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Introdução 
 
São métodos que foram desenvolvidos utilizando 
os sentidos do explorador com a finalidade de 
examinar metodicamente e sequencialmente o 
animal, anotando e correlacionando os achados. 
 
Aporte humano básico necessário 
 
 Conhecimento 
 Raciocínio 
 Visão, audição, tato, olfação 
 Organização 
 Paciência 
 Intuição 
 Bom senso clínico 
 
Material básico necessário 
 
 Papel e caneta para anotações 
 Aparelho de ausculta 
 Martelo e plexímetro para percussão. 
 Termômetro 
 Aparelho de iluminação (lanterna) 
 Luvas de procedimento 
 Luvas de palpação retal 
 Otoscópio com oftalmoscópio 
 Especules vaginais 
 Frascos para acondicionamento de 
amostras 
 Material específico para contenção 
(cordas, cachimbo, mordaças, etc.). 
 
“Por mais entusiasmo que se tenha com os 
modernos aparelhos ou equipamentos, a pedra 
angular da medicina ainda é o método físico. A 
experiência tem mostrado que os recursos 
tecnológicos disponíveis só são aplicados em sua 
plenitude e com o máximo proveito para o 
paciente, quando se parte de um exame físico 
bem feito.” 
- Feitosa, Semiologia Veterinária. 
 
 
 
 
 
 
Principais métodos de 
exploração física 
 
- Inspeção 
- Palpação 
- Auscultação 
- Percussão 
- Olfação 
 
Para que se atinja a competência nesses 
procedimentos, devemos: “ensinar o olho a ver, 
as mãos a sentir e o ouvido a ouvir”. Toda essa 
capacidade é adquirida com o tempo e prática. 
Os métodos podem ser classificados em: 
- Diretos: sem o uso de equipamentos. 
- Indiretos: com o uso de equipamentos. 
 
 Intuição e bom senso clínico também são 
imprescindíveis. 
- O exame clínico é um exercício de comparação 
do que é sadio ou não. 
- Valor do conhecimento e da capacidade de 
percepção. 
 
Principais causas de erro no 
estabelecimento do 
diagnóstico 
 
 Anamnese incompleta ou preenchida 
erroneamente 
 Exame físico superficial ou feito às 
pressas 
 Avaliação precipitada ou falsa dos 
achados clínicos 
 Conhecimento ou domínio insuficiente dos 
métodos exploratórios 
 Impulso precipitado em tratar o paciente 
antes mesmo de se estabelecer 
diagnóstico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ç
Nathália Muniz – Medicina Veterinária UFRB 
Inspeção 
 
Utilizando o sentido da visão, esse procedimento 
de exame se inicia antes mesmo do início da 
anamnese. Pela inspeção investiga-se a 
superfície corporal e as partes mais acessíveis 
das cavidades em contato com o exterior. 
Para realização da inspeção, algumas 
recomendações são feitas: 
 
 O exame deve ser feito em um lugar bem 
iluminado, de preferência sob a luz solar. 
 Observe o(s) animal(is), se possível, em 
seu ambiente de origem, juntamente com 
os seus pares (família ou rebanho). 
 As anormalidades de postura e 
comportamento são mais facilmente 
perceptíveis. Para melhor compreensão, 
compare o animal doente com os animais 
sadios. 
 Não faça a contenção e nem manuseie o 
animal antes de uma inspeção cuidadosa, 
já que a manipulação o deixará 
estressado. 
 Limite-se a descrever o que está vendo. 
 
A observação do animal pode fornecer inúmeras 
informações úteis para o diagnóstico, tais como 
estado mental, postura e marcha, condição física 
ou corporal, estado dos pêlos e pele, forma 
abdominal, entre outras. 
 
A inspeção pode ser: 
 
Panorâmica: Quando o animal é visualizado 
como um todo (condição corporal). 
Localizada: Atentando-se para alterações em 
uma determinada região do corpo (glândula 
mamaria, face, membros). 
 
A inspeção pode, ainda, ser dividida em: 
 
Direta: Observam-se principalmente os pêlos, 
pele, mucosas, movimentos respiratórios, 
secreções, aumento de volume, cicatrizes, 
claudicações, entre outros. 
Indireta: Feita com o auxílio de aparelhos, tais 
como: 
1. Iluminação: otoscópio, laringoscópio, 
oftalmoscópio (utilizados para examinar 
cavidades do organismo); 
2. Raios X; 
3. Microscópios; 
4. Aparelhos de mensuração; 
5. Registros gráficos (eletrocardiograma); 
6. Ultrassonografia. 
 
Palpação 
 
É a utilização do sentido táctil ou da força 
muscular, usando-se as mãos, as pontas dos 
dedos, o punho, ou até instrumentos, para melhor 
determinar as características de um sistema 
orgânico ou da área explorada. 
 
Fornece informações de estruturas superficiais ou 
profundas, como: 
- Grau de oleosidade da pele de pequenos 
animais 
- Avaliação de vísceras ou órgãos genitais 
internos de grandes animais (palpação abdominal 
e transretal, respectivamente). 
 
Tipos de Consistência 
 
Mole: Quando uma determinada estrutura 
reassume sua forma normal após cessar a 
aplicação de pressão à mesma (tecido adiposo). 
É uma estrutura macia, porém, flexível. 
Firme: Quando uma estrutura oferece resistência 
à pressão, mas acaba cedendo e voltando ao 
normal com seu fim (fígado, músculo). 
Dura: Quando a estrutura não cede, por mais 
forte que seja a pressão (ossos e alguns tecidos 
tumorais). 
Pastosa: Quando uma estrutura cede facilmente 
à pressão e permanece a impressão do objeto 
que a pressionava, mesmo quando cessada 
(edema: sinal de godet positivo). 
Flutuante: É determinada pelo acúmulo de 
líquidos, tais como sangue, soro, pus ou urina em 
uma estrutura ou região; resultará em um 
movimento ondulante, mediante a aplicação de 
pressão alternada. 
Crepitante: Observada quando um determinado 
tecido contém ar ou gás em seu interior. 
 
Pode ainda ser dividida em: 
 
Palpação direta: Com as mãos 
Palpação indireta: Realizada por meio de 
instrumentos como bastão, pinça de casco. 
 
 
 
 
 
 
Auscultação 
 
A auscultação consiste na avaliação dos ruídos 
que os diferentes órgãos produzem 
espontaneamente. 
 
