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Fisiopatologia e Dietoterapia das Doenças Renais – Parte II Curso de Nutrição Docente: Sheila Guimarães Doenças Intersticiais e Tubulares Lesão Renal Aguda (LRA) • Antes conhecida como Insuficiência Renal Aguda (IRA) • ↓ súbita na taxa de filtração glomerular (TFG). • Capacidade renal ALTERADA de eliminar carga diária de excreção metabólica. • Redução da taxa de filtração glomerular (TFG) e uma consequente capacidade renal ALTERADA de eliminar carga diária de excreção metabólica. • Duração: dias a semanas A LRA é uma das mais importantes complicações observadas em pacientes hospitalizados. Pré-renal Em resposta a redução da volemia (exemplo: desidratação grave) Intrínseca Obstrução do fluxo sanguíneo renal: isquemia Nefrotoxidade: Antibióticos, agentes de contraste e outras substâncias Distúrbios vasculares: Infarto renal bilateral Glomerulonefrite progressiva: Infecção pós- estreptocócica e LES Pós-renal Hipertrofia prostática benigna com retenção urinária Carcinoma de bexiga ou próstata Câncer retroperitoneal ou pélvico Cálculos uretrais e obstrução bilateral Causas da LRA Terapia Nutricional na LRA ↑ demandas proteicas Uremia Acidose Metabólica Desequilíbrio de líquidos e eletrólitos Estresse psicológico Requerimentos de Proteína • Hipermetabolismo - necessidade de se balancear os requerimentos nutricionais devido à maior demanda metabólica Incapacidade de excreção nitrogenada e acidose - início de baixa tolerância oral por vômitos Terapia Nutricional na LRA Atentar para o ESTADO NUTRICIONAL do paciente – ÍNICIO da LRA → MORTALIDADE alta Balancear os requerimentos nutricionais no tratamento de ACIDOSE e EXCREÇÃO NITROGENADA – evitar maiores injúrias / Hipermetabolismo Reposição da função renal durante a LRA Hemodiálise PADRÃO Diálise PERITONEAL Hemofiltração Arteriovenosa contínua Venovenosa contínua LRA inicial Vômitos, diarreia ou estase gástrica ↓ tolerância alimentar por via ORAL Nutrição Parenteral ↓ catabolismo proteico e produção de ureia Na ausência destes equipamentos de calorimetria, recomenda-se que as necessidades nutricionais sejam calculadas através de fórmulas de estimativas (fórmulas de bolso): • Estresse leve: 30 a 35 kcal/kg/dia • Estresse moderado: 25 – 30 kcal/kg/dia • Estresse grave: 20 – 25 kcal/kg/dia ❖ Proteína= A recomendação de proteínas depende do estado nutricional do paciente, levando em consideração se existe doença subjacente, o grau do catabolismo e tipo de tratamento submetido: • Estresse leve: 0,6 – 1,0 g/kg/dia • Estresse moderado, em DIÁLISE: 1,0 – 1,5 g/kg/dia • Estresse grave, em DIÁLISE: 1,3 – 1,8 g/kg/dia Recomendações nutricionais na LRA Para micronutrientes segue a recomendação abaixo: • Potássio: 30 a 50mEq/dia • Sódio: A restrição de sódio é baseada na redução da produção urinária. 20mEq/dia (1,2g sal) a 40 mEq/dia de sódio (2,3g sal), sendo que cada 1g de sal equivale 17mEq de sódio. • Fósforo: limitar conforme necessário (monitorar) A recomendação hídrica, em casos de oligúria ou anúria, é de: Líquido: 500 – 700 mL, mais o volume da diurese e outras perdas de 24h (vômitos, diarreia e a urina). Recomendações nutricionais na LRA Doença Renal CRÔNICA Após a lesão provocada pelo fator causal (etiológicos), os glomérulos dos néfrons remanescentes, ou seja, aqueles que estão funcionando, sofreriam um processo adaptativo, chamado