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Resumo - Função Hepática

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Nathália Muniz – Medicina Veterinária UFRB 
Principais funções hepatobiliares 
 
• Síntese e armazenamento 
• Secreção e excreção 
• Biotransformação 
• Metabolismo 
• Hematopoiese 
• Metabolismo e síntese de proteínas: 
proteínas, albumina, fibrinogênio, fatores 
de coagulação, com exceção das 
imunoglobulinas 
• Armazena, degrada e oxida os lipídeos: 
- Sintetiza ácidos graxos, triglicerídeos, 
colesterol 
- Esterefica o colesterol para fosfolipídeos 
e apoproteínas para lipoproteínas 
• Armazena glicose da dieta: principal fonte 
de energia 
• Síntese de glicogênio, gliconeogênese e 
formação de corpos cetônicos 
• Participa no metabolismo da bilirrubina, 
ácidos biliares e suas excreções 
• Detoxificação: Remoção de resíduos 
(produtos finais de reações metabólicas) e 
materiais estranhos; Detoxificação geral 
do sangue: drogas, toxinas. 
 
Estrutura do fígado 
 
- Hepatócitos 
- Sistema biliar 
- Células de Kupffer (sistema 
monocíticofagócitário) 
- Circulação linfática 
- Rico em suprimento sanguíneo 
Obs: Alterações em qualquer destes 
componentes estruturais produz anormalidades 
laboratoriais. 
 
Doença ou lesão hepática 
 
Doenças hepáticas primárias: colangiohepatite, 
desvio portossistêmico hepático, tóxico, 
traumatismos, etc. 
Doenças hepáticas secundárias: lipidose 
hepática secundária em Diabetes mellitus, 
colestase secundária por pancreatite, lesão 
hepatocelular secundária por hipóxia. 
 
Formas de avaliar 
 
- Hemograma 
- Bioquímica sérica 
- Coagulograma 
- Ultrassom 
- Citologia aspirativa 
- Biópsia hepática 
 
Efeitos nos eritrócitos 
 
Microcitose 
- Shunt congênito ou adquirido 
- Animal jovem com deficiência de ferro ou 
anemia 
- Adultos: Ferro sérico ↓ 
Células alvo ou Target cells 
- Colestase: acúmulo de lipídios no eritrócito 
- Def. ferro: hipocromia, microcitose 
Acantócitos 
- Cães com hepatopatia crônica (discreta anemia) 
- Hemangiossarcoma: trauma na hemácia 
 
Leucograma 
 
Lesão hepática aguda 
- Leucocitose 
- Normal ou leucopenia 
- Neutrofilia com desvio a esquerda 
- Eosinopenia, linfopenia, monocitose 
Lesão hepática crônica 
- Leucocitose 
- Neutrofilia sem desvio a esquerda ou desvio 
leve 
Hepatite viral canina 
- Linfopenia 
- Leucopenia e neutropenia 
Hepatozoon canis 
- Reação leucemoide 
- Inclusão 
Função Hepática 
Doença hepática x Insuficiência 
hepática 
 
Doença hepática 
 
Inclui quaisquer dos vários distúrbios que causam 
lesão de hepatócitos e/ou colestase. Pode ser 
aguda, severa ou crônica. Entre eles, incluem-se 
hipoxia, doenças metabólicas, intoxicação, 
inflamação, neoplasia, traumatismo mecânico e 
obstrução de ducto biliar extra-hepática ou intra-
hepática. 
- É importante compreender que, com frequência, 
o fígado é acometido, secundariamente, por 
doenças primárias situadas em outros tecidos, 
como doença intestinal inflamatória e pancreatite. 
- Um animal pode ter doença hepática sem haver 
falência do fígado (insuficiência). 
 
Insuficiência hepática 
 
Ocorre quando existem poucos hepatócitos 
viáveis para manter as funções normais. Pode 
ser decorrente de doença hepática, sendo 
reconhecida pela insuficiência em depurar o 
sangue das substâncias normalmente excretadas 
pelo fígado e pela falha na síntese das 
substâncias normalmente produzidas pelo fígado 
(como a albumina, colesterol, glicose, ureia, etc). 
- Doenças que podem levar a insuficiência 
hepática são: desvio porto-sistêmico, processos 
que causam destruição hepatócitos (70 – 80% do 
fígado), na lesão maciça aguda ou crônica. 
Manifestações clínicas: 
- Icterícia 
- Bilirrubina conjugada 
- Bilirrubina não conjugada 
- Cor do plasma – excreção renal 
- Encefalopatia hepática – acúmulo de amônia 
- Ascite 
 
