PROVA TÓPICOS ESPECIAIS EM DIREITO PENAL 2 BIMESTRE

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PROVA TÓPICOS ESPECIAIS EM DIREITO PENAL – 2º BIMESTRE
 
1- Em relação ao crime de “ Outras Fraudes”, previsto no art. 176 do Código Penal, pergunta-se:  a) Será, via de regra, instaurado Inquérito Policial ou será lavrado Termo Circunstanciado? Aponte o embasamento legal de sua resposta  ;  b) Se houver composição entre as partes na audiência inaugural a lide estará finda? Argumente juridicamente, indicando os artigos pertinentes.
a) Como trata-se de crime de menor potencial ofensivo, nos termos do art. 61 da Lei 9.099/95, pois sua pena máxima previsto em abstrato é dois meses de detenção, via de regra será lavrado termo circunstanciado, substituindo a lavratura do auto de prisão em flagrante e o inquérito policial, de acordo com o art. 69 da Lei 9.099/95, devendo o autor do delito ser apresentado ao JECRIM ou assinar o termo de compromisso de comparecer em juízo quando solicitado, não sendo decretada prisão em flagrante e nem exigindo fiança. Entretanto, caso o autor do delito não compareça imediatamente ao Juizado logo após a lavratura do TC ou recusar a assumir o compromisso de comparecimento, poderá a autoridade policial prendê-lo em flagrante, conforme o parágrafo único do art. 69.
b) Como trata-se de crime de ação penal pública condicionada, se houver composição e for homologada pelo juiz, implicara a renúncia do direito de representação, extinguindo a punibilidade e pondo fim a lide - art. 74, p.único.
2- Em relação do crime de “Infanticídio”, estampado em nosso Código Penal, questiona-se: É possível, em tese, a concessão da Suspensão do Processo?  Argumente e indique o embasamento legal.
O instituto da suspensão condicional do processo está previsto no art. 89 da Lei 9.099/95, somente sendo cabível nos crimes em que a pena mínima cominada ao delito for igual ou inferior a um ano, abrangidos ou não pela lei 9.099/95. 
No presente caso como o crime de infanticídio, previsto no art. 123 do Código Penal, possui a pena mínima em abstrato de dois anos de detenção, a princípio não será possível a concessão do benefício do sursis processual
3- Segundo estabelece a Lei 9.099/95, qual a natureza da Ação Penal nos crimes de lesão corporal?  Indique regra e exceção.  Exemplifique. Aponte o tipo penal pertinente.
Conforme preceitua o art. 88 da Lei 9.099/95 os crimes dolosos de lesão corporal leve (art. 129, caput do CP) e de lesão corporal culposa, tanto os previstos no §6º do art. 129 do CP como os do art. 302 c.c. 291 do CTB, (independente da gravidade da lesão) são de ação penal pública condicionada a representação.
Por outro lado, os crimes dolosos de lesão corporal grave, gravíssima e seguida de morte (art. 129, §§ 1º, 2º e 3º do CP), são de ação penal pública incondicionada.
Nos casos de lesão corporal, independentemente da gravidade da lesão, que envolvam violência doméstica e familiar contra a mulher (art. 129, §9º do CP e Lei 11.340/06), a ação penal será pública incondicionada, em conformidade com o art. 41 da Lei 11.343/06 que proíbe a aplicação da Lei 9.099/95 aos crimes de violência doméstica e familiar contra a mulher, e também com os preceitos da súmula 542 do STJ.
4- A Transação Penal no Jecrim acarreta reincidência? Aborde o assunto, aponte o tipo penal que sustenta sua resposta e exemplifique.
A transação penal está prevista no art. 76 da Lei 9.099/95 e estabelece que, não sendo caso de arquivamento do TC, e o crime for de ação pública incondicionada, o Ministério Público poderá propor de imediato, na audiência preliminar, aplicação de pena restritivas de direito ou multa, independentemente da composição civil dos danos. Entretanto, se o crime for de ação pública condicionada, o Ministério Público somente poderá fazer a proposta após a representação do ofendido.
Nos casos em que não for aceita a proposta de transação penal, a audiência prosseguirá em seu ulteriores termos, oferecendo o MP denúncia oral contra o autor do fato.
Nos casos em que for aceita a proposta de transação ofertada pelo MP, caberá ao juiz homologá-la, em sentença de natureza condenatória, pois impõe sanção. Entretanto, não acarretará em reincidência, mas o autor do fato não poderá ser beneficiado novamente pelo instituto dentro do prazo de cinco anos, conforme dispõe o §4º do art. 76 da Lei 9.099/95.