hipertrofia, causado pela hiperperfusão sanguíneas (aumento do volume sanguíneo), que levaria à hipertensão glomerular com consequente hiperfiltração glomerular (aumento da filtração glomerular) e lesão das estruturas do glomérulo. • Essas modificações funcionais e morfológicas resultam em perda de seletividade da membrana dos capilares glomerulares, resultando na passagem de macromoléculas, principalmente de proteínas. • O intenso tráfico de proteínas ao longo dos túbulos renais desencadeia uma série de respostas imunológicas, inflamatórias e hormonais que contribuem para a fibrinogênese renal (lesão irreversível, com substituição da célula renal por tecido fibroso de cicatriz), levando a subsequentes reduções do número dos néfrons remanescentes. Doença Renal CRÔNICA Alto risco de desenvolver DRC Hipertensão Diabetes não controlada (manutenção de um estado hiperglicêmico) Histórico familiar Doenças cardiovasculares Idosos Moderado risco de desenvolver DRC Doenças glomerulares Indivíduos com inflamação sistêmica e neoplasias Litíase renal ou doença urológica obstrutiva Exposição prolongada a drogas nefrotóxicas Transplantados renais com rejeição crônica Principais fatores de risco para o desenvolvimento de DRC Fonte: Adaptado de MAHAN, L. K.; ESCOTT-STUMP, S.; RAYMOND, J.L. Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 13ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. ↓ TFG adaptações Perda de néfrons Doença Renal Progressiva • É portador de DRC qualquer adulto que por um período ≥ 3 meses apresentar: • filtração glomerular < 60mL/min/1,73m2. • Filtração > 60mL/min/1,73m2 com alguma lesão da estrutura renal: – Hematúria glomerular – Microalbuminúria/proteinúria – Alteração em exame de imagem renal Valor normal da filtração glomerular: 80 a 120 mL/min/1,73 m² Avaliação da função renal Estágios da Doença Renal Crônica I 90 – 130mL/min Rim danificado, mas normal para a função renal aumentada II 60 – 89mL/min Leve diminuição na função renal III 30 – 59mL/min Moderada diminuição na função renal IV 15 – 29mL/min Grave diminuição na função renal V < 15mL/min Insuficiência renal com tratamento Doença renal em estágio terminal (DRET) Fase DIALÍTICA Fonte: Adaptado de: Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas de Distúrbio Mineral Ósseo, Sociedade Brasileira de Nefrologia. Ministério da Saúde, 2016. Avaliação da função renal • Albuminúria: – Marcador de nefropatia – Fator preditor de risco para progressão de DRC e DCV – Descartar: • Febre • Exercício físico • Infecção urinária • Insuficiência cardíaca Parâmetros de excreção urinária (24h) de Albumina: • Normoalbuminúria: – 30mg em 24h • Microalbuminúria: – 30 a 300mg em 24h • Proteinúria ou macroalbuminúria: – > 300mg em 24h Avaliação da função renal • Filtração Glomerular: – Creatinina sérica – Cálculo da depuração da creatinina eliminada na urina em 24h OU – Estimativa - FÓRMULAS: • Cockroft-Gault • MDRD (Modification of Diet in Renal Disease) EQUAÇÕES PREDITIVAS PARA ESTIMAR A FILTRAÇÃO GLOMERULAR Podemos estimar a capacidade funcional dos rins, através da equação para estimativa da TFG por meio da determinação do clearance ou depuração de creatinina, a seguir: ClC (mL/min)=[Creatinina urinária (mg/dL) × volume urinário (mL)] + [tempo de coleta (min)] Creatinina plasmática (mg/dL) ClC= clearance de creatinina; creatinina urinária de 24 h; volume urinário de 24h. Como