Avaliação hepática 
 
Dos sistemas e órgãos que podem ser avaliados 
por dados de patologia clínica, o fígado é um dos 
que causam maior frustração. A função de 
metabolismo e detoxicação o tornam associado a 
diversas outras patologias extra-hepáticas. Além 
disso, as próprias doenças hepáticas, como 
doenças inflamatórias severas, tóxicas e 
neoplásicas, devem ser consideradas. Muitas 
vezes apenas a biópsia hepática é auxílio 
diagnóstico seguro de diferenciação da doença 
hepática primária e secundária. Em todos os 
casos, os dados de laboratório clínico devem ser 
avaliados à luz dos sinais clínicos e história do 
paciente. 
Os testes bioquímicos específicos utilizados para 
avaliar a função hepática são: 
 
Testes de enzimas séricas 
 
Enzimas de extravasamento hepatocelular: 
ALT, AST, SD, GLDH 
Enzimas de produção (Indução na resposta à 
colestase ou drogas): FA, GGT 
 
Testes funcionais 
 
Substâncias metabolizadas ou excretadas: 
bilirrubinas, ácidos biliares, amônia, colesterol. 
Substâncias produzidas: albumina, ureia, 
fatores de coagulação, glicose. 
 
Indicações para exames hepáticos 
específicos 
 
Os exames bioquímicos de função hepática 
devem ser requisitados somente após histórico 
detalhado do paciente e exame clínico criterioso. 
As principais indicações destes exames 
específicos são: 
• Doença hepática primária (com ou sem 
icterícia): hepatite infecciosa, necrose 
tóxica, hemangioma hepático, hepatite 
supurativa e adenoma do ducto biliar. 
• Doença hepática secundária: lipidose 
infiltrativa: hipotireoidismo e Diabetes 
melito, doenças pancreáticas, congestão 
passiva: cardiopatias e intoxicações. 
• Diagnóstico diferencial das icterícias: 
pré-hepática: hemolítica, hepática e pós-
hepática: obstruções. 
• Sinais de desvios no metabolismo sem 
causa determinada: proteínas: 
emagrecimento, ascite, edemas; 
carboidratos: emagrecimento, apatia; 
lipídios: emagrecimento. 
• Prognóstico: avaliação da terapêutica, 
avaliação da lesão tecidual e riscos 
anestésicos à cirurgia. 
 
 
 
 
 
 
Provas enzimáticas 
 
A utilização de dosagens enzimáticas como 
método auxiliar nos problemas hepáticos é 
largamente utilizada na medicina veterinária. 
Estas enzimas aumentam na circulação à medida 
que são liberadas pelas células de origem. Esta 
liberação pelos hepatócitos pode ocorrer por: 
- Alteração na permeabilidade celular: reações 
inflamatórias, degeneração celular; 
- Necrose celular: ingestão de drogas 
hepatotóxicas, cirrose crônica (pode possuir 
valores normais de ALT ou diminuídos). 
• ALT - Alanina aminotransferase: Os 
testes que mensuram a atividade desta 
enzima sérica podem ser considerados 
como válidos para indicar uma lesão 
hepática apenas em cães e gatos. 
• AST - Aspartato aminotransferase: 
Caninos, felinos e primatas têm pouco 
valor diagnóstico devido as reduzidas 
concentrações em vários tecidos. Para 
ruminantes, equinos, lagomorfos e aves é 
indicada para diagnóstico de lesões 
hepáticas e eventualmente musculares. 
• FA - Fosfatase alcalina: Esta enzima é 
recomendada para avaliar colestase em 
cães e bovinos. O aumento pode estar 
relacionado a doenças que lesem os 
ductos hepáticos, como a colestase intra 
ou extra-hepática, mas também por 
atividade das isoenzimas extra-hepáticas, 
como crescimento ósseo nos filhotes, 
isoenzima esteroidal induzida por 
corticóide, observada apenas em 
canídeos. 
• GGT - Gama glutamil transpeptidase: é 
um marcador enzimático sérico valioso 
nas desordens do sistema hepatobiliar 
resultando em colestase. 
• SD - Desidrogenase sorbitol: é uma 
enzima hepatoespecífica na maioria das 
espécies, com mínima atividade em 
outros tecidos. O seu uso não é rotineiro 
na bioquímica clínica veterinária, pois se 
trata de uma enzima muito instável. 
• GLDH - Glutamato desidrogenase: é 
uma enzima considerada exclusiva para 
ruminantes, porém o seu uso não é 
rotineiro na bioquímica clínica veterinária. 
 