O método de auscultação é usado 
principalmente: 
- No exame de pulmões (onde é possível 
evidenciar os ruínos respiratórios normais e os 
patológicos); 
- No exame do coração (ausculta das bulhas 
cardíacas normais e suas alterações, 
reconhecendo sopros e outros ruídos); 
- No exame da cavidade abdominal (para 
detectar os ruídos característicos inerentes ao 
sistema digestório de cada espécie animal); 
 
A ausculta pode ser dividida em: 
 
Direta: Quando se aplica o ouvido diretamente 
na área examinada protegido por um pano, 
evitando, assim, o contato com a pele do animal. 
Porém, possui algumas desvantagens quanto a 
dificuldade de manter-se um contato íntimo com 
animais inquietos e de excluir os sons 
provenientes do meio externo. Por isso, é pouco 
utilizada na Medicina Veterinária. 
Indireta: Quando se utilizam aparelhos de 
ausculta (estetoscópio, fonendoscópio, Doppler). 
 
Percussão 
 
Ato de percutir determinada estrutura avaliando o 
som produzido comparando-o com o som 
adotado como referência para a normalidade. 
 
Existem dois objetivos básicos para a utilização 
da percussão: 
 Fazer observações com relação à 
delimitação topográfica dos órgãos. 
 Fazer comparações entre as mais 
variadas respostas sonoras obtidas. 
 
As percussões podem ser divididas em: 
 
Direta: Quando se percute diretamente com os 
dedos de uma das mãos a área a ser examinada, 
sendo mais comumente conhecida a percussão 
digital. Para tal, o dedo permanece fletido na 
tentativa de imitar a forma de um martelo. 
Indireta: Quando é realizada por meio de 
instrumentos, como o martelo percussor ou com 
o martelo plexímetro. 
 
- Pode-se utilizar o martelo ou o punho para 
provocar uma resposta dolorosa em bovinos, 
utilizando, para isso, um martelo apropriado ou a 
mão fechada. Por meio desse método, examina-
se principalmente a região abdominal de bovinos 
(reticulites), evitando percutir sobre as costelas 
ou grandes veias subcutâneas pelo risco de 
ocorrência de fraturas e/ou hematomas. 
- A percussão dígito-digital é a mais adequada, 
pois há menor interferência dos sons na batida 
de um dedo sobre o outro.
- A finalidade da percussão é a localização 
topográfica ou avaliação da alteração do som. 
 
 
Posicionamento correto dos dedos para a 
percussão dígito-digital. 
 
Martelos e plexímetro. 
 
Pode-se obter três tipos 
fundamentais de som: 
 
Som claro: Se o órgão percutido contiver ar que 
possa se movimentar. Produz um som de média 
intensidade e duração, o mesmo que se ouve ao 
percutir o pulmão sadio. 
Som timpânico: Os órgãos ocos (como a fossa 
paralombar) com grandes cavidades repletas de 
ar ou gás e com as paredes semidistendidas, 
produzem um som de maior intensidade e 
ressonância. É o som que se ouve quando se 
percute o abdome. 
Som maciço: As regiões compactas, 
desprovidas completamente de ar, produzem um 
som de pouca ressonância, curta duração e fraca 
intensidade, chamado de maciço, idêntico ao que 
se obtém percutindo-se a musculatura da coxa. 
 
Olfação 
 
Se baseia na exploração pelo olfato do clínico, 
empregado no exame das transpirações do 
animal, do ar expirado e das excreções (fezes, 
urina). 
Pode ser considerado de menor interesse que os 
outros meios já citados, porém, em certos casos, 
pode ser de grande importância na busca pelo 
diagnóstico. Por exemplo: 
- Vacas com acetonemia eliminam um odor que 
lembra o de acetona; 
- Hálito com odor urêmico aparece em doentes 
em uremia; 
- A halitose é um odor desagradável que pode 
ser determinado por diferentes causas (cáries 
dentárias, tártaro, afecções periodontais, 
presença de corpos estranhos na cavidade oral e 
esôfago, infecções de vias aéreas, alterações 
metabólicas com algumas afecções do sistema 
digestório). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exame clínico x Exame físico 
 
O exame clínico reúne todas as informações 
necessárias para o estabelecimento do 
diagnóstico, enquanto o exame físico é uma parte 
do exame clínico do animal, resumindo-se à 
colheita dos sintomas e dos sinais por métodos 
físicos de exame, tais como inspeção, palpação, 
percussão, auscultação e olfação. 
 
Partes do exame clínico 
 
Identificação do animal ou dos animais: De 
maneira geral é importante considerar nesse 
primeiro momento os seguintes quesitos: 
- Espécie: variação na suscetibilidade de 
doenças 
- Raça: geralmente, raças puras são mais 
suscetíveis a doenças, enquanto as raças sem 
definição (SRD) apresentam um maior grau de 
rusticidade e resistência, o que lhe dá maiores 
possibilidades de sucesso no tratamento. 
- Sexo: existência de algumas doenças que 
acometem somente indivíduos de um mesmo 
sexo. 
- Idade: várias doenças ocorrem com maior 
frequência em uma determinada faixa etária; 
Parvovirose em cães jovens, por exemplo. 
- Pelagem: animais de pelagem escura são mais 
resistentes aos raios solares, ao passo que os de 
pelagem clara são mais suscetíveis ao 
aparecimento de lesões de pele causadas pelos 
raios do sol. 
- Peso: é de grande valia para o cálculo da dose 
do medicamento a ser utilizado e também pode 
ser um parâmetro para indicar se está havendo 
emagrecimento associado à enfermidade. 
 
Resenha: É acompanhada da identificação. São 
todas as particularidades e marcas corporais que 
possam existir no animal e que devem ser 
descritas na ficha clínica, para que assim, a 
identificação do animal seja feita de forma mais 
prática. 
 
Anamnese: é o levantamento histórico do caso e 
de outras informações fornecidas pelo 
tutor/tratador. Perguntas que não podem faltar 
em uma anamnese completa: “Qual a queixa 
principal? Como e quando começou o problema? 
Como evoluiu? Onde se manifestou? A 
anormalidade ou a doença coincidiu com alguma 
alteração da rotina do animal? O animal já 
demonstrou problema semelhante em alguma 
fase da sua vida? Outros animais (se for o caso) 
também apresentam os sinais clínicos? Foi 
realizado algum tratamento?” 
 
