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Doença Renal Crônica Introdução ● insuficiência renal → não ocorre necessariamente insuficiência, ela ocorre no estágio 5 da DRC e precisa de tratamento dialítico ● causas/ fatores de risco → HAS, DM, glomerulonefrites, aterosclerose, obesidade, obstrução do trato renal. ● pessoas com DRC têm chances de desenvolver DCV. ● infecções são muitos presentes → perda de proteínas responsáveis pela imunidade, infecções hospitalares. Definição → redução da função renal, estimada pela TFG quando estiver menor que 60mL/min e/ou presença de anormalidade na estrutura renal presentes por 3 meses ou mais. (KDIGO) Marcadores de anormalidade estrutural - Albuminúria < 30mg/24h - Sedimento urinário alterado → leucocitúria(inflamação), hematúria, cristais - Distúrbios eletrolíticos → hipercalemia (aumento de potássio) - Histologia alterada - Transplante renal - Alteração da imagem Estágios da DRC Presença da albuminúria → aumenta o risco da doença progredir para o estágio 5 Etiologia e fisiopatologia Na perda dos néfrons, há também a redução da função renal, havendo o aumento da filtração glomerular, essa hiperfiltração é lesiva aos néfrons. ● DR e diabetes - sobrecarga nos néfrons- hiperfiltração glomerular ● nefropatia hipertensiva - há sobrecarga nos néfrons ● insulto inicial (doenças primárias ou secundárias) → perda irreversível dos néfrons → aumento da pressão e do fluxo glomerular → aumento da permeabilidade glomerular ocorrendo proteinúria → inflamação do túbulo intersticial → fibrose renal. Após a hiperfiltração pode ocorrer microalbuminúria e macro; ● dieta hiperproteica → leva a vasodilatação renal crônica (aumento do fluxo plasmático renal), gerando a hipertensão e hiperfiltração glomerular → aumento da permeabilidade glomerular ocorrendo proteinúria → inflamação do túbulo intersticial → fibrose renal Carga proteica aumenta de maneira aguda a TGF e o grau de microalbuminúria. Restrição de proteína (BOM): ● altera a função do rim remanescente pela redução da produção de ureia e dos hormônios antidiuréticos. ● Menor excreção de amônia e fosfato ● Diminui geração de produtos nitrogenados tóxicos ● reduz a fibrose glomerular ● Diminui a pressão glomerular ● a hiperfiltração glomerular pode ocorrer por proteína animal, proteínas vegetais e clara de ovo com quase ou nenhum efeito. ● dieta hipoproteica com suplementação de cetoácidos → redução da proteinúria. ● Principais fatores para a progressão da DRC: ● hipertensão intraglomerular e sistêmica, hipertrofia glomerular, hiperlipidemia (sobrecarga de colesterol aumenta a lesão) ● Fatores de risco para o desenvolvimento: albuminúria persistente na faixa de 30 a 299mg/dia (microalbuminúria) é o sinal mais precoce de nefropatia diabética em DM1 e marcador de desenvolvimento de nefropatia em DM2. Diagnóstico A função renal deve ser avaliada por meio da estimativa do RFG associada com a determinação da albuminúria Retenção de fosfato ● à medida que a função renal se deteriora, ocorre comprometimento do metabolismo mineral - vitamina D, cálcio e fósforo. ● ocorre aumento dos níveis séricos de fósforo (distúrbios na eliminação) conforme a DRC progride, ocorre a diminuição da absorção de cálcio e aumento da secreção de PTH, ocasionando hiperparatireoidismo secundário e doença óssea renal. (osteodistrofia). ● manter CA e P normais → aumento da absorção intestinal desses nutrientes e diminuição do PTH. fontes: peixes, manteiga, gema de ovo e pele. ● não diminui com o tratamento dialítico. ● medicamentos: quelantes de fósforo: remove o fósforo antes de ser absorvido. recomendado ingerir durante ou logo após ou refeições. ● fonte de fósforo: carne