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Direito Sucessório - Introdução

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DA SUCESSÃO EM GERAL
O direito sucessório possui estreita relação com o direito de família e com o direito das coisas.
Com o direito de família por razões obvias (explicar) e pelo direito das coisas pois também
configura uma forma de aquisição de propriedade.
Os princípios gerais que regem o direito sucessório são de ordem pública, e portanto,
inderrogáveis por ato de vontade.
ABERTURA DA SUCESSÃO:
MOMENTO, PRESSUPOSTOS, EFEITOS
De acordo com o art. 1.784: "Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos
herdeiros legítimos e testamentários.” Deste artigo, várias ideias devem ser retiradas:
Primeira ideia: O atual código evitou a expressão domínio e posse dos bens.... O atual código fala
DE MODO MAIS AMPLO EM HERANÇA DO DE CUJUS, nela incluído o PATRIMÔNIO, no qual
se inclui não apenas os bens móveis e imóveis, mas uma UNIVERSALIDADE DE DIREITO,
incluindo-se bens, dívidas, créditos, obrigações e ações contra ele propostas, desde que
transmissíveis.
Como não existe direito subjetivo sem titular, no mesmo instante em que a pessoa falece, abre-se
a sucessão, transmitindo-se automaticamente a sucessão aos herdeiros, ainda que ignorem o
fato. Pontes de Miranda acrescenta que se transmite a posse e a propriedade nas condições que
se encontram antes da morte. (posse indireta, permanece indireta).
Segunda ideia: o Droit de Saisine: Direito da saisina ou droit de saisine (francês). A sucessão
causa mortis se abre com a morte do autor da herança. No exato momento do falecimento, o
domínio e a posse da herança transmitem-se aos herdeiros legítimos e testamentários, mantendo
o título, conteúdo e objeto, SEM QUALQUER FORMALIDADE.
Terceira ideia: Todos herdeiros se tornarão condôminos do todo. Logo, com a morte do extinto, os
herdeiros estão legitimados para todas as ações que objetivam resguardar os interesses da
herança, ou restabelecer os interesses violados (possessórias, principalmente, levadas a cabo
pelo inventariante ou herdeiro).
Efeito direto disso: A CAPACIDADE PARA SUCEDER é a da lei vigente ao tempo da abertura da
sucessão. Vale dizer, o herdeiro só é herdeiro se a lei AO TEMPO DA ABERTURA DA
SUCESSÃO assim o disser ou admitir. O herdeiro, no momento da morte, deve ostentar essa
condição.
COMORIÊNCIA (Art. 8º CC)
Art.8º: “Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo precisar quem
precedeu aos demais, presumir-se-ão simultaneamente mortos”. O Objetivo é regular os casos
em que se torna impossível reconhecer quem faleceu primeiro, para fins de transmissibilidade dos
direitos hereditários.
EX.: Num mesmo acidente morrem marido e mulher sem filhos. Com a regra, a sucessão de cada
um é regulada como se o comoriente jamais tivesse existido.
CONSEQUÊNCIAS: No caso de comoriência a sucessão de cada um deve ser regulada como se
o comoriente jamais houvesse existido. Nenhuma das pessoas atingidas sucederá a outra: por
ficção jurídica é como estas pessoas nunca tivesse existido.
“Não sendo possível a prova da sobrevivência de nenhum deles, os herdeiros do marido herdarão
o que era dele; e os da mulher, o que era dela”. Entre os comorientes, não há transferência de
direitos, isto é, nenhum pode suceder o outro. Os bens serão herdados, respectivamente, por
seus parentes, na ordem da vocação hereditária do art.1829 CC.
DA PROVA - A prova da comoriência deve ser contundente e segura. A presunção é juris tantum
(relativa), ou seja, presume-se a comoriência até que se prove o contrário. O progresso da
ciência, especialmente, no campo da medicina legal tem condições de determinar. Vigora o
princípio da comoriência, sem se atender qualquer ordem de procedência, idade ou sexo.
LUGAR ONDE SE ABRE A SUCESSÃO
Art. 1.785. A sucessão abre-se no lugar do último domicílio do falecido.
Regra: lugar do último domicílio do de cujus. Este entendimento vem da presunção de que o
último domicílio é onde eram realizadas as atividades do de cujus. O ambiente de sua vida
pessoal e profissional. Até por isso, o lugar da abertura da Sucessão não coincide
necessariamente com o lugar do óbito.