a quantidade de creatinina depende da massa muscular, o clearance de creatinina deve ser corrigido pela superfície corporal, ou seja, o valor obtido deve ser dividido pela superfície corporal, e o resultado, multiplicado por 1,73 m2. O valor de normalidade do clearance de creatinina: 80 a 120 mL/min/1,73 m2. EQUAÇÕES PREDITIVAS PARA ESTIMAR A FILTRAÇÃO GLOMERULAR Cockroft- Gault TFG (mg/dL) = (140 – idade) x peso (Kg) 72 x Cr sérica (mg/dL) Multiplicar o resultado por 0,85 para o sexo feminino MDRD (Modification of Diet in Renal Disease) simplificada TFG (mL/min/1,73m2) (186 x Cr sérica-1,154 x idade-0,203) x 0,742 (se mulher não negra) x 1,212 (se afro-americano) Principais características da DRC Cronicidade Reserva funcional Dano irreversível Perda de glomérulos Consequentemente: incapacidade do rim excretar produtos de excreção, manter balanço de líquido e eletrólito, produzir hormônios, como a eritropoetina. Sintomas de uremia (ureia: acima de 100 mg/dL e Creatinina: 10 a 12mg/dL) Quadro de resumo da progressão da Doenças Renal para IRCDRC e metabolismo Metabolismo da glicose Toxinas urêmicas Acidose metabólica Inflamação subclínica ↓ atividade física; ↑ cortisol ↓ 1,25-di-hidroxivitamina D Resistência insulínica (hiperglicemia) Metabolismo dos lipídeos Inflamação Resistência insilina ↓ atividade da Lipase lipoproteica (LPL) ↓ síntese de L-carnitina Aumento dos ácidos graxos lives, alteração no perfil lipídico e risco de doenças cardiovasculares DRC e estado nutricional Desnutrição energético- proteico Inflamação subclínica ↓ atividade física; ↑ cortisol Hipermetabolismo e hipercatabolismo = perda ponderalrisco nutricional Metabolismo ósseo e distúrbios hematológicos Inflamação ↓ 1,25-di-hidroxivitamina D ↓ eritropoetina Hiperparatireoidismo secundário; Anemia Formas de Tratamento da DRC Conservador Dialítico - DIÁLISE (Terapia Renal Substitutiva – TRS) Deve ser iniciada em pacientes NÃO Diabéticos TFG < 10mL/min Deve ser iniciada em pacientes DIABÉTICOS TFG < 15mL/min Transplante Tratamento da DRC na Fase NÃO DIALÍTICA HAS Controle da PA IECA e Diuréticos Bloqueadores de canal de cálcio Antagonistas de Aldosterona DM Meta HbA1C < 7% Não usar metformina com TFG < 30mL/min Lipídeos CT < 200mg/dL LDL < 100mg/dL HDL > 40mg/dL TG < 150mg/dL Anemia Meta Hb 11 a 12 ng/dL Repor EPO, ácido fólico e B12 Repor Ferro Saturação de transferrina < 20% e/ou Ferritina < 100ng/mL Avaliação Nutricional no Paciente DRC Avaliação objetiva: Medidas antropométricas, bioquímicas, de consumo alimentar e força de preensão manual (marcador de força muscular, refletindo massa muscular). Avaliação subjetiva: O mais utilizado é avaliação global subjetiva (AGS). O paciente com DRC não apresenta um perfil nutricional padronizado, alguns apresentam depleção energético-protéica (DEP) outros sobrepeso/obesidade, frequentemente carentes em vitaminas e minerais Objetivos da Dietoterapia na DRC • Manter um bom estado nutricional • Controlar sintomatologia urêmica e dos distúrbios hidroeletrolíticos • Prevenir ou reduzir a toxicidade urêmica • Atuar nas doenças correlatas como: • hiperparatireoidismo secundário (aumento do PTH em função da desregulação da função renal em ativar vit.D) • desnutrição • alterações metabólicas, • Intelerãncia à glicose (estimula degradação proteica), • Acidose metabólica, • hipertensão arterila PESO CORPORAL para estimar as necessidades