Exame Físico: 
- Geral: avaliação do estado geral do animal 
(atitude, comportamento, estado nutricional, 
estado de hidratação, coloração de mucosas, 
exame de linfonodos, etc.), parâmetros vitais 
(frequência cardíaca, frequência respiratória, 
temperatura, movimentos ruminais e/ou cecais); 
- Especial: exame físico direcionado ao(s) 
sistema(s) envolvido(s). 
 
Solicitação e interpretação dos exames 
subsidiários: caso necessário 
 
Diagnóstico e prognóstico. 
 
Tratamento: resolução do problema 
 
Importância do Plano de Exame Clínico 
Os procedimentos gerais incluem a identificação 
do animal, a realização da entrevista com o 
proprietário ou pessoas afins e, também, o 
primeiro estágio do exame físico que se conhece, 
comumente, como exame preliminar. O exame 
preliminar ou geral precede o exame detalhado e 
completo de um determinado sistema do corpo. É 
de fundamental importância avaliar o animal 
como um todo, já que, muitas vezes, uma 
determinada enfermidade pode culminar no 
comprometimento de outro(s) órgão(s) ou 
sistema(s), além de ser de grande utilidade para 
que se vislumbre o fator primário responsável 
pelo início do aparecimento dos sintomas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exame físico geral do paciente 
 
Postura: avaliar a posição do animal ou de 
determinadas partes do corpo ((orelhas, cabeça, 
pescoço, membros, cauda, coluna). 
 
 
Comportamento/ Nível de Consciência: Avalia 
a resposta do animal aos estímulos do meio. 
Outras variações do comportamento deverão ser 
anotadas, como: 
- Ranger de dentes 
- Desejo de ataque 
- Lamber pêlos 
- Gemidos/Vocalizações 
- Coices 
- Andar em círculo 
- Pressão de cabeça 
 
Estado nutricional: ter cuidado na avaliação de 
animais peludos ou lanados. Utilizar escores 
específicos. 
 
 
 
Pele, pelos, subcutâneo: alguns aspectos 
importantes devem ser observados, como a 
qualidade do pelo (se está eriçado, fosco, sujo), a 
presença de parasitos ou não, cicatrizes, áreas 
sem pelos (se são simétricas, assimétricas, 
localizadas, generalizadas) e aumento de 
volume. 
 
 
- Um teste muito utilizado na rotina clínica para 
diagnóstico de desidratação no animal é o TC 
(Turgor Cutâneo), em que se avalia a 
elasticidade da pele. Uma menor elasticidade 
pode verificar um sinal de que o animal se 
encontra desidratado. 
Avaliação dos parâmetros vitais: Frequência 
Respiratória/ Frequência Cardíaca/ Temperatura/ 
Movimentos Ruminais/Movimentos Cecais (em 
equinos). 
 
Frequência Respiratória 
Observada à distância levando-se em 
consideração os movimentos arcos costais ou por 
auscultação indireta do campo pulmonar. 
Alguns termos importantes: 
Taquipneia: aumento da frequência respiratória. 
Bradipnéia: redução da frequência respiratória. 
 
Obs. O desvio acentuado da FR implica uma 
minuciosa avaliação do sistema respiratório. 
 
Frequência cardíaca e pulso 
Auscultação indireta nos focos cardíacos, ou por 
palpação de artérias periféricas (artéria maxilar 
externa, por exemplo). 
Taquicardia: aumento da frequência cardíaca. 
Bradicardia: redução da frequência cardíaca. 
 
Obs. O desvio acentuado da FC implica uma 
minuciosa avaliação do sistema circulatório. 
 
 
Temperatura 
Aferida por meio de auxílio do termômetro 
normalmente por via retal. 
 
Termos importantes: 
Hipertermia: valores acima da normalidade para 
a espécie. É apenas um dos sinais clínicos da 
febre. 
Hipotermia: valores acima da normalidade para 
a espécie/agravamento do quadro. 
 
Avaliação de mucosas aparentes: inspeção de 
mucosas acessíveis (óculo palpebral, nasal, oral, 
vulvar, prepucial, anal). 
A coloração é um dos principais aspectos a 
serem observados: 
- Rósea clara 
- Pálida/Hipocorada 
- Congestão/Hipercorada 
- Cianótica 
- Icterícia 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obs. Um teste muito utilizado na rotina
clínica 
para identificar alguma anormalidade na 
circulação sanguínea de uma mucosa é o TPC 
(Tempo de Preenchimento Capilar), onde se 
faz uma pressão na mucosa oral e conta-se em 
quantos segundos a coloração irá voltar ao 
normal. 
Animal sadio: 1 a 2 segundos. 
Animal desidratado: 2 a 4 segundos. 
Animal gravemente desidratado: maior que 5 
segundos; 
 
** Vale ressaltar que não apenas esse parâmetro, 
mas o conjunto de todos eles conferem para o 
fechamento do diagnóstico de desidratação. 
 
 
Avaliação de linfonodos: inspeção e palpação 
(métodos exploratórios que mais se utilizam) de 
linfonodos aparentes. 
O exame do sistema linfático (vasos linfáticos e 
linfonodos) é importante por vários motivos, 
sendo um deles o de participar dos processos 
patológicos que ocorrem nas áreas ou regiões 
por eles drenadas. As alterações que ocorrem 
no sistema linfático são capazes de identificar o 
órgão ou a região que está acometida. 
Os linfonodos possíveis de serem examinados na 
rotina prática são: 
(1) mandibulares ou maxilares; 
(2) retrofaríngeos; 
(3) pré-escapulares; 
(4) subilíacos (pré-femorais ou pré-crurais); 
(5) poplíteos; 
(6) mamários; 
(7) inguinais superficiais ou escrotais. 
Dependendo da espécie, alguns vão ser mais 
difíceis de serem palpados do que outros. Em 
bovinos adultos e sadios, por exemplo, a 
palpação dos linfonodos mandibulares é 
complexa, visto que são muito pequenos e 
recobertos de tecido adiposo. Além disso, certos 
linfonodos não vão estar presentes em algumas 
espécies, como no caso do equino, em que o 
linfonodo poplíteo é inexistente. 
 
 
Linfonodos em equinos: 1 – mandibular; 2 – 
retrofaríngeo; 3 – pré-escapular e 4 – subilíaco 
(pré-crural). 
 
O que avaliar: tamanho, sensibilidade, 
consistência, simetria, mobilidade e temperatura. 
** Retromamário em bovinos: importante para o 
diagnóstico de mastite clínica. 
 
