsabilidades, de acordo com a população a ser atendida e 
os recursos financeiros disponíveis em cada uma dessas esferas do 
Poder Público. 
 Elaborar e executar políticas e planos educacionais, em consonância 
com as diretrizes e os planos nacionais de educação, integrando e 
coordenando as suas ações e as dos seus municípios. 
 Autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar os cursos 
das instituições de educação superior e os estabelecimentos do seu 
sistema de ensino. 
 Baixar normas complementares para o seu sistema de ensino. 
 Assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino 
médio a todos os que o demandarem, respeitando o que é disposto no 
art. 38 da LDB. 
 Assumir o transporte escolar dos alunos da rede estadual. 
 
Da mesma forma como a União é responsável pela organização, 
manutenção e pelo desenvolvimento do sistema federal de ensino, cabe aos 
estados realizar essas ações em relação às instituições de ensino e aos órgãos que 
atuam na educação no sistema estadual de ensino. O estado deve se articular junto 
aos municípios que o compõem para que possam ser elaboradas e executadas as 
políticas públicas educacionais pertinentes — sempre com o cuidado de manter a 
concordância com as diretrizes do Ministério da Educação e do próprio PNE. Os 
estados produziram os seus planos estaduais de educação a partir do PNE vigente, 
promovendo assim a busca pelas metas propostas no seu território de atuação. 
Inclusive, cabe aos estados assegurarque o ensino fundamental seja ofertado, mas 
a sua prioridade é o ensino médio. É importante esclarecer que, no caso do Distrito 
 
54 
 
Federal, aplicam-se tanto as incumbências relativas aos estados quanto aos 
municípios. (BES, 2019) 
Os municípios, por sua vez, têm as suas atribuições especificadas no art. 11 
da LDB: 
I — Organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos 
seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas e planos educacionais 
da União e dos Estados; 
II — Exercer ação redistributiva em relação às suas escolas; 
III — baixar normas complementares para o seu sistema de ensino; 
IV — Autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu 
sistema de ensino; 
V — Oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com 
prioridade, o ensino fundamental, permitida a atuação em outros níveis de 
ensino somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades 
de sua área de competência e com recursos acima dos percentuais 
mínimos vinculados pela Constituição Federal à manutenção e 
desenvolvimento do ensino. 
VI — Assumir o transporte escolar dos alunos da rede municipal (BRASIL, 
1996, documento on-line). 
Seguindo a lógica de sistemas de ensino interdependentes e que operem 
de forma complementar e subsidiária, você pode perceber que as atribuições 
municipais se relacionam com a organização, a manutenção e o desenvolvimento 
das instituições de ensino e dos órgãos educacionais existentes dentro do seu 
território. (BES, 2019) 
Além das escolas, compõem esse sistema municipal a Secretaria de 
Educação, o Conselho Municipal de Educação e os demais órgãos encarregados 
da condução das questões educacionais municipais. Também é incumbência dos 
municípios o planejamento das suas ações para que estas possam apoiar o alcance 
das metas do PNE — o que é feito a partir da construção dos planos municipais de 
educação. (BES, 2019) 
Os municípios têm como prioridade de oferta o ensino fundamental e são os 
grandes responsáveis pelo atendimento na educação infantil no sistema nacional 
de educação, seja nas creches (0 a 3 anos) ou na pré-escola (4 e 5 anos). Também 
cabe aos municípios a responsabilidade pelo transporte escolar dos seus alunos. 
(BES, 2019) 
 
