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Dores Musculoesqueléticas - resumo lauracatarine

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Laura Catarine – M4 / Tratado de Reumatologia 
Dores Musculoesqueléticas 
Ombro doloroso 
Anatomia 
 Ossos: 
o Úmero proximal 
o Escápula 
o Clavícula 
o Costelas 
 Articulações: 
o Glenoumeral – responsável pela mobilidade 
o Acromioclavicular 
o Esternoclavicular 
o Escapulotorácica 
 Músculos e tendões: 
o Supraespinhoso + Infraespinhoso + 
Redondo menor + Subescapular = 
Manguito Rotador 
 Estabilizam a cabeça do úmero 
 Bursas: 
o Subacromial – é a principal 
o Subcoracóidea 
o Subescapular 
 
 
Epidemiologia e Causas mais comuns 
 Prevalência de 7 a 10% nos adultos 
 Pode ser causada por distúrbios intrínsecos ou 
extrínsecos (isquemia cardíaca, doença hepatobiliar e 
lesão intra-abdominal) 
 Lesões esportivas e instabilidade glenoumeral são 
comuns em adolescentes, adultos jovens e atletas 
 Pessoas de meia-idade: doença do manguito rotador 
o Tendinopatia e/ou ruptura de tendão 
 Idosos: capsulite adesiva e osteoartrite glenoumeral 
 Quando houver acometimento bilateral, descartar a 
presença de artrite reumatoide 
 Doença do manguito rotador: 
o Uma das principais causas de dor no ombro 
o Entre 40-60 anos 
o É sinônimo da síndrome do impacto 
subacromial 
o Inclui: 
 Tendinopatia do manguito 
 Roturas tendíneas 
 Bursite subacromial 
o Ocorre em todos os tendões do manguito, 
mas também pode englobar a cabeça longa 
do bíceps 
o A incidência de roturas tendíneas 
aumentam com a idade 
 Normalmente assintomáticas 
Etiopatogenia 
 Multifatorial 
 Fatores anatômicos: 
o Túnel subacromial rígido, com atrito 
repetitivo de tendões 
o Baixa coaptação da superfície da cabeça 
umeral na glenoide 
 No caso da capsulite adesiva, há uma reação 
inflamatória da cápsula articular, sem fator 
desencadeante conhecido 
Avaliação clínica 
 1º passo: Traumático x Não traumático 
o Se trauma pérvio, solicitar avaliação 
ortopédica de urgência 
 2º passo: Extrínseco x Intrínseco 
o Na causa extrínseca, o paciente possui 
dificuldade em localizar a dor e tem 
sintomas associados, como dor no pescoço 
e/ou sudorese 
 Ao exame físico, amplitude de 
movimento preservada e indolor 
Laura Catarine – M4 / Tratado de Reumatologia 
 3º passo: Glenoumeral x Extraglenoumeral 
o Determinar se a articulação glenoumeral 
está comprometida ou não 
o Exame físico: avaliação estática e dinâmica, 
palpação de estruturas, manobras 
específicas 
o Extraglenoumeral – a amplitude passiva de 
movimento é normal, mas na avaliação há 
limitação por dor 
 4º passo: Definição da patologia glenoumeral 
o Qual anormalidade está implicada 
Diagnóstico diferencial 
 Diferencial de causas extraglenoumerais: 
o Tendinopatia de bíceps 
o Bursite subacromial 
o Bursite subscapular 
o Osteoartrite de acromioclavicular 
o Fraqueza escapulotorácica 
 Diferencial de causas glenoumerais: 
o Tendinopatia do manguito rotador: 
 Dor anterolateral que se agrava 
com as atividades acima dos 
ombros 
 Exame físico: 
 Sinal do arco doloroso – 
dor à abdução entre 70° 
a 120° 
 Positividade das 
manobras para impacto e 
para os tendões do 
manguito 
o Ruptura de manguito rotador: 
 Frequente em idosos 
 Mesmo sintomas da tendinopatia, 
associado a fraqueza 
 Exame físico: 
 Fraqueza na abdução 
e/ou rotação externa, 
contra a resistência 
Exames complementares 
 Radiografia simples: 
o Útil no trauma e para diagnóstico de 
osteólise, osteoartrite e na artrite 
reumatoide 
 RM: 
o Suspeita de impacto e lesão do manguito 
rotador 
o Avalia necrose avascular, tumores, 
tendinopatia e ruptura do bíceps, e 
processos inflamatórios 
o Possui achados específicos da capsulite 
adesiva 
 USG: 
o Precisão diagnóstica semelhante à RM, com 
menor custo e menor desconforto 
Tratamento 
 Doenças do manguito rotador: 
o 1 – Identificar fatores desencadeantes e 
modifica-los 
 Evitar atividade com os membros 
acima do nível dos ombros 
o 2 – AINES ou corticoides por curto prazo 
 7 a 14 dias, para aliviar a dor 
o 3 – Infiltrações de corticoides: 
 Fornecem alívio sintomático 
 Usadas se não houver melhora 
com os medicamentos orais 
o 4 – Fisioterapia: 
 Mobilização e ganho de amplitude, 
fortalecimento do manguito e 
correção postural 
o Casos refratários: avaliação ortopédica 
Dor no cotovelo e mão 
Epicondilite Lateral e Medial 
 
