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Universidade Tiradentes - Medicina P4 Consulta ginecológica CLÍNICAS VULVA: ● Vulva: denominada pudendo feminino na Terminologia Anatômica, é o termo coletivo usado para descrever a parte externa da genitália feminina. ● Consiste em: ○ Monte do púbis: um coxim adiposo recoberto por pêlos acima da sínfise púbica; ○ Grandes lábios: (lábios maiores do pudendo), pregas arredondadas de tecido adiposo que formam os lábios externos da vagina; ○ Pequenos lábios: (lábios menores do pudendo), as pregas rosadas-avermelhadas mais delgadas ou lábios internos que se estendem anteriormente para formar o prepúcio, e o clitóris. ○ Também inclui o vestíbulo, a fossa navicular entre os lábios menores, o meato uretral (óstio externo da uretra) e a abertura da vagina. ● A abertura da vagina pode estar parcialmente ocluída por uma membrana, o hímen. ● O termo períneo refere-se ao tecido situado entre o intróito e o ânus. Genitália externa feminina na posição de litotomia. ● As aberturas das glândulas de Bartholin (glândulas vestibulares maiores): estão localizadas posteriormente nos dois lados da abertura vaginal, mas não costumam ser visíveis. ● Glândulas parauretrais (de Skene): Em um ponto imediatamente posterior e adjacente ao meato uretral em cada lado. 1 2 VAGINA: ● A vagina é um tubo musculomembranoso que se estende para cima e para trás, ● Situada entre a bexiga urinária e uretra e o reto. ● Seu terço superior está em um plano horizontal e termina no fórnice, que é cupuliforme. ● A mucosa vaginal é disposta em pregas transversais, ou rugas. ● O fórnice da vagina está situado em um ângulo quase reto em relação ao colo do útero. ● O colo do útero é um órgão colagenoso cilíndrico e firme, com uma fenda ou depressão central, que é conectado ao útero. ● O útero é uma estrutura fibromuscular de paredes espessas que tem o formato de uma pêra invertida. ● O colo do útero sofre protrusão para a vagina, dividindo a porção superior da vagina em três recessos, as partes anterior, posterior e lateral do fórnice. ÚTERO: ● A porção vaginal do colo do útero, a ectocérvice, é facilmente observada com o auxílio de um espéculo. ● Em seu centro há uma depressão redonda, oval ou em forma de fenda, o óstio externo do colo do útero, que marca a abertura para o canal endocervical (canal do colo do útero). ● A ectocérvice é coberta por um epitélio colunar vermelho aveludado e por um epitélio escamoso rosado e brilhante em continuidade com o revestimento vaginal. ● A junção escamocolunar forma o limite entre esses dois tipos de epitélio. ● Durante a puberdade, a faixa larga de epitélio colunar que envolve o óstio, chamado 2 3 ectrópio, é gradualmente substituída por epitélio escamoso. ● A junção escamocolunar migra na direção do óstio, criando a zona de transformação. ● O colo do útero está conectado ao istmo, ou a porção inferior do útero. ● Acima do istmo está o corpo do útero e a porção superior do útero, chamado fundo. ● As paredes uterinas contêm três camadas: ○ Perimétrio: revestimento seroso derivado do períneo; ○ Miométrio: de músculo liso distensível; ○ Endométrio: o revestimento interno aderente. ● A cavidade uterina é revestida pelo endométrio e conecta-se abaixo com o canal endocervical. ANEXOS: ● O termo anexos significa “apêndices”; ● Refere-se aos ovários, tubas uterinas e seus tecidos de sustentação. ● As duas tubas uterinas bilaterais estão inseridas no fundo uterino. ● A tuba uterina tem uma extremidade semelhante a um leque, as fímbrias, que se estende até o ovário em cada lado do útero e recolhe o oócito da cavidade peritoneal periovariana para conduzi-lo até a cavidade uterina. ● Os dois ovários são glândulas de formato amendoado, que exibem uma variação de tamanho considerável. ● Os ovários são palpáveis durante o exame pélvico em cerca de metade das mulheres durante os anos reprodutivos. ● Normalmente, as tubas uterinas não são palpáveis. ● Funções dos ovários: produção de oócitos e a secreção de hormônios, incluindo estrogênios, progesterona e testosterona. ● O aumento da secreção hormonal durante a puberdade estimula o crescimento do útero e de seu revestimento endometrial, aumento da vagina, espessamento do epitélio vaginal, e o desenvolvimento de características sexuais secundárias. 