55 
 
Assim, as atribuições das esferas administrativas federal, estaduais e 
municipais apresentam-se de forma complementar e interdependente. Porém, 
apresentam uma relação de hierarquia e ordenamento que faz com que os 
municípios precisem atentar para a Legislação e as normatizações estaduais e 
federais ao proporem as suas políticas públicas educacionais. (BES, 2019) 
12.1 As políticas públicas educacionais pertinentes a cada esfera pública 
administrativa 
As políticas públicas educacionais são elaboradas para que as questões que 
envolvem a educação sejam organizadas, estruturadas e executadas por todos os 
sistemas de ensino que compõem o sistema educacional brasileiro. Isso signifi ca 
entender que essas políticas atingiram os seus objetivos quando cada esfera 
administrativa (União, estados e Distrito Federal e municípios) se dispuser a fazer 
a sua parte, cumprindo com as suas atribuições e atuando de acordo com o regime 
de colaboração. É a partir da atuação colaborativa e integrada dos sistemas de 
ensino municipais, estaduais e federal que as políticas públicas educacionais são 
construídas, implementadas e monitoradas. (BES, 2019) 
Vamos agora analisar como as esferas administrativas atuam em relação a 
algumas políticas públicas educacionais. Utilizaremos para essa análise inicial o 
PNE (2014–2024) e as suas metas, para perceber como o alcance destas depende 
fundamentalmente dos esforços de todos os entes da federação que organizam 
publicamente a educação. 
O PNE (2014–2024) (BRASIL, 2014) foi construído a partir de muitas 
discussões e deliberações junto ao Congresso Nacional, proporcionando que a 
participação popular fosse realizada nos âmbitos municipais, regionais, estaduais e 
nacionais, perseguindo a construção democrática de tal documento. A construção 
do PNE, por estes motivos, foi realizada durante o período aproximado de três anos 
e meio, promovendo a participação de muitos atores da rede pública e privada de 
educação e da sociedade como um todo. 
Segundo Britto (2015, p. 37), com a Lei nº. 13.005, de 25 de junho de 2014, 
conclui-se “[...] o longo e complexo processo de construção de uma bússola para 
 
56 
 
as políticas educacionais brasileiras, com metas ambiciosas e abrangentes, que 
requerem uma bem-sucedida coordenação federativa para serem atingidas”. Essa 
coordenação citada pela autora deve ocorrer no interior de cada sistema de ensino, 
seja ele municipal, estadual, distrital ou federal. Ao fazer a leitura das 20 metas que 
compõem o PNE, é possível imaginar que, para que elas possam ser atingidas, será 
necessário um apoio mútuo entre os sistemas municipais, estaduais e federal. 
Reveja essas metas: 
 
 Meta 1: universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para 
as crianças de 4 a 5 anos de idade e ampliar a oferta de educação 
infantil em creches, de forma a atender no mínimo 50% das crianças 
de até 3 anos até o final da vigência do PNE. 
 Meta 2: universalizar o ensino fundamental de 9 anos para toda a 
população de 6 a 14 anos e garantir que pelo menos 95% dos alunos 
concluam essa etapa na idade recomendada até o último ano de 
vigência do PNE. 
 Meta 3: universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a 
população de 15 a 17 anos e elevar, até o final do período de vigência 
do PNE, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85%. 
 Meta 4: universalizar, para a população de 4 a 17 anos com 
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas 
habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao 
atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede 
regular de ensino, com a garantia de um sistema educacional 
inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou 
serviços especializados, públicos ou conveniados. 
 Meta 5: alfabetizar todas as crianças até no máximo o final do 3º ano 
do ensino fundamental. 
 Meta 6: oferecer educação em tempo integral em no mínimo 50% das 
escolas públicas, de forma a atender pelo menos 25% dos(as) 
alunos(as) da educação básica. 
 
57 
 
 Meta 7: fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas 
e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem, de 
modo a atingir as seguintes médias nacionais para o Ideb: 6,0 nos 
anos iniciais do ensino fundamental; 5,5 nos anos finais do ensino 
fundamental; 5,2 no ensino médio. 
 Meta 8: elevar a escolaridade média da população de 18 a 29 anos, 
de modo a alcançar no mínimo 12 anos de estudo no último ano de 
vigência do plano, para as populações do campo, da região de menor 
escolaridade no País e dos 25% mais pobres, e igualar a escolaridade 
média entre negros e não negros declarados à Fundação Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 
 Meta 9: elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou 
mais para 93,5% até 2015 e, até o final da vigência do PNE, erradicar 
o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% a taxa de analfabetismo 
funcional. 
 Meta 10: oferecer no mínimo 25% das matrículas de educação de 
jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma 
integrada à educação profissional. 
 Meta 11: triplicar as matrículas da educação profissional técnica de 
nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% da 
expansão no segmento público. 
 Meta 12: elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 
50% e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, 
assegurada a qualidade da oferta e expansão para pelo menos 40% 
das novas matrículas no segmento público. 
 Meta 13: elevar a qualidade da educação superior e ampliar a 
proporção de mestres e doutores do corpo docenteem efetivo 
exercício no conjunto do sistema de educação superior para 75%, 
sendo, do total, no mínimo 35% doutores. 
 
