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Fibromialgia - resumo lauracatarine

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Laura Catarine – M4 / Tratado de Reumatologia 
Fibromialgia 
Introdução 
 A fibromialgia (FM) é uma síndrome dolorosa 
crônica, caracterizada por dor 
musculoesquelética generalizada e fadiga, além 
de outros sintomas 
 Prevalência de 2 a 2,5% no Brasil 
o Pacientes que possuem doença crônica 
possuem maior prevalência 
 Acomete mais mulheres, com idade de 25 a 65 
anos 
Fisiopatologia 
 Na FM há uma síndrome de sensibilização 
central 
o Definida como uma resposta anormal e 
inadequada do SNC aos estímulos 
periféricos devido a uma 
hiperexcitabilidade neuronal, causando 
dor inadequadamente amplificada 
o Estimulação nociceptiva, térmica, 
elétrica da pele e sinais auditivos 
 Os estímulos iniciais dão periféricos, mas há 
reestruturação de todo o sistema nociceptivo na 
FM, permitindo que a dor se perpetue mesmo 
na ausência de dor periférica 
 A sensibilização do SNC inicia na infância e 
adolescência, apresentando um forte 
componente genético 
o Outras condições em que há 
sensibilização do SNC são herdadas 
juntos com a FM, como a síndrome do 
intestino irritável e a cefaleia 
o 50% da FM é fator genético e 50% é 
ambiental 
 A ressonância magnética funcional e a 
ressonância com espectroscopia mostram 
anormalidades do fluxo sanguíneo talâmico, 
relacionados com dor crônica 
o Mostram ativação cerebral nas áreas de 
processamento de dor, mesmo com 
estímulos leves 
o O córtex sensorial primário apresenta 
maior conectividade entre seus 
neurônios = maiores níveis de 
hipervigilância e catastrofização 
o Aumento do glutamato no córtex 
posterior da ínsula = menores limiares 
de dor 
o A amígdala está em hiperatividade, 
responsável pelo grau de alerta a 
estímulos externos 
 Quando o encéfalo está em repouso, entra em 
um modo de manutenção chamado de rede 
neural em modo padrão 
o Na FM, a rede apresenta maior 
conectividade com a ínsula, o que é 
associado com evocação de 
experiências dolorosas e déficits 
cognitivos 
 Os tratamentos que melhoram 
os sintomas da FM diminuem a 
conectividade na amígdala e 
ínsula 
 Ocorre alteração da atividade inibitória de 
estímulos nociceptivos 
o A área rostral do giro do cíngulo 
anterior, é disfuncional e baixos níveis de 
GABA foram encontrados na ínsula 
 Medula: 
o Potencialização dos estímulos 
nociceptivos no corno posterior da 
medula 
 Nervos periféricos: 
o Neuropatia de fibras finas 
 O sono não reparador é considerado 
consequência da dor crônica, mas também pode 
levar a menor atividade de sistemas 
descendentes de controle da dor 
 As alterações endócrinas na FM decorrem da 
ativação constante de uma resposta ao estresse, 
por meio do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal 
Laura Catarine – M4 / Tratado de Reumatologia 
o Alterações nesse eixo influencia outros 
eixos, como o tireoidiano 
o Colaboram com os sintomas não 
dolorosos da FM, como fadiga 
 Os neurotransmissores envolvidos na dor 
também afetam o humor, memória, fadiga e 
sono, por isso a grande prevalência de 
depressão, ansiedade, TOC e doença do 
estresse pós-traumático 
Quadro clínico e Diagnóstico diferencial 
 Sintoma principal: dor difusa, generalizada e 
crônica em regiões axiais e periféricas do corpo 
o Dificuldade em localizar a dor 
o Caráter variável – queimação, pontada 
e outros 
o A dor e o cansaço persistem durante 
todo o dia, mas é pior ao deitar-se 
o Moderada a forte intensidade 
o Não sabe precisar o início da dor e tem 
instalação lenta 
 Sensação subjetiva de edema e parestesias 
o Edema relatado em mãos e antebraços, 
não observado pelo examinador 
o Parestesias que pioram com o frio e 
estresse 
 BEG, sem sinais de comprometimento articular 
inflamatório, sem atrofia muscular, sem 
alterações neurológicas, boa amplitude de 
movimentos e força muscular preservada 
 Os pontos dolorosos não tem anatomia bem 
definida 
o A resposta à palpação dos pontos 
dolorosos é variável 
 Sono leve e não reparador 
o Achado inespecífico 
 Fadiga com exaustão fácil e dificuldade para 
realização de tarefas laborais ou domésticas 
 Problemas de memória, concentração, análise 
lógica e motivação 
o A dor crônica e a fadiga causam um 
efeito de distração nas funções 
cognitivas 
 Manifestações-satélites: 
o Presente em 90% dos pacientes com 
FM 
o Síndrome da fadiga crônica, distúrbios 
funcionais intestinais, cefaleia e disfunção 
de articulação temporomandibular 
 Depressão e alterações do humor provocam a 
exacerbação dos sintomas e prejudicam as 
estratégias de enfretamento do paciente diante 
da doença 
 Diagnóstico diferencial: 
o Síndrome da dor miofascial 
o Síndrome da fadiga crônica 
o Miopatias 
o Doenças neurológicas e 
neuromusculares 
o Miastenia gravis 
o Esclerose múltiplas 
Critérios diagnósticos 
 Dor crônica generalizada, fadiga crônica, sono 
não restaurados e distúrbios cognitivos 
 A contagem de pontos dolorosos foi retirada dos 
critérios diagnósticos da FM mais recentes 
 ACR 2010 – Critérios preliminares para o 
diagnóstico de fibromialgia: 
o Elimina os pontos dolorosos 
o Cria dois índices: 
 Índice de dor generalizada – 
IDG 
 São assinaladas 19 
possíveis regiões em 
que o paciente sente 
dor 
 