3 4 ● A área localizada atrás do útero tem a configuração de um fundo de saco e é chamada de escavação retouterina (fundo de saco de Douglas). É possível palpar essa área durante o exame retovaginal. ● A pelve maior, protegida pelas asas do osso ílio, contém as vísceras abdominais baixas e, então, se estreita inferiormente na pelve menor, que cerca a cavidade pélvica e o períneo. ASSOALHO PÉLVICO: ● Os órgãos pélvicos são sustentados por uma faixa de tecidos composta de músculos, ligamentos e fáscia visceral da pelve, chamado assoalho pélvico. ● O assoalho ajuda a sustentar os órgãos pélvicos acima da abertura inferior da pelve. ● Os músculos do assoalho pélvico também auxiliam na função sexual (orgasmo), na continência urinária e fecal e na estabilização das articulações conectadas. ● O assoalho pélvico consiste no diafragma da pelve e na membrana do períneo (fáscia inferior do diafragma da pelve). ● A fraqueza dos músculos do assoalho pélvico pode causar dor, incontinência urinária, incontinência fecal e prolapso dos órgãos pélvicos. ● Diafragma da pelve: separa a cavidade pélvica do períneo e consiste no músculo levantador do ânus e nos músculos isquiococcígeos, que se fixam à superfície interna da pelve menor. ● Membrana do períneo: é uma lâmina triangular de tecido fibromuscular que contém os músculos bulboesponjoso e isquiocavernoso, o corpo do períneo transverso superficial e o músculo esfíncter externo do ânus. ● Essa membrana cobre o trígono anterior que fixa a uretra, a vagina e o corpo do períneo aos ramos isquiopúbicos. CIRCULAÇÃO LINFÁTICA: ● A linfa da vulva e da porção inferior da vagina drena para os linfonodos inguinais. ● A linfa dos órgãos genitais internos, incluindo a porção superior da vagina, segue para os linfonodos pélvicos e abdominais, que não são palpáveis. 4 5 ● Abordagem sistemática da história obstétrica e ginecológica de uma paciente. ● É importante um ambiente tranquilo e privativo. ● A história deve ser obtida com a paciente totalmente vestida, em particular se esse for seu primeiro contato com ela. ● Idealmente, a paciente deve ser entrevistada sozinha, a não ser que ela solicite especificamente a presença de um cuidador, amigo ou parente. ● Também podem ser feitas exceções para crianças, adolescentes e mulheres com comprometimentos cognitivos. (Mesmo nessas circunstâncias, é desejável que a paciente tenha algum tempo para conversar com você em particular.) ● Para aumentar o nível de conforto de uma paciente, deve-se fazer perguntas abertas e de um modo acrítico. ● Perguntas sobre a menarca, menstruação e menopausa devem ser abordadas. MENARCA E MENSTRUAÇÃO: ● Na população dos EUA, a idade mediana na menarca é entre 12 e 13 anos – em populações bem nutridas nos países desenvolvidos. ● As meninas adolescentes nos EUA em geral começam a menstruar entre 9 e 16 anos de idade e costuma demorar ≥ 1 ano até que os ciclos menstruais adotem um padrão regular. ● Fatores ambientais, incluindo condições socioeconômicas, nutrição e acesso a cuidados de saúde preventivos, podem influenciar o momento e a progressão da puberdade. ● O intervalo entre os ciclos varia aproximadamente de 24 a 32 dias; ● O fluxo menstrual dura de 3 a 7 dias. ● As datas dos ciclos menstruais anteriores fornecem indicações de uma possível gravidez ou irregularidades menstruais. História menstrual: . ● Idade na menarca, ● Quando suas menstruações começaram. ● Quando ocorreu a data da última menstruação (DUM) ● Se possível quando ocorreu a menstruação anterior a essa, chamada de data da menstruação anterior (DMA). ● Qual é a frequência dos ciclos (intervalo entre o primeiro dia de dois ciclos sucessivos)● São regulares ou irregulares? ● Quanto tempo duram? ● Qual é a intensidade do fluxo? (número de absorventes usados por dia; o absorvente fica encharcado ou apenas manchado) ● Ele está mais leve ou mais intenso que o habitual? 