** Os conceitos de domicilio e residência não se confundem. Este é o espaço físico onde a pessoa
vive, relação meramente fática; aquele é a sede onde a pessoa reside com ânimo definitivo e se
concentram seus interesses”. Essa previsão também aparece no CPC. Art.48:
Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a
partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou
anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o
óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente o foro de
situação dos bens imóveis; havendo bens imóveis em foros diferentes, é competente qualquer
destes; não havendo bens imóveis, é competente o foro do local de qualquer dos bens do espólio.
* O De cujus não possuía domicílio certo: Foro da situação dos bens imóveis.
* O de cujus possuía duplo domicílio ou pluralidade de domicílios Foro da situação de qualquer
dos bens imóveis, e na inexistência dos imóveis, foro da situação dos bens móveis.
AUTOR DA HERANÇA ESTRANGEIRO:
Se estrangeiro o falecido, obedece-se a regra do art. 23 do CPC, que versa que “Compete à
autoridade judiciária brasileira, com exclusão e qualquer outra:
a) conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
b) em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação do testamento particular e ao
inventário e partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de
nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.
Assim, se o autor for estrangeiro, e tiver bens no Brasil, por força do art. 10 da LICC e do art. 23
do CPC, a sucessão relativa a esses bens será operacionalizada no Brasil.
O testamento segue a regra LOCUS REGIT ACTUM, porém deve seguir as regras do art. 17
LINDB, não podendo atentar contra a soberania, a ordem pública e a moral e os bons costumes
do país, sob pena de tornar a cláusula testamentária INEFICAZ.
O JUÍZO DO INVENTÁRIO: Pelo caráter universal da sucessão, o juízo do inventário atrai todas
as ações que lhe sejam relativas: (como retificação de partilha, sobrepartilha, nulidade de
testamento, pedidos de herdeiros e legatários, petição de herança, nomeação de tutor,
notificações...).
FORMAS DE SUCESSÃO (Art. 1.786 CC)
Art. 1.786 CC: A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade.
Apesar de acolhermos a vontade como elemento de uma das formas de testar, o CC consagra o
princípio da liberdade limitada de testar, isto é, existe um percentual que não está sujeito à
vontade do testador, quando existirem herdeiros necessários.
Segundo o art. 1.786 do CCB, a sucessão é legítima e testamentária:
1. SUCESSÃO LEGÍTIMA: (ou ab intestato): em virtude de lei, com obediência à ordem
preferencial da vocação hereditária prevista no artigo 1.829. Ocorre sucessão legítima quando seu
autor não haja disposto validamente, no todo ou em parte, de seus bens, por testamento.
Vale dizer: Há sucessão legítima quando não houver testamento, ou quando este caducar ou for
julgado nulo. Art. 1.788, CC.
A sucessão legitima “se faz sempre a título universal, “já que os herdeiros herdam a totalidade dos
bens do de cujus, ou, uma fração ideal do seu patrimônio.” Os herdeiros participam da totalidade
do ativo e passivo, excetuados os bens comprometidos com legados, mediante quotas”.
2 SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA: Em virtude de disposição de última vontade, deriva de ato de
última vontade, representando por testamento promovido pelo autor da herança, na forma e
condições estabelecidas pela lei.”
É a última manifestação de vontade (soberana) do testador (é válido apenas sobre a quota
disponível). O poder de dispor integralmente só ocorre na hipótese de herdeiros facultativos, isto
é, por óbvio, quando não houver herdeiros necessários que são aqueles assim rotulados por força
da vocação hereditária estabelecida legalmente.
3 SUCESSÃOSIMULTÂNEA: Legítima e testamentária, quando houver testamento e o de cujus
tiver herdeiros necessários.
DESTINAÇÃO DOS BENS:
A sucessão causa mortis, quanto à destinação dos bens, pode se dar a título universal ou a título
singular.
1) a título universal: a sucessão é a título universal “quando o herdeiro é chamado a suceder na
totalidade da herança, fração ou parte alíquota (porcentagem) dela. Pode ocorrer tanto na
sucessão legítima como na testamentária”. É herdeiro, porque sucede no todo ou numa porção
indefinida e abstrata da herança.
2) a título singular: quando a transferência é de bens determinados a pessoas determinadas.
Ocorre, apenas, na Sucessão testamentária. Nos Legados, o legatário sucede a título singular. Ex:
o testador favorece um herdeiro uma chácara, uma fazenda, um apartamento, um Leciona
Rizzardo: “Na sucessão universal, portanto, a pessoa substitui o de cujus na totalidade ou em
uma quota ideal do patrimônio, enquanto na sucessão a título singular, ou particular, há
substituição de titularidade em um bem, ou em determinados bens. Naquela há herança; na
última, o legado”.