Aspectos anatômicos 
 
- Volume do estômago 8 – 15L 
- Incapacidade de vomitar 
- Prolongamento do palato mole 
- Mesentério longo 
- Flexuras ** 
- Ceco funcional 
- Mucosa retal 
 
Anamnese 
 
A anamnese precisa ser detalhada, pois, o 
manejo ao qual o cavalo é submetido é fator 
predisponente ao aparecimento de enfermidades 
digestórias. Devem ser verificados: 
 Manejo e alimentação 
 Controle parasitário 
 Início do processo 
 Características da crise 
 Manifestações de episódios anteriores 
 Tratamentos anteriores 
 Defecação e micção 
 Ingestão hídrica 
 Prenhez 
 
Manejo alimentar 
 
O homem é o principal contribuinte para o 
aparecimento frequente de cólicas em equinos, 
visto que o cavalo estava acostumado a se 
manter em locais abertos, comendo pequenas 
quantidades de alimento e se locomovendo o 
tempo todo. Porém, após ter sido domesticado, o 
cavalo é mantido em locais fechados e ser 
alimentado 1 a 2 vezes no dia. Com isso, a 
alteração do manejo alimentar, associada às 
particularidades anatômicas do equino, levou ao 
desenvolvimento de mecanismos 
fisiopatológicos. 
 Fornecimento de alimentos em pó: 
dilatação gástrica aguda, obstrução do 
piloro e compactações do estômago; 
 O excesso de ração/concentrado também 
leva ao aparecimento de compactações; é 
mais interessante que o conteúdo 
volumoso seja maior fornecido, pelo fato 
do cavalo ser um animal herbívoro; 
 A água dever ser limpa, potável. 
 
Exame físico geral 
 
 Inspeção: Atitude, comportamento, 
aparência externa e formato do abdômen 
 Sinais de dor: rolar sobre o chão, cavar o 
chão, bater o casco, olhar o flanco, 
morder o flanco, escoicear o abdômen, 
mexer com a água (como se estivessem 
brincando), sudorese, distensão 
abdominal, gemidos, 
 Avaliar parâmetros vitais: temperatura 
retal, temperatura do casco, frequência 
cardíaca, frequência respiratória e pulso, 
movimentos cecais (pode estar elevado 
ou reduzido); 
 Coloração de mucosas e TPC; 
 Estado de hidratação; 
 Linfonodos 
 Avaliar alterações de pele e pelos 
(escaras, pelos sujos). 
 
Frequência cardíaca 
 
 Bom indicador da severidade do caso: 
inferior a 40 bpm – dor leve a moderada; 
Sempre perguntar se o animal já foi ou 
não tratado. 
 Geralmente, acima de 80 bpm sugere 
lesão estrangulante 
 Superior a 120 bpm: prognóstico 
desfavorável 
 TPC superior a 5 segundos: prognóstico 
desfavorável; outros fatores devem ser 
considerados, como a coloração de 
mucosa, expressão de dor no animal 
 Avaliação de pulso da artéria 
palmar/digital 
 
Considerações para contenção 
e início do atendimento 
 
- Estabilizar o animal 
- O quadro é uma urgência/emergência 
- Sondagem nasogástrica: se o animal chega 
na clínica com sinais de refluxo gástrico é 
recomendado fazer a sonsagem nasogástrica de 
imediato, já que o estômago pode estar em 
rompimento. 
 
Exame físico especial do digestório 
 
Cavidade oral, faringe e esôfago (avaliar mais do 
lado esquerdo pelo desvio que ocorre para a 
esquerda): preensão dos alimentos, mastigação, 
deglutição. 
É feito a inspeção, palpação e olfação. 
 
Cavidade oral 
 
- Preensão 
- Mastigação 
- Deglutição 
Forma de avaliar: oferecer um alimento ou água 
ao animal. 
 
Inspeção e palpação: acúmulo de alimentos, 
ausência ou fratura de mandíbula, fístulas, 
pontas dentárias, integridade da língua, glossite, 
palato, aumentos de volume e sensibilidade (uso 
de abre boca). 
Exame da cavidade oral por meio de palpação 
possibilitada pelo uso de um abre-boca de 
Hausmann. 
 
 
 
 
Dentes 
 
A maioria dos profissionais estima a idade de um 
cavalo pela inspeção de seus incisivos. 
Decíduos: o primeiro incisivo está presente ao 
nascimento; o segundo incisivo, na quarta ou 
sexta semana de idade; o terceiro incisivo, dos 6 
até os 9 meses. 
Permanentes: a idade para a erupção do 
primeiro incisivo é aos 2,5 anos de idade; o 
segundo incisivo, aos 3,5 anos; o terceiro incisivo 
irrompe aos 4,5 anos. 
Infundíbulos: cavidade da superfície oclusal 
produzida por invaginação. Aparece aos 5 anos e 
desaparece aos 12 anos. 
Estrela dentária: a cavidade pulpar é exposta 
como marca transversa amarelo-amarronzada na 
dentina. Aparece a partir dos 8 anos e 
desaparece aos 25 anos. 
Sulco de Galvayne: geralmente, é de coloração 
escura devido ao seu conteúdo de cemento. 
Surge a partir da borda gengival por volta dos 9 
aos 11 anos de idade, chega à metade do dente 
ao redor dos 15 anos e, aos 20 anos, toma toda a 
extensão do dente. 
Cauda de andorinha: é mais evidente a partir 
dos 7 anos de idade. 
 
Faringe 
 O palato mole e a faringe possuem difícil 
acesso a inspeção direta; 
 Tranquilização e abre boca ou anestesia 
geral/abaixador de língua; 
 Palato mole (fenda palatina potros) 
 Corpos estranhos em faringe (avaliação 
por endoscopia nasofaríngea). 
 
Esôfago 
 Inspeção e palpação direta da porção 
cervical – apresenta uma relativa 
dificuldade; 
 Palpação direta da porção torácica - 
utiliza-se a sonda nasogástrica; 
 Alterações: obstrução, estenose, 
compressão esofágica e megaesôfago). 
 