Laura Catarine – M4 / Tratado de Reumatologia 
 Escala de gravidade dos 
sintomas – EGS 
 Analisa a gravidade dos 
sintomas da fadiga, 
sono não reparador e 
sintomas cognitivos 
 Número de sintomas 
entre dor abdominal, 
cefaleia e depressão 
 
o Diagnóstico da FM: 
 IDG maior ou igual a 7 + EGS 
maior ou igual a 5 
 IDG entre 3-6 + EGS maior ou 
igual a 9 
 O paciente deve apresentar 
quadro doloroso há pelo menos 
3 meses e não apresentar 
outra doença que possa 
justificar a dor 
 ACR 2016: 
o A presença de dor difusa volta a ser 
critério obrigatório 
o Elimina a exclusão de outras 
enfermidades 
o Critérios: 
 Presença de dor generalizada, 
em pelo menos 4 a 5 regiões 
preestabelecidas 
 Os sintomas estão presentes 
em nível similar durante, pelo 
menos, 3 meses 
 IDG > 7 e EGS > 5 ou IDG 
entre 4-6 e EDG > 9 
 O diagnóstico de FM é válido 
independentemente de outros 
diagnósticos 
 Recomendações da Sociedade Brasileira de 
Reumatologia: 
o O diagnóstico de FM com os critérios 
ACR 2010 aumenta a acurácia 
diagnóstica 
o A presença de dor difusa é obrigatória 
o Os pontos dolorosos são úteis quando 
avaliados em conjunto com outros 
distúrbios funcionais dos critérios ACR 
2010 
o Distúrbios do sono, alterações na 
cognição e fadiga devem ser 
considerados para o diagnóstico da FM 
o A FM não deve ser considerada 
diagnóstico de exclusão 
Tratamento 
 Medidas não farmacológicas: 
o Educação em saúde, exercícios e as 
terapias psicológicas 
o Educação: 
 Orientação contra medidas de 
eficácia duvidosa 
 Pode ser individual ou em grupo 
 Mais eficaz quando associado a 
exercícios 
o Exercícios: 
 Essencial para o tratamento da 
FM 
 Mecanismo de ação: 
 Aumenta os níveis de 
serotonina, melhorando 
depressão, dor e 
distúrbios do sono 
 Estimulação da 
produção de GH, 
interferindo na dor e 
fadiga 
 Regulação do eixo 
hipotálamo-hipófise-
adrenal e sistema 
nervoso autônomo 
 Reduz os sintomas, melhoram a 
função, os aspectos funcionais 
e a qualidade de vida 
o Terapias psicológicas: 
 Terapia cognitiva-
comportamental para 
depressão, ansiedade e 
estresse 
Laura Catarine – M4 / Tratado de Reumatologia 
 Intervenções de realidade 
virtual, técnicas de meditação, 
hipnose e outros 
o Outras modalidades não farmacológicas: 
 Acunpuntura pode melhorar a 
dor no curto prazo 
 Tratamento farmacológico: 
o Antidepressivos Tricíclicos – amitriptilina 
e nortriptilina 
 Melhoram a dor, sono e fadiga 
 Dose: 12,5 a 50 mg ao dia, 
sendo doses menores do que o 
necessário para controle da 
depressão 
 Efeitos adversos: ganho de 
peso, sonolência excessiva,perda da libido e obstipação 
intestinal 
o Ciclobenzaprina – miorrelaxante: 
 Reduz a atividade do neurônico 
motor eferente e na dor por 
meio da inibição da receptação 
da serotonina 
 Dose – 10 a 40 mg 
 Gera alívio da dor, da fadiga e 
melhora na qualidade de sono 
o Antidepressivos duais - inibidores da 
receptação da serotonina e 
norepinefrina: 
 Duloxetina (60 a 120 mg/dia) e 
venlafaxina 
 Apresentam capacidade 
analgésica 
 Venlafaxina – útil nos pacientes 
que apresentam fadiga 
 Fluoxetina – eficácia analgésica 
pobre 
o Gabapentinoides: 
 Atua na redução da aferência 
do estímulo doloroso, por atuar 
nos canais de cálcio do 
neurônio pré-sináptico 
 Pregabalina – 150 a 300 mg 
 Melhora a dor, fadiga e sono 
o Indutores do sono: 
 Trata os distúrbios do sono 
 Zolpidem (5 a 10 mg) e o 
Zoplicone (7,5mg) 
 Clonazepam apenas para 
pacientes com mioclonias ou 
síndrome das pernas inquietas

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