ESPÉCIES DE HERDEIROS OU SUCESSORES:
1) HERDEIROS LEGÍTIMOS: São aqueles sucessores eleitos pela legislação através da ordem
da vocação hereditária indicada pela lei (Art.1.829, CC). Classificam-se em: necessários
(descendentes, ascendentes e cônjuge) e facultativos (colaterais e companheiros).
a) HERDEIRO NECESSÁRIO (legitimário ou reservatário): É o descendente ou ascendente
sucessível e o cônjuge. Art. 1.845, CC., isto é, todo parente em linha reta não excluído da
sucessão por indignidade ou deserdação (ou renúncia). Os herdeiros necessários não podem ser
privados por disposição de última vontade. Sua existência impede que o testador disponha a
totalidade de seus bens: reserva da legítima. Observação: e a companheira?
Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da herança,
constituindo a legítima. (CC/02). Nesse sentido, o art. 1.789 afirma que havendo herdeiros
necessários “o testador só pode testar a metade da herança”. Não existindo herdeiros necessários
(ascendente, descendente e cônjuge) o testador pode dispor de 100% de seus bens.
IMPORTANTE: durante a vida há a liberdade de alienar, onerosamente, todo o patrimônio
existente, não deixando nada de herança. O que não pode haver é doação de todo o patrimônio
ou excedendo a parte da liberalidade para um dos filhos.
b) HERDEIRO FACULTATIVO: colaterais até 4º grau. A existência de herdeiros facultativos não
impede a disposição em testamento de todos os bens pelo testador, assim considerado a sua
parte disponível. Ex: Na sucessão do companheiro, reservado o direito de meação sobre os
aquentados e a legítima a que tem direito, pode o testador dispor ilimitadamente.
2) HERDEIRO TESTAMENTÁRIO OU INSTITUÍDO: é o herdeiro nomeado ou instituído,
designado pelo testador por ato de última vontade com uma parte do acervo, sem individualização
de bens.
3) LEGATÁRIO: É o contemplado em testamento com coisa certa e determinada,
singularizada, precisa.
4) HERDEIRO UNIVERSAL: É aquele que recolhe a totalidade da herança (em virtude de
lei, de renúncia ou de testamento). É o herdeiro único, que recebe a totalidade da
herança, mediante auto de adjudicação (e não partilha) lavrado no inventário.
LIBERDADE DE TESTAR - ART. 1.789
Sem herdeiros necessários: liberdade plena de testar.
Com herdeiros necessários: apenas 50% da herança (excluída meação). A outra metade
constitui-se da legítima dos herdeiros. Deve ser respeitada a metade disponível aos herdeiros
necessários - art. 1846, CC.
E COMO SE CALCULA O VALOR PASSÍVEL DE SER TESTADO? O valor da parte disponível (o
que importa é o valor da avaliação e não o número de bens existentes) será definido nos termos
do art. 1.847, CC.
Após a avaliação será definido se o testador se manteve dentro da parte disponível. Se houver
excesso, haverá redução conforme as disposições dos arts. 1966 a 1968.
HERANÇA ≠ MEAÇÃO
Herança é o patrimônio e dívidas que sobram após a exclusão da meação. Ex.: regime de CUB.
Dos 100% do patrimônio pertencente ao casal, 50% é meação e 50% é herança (sobre estes 50%
é que será calculada a liberdade de testar). Nesse sentido, a legítima é o limitador do poder de
dispor. A legítima é sagrada e inatingível (art. 1.961 CC).
HERANÇA E ESPÓLIO
A herança é conjunto patrimonial que é transmitido em razão do falecimento de alguém. Deve-se
destacar que a herança inclui tanto os bens, quanto os créditos e dívidas existentes em nome do
falecido.
A herança constitui o espólio, que é o titular do patrimônio. O espólio é um ente despersonalizado,
uma massa patrimonial ou universalidade de coisas, até a individualização pela partilha. É
utilizado sob o prisma processual.
Ao espólio é reconhecida legitimidade ativa e passiva e o seu representante é o inventariante ou,
antes de sua nomeação, pelo administrador provisório (art. 75, VII, CPC/2015).
O espólio responde pelas dívidas do falecido até a partilha e dentro dos limites da herança. O
espólio tem legitimidade para propor ação de despejo de imóveis de propriedade do falecido.
Após a partilha, cada herdeiro responderá pela dívida, dentro das forças de seu quinhão.
Realizada a partilha, o espólio deixa de existir, pois desaparece a universalidade patrimonial.

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