nutricionais National Kidney Foundation (K/DOQI), recomenda: • Peso atual: deve ser usado para estimar as necessidades nutricionais quando o paciente estiver com o peso próximo do ideal ou desejável. • Adequação do peso for > 115% ou < 95%: – Utilizar o PESO AJUSTADO Peso ajustado = [ ( peso ideal – peso atual) x 0,25 ] + peso atual • Peso SECO: – Ausência de edema – Após sessão de hemodiálise – Descontar o líquido peritoneal Nutrição na Fase NÃO DIALÍTICA Tratamento CONSERVADOR Proteínas na Fase NÃO DIALÍTICA • Excesso de proteínas na dieta promove aumento de proteinúria, e danos histológicos renais. • Dieta HIPOPROTÉICA: – ↓ pressão intraglomerular – ↓ consumo de oxigênio devido menor excreção de amônia e fosfatos – ↓ lipídeos, reduz geração de produtos nitrogenados tóxicos e a carga ácida Razões para Dieta HIPOPROTÉICA na Fase NÃO DIALÍTICA 1. ↓ carga sobre os néfrons remanescentes 2. Melhora sensibilidade à insulina 3. ↓ estresse oxidativo renal 4. Melhora a proteinúria 5. ↓ níveis de PTH 6. Melhora o perfil lipídico 7. Adaptação metabólica 8. Inibe enzima conversora de angiotensina 9. ↓ morte e início da terapia renal substitutiva (Diálise) 10. Não causa desnutrição quando bem implementada. 11. ↓ risco de morte e prolonga o tempo para a entrada em diálise. Recomendação de PROTEÍNA na fase NÃO DIALÍTICA da DRC Estágios 1 e 2 (TFG > 60mL/min) Normal (0,8 a 1g/kg/dia) Estágio 3 (TFG entre 59 e 30mL/min) 0,6 a 0,75g/kg/dia Estágio 4 (TFG entre 29 e 15mL/min) 0,6 a 0,75g/kg/dia ou 0,3g/kg/dia suplementada com AAE e cetoácidos (Ketosteril®) Estágio 5 (< 15mL/min) 0,6 a 0,75g/kg/dia ou 0,3g/kg/dia suplementada com AAE e cetoácidos (Ketosteril®) Diabete descompensado 0,8g/kg/dia Proteinúria > 3g/24h 0,6 a 0,8g/kg/dia 0,8 + 1g de proteína para cada grama de protinúria Monitoramento da Ingestão dietética Proteica na DRC (investigação) Método recomendado para estimar a ingestão protéica pela NFK / KDOQI Estimativa da Ingestão Protéica pelo Cálculo PCR ou PNA – “Equações” • Antigamente:Protein catabolic rate (PCR): – PCR (g proteína/dia) = 9,35 x G + 11,4 – G= geração de nitrogênio ureico: • [uréia urinária (g/L) ÷ 2,14 x volume urinário (24h)] ÷ tempo de coleta de urina (geralmente 1440min (24h)) • Atual: Protein equivalent of nitrogen appearance (PNA): – PNA (g proteína/dia) = [(NUU (g)) + (0,031gN x Kg)] x 6,25 – NUU = nitrogênio ureico urinário: • [ ureia urinária (g/L) ÷ 2,14] x volume urinário 24h (L) Exemplo da Estimativa da Ingestão Protéica • Homem eutrófico com DRC estágio 4, clinicamente estável, pesando 70kg. – Volume urinário 24h = 2300mL – Uréia urinária = 950mg/dL ou 9,5 g/L • Equação PNA: – PNA (g proteína/dia) = [(NUU (g)) + (0,031gN x Kg)] x 6,25 – NUU = nitrogênio uréico urinário: • [ ureia urinária (g/L) ÷ 2,14] x volume urinário 24h (L) • NUU = [9,5 ÷ 2,14] x 2,3 = 10,2 • PNA = [10,2 + (0,031 x 70) x 6,25 PNA = 77,3g proteína/dia • Considerando o peso atual, a ingestão protéica está = 1,10g/kg/dia • Orientação Alimentar para 0,6g/kg/dia Exemplo da Estimativa da Ingestão Protéica • 2ª Consulta – Reavaliação: – Peso mantido = 70kg – Volume urinário 24h = 2260ml – Uréia urinária = 580mg/dL ou 5,8g/dL • NUU = [5,8 ÷ 2,14] x 2,26 = 6,13 • PNA = [6,13 + (0,031 x 70) x 6,25 PNA = 51,8g proteína/dia • Considerando o peso atual, a ingestão protéica está = 0,74g/kg/dia INTERPRETAÇÃO: • A adesão é considerada BOA quando o