Cavidade abdominal 
 
Avaliação de estômago: palpação indireta por 
sonsagem nasogástrica; avalia-se conteúdo 
gástrico, odor, além de servir para a 
descompressão gástrica e diminuir a dor em 
casos de cólica. 
** Também pode ser usada a endoscopia 
diagnóstica. 
 Palpação externa da parede abdominal 
(sensibilidade, consistência, grau de 
distensão); 
 Auscultação: auscultar os quatro 
quadrantes abdominais. 
Intestino delgado: 
- Jejuno do equino é longo, varia em posição. 
- O íleo dos cavalos é curto. Contém a prega 
ileocecal, que une a borda antimesentérica do 
íleo à tênia dorsal do ceco. 
** O jejuno e o íleo estão ligados à parede 
abdominal dorsal pelo mesentério. 
Intestino grosso: 
- Ceco localizado principalmente do lado direito 
(pode ser observada distensão
do quadrante 
dorsal direito) 
- Cólon localizado principalmente do lado 
esquerdo (um exemplo de alteração é o 
encarceramento no ligamento nefroesplênico) 
Obs. Dorsal: conteúdos gasosos; 
Ventral: líquido ou ingesta presentes 
 
Formas de avaliar o abdômen 
Palpação externa 
A palpação da parede abdominal é importante 
nos casos em que há suspeita de peritonite, onde 
é feito pelo teste do rebote (compressão digital 
profunda do abdômen). 
Avalia-se sensibilidade, consistência e grau de 
distensão. 
Percussão 
A percussão do abdome irá indicar a existência 
de gases ou líquidos dentro das alças ou na 
cavidade peritoneal. 
- Som macio: ingesta, liquido 
- Som timpânico: gás. 
 
Auscultação 
A ausculta deve ser efetuada cuidadosamente 
nos quatro quadrantes abdominais (ventrais 
direito e esquerdo, dorsais direito e esquerdo) em 
pelo menos três pontos de ausculta com, no 
mínimo, 30 s em cada um desses pontos. 
Pode-se iniciar a ausculta pelo quadrante dorsal 
direito: ruído típico da válvula ileocecal, 
descrito como semelhante a uma cachoeira e, a 
partir desse ponto, auscultar os demais 
quadrantes. 
 
Quadrantes abdominais 
 
Lado direito 
 
Dorsal direito: ceco/válvula ileocecal, cólon 
dorsal direito 
Ventral direito: cólon ventral direito, flexura 
esternal 
 
Lado esquerdo 
 
Dorsal esquerdo: cólon maior esquerdo, flexura 
diafragmática 
Ventral esquerdo: cólon ventral esquerdo e 
flexura pélvica 
 
Exame dos quadrantes com avalição da 
motilidade intestinal: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nenhuma motilidade: 0 
Hipomotilidade: + 
Fisiológico: ++ 
Hipermotilidade: +++ (alteração patológica) 
 
Alterações 
- Obstruções iniciais: aumento de motilidade 
seguida de hipomotilidade 
- Cólicas espasmódicas: aumento de 
motilidade, som às vezes audível sem o 
estetoscópio 
- Periotonites, inflamações: diminuição ou 
ausência de ruídos (ileoadinâmico). 
- Tiflocentese: punção percutânea do ceco; faz-
se a introdução de um trocarter ou agulha longa, 
cateter de 14 a 16. É possível identificar a 
presença de gás, indicando o timpanismo. 
 
 
Exame retal 
 Fundamental: grande auxílio para 
diagnóstico 
 Conhecimento da anatomia normal – 
topografia 
 Existe o risco, tanto para o animal quanto 
ao examinador; é preciso que o animal 
esteja bem contido. 
Obs. Risco de ruptura da mucosa retal de 
equinos. 
 Redução de dor – terapias 
 Equinos adultos: acesso a 40% do 
abdômen. 
1 – Palpação da borda caudal do baço 
2 – Palpação do corpo do ceco 
3 – Palpação da raiz do mesentério com a artéria 
aorta 
4 – Palpação da flexura pélvica do cólon ventral 
esquerdo 
 
Sondagem nasogástrica 
 
O divertículo nasal (falsa narina) presente em 
equinos, pode, por vezes, atrapalhar de certa 
forma a passagem nasogástrica. Mas, com o 
passar do tempo e prática, é possível fazer 
corretamente – deve ser introduzida medialmente 
e ventralmente a narina. 
 Colheita de fluido para análise, 
quantidade, pH, presença de sangue, 
medicamentos previamente utilizados. 
 
Exames complementares 
 
 Análise de líquido peritoneal 
(paracentese) 
 Ultrassonografia 
 Radiografias 
 Laparoscopia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
 
O exame do aparelho locomotor equino deve ser 
realizado de maneira ordenada, a fim de 
minimizar os riscos de um erro diagnóstico. 
- São de extrema importância, principalmente 
aos cavalos atletas – Hipiatria. 
- Buiatria: Bovinocultura intensiva; alterações 
podais. 
- Processos dolorosos: as lesões podem se 
tornar exacerbadas, trazendo uma postura 
antálgica e levando ao quadro de claudicação. 
 
Anatomia funcional 
 
Os membros dos equinos formam um conjunto 
perfeitamente harmônico, com participação ativa 
de cada componente. O esqueleto se constitui 
no arcabouço de todo o organismo do cavalo, 
sendo o alicerce para o sistema de alavanca que 
as ar ticulações exercem. Os músculos atuam 
como transmissores da cinética do movimento 
aos tendões, possibilitando a movimentação de 
todas as estruturas que formam e mantêm a 
estabilidade da ar ticulação. 
Principais estruturas envolvidas: cascos, 
ossos, articulações, tendões e ligamentos, 
músculos. 
Obs. (importante): Coluna – movimentação e 
alojamento da medula espinhal (transmite os 
estímulos nervosos). 
 
 
 
 
 
 
Conduta do exame ortopédico 
 
 Identificação (resenha) 
 Anamnese 
 Exame físico geral 
 Exame físico especial 
 Métodos exploratórios mais utilizados: 
Inspeção e palpação. A olfação também 
pode ser inserida (mííase na musculatura, 
odor de casco). 
 Exames complementares 
- Bloqueios anestésicos 
- Líquido sinovial (artocentese – retirada 
do liquido e avaliação) 
- Radiografia e/ou Ultrassonografia 
- Artroscopia 
- Termografia 
- Tomografia 
- Ressonância magnética 
 
Exame para diagnóstico 
de claudicação 
 
De modo geral, a sequência adotada é 
inicialmente a identificação do animal e a 
anamnese, realizada com o acompanhante 
(proprietário, tratador ou treinador) do equino. 
Observa-se o equino em repouso e em exercício, 
a fim de determinar o membro claudicante. A 
seguir, para determinar a fonte da dor, o 
examinador realiza a palpação e manipula o 
membro do equino. O veterinário deve realizar a 
palpação iniciando da porção distal para a 
proximal, utilizando também a palpação indireta 
por meio da pinça de casco. Os bloqueios 
anestésicos perineurais e o diagnóstico por 
imagens são métodos utilizados no auxílio da 
determinação do local da lesão e também da 
extensão desta. 
 