5 6 ● Qual é sua cor? ● Usa um absorvente interno e um externo ao mesmo tempo? ● Apresenta algum sangramento entre os ciclos? Ou após a relação sexual? ● Dor antes ou durante as menstruações; ○ Como é a dor ○ Quanto tempo dura ○ Sintomas associados ○ Interfere nas atividades? Dismenorreia: . ● Dor durante a menstruação, é relatada por quase metade das pacientes. ○ Dismenorreia primária: sem uma causa orgânica. (causada por aumento da produção de prostaglandinas durante a fase lútea do ciclo menstrual, quando os níveis de estrogênios e progesterona declinam.) ○ Dismenorréia secundária: com uma causa orgânica. (endometriose, adenomioses (endometriose nas camadas musculares do útero), doença inflamatória pélvica (DIP) e pólipos endometriais.) Amenorreia: . ● Refere-se à ausência de menstruação. ○ Amenorreia primária: ausência do início de menstruações; ○ Amenorreia secundária: a parada das menstruações depois de estarem estabelecidas. (Gravidez, lactação e menopausa são causas fisiológicas de amenorreia secundária). ● Outras causas de amenorreia secundária incluem baixo peso corporal, desnutrição, anorexia nervosa, estresse, doença crônica e disfunção do eixo hipotálamo-hipófise-ovariano. Síndrome pré-menstrual: . ● Inclui sintomas emocionais e comportamentais como depressão, explosões de raiva, irritabilidade, ansiedade, confusão, crises de choro, transtorno do sono, pouca concentração e isolamento social. ● Pergunte sobre sinais como distensão abdominal e ganho de peso, edema das mãos e dos pés e dor generalizada. ● Os critérios diagnósticos são: ○ Sinais e sintomas nos 5 dias antes da menstruação por, no mínimo, três ciclos consecutivos; ○ Término dos sinais e sintomas dentro de 4 dias após o início da menstruação; ○ Interferência com as atividades diárias. SANGRAMENTO ANORMAL: ● Pergunte sobre qualquer sangramento anormal. ● “Sangramento é mais intenso ou a duração é mais longa que o normal (menorragia)?” ● “Você tem sangramento, em maior ou menor volume, entre as menstruações (metrorragia)?” ● “Você tem uma combinação dessas duas coisas (menometrorragia)?” ● As causas variam conforme o grupo etário e incluem gravidez, infecção ou câncer do colo do útero ou vagina, hiperplasias ou pólipos cervicais 6 7 ou endometriais, fibroides, distúrbios hemorrágicos e contracepção ou terapia de reposição hormonal. MENOPAUSA: ● A menopausa ocorre tipicamente entre 48 e 55 anos de idade, com um pico na idade mediana de 51 anos. ● É definida como a interrupção da menstruação por 12 meses, progredindo por vários estágios de sangramento cíclico errático. ● Esses estágios de duração de ciclo variável, com frequência acompanhados por sintomas vasomotores como ondas de calor, rubor e sudorese, representam a perimenopausa. ● Os ovários deixam de produzir estradiol e progesterona e os níveis estrogênicos caem de modo significativo, embora a síntese de testosterona ainda persista em algum grau. ● A secreção hipofisária de LH e FSH gradualmente vai se tornando muito elevada. ● Baixos níveis de estradiol permanecem detectáveis devido à conversão de esteróides supra renais no tecido adiposo periférico. ● Durante a transição para a menopausa, as mulheres podem apresentar mudanças de humor, alterações da autoimagem, ondas de calor (fogacho), perda óssea acelerada, aumentos no colesterol total e de lipoproteína de baixa densidade e atrofia vulvovaginal, com ressecamento vaginal, disúria e dispareunia. ● A reposição estrogênica alivia os sintomas, mas acarreta outros riscos à saúde. ● Pergunte a uma mulher de meia-idade ou mais velha se ela parou de menstruar. ○ “Quando?” ○ “Como você se sente (ou sentiu)?” ○ “Como isso afetou sua vida de um modo positivo ou negativo?”, ○ “Houve algum sintoma associado a essa transição?” ○ Sempre pergunte sobre sangramento leve ou intenso após a menopausa. ● Menopausa precoce (insuficiência ovariana prematura): mulheres