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*com exceção do SNC Canine distemper vírus (CDV) Etiologia A cinomose é uma doença infecciosa causada por um morbilivirus envelopado RNA fita simples, acomete carnívoros e tem tropismo pelo epitélio, sistema imune e SNC (células de rápida replicação*). Sua clínica pode incluir sintomas como; o Diarreia o Hiperqueratose de coxins e plano nasal o Secreções oculares o Alterações neurológicas Epidemiologia O vírus da cinomose é um vírus pantrópico, sensível a solventes orgânicos e viável no ambiente por 1 h e 20 min em exsudatos. O Brasil é considerado um país endêmico, alguns fatores como os animais portadores, persistência do vírus no ambiente, novas cepas e animais vacinados que manifestam a doença contribuem para este fator. Maior acometimento acontece entre 60 e 90 dias de vida (janela imunológica do paciente). A transmissão ocorre principalmente por aerossóis e gotículas contendo o vírus, secreções respiratórias, fezes e urina, bem como pela placenta. Tempo de incubação de 1 a 4 semanas Inicio da eliminação após 7 dias da infecção, podendo durar até 90 dias. Patogenia Gotas de aerossóis, secreções, urina e fezes Epitélio do trato respiratório (24 h) Macrófagos Disseminação pela via linfática regional Tonsilas e linfonodos bronquiais e retrofaríngeos (2 a 4 dias) Elevado título viral pode ser encontrado em órgãos linfoides (4 a 6 dias) Replicação viral em medula óssea, timo, baço, linfonodos mesentéricos, placas de peyer, células estomacais e pulmões (8 a 10 dias) Diferentes órgãos, tecidos e SNC A entrada do vírus na célula é mediada pelo receptor universal SLAM, presente em linfócitos B, T (CD4 e CD8), células dendríticas e monócitos. Causa da linfopenia Neuropatogenia A infecção do SNC ocorre na fase sistêmica, devido a incapacidade do SNC de impedir a infecção. A diferença entre as lesões entre adultos e filhotes é pequena, porém em filhotes acredita-se que há maior desmielinização dos neurônios, relacionada ao fator de necrose tumoral. Esses fatores estão relacionados a resposta imune do hospedeiro. O vírus penetra as células do endotélio vascular das meninges, células do plexo coroide do 4º ventrículo e nas células ependimárias lineares do sistema ventricular. A infecção ocorre via LCR ou de origem vascular. - Encefalite aguda É causada por uma lesão viral direta em substancia branca e cinzenta, a desmielinização ocorre geralmente 3 semanas após a infecção. Astrócitos são células alvo do vírus @wesleyalmeida___ Há a produção de anticorpos antimielina principalmente na fase crônica da doença, porém o vírus não causa lise celular. Clínica Alguns fatores são predisponentes para o desenvolvimento da doença, como; o Animais não vacinados (doses incompletas) o Vacinas não apropriadas o Colostro ruim o Imunossupressão e exposição a animais infectados Os sinais clínicos apresentados podem ocorrer no sistema respiratório, digestório, tegumentar, mucoso e imunológico. Após a infecção (cerca de 6 dias) o animal pode apresentar; o Febre (infecção dos órgãos linfoides) o Anorexia (redução do apetite) o Congestão das conjuntivas o Secreção nasal e ocular Os sinais específicos de cada sistema podem ocorrer de forma isolada ou concomitante, podemos citar; - Sistema respiratório o Rinite o Conjuntivite o Descarga nasocular serosa e mucopurulenta o Pneumonia intersticial (pode evoluir para broncopneumonia decorrente à infecção secundária) o Tosse estridente úmida e produtiva o Crepitações, estertores, roce pleural e áreas de silêncio na ausculta - Sistema digestório o Vômitos intermitentes o Anorexia o Diarreia pastosa à liquida (pode ocorrer desinteria) o Desidratação - Sinais epiteliais o Hiperqueratose de coxins o Hiperqueratose de plano nasal o Hiperqueratose ou pústulas abdominais o Hiperqueratose do ducto nasolacrimal (ceratoconjuntivite) o Secreções mucopurulentas (infecções bacterianas secundárias) - Sinais neurológicos Estes são sequelas da desmielinização e replicação viral em neurônios e células da glia o Déficits motores e proprioceptores o Cegueira o Síndrome vestibular e cerebelar o Alterações nos nervos cranianos e comportamentais o Hiperestesia (cabeça para trás) e rigidez cervical o Paresia flácida (medula espinhal) o Convulsões parciais ou generalizadas o Tipo goma de mascar ocorre em cães em desenvolvimento o Mioclonias (ocorre em 38,4% dos casos) o Pressionar objetos contra a parede o Dificuldade no reconhecimento o Uveíte anterior o Inflamação do nervo ótico e retina Diagnóstico O diagnóstico é baseado em diversos fatores, podendo ser elencados como; ➢ História clínica ➢ Sinais clínicos ➢ Exames complementares o Hemograma o Bioquímicos o Imunológicos o Sorológicos ➢ Anamnese do paciente ➢ Patologia clínica Alguns achados nos exames complementares podem ocorrer, como; @wesleyalmeida___ o Linfopenia com leucopenia OU leucocitose o Anemia e monocitose + trombocitopenia imunomediada o Análise de LCR • Aumento de PPT • Aumento da celularidade • Titulação de anticorpos Os métodos diagnósticos sorológicos podem incluir testes como; o Isolamento viral o RT-PCR (mais sensível e específico) Tratamento Não há tratamento específico para a cinomose, as medidas são tomadas visando estabilizar o quadro do paciente para que o mesmo consiga se recuperar, medidas como; o Nutrição e hidratação do paciente • Suspender alimentação oral em caso de vômitos o Antibiótico de amplo espectro o Anticonvulsivantes • Benzodiazepínicos, fenobarbital ou carbamazepina o Corticosteroides • Prednisona (BID 0,5 mg/kg por 7 dias), indicado para reduzir edema cerebral o Complexos vitamínicos (E, C, A e complexo B) o Soro hiperimune (revacinar) o Terapêuticas antivirais (experimentais) • Ribavirina (SID, 30 mg/kg por 15 dias + DMSO) o Práticas integrativas @wesleyalmeida___
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