Cães e gatos: ALT + FA + GGT (AST em menor 
nível) 
Equinos e ruminantes: AST + FA + GGTDistribuição enzimática nos tecidos 
 
Enzimas Principal origem 
ALT Fígado (cão, gato e primatas), 
músculo esquelético, coração. 
AST Fígado (ruminantes, equinos) 
músculo, esquelético, coração, 
rim, eritrócitos e cérebro. 
FA Isoenzimas: óssea, hepática 
(canalículo biliar), induzida por 
corticoides 
(hiperadrenocorticismo), mucosa 
intestinal, placenta e rim. 
GGT Rim, pâncreas em altas 
concentrações fígado, vesícula 
biliar, intestino e baço. 
GLDH Fígado (altas concentrações) em 
bovinos, ovinos e caprinos. 
SD Fígado de ruminantes e equinos. 
 
Obs: 
- Pode haver AST no fígado de cães e gatos, 
porém em pequena quantidade. Quando elevada, 
indica lesão hepatocelular profunda. 
- A hemólise altera a enzima AST pois há 
liberação do eritrócito + AST. 
- O aumento da FA em filhotes é normal (fase de 
crescimento). 
 
Diferentes órgãos, tecidos ou células contêm 
diferentes enzimas. Em alguns casos, apenas 
poucos órgãos ou tecidos contêm determinada 
enzima; essa enzima “tecido-específica” tende a 
ser mais útil como teste diagnóstico. 
Exemplo: enzima CK (Creatinoquinase). É uma 
enzima com vasta distribuição tissular, que 
desempenha importante papel regulador no 
metabolismo intracelular dos tecidos contráteis. 
Está presente principalmente na musculatura 
estriada, no tecido cardíaco e no cérebro. 
➔ Cães e gatos 
- ALT elevada e AST normal = Lesão 
hepática 
- ALT e AST elevadas = Necrose 
hepatocelular 
- AST elevada e ALT normal = Lesão do 
músculo esquelético (CK aumentada) 
 
➔ Equinos e ruminantes 
- AST elevada e CK normal = lesão 
hepática 
- AST elevada e CK elevada = lesão do 
músculo esquelético ou lesão hepática + 
muscular. 
 
 
Bilirrubina 
 
A bilirrubina é oriunda principalmente da 
degradação da hemoglobina, com pequena 
contribuição de outras hemoproteínas (p. ex., 
mioglobina, citocromos, peroxidase e catalase). 
Normalmente, os eritrócitos velhos são 
destruídos em uma taxa constante; contudo, nas 
doenças hemolíticas essa taxa de destruição 
pode ser maior. 
Metabolismo normal da bilirrubina: 
Hemoglobina catabolizada → A porção globina é 
transformada em aminoácidos, enquanto a 
porção heme origina ferro e protoporfirina → O 
ferro é reciclado, mas a protoporfirina é 
transformada em biliverdina → bilirrubina → A 
bilirrubina não conjugada (indireta) é liberada dos 
macrófagos → liga-se à albumina de modo não 
covalente → é transportada no sangue até os 
sinusoides hepáticos, onde é liberada da 
albumina e penetra nos hepatócitos → Nos 
hepatócitos, a bilirrubina não conjugada é 
conjugada pelo ácido glicurônico → se torna 
bilirrubina conjugada (direta). 
Alterações: 
- Icterícia pré-hepática: doenças hemolíticas. 
Aumento de bilirrubina não conjugada. 
- Icterícia hepática: lesão hepatocelular. 
Aumento de bilirrubina não conjugada e 
conjugada. 
- Icterícia pós-hepática: obstruções. Aumento 
de bilirrubina não conjugada. 
 
Ácidos biliares 
 
Os ácidos biliares junto com a bilirrubina 
proporcionam a digestão e absorção de lipídeos 
da dieta. A mensuração da concentração sérica 
de ácidos biliares é um teste diagnóstico de 
rotina empregado para avaliar função hepática, 
colestase e anormalidades da circulação porta. 
Diminuição: insuficiência 
Aumento: distúrbio na circulação enterohepática 
dos ácidos biliares, obstrução. 
 
Ureia e amônia 
 
A amônia é largamente produzida por bactérias 
do trato gastrintestinal durante a digestão normal, 
sendo absorvida no trato intestinal, e alcança a 
corrente sanguínea. É removida da circulação 
porta pelo fígado, no qual é utilizada na síntese 
de ureia e proteínas. Alteração no fluxo 
sanguíneo ao fígado ou na quantidade muito 
reduzida de hepatócitos funcionais pode resultar 
em aumento da concentração de amônia no 
sangue. 
Doença hepática difusa: 
- Redução da síntese se ureia: A ureia é 
sintetizada nos hepatócitos a partir da amônia. 
Em animais com insuficiência hepática, a 
redução da massa hepática funcional resulta em 
menor taxa de conversão de amônia em ureia. 
Em consequência, a concentração sanguínea de 
amônia aumenta e a concentração de ureia no 
sangue 
- Elevação dos níveis plasmáticos de amônia 
- Cristais de biurato de amônia na urina

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