deixam de menstruar antes dos 40 anos de idade. DOR PÉLVICA- AGUDA E CRÔNICA: ● Dor pélvica aguda em meninas adolescentes e mulheres que menstruem requer atenção imediata. ● O diagnóstico diferencial é amplo, mas inclui condições potencialmente fatais, como gravidez ectópica, torção ovariana e apendicite. ● Enquanto identifica o início, o momento e as características da dor e sintomas associados, você deve considerar causas infecciosas, gastrintestinais (GI) e urinárias. ● Perguntar sobre ISTs, inserção recente de um dispositivo intrauterino (DIU) e qualquer sintoma no parceiro sexual. ● A causa mais comum de dor pélvica aguda é a DIP, seguida por ruptura de um cisto ovariano e apendicite. ● Dor pélvica crônica refere-se a uma dor que dura mais de 6 meses e não responde ao tratamento. 7 8 ● A dor pélvica representa cerca de 20% das histerectomias. ● Os fatores de risco são idade avançada, cirurgia ou trauma pélvico anterior, paridade e parto, condições clínicas, medicamentos e aumento crônico da pressão intra-abdominal. ● Explore as causas ginecológicas, urológicas, GI, musculoesqueléticas e neurológicas. ● A endometriose, decorrente do fluxo menstrual retrógrado e extensão do revestimento uterino fora do útero, afeta 50 a 60% das mulheres e meninas com dor pélvica. ● Outras causas incluem DIP, adenomiose e fibroides. ● A dor pélvica crônica é um sinal de alerta para abuso sexual. SINAIS E SINTOMAS VULVOVAGINAIS: ● Os sintomas vulvovaginais mais comuns são corrimento vaginal e prurido. ● Se a paciente relatar um corrimento, pergunte: ○ Quantidade ○ Cor ○ Consistência ○ Odor. ● Pergunte sobre quaisquer feridas ou nódulos localizados na área da vulva. ABORDAGEM GERAL: ● Pedir a permissão da paciente para realizar o exame. ● Uma explicação sobre as etapas do que está prestes a ser feito. ● Ajudar a paciente a relaxar é essencial para um exame adequado. ● Sempre use luvas, tanto durante o exame quanto ao manusear o equipamento e amostras. ● Para pacientes com menos de 21 anos de idade, um exame pélvico só deve ser realizado quando indicado pela história médica. ● Para pacientes com menos de 21 anos que apresentem queixas como distúrbios menstruais, corrimento vaginal ou dor pélvica, um exame pélvico pode ser necessário. ● Examinadores do sexo masculino devem ser acompanhados por uma assistente do sexo feminino. ● Examinadoras do sexo feminino também devem ser auxiliadas se a paciente apresentar alguma alteração física ou emocional ou se houver necessidade de ajuda para o exame. 8 9 POSICIONAMENTO: ● Cubra a paciente adequadamente e ajude-a a assumir a posição de litotomia. ● Coloque um calcanhar de cada vez nos estribos. ● A paciente pode ficar confortável usando meias ou sapatos em vez de ficar descalça. ● Em seguida, peça que ela deslize para baixo, na direção da extremidade da mesa, até que suas nádegas estejam posicionadas discretamente além da borda. ● As coxas da paciente devem ficar em flexão, abdução e rotação externa nos quadris. ● Certifique-se de que a cabeça da paciente esteja apoiada em um travesseiro. EQUIPAMENTO DE EXAME: ■Fonte de luz móvel; ■Espéculo vaginal de tamanho apropriado; ■Lubrificante hidrossolúvel; ■Equipamento para coleta de esfregaço de Papanicolaou, culturas bacteriológicas e sondas de DNA ou outros materiais para testes diagnósticos, como hidróxido de potássio e soro fisiológico. ● Os espéculos vaginais são feitos de metal ou de plástico e apresentam dois formatos básicos, designados como Pedersen e Graves. ● Ambos os formatos estão disponíveis nos tamanhos pequeno, médio e grande. ● O espéculo de Pedersen médio em geral é mais confortável para mulheres sexualmente ativas. ● O espéculo de Pedersen de lâmina estreitaé melhor para pacientes com introito pequeno, como uma mulher virgem ou idosa. ● Os espéculos de Graves são melhores para mulheres multíparas com prolapso vaginal. ● O espéculo de plástico tipicamente faz um ruído de clique alto e pode haver pinçamento quando ele é travado ou liberado, causando desconforto. Espéculos, da esquerda para a direita: Pedersen de metal pequeno, Pedersen de metal médio, Graves de metal médio, Graves de metal grande e Pedersen de plástico grande. 