de porco, de boi, peixe, leite ● níveis elevados: risco cardiovascular e mortalidade em fases iniciais da DRC e pessoas saudáveis. ● hiperfosfatemia pode contribuir para a progressão da DRC por causa da precipitação de fosfato de cálcio no interstício, iniciando uma reação inflamatória e resultando e m fibrose e atrofia tubular. ● não se sabe ao certo de uma dieta hipofosfatêmica é ideal, foi ideal em ratos apenas com câncer de rim. ● restrição pode proteger os néfrons remanescentes. ● fator de risco na hemodiálise. Hiperuricemia e DRC ● pode aparecer devido a diminuição de excreção de urina ● aumento da progressão (estudos) tratamento ainda não é recomendado. Fatores de risco nutricional 1. desnutrição ● pacientes renais crônicos em tratamento conservador (pré-diálise) → risco nutricional ● sinais precoces de desnutrição → perda de peso progressiva e declínio na excreção urinária de creatinina foram observados conforme piora do paciente. ● albumina e creatinina sérica baixas estão associadas ao aumento de risco durando o pós-diálise de manutenção. 2. ingestão alimentar deficiente ● pode ocorrer na fase pré diálise devido à anorexia → depressão, uremia, comorbidades, medicamentos, doenças gastrointestinais, fatores financeiros, hipercatabolismo, sedentarismo, limitações. ● dietas restritivas em sódio e proteínas diminuem a ingestão alimentar ● ocorre diminuição da ingestão de proteína e energia → ingestão calórica reduzida é um problema grave → desnutrição. ● deficiência de vitamina D, hidrossolúveis, carnitina e zinco. ● acidose metabólica aumenta o catabolismo proteico → desnutrição Avaliação nutricional 1. métodos subjetivos: ASG, história e exame físico, registro alimentar. 2. métodos objetivos: antropometria, composição corporal, consumo alimentar. Terapia nutricional 1. calorias: ● normocalórica 35kcal/kgdia ● necessidade pode ser menor na população idosa, sedentária, obesos: 30kcal (estudos) 2. proteínas: ● benefícios: redução da proteinúria, redução dos produtos nitrogenados e toxinas urêmicas e da carga ácida. além de menor estresse oxidativo, melhora da resistência à insulina, eficácia no controle da osteodistrofia em resposta a uma dieta reduzida em fósforo e melhora da anemia. ● recomendação se baseia no grau de DRC, presença de progressão, grau de proteinúria, uso ou não de corticóides. ● pacientes na pré diálise: 0,6g ● ditas hipo com cetoácidos: 0,6 com 0,3. melhora a acidose metabólica, diminuição do catabolismo proteico. ● estágio 2- não é recomendado reduzir a ingestão ● estágio 3- dieta com 0,6 a 0,8g, sendo ⅔ de alto valor biológico (carne, peixe, ovos) e controle da pressão arterial. Diabeticos: 0,8 a 1 ● proteína vegetal: redução da TFG e do fluxo plasmático. Soja boa fonte ● Carne vermelha: aumento da creatinina ● dieta vegetariana é uma alternativa. 3. Carboidratos 50 a 60% 4. Lipídios 25 a 35% 5. Potássio → deve ser controlado: preparar legumes e verduras cozidos O ganho de peso entre uma diálise e outra (intervalo interdialítico) deve ser de 3 a 5% do peso seco 6. Cálcio → pode ser necessária suplementação, assim como de vitamina D Hiperfosfatemia pode ser como consequência a osteodistrofia. Não pode ter muito fósforo na dieta. fontes de fósforo: orgânico → menos biodisponíveis por causa de fitatos (sementes e legumes) melhor. inorgânico é mais facilmente absorvido (refrigerantes, embutidos, víceros) ● Hipertensos → enfatizar o controle da PA, pois está relacionado com a menor taxa de progressão da DRC. Diabéticos → podem ser utilizados inibidores de enzima conversora. ● Proteínas - observar a qualidade visando retardar a progressão da doença e manter um bom estado nutricional, a soja pode se destacar.