58 
 
 Meta 14: elevar gradualmente o número de matrículas na pós-
graduação stricto sensu, de modo a atingir a titulação anual de 60.000 
mestres e 25.000 doutores. 
 Meta 15: garantir, em regime de colaboração entre a União, os 
estados, o Distrito Federal e os municípios, no prazo de um ano de 
vigência do PNE, uma política nacional de formação dos profissionais 
da educação de que tratam os incisos I, II e III do caput do art. 61 da 
Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, assegurando que todos os 
professores e as professoras da educação básica possuam formação 
específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área 
de conhecimento em que atuam. 
 Meta 16: formar, em nível de pós-graduação, 50% dos professores da 
educação básica, até o último ano de vigência do PNE, e garantir a 
todos(as) os(as) profissionais da educação básica formação 
continuada na sua área de atuação, considerando as necessidades, 
demandas e contextualizações dos sistemas de ensino. 
 Meta 17: valorizar os(as) profissionais do magistério das redes 
públicas de educação básica, de forma a equiparar o seu rendimento 
médio ao dos(as) demais profissionais com escolaridade equivalente, 
até o final do sexto ano de vigência do PNE. 
 Meta 18: assegurar, no prazo de dois anos, a existência de planos de 
carreira para os(as) profissionais da educação básica e superior 
pública de todos os sistemas de ensino e, para o plano de carreira 
dos(as) profissionais da educação básica pública, tomar como 
referência o piso salarial nacional profissional, definido conforme o 
inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal. 
 Meta 19: assegurar condições, no prazo de dois anos, para a 
efetivação da gestão democrática da educação, associada a critérios 
técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública à comunidade 
escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo recursos e apoio 
técnico da União para tanto. 
 
59 
 
 Meta 20: ampliar o investimento público em educação pública de 
forma a atingir no mínimo o patamar de 7% do Produto Interno Bruto 
(PIB) do País no 5º ano de vigência do PNE, e no mínimo o equivalente 
a 10% do PIB ao final do decênio. 
 
A construção do PNE é uma atribuição da União, em parceria com os 
estados, o Distrito Federal e os municípios, e serve de base para que tanto os 
estados (e o Distrito Federal) quanto os municípios possam realizar os seus 
planejamentos em cada um dos níveis. Dessa forma, para alcançar as 20 metas 
propostas, é preciso o envolvimento de todas as esferas administrativas. Por 
exemplo, a Meta 1 trata da ampliação do atendimento na educação infantil, tanto 
para as pré-escolas (4 e 5 anos) quanto para as creches (0 a 3 anos). O alcance 
dessa meta está diretamente relacionado com os esforços municipais, uma vez que 
cabe aos municípios, de acordo com a Constituição Federal de 1988 e a LDB, 
atender prioritariamente o ensino fundamental e a educação infantil. Para que as 
metas relativas à educação infantil possam ser atingidas, os municípios contam com 
os programas de financiamento educacional disponibilizados pelo Estado, pois cabe 
a ele, segundo a LDB, assegurar as condições financeiras para esse fim. (BES, 
2019) 
A Meta 5 do PNE, que trata da alfabetização de todas as crianças até o final 
do terceiro ano, é outro exemplo que suscita a necessidade de outras políticas 
públicas educacionais importantes. Entre elas, vale citar a avaliação, de modo que 
seja realizado o seu monitoramento, por meio das avaliações de larga escala 
aplicadas aos alunos concluintes do terceiro ano, via Sistema de Avaliação da 
Educação Básica (Saeb). Essa avaliação visa conhecer os índices de proficiência 
dos alunos em leitura, escrita e matemática. É importante explicar que a Avaliação 
Nacional da Alfabetização (ANA) mede as habilidades de leitura, escrita e 
matemática por níveis de domínio, estruturando-se em níveis de proficiência. O nível 
1 é aquele em que as crianças não atingiram o mínimo necessário; 
progressivamente, os demais níveis vão mensurando e definindo o quanto as 
crianças já apresentam de autonomia nas áreas avaliadas. Dessa forma, os níveis 
 