9 10 TÉCNICAS DE EXAME: Exame externo: ● Avaliar a maturidade sexual de uma paciente adolescente. (Tanner) ● Avaliação dos pelos pubianos. (características e distribuição) ● A puberdade tardia é, com frequência, familiar ou relacionada a doenças crônicas. Também pode refletir distúrbios do hipotálamo, da adeno-hipófise ou dos ovários. ● Inspecione o monte do púbis, os lábios e o períneo. ● Separe os lábios maiores e inspecione: ○ Escoriações; ○ Pequenas maculopápulas vermelhas e pruriginosas (sugerem pediculose pubiana) ○ Lábios menores ○ Clitóris ○ Meato uretral ○ Abertura vaginal, ou intróito ● Aumento do clitóris é observado nos distúrbios endócrinos masculinizantes. ● Observar a presença de inflamação, ulceração, corrimento, tumefação ou nódulos. ● Palpe qualquer lesão. ● Lesões da vulva. ● A glândula de Bartholin pode exibir infecção aguda ou crônica, provocando uma tumefação. ● Palpação das glândulas de Bartholin: Introduza seu dedo indicador na vagina próximo à porção posterior do introito. Palpe um lado de cada vez, nas posições de aproximadamente “4 horas” e “8 horas”, entre o indicador e o polegar, pesquisando a presença de tumefação ou dor. Palpação da glândula de Bartholin EXAME ESPECULAR: ● Selecione um espéculo de tamanho e forma apropriados e umedeça-o com água morna. ● Lubrificantes ou géis interferem nos estudos citológicos e nas culturas bacterianas ou virais, por isso devem ser usados com parcimônia. ● Avise a paciente que você está prestes a inserir o espéculo e 10 11 que aplicará uma pressão para baixo. ● Com delicadeza, separe os lábios menores e introduza o espéculo fechado e inclinado para baixo a aproximadamente 30°, na direção do colo do útero. ● Alguns médicos alargam cuidadosamente o introito vaginal, lubrificando um dedo com água morna e aplicando uma pressão para baixo em sua margem inferior. ● Inspeção do colo do útero: Após a introdução do espéculo na vagina, remova os dedos de sua outra mão do introito. ● Gire o espéculo para uma posição horizontal, mantendo a pressão posteriormente, e introduza-o em seu comprimento total. ● Abra o espéculo devagar para visualizar o colo do útero. ● Gire e ajuste o espéculo até que ele envolva o colo do útero e permita sua visualização completa. ● Fixe o espéculo na posição aberta, apertando o parafuso. ● Posicione a fonte luminosa até que possa enxergar nitidamente o colo do útero. ● Quando o útero estiver em retroversão, o colo do útero apontará em uma direção mais anterior que a ilustrada. ● Se tiver dificuldade para encontrar o colo do útero, recue o espéculo ligeiramente para reposicioná-lo em um trajeto diferente. ● Se uma secreção obscurecer a visualização, limpe-a delicadamente com um chumaço de algodão. ● Observe a cor do colo do útero, sua posição e as características da superfície e qualquer ulceração, nódulo, massa, sangramento ou secreção. ● Inspecione o óstio do colo do útero para detectar secreção. 11 12 ● Procurar deslocamento lateral do colo do útero em pacientes com endometriose que envolva os ligamentos uterossacrais. ● Inspeção da vagina: Recue o espéculo lentamente, enquanto observa as paredes da vagina. ● Quando o espéculo liberar o colo do útero, solte o parafuso e mantenha o espéculo na posição aberta com o polegar. ● Inspecione as paredes vaginais à procura de massas, lesões, secreção anormal ou sangramento. ● Verifique se há protrusões na parede da vagina. ● Corrimento vaginal com frequência acompanha a infecção por Candida, Trichomonas vaginalis e vaginose bacteriana. ● O diagnóstico depende de exames laboratoriais porque a sensibilidade e a especificidade das características do corrimento são baixas. ● O uso de escova cervical e citologia em meio líquido é cada vez mais comum e também pode ser empregado para teste de clamídia e gonorreia. ● Ao fim da inspeção, o espéculo é fechado delicadamente