Identificação e anamnese 
 
A identificação do animal é realizada ao verificar 
as características ou a aparência externa, 
utilizando aspectos como raça, idade, sexo, 
nome do proprietário e procedência. O 
conhecimento da idade no raciocínio do 
examinador é importante, pois: 
 Equinos de 1,5 a 2 anos de idade 
geralmente apresentam uma claudicação 
moderada bilateral dos membros 
posteriores, que provavelmente estará 
relacionada com osteocondrose nas 
articulações do tarso ou 
femurotibiopatelar; 
 Se for um equino adulto, é mais provável 
que o diagnóstico seja uma doença 
articular degenerativa. 
A anamnese detalhada deve reunir 
informações a fim de auxiliar no diagnóstico: 
 Saber o início e curso da alteração (aguda 
ou crônica), como aconteceu; 
 Ambiente que o animal vive (piso, terreno, 
inclinação, cama); 
 Alimentação: se o animal recebe alimento 
volumoso, ou concentrado; 
 Como o animal se deita, levanta, anda, 
trota, galopa? Qual o déficit observado? 
Há claudicação? O grau altera durante o 
trabalho? 
 O animal foi casqueado? Ficou algum 
resíduo no casco? Com que frequência é 
feito o casqueamento? 
 Existe envolvimento sistêmico? (Se o 
animal teve quadro de cólica, ou se 
gestou recentemente) 
 Já foi feito algum tratamento? Qual foi a 
resposta para esse tratamento? 
 Perguntar sobre o manejo sanitário 
(vacinas, medicamentos). 
 
 
 
 
 
 
 
Exame físico geral 
 
O exame físico do paciente compreende 
inspeção, palpação e manipulação dos 
membros em repouso e em movimento, além da 
utilização de alguns instrumentos que facilitem o 
exame. Antes de tudo, deve-se realizar as 
avaliações de rotina, sendo elas: postura e 
comportamento (Se o animal está apresentando 
sinais de dor). 
Inspeção: inspeção panorâmica do equino em 
estação/repouso, seguida de inspeção localizada 
dos segmentos corporais. Nessa fase, é possível 
observar assimetrias de conformação e aprumos, 
deformações, aumentos de volume, atrofias 
musculares, soluções de continuidade, cicatrizes 
ou posturas anormais. 
Na sequência, o equino será examinado em 
movimento, uma vez que algumas enfermidades 
exibem seus sinais clínicos apenas nesse estado, 
como no caso da claudicação.
Palpação: pode ser avaliado se há aumento de 
volume (linfonodo alterado, abcessos) e aumento 
de sensibilidade. 
 
Exame físico especial 
 
- Inspeção: pode-se observar desvios 
- Palpação: sensibilidade dolorosa; pode ser feito 
com a pinça de casco, sendo uma palpação 
indireta. 
Obs. Edemas: não pode ser diagnosticado 
apenas pela palpação e sim, também, pelo teste 
de Godet positivo. É preciso avaliar a 
temperatura do edema (se estar elevada ou não). 
 Estabelecer uma sequência; 
 Iniciar pela porção distal para a proximal 
 Verificar a presença de ferimentos, corpos 
estranhos, fístulas, rachaduras, massa 
muscular, assimetria, 
Sequência: 
- Cascos 
- Quartela (pulso das artérias digitais palmares e 
plantares) 
- Articulação do boleto (ligamento suspensor do 
boleto) 
- III Metacarpo/metatarso 
- Região do carpo/tarso 
- Articulações umerorradioulnar e escapo umeral 
- Articulação femerotibial 
 
 
 
 
Claudicação 
 
Sinal clinico de distúrbio estrutural ou funcional 
que se manifesta em um ou mais membros 
durante a locomoção. É causado principalmente 
por traumas, excesso de exercício, anomalias 
congênitas, infecções, distúrbios metabólicos, 
alterações circulatórias ou nervosas. 
Obs. Animais atletas geralmente apresentam 
claudicação sutil. 
 
Graus de claudicação 
 
Grau 0: claudicação não perceptível em 
nenhuma circunstância. 
Grau 1: a claudicação é vista quando o cavalo 
está ao trote, mas não ao passo. 
Grau 2: a claudicação é percebida ao passo, 
mas não há movimentação de cabeça associada. 
Grau 3: a claudicação é óbvia ao passo, com 
movimentação característica de cabeça. 
Grau 4: impotência funcional do membro. 
 
Claudicações de membro 
anterior e posterior 
 
Membro anterior: o animal eleva a cabeça 
quando apoia o membro lesado no solo, na 
tentativa de aliviar o peso aplicado sobre ele na 
fase de apoio e, em seguida, abaixa a cabeça 
quando apoia o membro normal. 
Membro posterior: a garupa do lado afetado se 
eleva ao apoio do membro lesado e desce ao 
apoio do membro são. 
 
Teste de flexão em estação 
Nessa fase do exame, devem ser realizados 
movimentos passivos de flexão, a fim de 
exacerbar um foco de dor, geralmente 
associados a processos articulares, tendíneos ou 
ligamentares. 
Fazer a avaliação da marcha antes e após os 
testes de flexão de jarrete (segurar por 2 minutos 
e trotar com o animal). Após a flexão das 
articulações, o cavalo é submetido ao trote ou até 
mesmo ao passo. 
 
Teste de extensão 
Os movimentos de extensão, adução e abdução 
também são utilizados, principalmente na 
suspeita de lesões nas regiões proximais como 
umerorradioulnar e escapuloumeral, nos 
membros anteriores, e femorotibiopatelar, nos 
posteriores. 
 
 
 
Avaliação de coluna 
- Examinar se há sensibilidade no animal 
 
 
Exames complementares 
 
 Bloqueios anestésicos: Para localizar o 
ponto da dor, utiliza-se anestesia local 
diagnóstica pelo bloqueio anestésico 
perineural, pois uma vez que a lesão 
dolorosa seja dessensibilizada, 
provavelmente a claudicação 
desaparecerá ou diminuirá de intensidade; 
assim, é possível continuar com os 
procedimentos de exame físico e 
auxiliares, como radiografia e 
ultrassonografia, finalizando o diagnóstico. 
 Radiografias 
 Ultrassonografias 
 Artrocentese e avaliação do líquido 
sinovial: 
- São indicadas no auxílio diagnóstico de 
enfermidades articulares. 
- A coleta deve ser realizada de modo 
estéril, com seringa e agulha esterilizadas 
para se evitar infecção iatrogênica ou 
contaminação da amostra. 
 