 Epicondilite lateral: 
o Conhecida como cotovelo de tenista 
o Muito comum 
o Acomete ambos os sexos por volta de 50 
anos de idade 
o Dor localizada no epicôndilo lateral oi 
anteriormente a ele 
 A dor é variável 
 Ocorre contração contra 
resistência da musculatura 
extensora do punho e dos dedos 
Laura Catarine – M4 / Tratado de Reumatologia 
o Geralmente é autolimitada, durando entre 12 
a 18 semanas 
 Pode evoluir com limitação 
funcional persistente 
o Diagnóstico clínico, mas USG e RM podem 
auxiliar 
o Diagnóstico diferencial: 
 Radiculopatia cervical com dor no 
antebraço 
 Pinçamento do nervo interósseo 
posterior 
 Artrites do cotovelo 
o Tratamento: 
 Redução da sobrecarga com 
bandas tensoras 
 Férulas imobilizadoras do punho 
 AINE e infiltrações com corticoides 
 Em alguns pacientes, pode ser 
necessário a abordagem cirúrgica 
 Epicondilite medial: 
o Menos frequente 
o Maior risco para trabalhadores braçais 
o Dor na porção medial do cotovelo, 
irradiando para antebraço 
o Diagnóstico diferencial: 
 Doenças do nervo ulnar 
 Lesão do ligamento ulnar colateral 
 Radiculopatia cervical 
o Tratamento: 
 AINE e infiltração de corticoide 
Bursite olecraniana 
 É a inflamação da estrutura sinovial situada na 
superfície extensora do cotovelo 
 Comum, principalmente em crianças e adultos 
 Dor e edema, com grau variável de limitação da 
amplitude de movimento do cotovelo 
 Causas: 
o 2/3 – trauma repetido no cotovelo 
o Doenças inflamatórias: gota e artrite 
reumatoide 
o Infecção por via transcutânea 
 Diagnóstico clínico + punção da Bursa para 
contagem de celular, coloração GRAM, cultura e 
pesquisa de cristais 
 Tratamento: 
o Antibióticos 
o Casos não infecciosos – Repouso, gelo e 
AINE 
o Em alguns casos, pode-se realizar infiltração 
com corticoide 
 
