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Laura Catarine – M4 Conceito: o A constipação intestinal é definida como sintoma ou conjunto de sintomas relacionados à alteração do hábito intestinal normal o Relacionada com uma menor frequência evacuatória, à maior consistência das fezes e ao esforço para defecação, e sensação de evacuação incompleta o O hábito intestinal que caracteriza a constipação é variável em cada indivíduo o Critério consensual de constipação – critérios de Roma III: Presença de duas ou mais características a seguir, nos últimos 3 meses, por pelo menos 6 meses do quadro inicial: Esforço para evacuar em mais de 25% das evacuações Fezes endurecidas ou fragmentadas > 25% das evacuações Sensação de obstrução anorretal > 25% das evacuações Manobras digitais para evacuar > 25% das evacuações Menos de 3 evacuações por semana As causas são divididas em: o Causas primárias – decorrentes de problemas inerentes ao próprio intestino o Causas secundárias – decorre de problemas extra-intestinais Inclui distúrbios psiquiátricos e medicações (analgésicos, AINES, antidepressivos, diuréticos e outros) Quanto à fisiopatologia das causas primárias, divide-se em: o Constipação com trânsito intestinal normal: Forma mais comum Chamada de constipação funcional ou constipação crônica idiopática O trânsito intestinal e a frequência evacuatória são normais, mas o paciente se queixa de constipação associada a desconforto e dor abdominal o Constipação com trânsito intestinal lento: Ocorre retardo da passagem das fezes pelos cólons Ocorre queixa de baixa frequência evacuatória e distensão abdominal Prováveis causas: anormalidades do plexo mioentérico, alterações da inervação colinérgica e anormalidades do sistema de transmissão neuromuscular noradrenérgico Histologicamente, ocorre alterações de neuropeptídios do sistema nervoso entérico, diminuição do volume das células intersticiais no cólon e aumento de neurônios entéricos em processo apoptótico o Distúrbio anorretal: Ocorre incoordenação do mecanismo defecatório Laura Catarine – M4 dependente da musculatura pélvica Queixas de sensação de evacuação incompleta ou de obstrução e necessidade de manipulação digital para evacuar Causa frequente de constipação em idosos, principalmente mulheres Confirmado por meio de manometria anorretal e defecografia Uma das causas é a dificuldade de relaxamento ou a contração inadequada do músculo puborretal e do esfíncter anal externo Principal etiologia de constipação no idoso: o Dieta pobre em fibras e baixa ingestão hídrica, diminuição da mobilidade e menor atividade física, comorbidades e uso de medicações que tem efeito constipante Sintomas de defecação: o Evacuações infrequentes o Ausência de urgência evacuatória o Dificuldade para evacuar o Esforço inefetivo evacuatório o Sensação de evacuação incompleta o Dor anal ou perianal o Escape fecal o Necessidade de manobras digitais Sintomas abdominais: o Distensão abdominal o Dor ou desconforto abdominal relacionado ou não à evacuação Sintomas sistêmicos: o Halitose, cefaleia, náuseas e cansaço Tempo de início dos sintomas: o Infância – problema congênito o Início recente e progressivo em adultos – neoplasia Além disso, sintomas como emagrecimento e sangue nas fezes o Cólicas e dores abdominais após a alimentação podem indicar obstrução Os sintomas neurológicos podem estar relacionados a uma doença neurológica de base Hipotireoidismo – lentificação, sensação de frio, queda de cabelo e rouquidão Exame físico do abdome: o Pode revelar distensão, fezes endurecidas na palpação dos cólons ou massa inflamatória ou neoplásica o Se o abdome estiver distendido, palpar a coluna para descartar distensão abdominal postural Exame digital do reto: o Avaliação do tônus do esfíncter anal o Investigação de anormalidades na palpação O diagnóstico é clínico o Dificuldade e esforço para evacuar, presença de fezes endurecidas e sensação de evacuação incompleta o Afastar doenças e uso de medicações que possam causar constipação intestinal crônica Exames – hemograma, glicemia, TSH, cálcio e creatinina sérica Colonoscopia – pacientes acima de 50 anos, com emagrecimento ou sangramento intestinal Sorologia para doença de Chagas dependendo da epidemiologia Investigação da função dos cólons e do reto 1 – Identificar comorbidades e drogas que possam atuar na gênese da constipação Medidas não-farmacológicas: o Reeducação do hábito intestinal: O ato defecatório é um ato reflexo condicionado Evacuar no mesmo horário (preferencialmente, pela manhã) e evitar abolir o desejo de evacuar o Ingestão de fibras: 30g de fibras diariamente, com aumento de 5g por semana Laura Catarine – M4 para evitar produção excessiva de gases, distensão e desconforto abdominal Frutas, vegetais e produtos integrados o Ingestão hídrica: Cerca de 1,5 a 2 L/dia, exceto em casos de hipervolemia o Atividade física: Diminui o risco de constipação Medidas farmacológicas: uso de laxativos o Iniciar com agentes formadores de massa ou hidróxido de magnésio e na falha desses, usar bisacodil e, depois, polietilenoglicol o Agentes formadores de massa: Composto por fibras solúveis, insolúveis, as duas ou fibras sintéticas As substâncias absorvem água do lúmen intestinal, aumentam o bolo fecal, amolecem as fezes e facilitam a evacuação Também aumentam a motilidade gastrointestinal, diminuindo o tempo do transito intestinal e aumenta a frequência evacuatória A introdução das fibras deve ser gradual pra evitar flatulências e distensão abdominal o Osmóticos ou salinos: Substâncias hiperosmolares que secretam água para a luz intestinal, amolecem as fezes e aumenta a atividade propulsora dos cólons Salinos – hidróxido de magnésio Polietilenoglicóis – PEG o Estimulantes: Bisacodil, fenolfetaleina, sene Aumenta a motilidade e a secreção intestinal por meio da estimulação do plexo mioentérico colônico e da alteração do fluxo de água e eletrólitos (doses maiores estimulam a secreção) Constipação refratária ao tratamento medicamentoso: o Constipação funcional: Dieta rica em fibras Formadores de massa Osmóticos salinos o Constipação com transito intestinal lento: Drogas procinéticas: Aceleram o transito intestinal e aumentam a frequência das evacuações, por meio da ativação dos receptores 5-HT de serotonina o Distúrbios anorretais: Bio feedback: Treinamento do ato defecatório com auxílio de eletromiografia e manometria anorretal
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