60 
 
mais altos são relativos a alunos que já dominam de forma satisfatória e plena as 
habilidades medidas. (BES, 2019) 
 
 
 
Os resultados de avaliações externas (como a ANA) possibilitaram novas 
políticas públicas com vistas à superação das dificuldades em leitura, escrita e 
matemática. Um exemplo é o Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa 
(PNAIC), que a partir de 2013 buscou intervir na formação de professores 
alfabetizadores e ofereceu materiais de apoio para as classes de alfabetização. 
(BES, 2019) 
Para melhorar esses indicadores, também é necessário que as esferas 
administrativas e os respectivos sistemas de ensino se organizem e operem de 
forma coordenada, visando a melhoria dos índices atuais. Os indicadores 
apresentados na Figura 2 evidenciam que a alfabetização das crianças ainda não 
atingiu o nível de qualidade proposto na Meta 5 do PNE. (BES, 2019) 
 
 
 
São considerados proficientes em leitura os alunos que se enquadram nos 
níveis 3 e 4, que correspondem a em torno de 45% dos concluintes do terceiro ano 
 
61 
 
durante o período avaliado. A proficiência em escrita, por sua vez, apresenta o 
resultado de 66,2%. A proficiência em matemática também apresenta resultados 
críticos: somente 45,5 % dos alunos alcançaram o índice desejado, conforme a 
Figura 3. (BES, 2019) 
 
 
 
A Meta 7 do PNE propõe a melhoria no Ideb relativo aos anos iniciais e finais 
do ensino fundamental e ao ensino médio — essa tarefa envolve os sistemas de 
ensino federal, estadual e municipal. Veja no Quadro 5 o que foi estipulado como 
meta e o resultado já percebido até o momento. (BES, 2019) 
 
 
 
Como você pode observar em relação a essa meta, os dados mais 
alarmantes do Ideb dizem respeito ao ensino médio, que deve ser o foco de ações 
pontuais por parte dos estados e do Distrito Federal, principalmente por ser destes 
a prioridade na oferta do ensino médio. (BES, 2019) 
 
62 
 
Da mesma forma, as metas referentes à política de valorização do magistério 
(17 e 18) somente poderão ser atingidas se houver grande empenho dos agentes 
executivos municipais, estaduais e federais em direção à construção de planos de 
carreira apropriados, que atribuam valor justo ao salário dos professores, 
condizente com outras carreiras que no mercado as quais possuam o mesmo tempo 
de escolarização. Também cabe destacar a necessidade da oferta de formação 
continuada para que os professores possam continuar progredindo nas suas áreas 
de formação. (BES, 2019) 
Podemos citar como exemplo de políticas públicas que foram criadas para 
atender a essa finalidade da valorização do magistério o Programa Institucional de 
Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid). Esse programa oferece bolsas de iniciação 
à docência aos alunos de cursos presenciais que se dediquem ao estágio nas 
escolas públicas, com o objetivo de antecipar as experiências desses futuros 
professores com a sala de aula. Dessa forma, “[...] o Pibid faz uma articulação entre 
a educação superior (por meio das licenciaturas), a escola e os sistemas estaduais 
e municipais” (BRASIL, [2018d], documento on-line). 
Da mesma forma, o Programa Nacional de Formação de Professores da 
Educação Básica (Parfor) é outra ação que tem o objetivo de promover a oferta da 
educação superior gratuita e de qualidade para profissionais do magistério que 
estejam no exercício da docência na rede pública de educação básica e que ainda 
não possuem essa formação específica na área em que atuam em sala de aula. 
(BES, 2019) 
Outra política pública educacional recente e que foi construída pelo Ministério 
da Educação emcolaboração com as demais esferas administrativas estaduais e 
municipais é a Base Nacional Comum Curricular da educação básica e do ensino 
médio. Trata-se de uma política pública educacional curricular, de caráter 
obrigatório, que deve ser aplicada por todas as escolas de todos os sistemas de 
ensino que compõem o sistema educacional brasileiro. Em resumo, todos os 
estabelecimentos de ensino que ofertam a educação infantil, o ensino fundamental 
e o ensino médio — sejam eles públicos ou privados — devem compor os seus 
currículos a partir do ensino das competências essenciais que esse documento 
 