Tendinite de Quervain 
 Afeta os tendões do abdutor pollicis longo e extensor 
pollicis brevis, no primeiro compartimento dorsal do 
punho 
 Relacionada com gravidez, lactação e atividades com 
maior esforço das mãos 
 Dor e edema na porção dorsorradial do punho 
 Diagnóstico: 
o História e exame clínico 
o Testes provocativos: 
 Manobra de Finkelstein: desvio 
ulnar do punho enquanto o 
paciente contém o polegar com 
os outros dedos 
o Testes laboratoriais e de imagem para 
descartar outras doenças 
 Tratamento: 
o AINE 
o Imobilização do punho e polegar com 
férulas 
o Fisioterapia 
o Infiltração com corticoide – muito eficaz 
o Se os sintomas persistirem com todas essas 
abordagens, realizar cirurgia para liberação 
dos tendões 
Dor no quadril e no joelho 
Conceito 
 Multifatorial 
 Pode incomodar no repouso e prejudicar a marcha 
Epidemiologia 
 É comum, com epidemiologia variável 
 De acordo com a faixa etária: 
o Crianças jovens: luxação congênita do 
quadril 
 Comum em meninas 
o Crianças de 2 a 12 anos: sinovite transitória 
ou a doença de Legg-Calvé-Perthes 
(osteonecrose da cabeça femoral, mais 
comum em meninos) 
o Adultos jovens ativos: dor patelofemoral 
o Idosos: Osteoartrite de quadril 
 Incomum antes dos 55 anos 
 Quanto maior a dor, menor a qualidade de vida 
Etiologia 
 Problemas biomecânicos e/ou inflamatórios 
Laura Catarine – M4 / Tratado de Reumatologia 
 Estruturas que podem ser acometidas: 
o Raiz nervosa, nervo, músculo, cápsula 
articular, ligamento, bursa, êntese, labrum e 
menisco 
Patogenia 
 Problemas biomecânicos: 
o Postura e movimentos inadequados 
o Traumas agudos 
o Esforços intensos e repetitivos 
o Gestos esportivosdesfavoráveis 
o Desequilíbrio entre grupos musculares em 
termos de flexibilidade e força 
o Problemas anatômicos 
 Inflamações: 
o Relevantes na forma de artrite, entesite e 
bursite 
o Podem ocorrer de doenças de depósito, 
autoimunes e infecciosas 
o A inflamação pode ser causada ou agravada 
por um problema biomecânico 
 A dor de forma repetitiva pode promover alteração 
no sistema nervoso de modo a amplificar a área de 
sensibilidade dolorosa, reduzir o limiar de dor e 
predispor à cronificação da dor 
Quadro clín.ico 
 A dor decorrente do acometimento da articulação 
coxofemoral costuma ser sentida na região da virilha 
o Normalmente piora ao suporte do peso 
corporal 
 Gânglios linfáticos podem causar dor e são 
facilmente palpáveis 
 Dor nas nádegas e na face posterior das coxes e de 
sacroilíacas – compressão radicular, síndrome 
piriforme, bursite isquiática ou lesão óssea do sacro 
 Irradiação pélvica lateral – bursite trocantérica, 
entesite, acometimento de fáscia lata ou glúteo 
médio 
Exames complementares 
 Radiografia: 
o Avaliação de lesões ósseas, morfologias que 
predispõem a outras lesões e avaliação do 
espaço articular 
 USG: 
o Mostra lesões periarticulares dos tecidos 
moles e avalia a superfície articular dos 
joelhos 
 TC: 
o Avaliação detalhada da estrutura ósseas 
 RM: 
o Avaliação das partes moles e detecção 
precoce de sinais inflamatórios 
Diagnóstico diferencial 
 Abordagem inicial – Caracterizar o padrão da dor e 
sintomas associados 
o Problema biomecânico ou inflamatório? 
o Identificar se o comprometimento é mais 
difuso ou sistêmico 
 Exame físico: 
o Mensuração de tamanho, amplitude de 
movimento, palpação de estruturas e 
pontos dolorosos, execução de manobras e 
exame da marcha 
o Busca de sinais inflamatórios e alterações 
em outros locais 
Tratamento 
 Educação em saúde do paciente 
 Envolvimento em programas de exercício 
o Melhora da dor, funcionalidade, aspectos 
emocionais e qualidade de vida 
o Exercícios de alongamento e flexibilidade, 
fortalecimento muscular, para melhor 
estabilidade das articulações 
 Infiltrações com corticoides em casos de inflamação 
o Infiltração do joelho pode ser feita às cegas, 
mas a do quadril deve ser guiada por raio-x 
ou USG 
 Reeducação da postura e do movimento 
 Meios físicos possuem uma efetividade baixa e 
produzem alívio sintomático de curto prazo 
o Órteses em joelhos – aumentam a 
estabilidade articular e sob os pés na forma 
de palmilhas ou adaptações em calçados, 
visa alívio de carga em determinados 
pontos, compensação de deformidades 
o Auxiliadores de marcha – alívio de carga ou 
auxílio do equilíbrio 
 Bengalas, muletas, cadeira de 
rodas 
 Cirurgia: 
o Preventiva: 
 Exemplo: cirurgia de 
realinhamento de deformidade em 
joelho evitando-se a instalação de 
um desgaste articular 
o Reparativo: 
 Exemplo: lesão do ligamento 
cruzado 
o Substitutivo: 
Laura Catarine – M4 / Tratado de Reumatologia 
 Recurso final, irreversível, que 
pode proporcionar enorme alívio 
de dor e melhora da funcionalidade

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