 
 
 
 Biópsias 
 Artroscopia 
 Termografia 
 Cintilografia 
 
Prognóstico 
 
Fraturas: 
- Localização da fratura 
- Tipo de fratura (simples, múltipla, exposta ou 
fechada); 
- Danos aos tecidos moles 
- Idade, peso e aptidão 
- Tempo de evolução 
- Assistência 
 
Laminite: 
- Radiografia 
Ângulo de paralelismo menor que 5,5° de 
rotação: conseguem retornar ao desempenho 
atlético anterior. 
Superiores a 11,5: prognóstico desfavorável com 
claudicação persistente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
 
O exame é um passo de fundamental importância 
para localização e diagnóstico de inúmeras 
enfermidades do sistema nervoso. 
Caso ocorra a suspeita de uma disfunção 
neurológica durante a realização do exame físico, 
deve-se realizar a avaliação neurológica 
minuciosamente, respeitando as suas limitações. 
 
Como identificar disfunções? 
 
É um conjunto de informações: 
 Posição de opistótomo – extensão 
caudal da cabeça e pescoço 
 Postura; rigidez dos membros 
 Incoordenação motora 
 Movimentos de pedalagem 
 Inclinação de cabeça (não apenas a 
inclinação de cabeça caracteriza alteração 
neurológica porque pode ser torcicolo) 
 Teste de tração de língua postiva 
(Externação da língua); não retorna para a 
cavidade oral; o animal não percebe que a 
língua está para fora 
 Disfagia/Sialorréia: alterações que 
ocorrem na preensão e deglutição do 
alimento 
 Cegueira 
 Apatia 
 
Objetivos do exame 
neurológico 
 
 O animal apresenta anormalidades 
neurológicas? 
Em caso afirmativo, qual o local mais 
provável?  Descobrir através de exame 
clínico, testes neurológicos. 
SNC: alteração no encéfalo (cérebro, 
cerebelo e tronco encefálico onde partem 
vários pares de nervos cranianos) e 
medula. 
SNP: nervos periféricos; gânglios e 
terminações nervosas. 
 Alterações de estímulos – Arco reflexo: 
sistema de vias aferentes e eferentes. 
Ex: O animal não consegue ou demora de 
responder à estímulos, como a dor. 
 Quais são os diagnósticos diferenciais? 
 Qual é o prognóstico? O tratamento é 
possível e viável economicamente? 
- Sim, pois é necessário estar ciente de 
que existem enfermidades que 
apresentam bons resultados ao 
tratamento quando diagnosticadas e 
tratadas precocemente. O diagnóstico 
também evita gastos desnecessários com 
medicamentos. 
 Como prevenir a ocorrência desta 
enfermidade em outros animais de 
rebanho? 
- Um diagnóstico correto possibilitará a 
adoção de medidas que evitem que outros 
animais adoeçam. 
 
Limitações dos exames de Sistema 
Nervoso em grandes animais 
 
O exame é dificultado em grandes animais pelo 
escasso acesso para avaliação direta, quando 
comparado a outros sistemas. Além disso, existe 
uma limitação da utilização de vários tipos de 
testes comumente utilizados na avaliação de 
cães e gatos. 
 
Arco reflexo 
 
Reflexos: são respostas biológicas normais e 
espontâneas que são extremamente úteis ao 
organismo. 
Arco reflexo: é uma resposta básica a realização 
de um estímulo. 
 O animal sente o estímulo, processa e 
responde. 
 A avaliação desses reflexos irá avaliar a 
integridade do arco reflexo. 
Exame neurológico 
 
Identificação do animal: espécie, raça, sexo, 
idade, utilização, valor e local de origem. A 
correta identificação facilitará a seleção dos 
diagnósticos diferenciais mais prováveis. 
 
Anamnese: Deve detalhar informações 
referentes ao início dos sinais clínicos, evolução, 
alimentação, vacinação, tratamentos realizados, 
doenças anteriores, número de animais 
acometidos, ambiente, manejo dos animais e 
número de mortes. Além disso, é importante 
saber a quanto tempo começaram as alterações. 
Quanto maior for o conhecimento das 
enfermidades que acometem os animais, melhor 
será a anamnese realizada. 
 
Exame físico geral: O exame físico de todos os 
sistemas deve sempre preceder um exame 
neurológico, pois torna possível diferenciar 
problemas concomitantes, assim como descartar 
alterações que possam sugerir anormalidades 
neurológicas. Portanto, os animais devem ser 
avaliados também quanto ao grau de 
desidratação, coloração de mucosas, palpação 
detalhada de todos
os membros e coluna 
vertebral. 
 
Exame físico especial (inspeção, palpação, 
teste de reflexos): 
Começar pela avaliação das funções 
encefálicas: 
- Comportamento (estado mental) 
- Posicionamento da cabeça 
- Integridade na função dos nervoso cranianos. 
Geralmente, quando alterações encefálicas estão 
presentes, ao menos dois destes itens 
apresentam anormalidades. 
 Variações no comportamento: Apático, 
agressivo, assustado, sonolência, 
excitado, alterações de hábitos (comer, 
dormir, andar, urinar), vocalizações, andar 
em círculos, andar de modo compulsivo, 
morder animais ou objetos inanimados, 
etc. 
 Posturas anormais de cabeça: 
opistótomo (extensão caudal da cabeça e 
pescoço devido a um espasmo muscular 
e geralmente é decorrente de lesões 
cerebelares ou cerebrais), inclinação de 
cabeça, pressão da cabeça contra 
obstáculos (pode ser observada em 
diversas encefalopatias que afetam a 
função cerebral como, por exemplo, a 
polioencefalomalacia de ruminantes). 
 