PNA não é superior a aproximadamente 20% do prescrito. CONCLUSÃO: • A adesão ao planejamento alimentar por este paciente é considerada BOA!!! Recomendação de ENERGIA na fase NÃO DIALÍTICA da DRC > 60 anos 30 a 35kcal/kg/dia < 60 anos 35kcal/kg/dia Carboidratos 50% a 60% do valor energético total Lipídeos 25% a 35% do valor energético total No paciente com DISLIPIDEMIA: •< 30% do VET •Colesterol < 300mg •Gordura saturada < 7% •Aumentar gordura monoinsaturada (↑ HDL) •Aumentar ômega 3 (↑ HDL e ↓ TG) •Evitar gorduras trans Recomendações de SÓDIO na Fase NÃO DIALÍTICA • 2.000 a 2.300mg/dia (5 a 6g de sal/dia) • sabe-se que 1g de sal equivalem a 0,4 g de sódio • Restrição de temperos industrializados, produtos industrializados • Estimular leitura de rótulo e preferir produtos com reduzido teor de sódio: < 140mg RESTRIÇÃO DE SAL: • Ajuda no controle da PA • Melhora eficiência dos antihipertensivos • Melhora o efeito anti-proteinúrico dos antihipertensivos • Não usar sal dietético Recomendações de POTÁSSIO na Fase NÃO DIALÍTICA Fatores que causam HIPERCALEMIA Acidose metabólica Excesso de H+ é deslocado para o meio intracelular Provoca a saída de K+ Constipação Aumenta a absorção de K+ Deficiência de Insulina Insulina promove entrada de K+ para o interior da célula Permanência de K+ no plasma Manifestações Clínicas da HIPERCALEMIA • Despolarização de membrana, com diminuição da velocidade de condução e repolarização de membrana mais rápida. • Pode evoluir para: - taquicardia ventricular, - fibrilação ventricular - fraqueza muscular; - Arritmia cardíaca • Efeitos gastrointestinais: – dor abdominal (cólicas intestinais intermitentes), – Diarréia – náusea. > 5mEq/100g Frutas RICAS em POTÁSSIO (>5,mEq/porção) Hortaliças RICAS em POTÁSSIO (>5,mEq/porção) Alimentos RICOS em POTÁSSIO (>5,mEq/porção) Redução do Teor de K+ pela COCÇÃO • Processo de cocção das frutas e hortaliças em água • Reduz em médias 60% a concentração de K+ Alimento (mEq/100g) Cru CozidoBeterraba 10,8 4,1 Cenoura 9,5 4,6 Couve 9,5 2,4 Banana 7,7 2,9 Feijão 21,6 6,9 Alimentos Ricos em Potássio (>5,1mEq) Alimento (g) Medida Caseira Potássio (mEq) Melão 170 1 fatia média 13 Laranja 150 1 unidade média 7 Mamão 100 1 fatia média 5,1 Maracujá 100 1 unidade grande 9,2 Abacate 150 1 unidade média 18,8 Banana nanica 60 1 un. média 5,1 Banana prata 60 1 un. média 5,7 Uva 130 1 cacho médio 6,3 Tangerina 150 1 unidade média 6,0 Cenoura (crua) 90 1 unidade média 8,6 Acelga (crua) 70 1 pires de chá 6,8 Escarola (crua) 70 1 prato de sobremesa 6,0 Couve (crua) 70 1 prato de sobremesa 6,6 Feijão (cozido) 100 1 concha média 10,6 Batata (frita) 65 1 escumadeira 14,2 Ameixa seca 25 5 unidades 4,8 Figo seco 30 3 unidades 5,5 Chocolate 100 1 tablete 10 Amendoim 80 1/2 xícara de chá 14 Alimentos “POBRES” em Potássio Banana maçã Laranja lima A CARAMBOLA é tóxica para os pacientes DRC • Vários estudos têm referido que a carambola contém neurotoxinas que causam graves complicações neurológicas em pacientes com DRC. • Acredita-se que o mecanismo da atividade convulsivante atue especificamente nos sistemas de transmissão GABAérgicos e glutamatérgicos Os sintomas mais comuns: • soluço persistente e intratável, vômitos, distúrbios de consciência (confusão mental, agitação psicomotora), sintomas psiquiátricos, diminuição da força muscular, diminuição da sensibilidade dos membros, paresia, insônia, ataques