e removido. ● O uso da lâmina inferior como um afastador enquanto a paciente faz força para baixo ajuda a expor defeitos da parede anterior da vagina como cistoceles. ● Do mesmo modo, o uso da lâmina superior ajuda a expor retoceles. OBTENÇÃO DE AMOSTRAS PARA CITOLOGIA CERVICAL (ESFREGAÇOS DE PAPANICOLAOU): ● Citologia cervical: Obtenha uma amostra da endocérvice e outra da ectocérvice, ou uma amostra combinada usando um pincel cervical ou “escova”. ● Para melhores resultados, a paciente não deve estar menstruada. ● Ela deve evitar relações sexuais e o uso de duchas, absorventes internos, espumas ou cremes contraceptivos e supositórios vaginais por 48 horas antes do exame. ● Mulheres sexualmente ativas com idade menor ou igual a 26 anos, mulheres assintomáticas com maior risco de infecção, planejar culturas cervicais de rotina para Chlamydia. ● Opções para coleta de amostras: ○ Escova cervical: para colher uma única amostra que contenha tanto células epiteliais escamosas quanto colunares. Gire a ponta da escova no óstio do colo do útero, em um círculo completo no sentido horário e, em seguida, coloque a amostra diretamente no líquido conservante. 12 13 ○ Raspagem cervical: Coloque a extremidade mais longa do raspador no óstio do colo do útero. Pressione, gire e raspe fazendo um círculo completo e garantindo que a zona de transformação e a junção escamocolunar sejam incluídas. ○ Escova endocervical: Posicione a escova endocervical no óstio do colo do útero. Gire-a entre o polegar e o indicador, nos sentidos horário e anti-horário. REALIZAÇÃO DO EXAME BIMANUAL: ● Lubrifique os dedos indicador e médio de sua mão enluvada; ● Introduza seus dedos lubrificados na vagina, mais uma vez exercendo pressão basicamente no sentido posterior. ● Seu polegar deve estar abduzido, com o anular e o dedo mínimo flexionados na direção da palma. ● Uma pressão para dentro no períneo com os dedos flexionados causa pouco ou nenhum desconforto e permite o posicionamento correto dos dedos para palpação. ● Observe quaisquer lesões ou dor na parede vaginal, incluindo a região da uretra e a bexiga localizada anteriormente. ● Fezes no reto podem simular uma massa retovaginal, mas, ao contrário de uma massa maligna, em geral é criada uma reentrância com a pressão digital. O exame retovaginal confirma a diferenciação. ● Palpe o colo do útero, observando sua posição, forma, consistência, regularidade, mobilidade e sensibilidade. ● Normalmente, o colo do útero pode ser mobilizado um pouco sem provocar dor. ● Palpar os fórnices ao redor do colo do útero e verificar se há nodularidade, imobilidade e dor à palpação nessa área. ● Dor à mobilização do colo do útero e/ou dor à palpação dos anexos são típicas de DIP, gravidez ectópica e apendicite. ● Nodularidade, imobilidade e dor nos fórnices podem ser causadas por endometriose. ● Palpe o útero: Coloque sua outra mão sobre a região inferior do abdome, logo acima da sínfise púbica. ● Enquanto eleva o colo do útero e o útero com sua mão pélvica, pressione a mão abdominal para baixo e internamente, tentando prender o útero entre as duas mãos. ● Observe tamanho, forma, consistência e mobilidade, e identifique qualquer dor ou massa. 13 14 ● Aumento do útero sugere gravidez, miomas uterinos (fibroides) ou malignidade. ● Nódulos nas superfícies uterinas sugerem miomas. ● Se você não conseguir sentir o útero com uma dessas manobras, ele pode estar inclinado posteriormente. ● Uma parede abdominal obesa ou pouco relaxada também impedirá que você sinta o útero. ● Palpe cada ovário: Coloque uma mão sobre o quadrante inferior direito do abdome ea outra mão no fórnice lateral direito. ● Pressione sua mão abdominal para baixo e para dentro, tentando empurrar as estruturas dos anexos na direção da mão na pelve. ● Tente identificar o ovário direito ou qualquer massa nos anexos adjacentes. ● Se possível, observe tamanho, forma, consistência, mobilidade e dor. ● Repita o procedimento no lado esquerdo. ● 14
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