 Integridade na função dos nervos 
cranianos: 
I. Nervo olfatório – pouca importância clínica 
para grandes animais, com difícil interpretação. 
Mesmo assim, quando se quer testar este par, 
pode-se oferecer alimento com os olhos 
vendados e observar se o animal se interessa, 
demonstrando que sentiu o odor. 
II. Nervo óptico – teste de acuidade visual 
(acompanha objetos em movimento e desvia de 
obstáculos), teste de ameaça e reflexo pupilar. 
Causa cegueira total ou parcial. É importante 
ressaltar que nem sempre um animal cego terá 
anormalidade apenas em nervo óptico. 
III. Nervo oculomotor: teste de reflexo pupilar, 
avaliação de movimentação da pálpebra superior 
e observação do posicionamento e 
movimentação de globo ocular. 
Anormalidade de reflexo pupilar, ptose palpebral 
(caimento ou fechamento anormal de pálpebra 
superior) e possível estrabismo (os olhos não 
olham na mesma direção ao mesmo tempo). 
IV. Nervo troclear: observar posicionamento dos 
globos oculares e coordenação de movimentos. 
Anormalidade de posicionamento (estrabismo). 
V. Nervo trigêmeo: teste de oferecimento de 
alimento para os animais e teste de sensibilidade 
na face. Apresenta dificuldade para preensão de 
alimentos, atrofia de masseter e anormalidades 
sensoriais faciais. 
VI. Nervo abducente: observar posicionamento 
de globos oculares e coordenação de 
movimentos. As lesões resultam em estrabismo 
medial e inabilidade para retrair o globo. 
VII. Nervo facial: observar simetria de 
posicionamento das pálpebras, orelha, narinas e 
lábios. Além disso, deve ser realizado o reflexo 
palpebral e produção de sons para observar 
movimento de orelhas. Anormalidade na 
diminuição ou ausência de movimentação das 
orelhas, ptose palpebral, dificuldade para 
preensão do alimento (ptose labial). Pode ainda 
ocorrer diminuição na secreção lacrimal. 
VIII. Nervo vestibulococlear: avaliar posição de 
cabeça, captação de estímulos auditivos, realizar 
endoscopia da bolsa gutural. 
Ocorrência de rotação da cabeça, dificuldade na 
captação de sons, eventualmente ocorrência de 
nistagmos (são movimentos involuntários e 
repetitivos dos olhos, assumindo várias direções: 
vertical, horizontal e rotatório), anormalidade 
locomotora (diminuição do tônus extensor). 
IX. Nervo glossofaríngeo: oferecimento de 
alimentos e passagem de sonda nasogástrica 
para observação da deglutição, teste de 
sensibilidade de língua utilizando-se substâncias 
irritantes. 
Ocorrência de disfagia. 
X. Nervo vago: Slap test (reflexo de abdução da 
cartilagem aritenoide; pode ser feito com um 
endoscópio), oferecimento de alimentos. 
Apresenta disfagia e sons inspiratórios anormais 
em virtude da flacidez laringeana. 
XI. Nervo acessório: pouca significância. 
XII. Nervo hipoglosso: ferecimento de 
alimentos, movimentação da língua, simetria. 
Ocorrência de perda de função motora da língua. 
 
Incoordenação motora/ Alteração 
de Marcha/ Propriocepção 
 
- Músculos, ossos, tendões, ligamentos, 
receptores nervosos localizados em articulações. 
 Quando uma destas estruturas estiver 
comprometida por anormalidades do sistema 
nervoso, o padrão locomotor poderá estar 
afetado. Ou seja, é necessário considerar que 
alguma parte da transmissão das informações 
originadas nos centros motores encefálicos não 
estão adequadas. 
Para que um animal tenha padrão locomotor 
adequado, a atividade motora é iniciada nos 
centros motores encefálicos e esses estímulos 
são transportados à medula espinal. 
 
Propriocepção 
 
A propriocepção é a capacidade de percepção do 
posicionamento dos membros, sendo realizada 
pela integração das informações obtidas por 
receptores periféricos com os núcleos 
encefálicos. 
 
Formas de avaliar 
 
- Falta de percepção com posturas erradas 
dos membros; 
- Déficit em membro pélvico: no exame, com o 
animal em estação, um membro é deslocado 
para o lado, onde este membro pode permanecer 
em posição anormal por um tempo maior e não 
retorna de imediato a posição normal. 
 
 
 
 
Incoordenação motora | 
Conceituação 
 
Refere-se a um conjunto de sinais que ocorrem 
em virtude da inadequada integração, formulação 
ou transmissão das informações motoras e 
proprioceptivas a seu local de destino final. 
 
Manobras para avaliação da marcha 
 
- Andar em linha reta 
- Trotar em linha reta 
- Afastar (andar para trás) 
- Andar em círculos abertos (abdução exagerada) 
- Andar em círculos fechados 
- Descer e subir rampas 
- Deslocamento de garupa com o animal parado 
e em movimento 
- Andar com pescoço estendido ou flexionado 
- Deslocamento dos membros torácicos 
- Ultrapassar pequenos obstáculos durante a 
locomoção (hipermetria). 
Obs. Hipermetria: não percebe a profundidade 
de obstáculos. 
 
Avaliação medular 
 Simetria muscular corporal 
 Simetria de pescoço e tronco 
 Tônus anal – Reflexo anal 
 Reflexo de cauda: normalmente o animal 
tem resistência 
 Postura do animal em descanso 
 Padrão de locomoção 
 
Avaliação de reflexos medulares 
 Reflexo da cauda 
 Reflexo anal 
 Reflexo muscular cutâneo (inseto) 
 Reflexo patelar (não se coloca o animal 
em decúbito). 
 
 Testes de tendões são utilizados com 
maior frequência em pequenos animais. 
Não se justifica colocar um grande animal 
em decúbito para avaliá-los. 
 Descarta-se o envolvimento encefálico 
 Alterações no exame físico encefálico não 
descarta a necessidade de se fazer a 
avaliação medular 
 Centros da medula: micção, defecação e 
ereção. 
 
Exame detalhado da medula 
 
A partir do momento em que as anormalidades 
foram evidenciadas e fica evidente que o animal 
apresenta incoordenação motora, o próximo 
passo é localizar essa lesão. 
A medula pode ser dividida em 5 regiões: 
cervical, cervicotorácica, toracolombar, 
lombossacral e sacrococcígea. 
 
 
 
 
Após o exame detalhado da medula: 
 
Se apenas um membro está afetado quer dizer 
que há uma lesão periférica do membro afetado: 
 Apenas um membro pélvico apresenta 
anormalidade  lesão do nervo ciático. 
 Apenas um membro torácico está 
acometido  lesão do nervo braquial ou 
nervo radial. 
 
Exames complementares 
 
- Hemograma 
- Coleta de liquor 
- Mielografias 
- Radiografias 
- Tomografias

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