epiléticos e morte. Cálcio e Fósforo na DRC Fósforo: • Diretriz Brasileira de Prática Clínica ara Distúrbio Mineral e Ósseo na DRC recomenda (J. Bras. Nefrol, 2011): – Estágio 3 e 4 (TFG entre 15 a 59mL/min): ingestão de Fósforo seja 700mg/dia – DRC – diálise (TFG entre <15mL/min): 800 a 1000mg/dia – P sérico < 5,5mg/dL Cálcio: • Recomendação: 1400 a 1600mg/dia (Suplementação) • Alimentação + quelantes de fósforo = < 2000mg/dia Principais “Quelantes” de Fósforo Quelante Poder quelante Vantagens Efeitos adversos Carbonato de Cálcio (40% de cálcio elementar) Baixo Baixo custo Constipação Hipercalcemia e calcificação metastática Acetato de cálcio (25% de cálcio elementar) Moderado Maior poder quelante com menor oferta de cálcio que o carbonato Constipação Náuseas Hipercalcemia e calcificação metastática Cloridrato de Sevelamer Moderado Não contém alumínio Não causa calcificação metastática Diarréia ou constipação Flatulência Náuseas e dispepsia Alimentos ricos em Fósforo • Leite e derivados, carnes bovina e de frango, fígado de boi, peixe, sardinha, ovo feijão, soja, amendoim, castanha de caju, refrigerantes a base de cola, cerveja. Guia alimentar do Baixo Teor de Fósforo Vitamina D na DRC Classificação do Estado Nutricional de Vitamina D em pacientes com DRC de acordo com o guia K/DOQI Concentrações séricas de 25(OH)D (ng/mL) Classificação < 5 Deficiência GRAVE 5 a 15 Deficiência LEVE 16 a 30 Insuficiência > 30 Suficiência - normal Recomendação para Suplementação de Vitamina D em pacientes com DRC segundo o K/DOQI < 5 50.000 UI /semana durante 12 semanas 5 a 15 50.000 UI /semana durante 4 semanas 16 a 30 50.000 UI – 1 vez/mês Recomendações diárias de MINERAIS na FASE NÃO DIALÍTICA da DRC Potássio (mEq) 50 a 75 Sódio (mg) 2000 a 2300 Fósforo (mg) 750 Cálcio (mg) 1400 a 1600 Ferro (mg) Homens = 8; Mulheres = 15 Zinco (mg) Homens = 10 a 15; Mulheres = 8 a 12 Selênio (mcg) 55 Recomendações diárias de VITAMINAS na FASE NÃO DIALÍTICA da DRC Vitminas A e K Não suplementar Vitamina E (UI) 400 a 800 Vitamina B1 (Tiamina) (mg) 1,1 a 1,2 Vitamina B2 (Riboflavina) (mg) 1,1 a 1,3 Vitamina B3 (Niacina – ác. nicotínico) (mg) 14 a 16 Vitamina B6 (Piridoxina) (mg) 5 Vitamina B12 (Cianocobalamina) (mg) 2,4 Vitamina C (mg) 75 a 90 Ácido fólico (mg) 1 Vitamina B8 (Biotina) (mg) 30 Ácido Pantotênico (mg) 5 Doença Renal em Estágio Terminal Doença Renal “CRÔNICA” em fase Dialítica Hemodiálise • processo de filtração do sangue, no qual um rim artificial (hemodialisador) remove o excesso de líquidos e metabólitos . • É necessário o acesso à circulação sanguínea do paciente: – Fístula arteriovenosa – Cateter Femoral ou na veia jugular esquerda É uma ligação interna de uma artéria com uma veia. Normalmente a fístula é localizada no antebraço. Cateter Femoral ou na veia jugular esquerda • Cateter de duplo lúmen, desta forma o sangue é enviado e retorna por ele . Composição do Dialisato • Sódio: 135 a 145 mEq/L • Potássio: 1 a 3 mEq/L • Bicarbonato: 30 a 38 mEq/L • Cálcio: 2,5 a 3,5 mEq/L • Magnésio: 0,5 a 1 mEq/L • Cloro: 100 a 124 mEq/L • Acetato: 2 a 4 mEq/L • Também pode ter Glicose (100 a 200mg/L Tipos de Hemodiálise Hemodiálise intermitente ou Convencional: • Normalmente tem duração de 4 horas três vezes por semana . HD de alto fluxo: • São utilizados hemodialisadores específicos e a duração da diálise é mais curta 2 a 2,5 horas por sessão. HD diária: • Realizada diariamente com menos horas de duração em cada sessão. • Maior semelhança à função renal normal sendo que a aderência do paciente e o alto custo são grandes problemas . Recomendações Nutricionais na Hemodiálise • Energia: – 30 a 35 kcal/kg • Proteínas: – Perda de aminoácidos/peptídeos 10 a 12 g/ sessão – 1,1 a 1,2g/kg do peso ideal ou ajustado/dia • Carboidratos: – 50% a 60% do VET • Fibras: – 20 a 30g/dia • Lipídeos: – 25% a 35% do VET – Gordura saturada < 7% do VET – Gord. Poliinsaturada até 10% do VET – Gordura monoinsat até 20% do VET – Colesterol < 200mg/dia Recomendações Nutricionais na Hemodiálise • Sal: 5 a 6g/dia • Potássio: 1950 a 2730mg/dia • Fósforo: até 700ml/dia • Cálcio: 2000mg/dia Vitaminas • Tiamina: 1,1 a 1,2mg/dia • Riboflavina: 1,1 a 1,3mg/dia • Ác. pantotênico: 5mg/dia • B6: 10mg/dia • B12: 2,4mcg/dia • Ác. fólico: 1mg/dia • Vitamina C: 75 a 90mg/dia • Vitamina A, K: não sumplementar • Vitamina E: 400 a 800 UI/dia • Vitamina D: individualizado (conforme estado nutricional) Diálise Peritoneal • Objetiva o mesmo da hemodiálise: – tirar o excesso de água e as substâncias que deveriam ser eliminadas através da urina. • Utiliza a membrana peritoneal (peritôneo) localizada no interior do abdômen para filtrar o sangue. • Peritôneo é altamente vascularizado e funciona como uma membrana semipermeável reutilizável. Diálise Peritoneal Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua (CAPD) Diálise Peritoneal Automatizada (DPA) Diálise Peritoneal Automatizada - DPA • Parecido com CAPD • Neste caso o cateter é conectado a uma máquina que enche o abdômen e drena a solução de diálise automaticamente . • Geralmente é realizada durante à noite enquanto o paciente dorme . • Este método ainda é pouco utilizado no Brasil, devido ao alto custo da máquina que precisa ser comprada ou alugada pelo próprio paciente . Recomendações Nutricionais na Diálise Peritoneal • Energia: – < 60 anos: 35kcal/kg/dia – > 60 anos: 30 kcal/kg/dia • Absorção de Glicose na sessão de diálise peritoneal: – CAPD: 60% – DPA: 40% • Proteína: – 1,2 a 1,3g/kg/dia (50% AVB) – Repleção: 1,2 a 1,4g/kg/dia • Fósforo: – 8 a 17mg/kg/dia • Sódio: – 2 a 3g/dia (5 a 7,5g de SAL) Vitaminas (= Hemodiálise) • Tiamina: 1,1 a 1,2mg/dia • Riboflavina: 1,1 a 1,3mg/dia • Ác. pantotênico: 5mg/dia • B6: 10mg/dia • B12: 2,4mcg/dia • Ác. fólico: 1mg/dia • Vitamina C: 75 a 90mg/dia • Vitamina A, K: não sumplementar • Vitamina E: 400 a 800 UI/dia • Vitamina D: individualizado (conforme estado nutricional) Complicações da Diálise • Cardiovasculares • Relacionadas ao acesso • Pulmonares • Neurológicas • Hiperparatireoidismo secundário • Gastrintestinais • Anemia • Inflamação • Acidose Metabólica • Peritonites (DP) • Fatores psicológico Hiperparatireoidismo Secundário Complicações NUTRICIONAIS da Diálise • Desnutrição energético protéica • HAS • Hipercalemia • Hipervolemia• Hiperfosfatemia Perda de Nutrientes na Hemodiálise ✓ Aminoácidos – 6 a 12 g ✓ Peptídeos – 2 a 3 g ✓ Glicose – 15 a 25 g ✓ Vitaminas hidrossolúveis ✓ Proteínas: insignificante ? Desnutrição na Diálise 23-76% 18-50% Inflamação na diálise CITOCINAS (TNF-alfa, IL 1, 6) Supressão do Apetite Desnutrição aumentam expressão do gene p/ leptina Hipercatabolismo Uremia Acidose Metabólica Procedimento de HD Proteólise muscular Perda de Nutrientes no paciente
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