63 
 
propõe. Veja que, nesse caso, uma política pública educacional da esfera da União 
regula, a partir da BNCC, os conteúdos que deverão ser ensinados nas demais 
esferas. (BES, 2019) 
O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de 
Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) é uma política pública de 
financiamento da educação que pode ser tomada como um bom exemplo de 
funcionamento da articulação entre as esferas administrativas que organizam a 
educação pública nacional. O Fundeb é um fundo contábil que cada estado possui, 
sendo composto pela arrecadação vinculada dos seguintes impostos estaduais: 
Imposto sobre Veículos Automotores (IPVA), Imposto sobre Circulação de 
Mercadorias e Serviços (ICMS), Fundo de Participação dos Estados (FPE), Imposto 
sobre Transmissão Causa Mortis e Doações (ITCD) e Desoneração das 
Exportações Estaduais (LC 87). Somam-se ainda os seguintes impostos municipais: 
Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR), na cota parte relativa aos 
municípios; Fundo de Participação Municipal (FPM); valores referentes à dívida 
ativa, juros e multas que incidam sobre esse rol de impostos estaduais e municipais. 
Dessa forma, os impostos arrecadados na esfera estadual e municipal representam 
uma parcela significativa dos investimentos realizados na educação brasileira, pois 
ela se baseia nesse mecanismo de arrecadação tributária para o seu custeio. Os 
recursos do Fundeb são ainda complementados pelo Governo Federal sempre que 
se fizer necessário. (BES, 2019) 
Para a distribuição dos recursos do Fundeb, considera-se o número de 
alunos devidamente matriculados na educação básica (pré-escolar, fundamental e 
médio), de acordo com os dados do ano anterior do censo escolar da instituição de 
ensino. Isso pode fazer com que municípios que tenham um número menor de 
alunos, mesmo que atendam plenamente as suas demandas educacionais, 
recebam um repasse financeiro menor do que municípios com uma população maior 
de estudantes, o que é equacionado a partir da redistribuição e/ou suplementação 
financeira realizada pela União. (BES, 2019) 
Dessa forma, podemos perceber que o “regime de colaboração e a 
integração dos sistemas [...] é, indiscutivelmente, importante para dar dinamismo e 
 
64 
 
sinergia à organização da educação nacional” (CARNEIRO, 2006, p. 61). Ainda 
analisando as políticas públicas de financiamento da educação, focando 
especificamente no Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), De Costa (2010, 
documento on-line) acrescenta que “[...] o PDDE se constitui num programa que 
concretiza a ação supletiva da União na educação, [...] uma forma legal de exercício 
do regime de colaboração. Esse programa é um exemplo da função que a União 
assume no que tange à educação básica, considerando especificamente a 
característica supletiva da transferência de recursos”. 
 
 
 
Analisando algumas das inúmeras políticas públicas educacionais existentes 
na atualidade e a sua articulação com as esferas federal, estadual e municipal, 
podemos perceber que a organização pública da educação nacional se reconfigurou 
de um modelo descentralizado proposto pelas políticas anteriores “[...] para um 
modelo mais compacto, pelo mecanismo de dependência que cria entre os sistemas 
de ensino de Estados, Distrito Federal e Municípios” (CARNEIRO, 2006, p. 61). Um 
ponto crítico a analisar, no entanto, é que a própria ideia de sistemas que 
atualmente organiza a nossa educação no Brasil é complexa, uma vez que, no 
momento em que qualquer parte desse sistema se encontrar comprometida ou 
inoperante, todas as demais serão afetadas nos seus resultados. 
13 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL 
As políticas públicas de educação direcionam os investimentos para essa 
área. Tais políticas mostram quais são as prioridades no âmbito de formação da

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