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• Doenças Exantemáticas são doenças nas quais as erupções cutâneas (ou “rashes”) são uma manifestação proeminente (viral ou bacteriana) ✓ Presença de exantema – pele ✓ Presença de enantema – mucosas Espécies Virais que provocam exantemas Sarampo Rubéola Enterovírus Dengue Chikungunya • A análise do tipo de lesão, dos sinais e sintomas concomitantes e a epidemiologia permite inferir o diagnóstico etiológico • Doença viral, infecciosa aguda, potencialmente grave, transmissível, extremamente contagiosa e bastante comum na infância • Apresenta um quadro mais grave quando há mal estado nutricional, imunológico, tipo de exposição, condições socioeconômicas. ✓ Vírus infecta via aérea, tecido pulmonar, linfócitos T e B. • A viremia provoca uma vasculite generalizada, responsável pelo aparecimento das diversas manifestações clínicas • Doença de notificação compulsória, com isolamento hospitalar Transmissão • Longo período de transmissão: 6 dias antes do surgimento do exantema até 4 dias após seu aparecimento • Altamente contagiosa no período prodrômico, geralmente ocorre por secreção respiratória • Período de incubação: 10-14 dias; Homem é o único hospedeiro Características Virais • Capsídeo helicoidal • RNAss negativo, linear, não segmentado, envelopado • Codifica: 6 proteínas estruturais (P, L, N, H, F e M) e 2 são não estruturais (NSP): V e C. – regulam transcrição • Proteínas do envelope: auxilia o vírus no processo de adsorção H (hemaglutinina): liga-se aos receptores F (proteína de fusão) • Outros paramixovírus: caxumba, parainfluenza e Vírus Sincicial Respiratório (RSV) Patogênese • Formação de sincícios • Células multinucleadas • Fusão de células devido à proteína F do vírus Tropismo • Hemaglutinina se liga aos receptores: CD46 - expressa em células nucleadas, superfície apical de células epiteliais. - ENTRADA CD150 (SLAM signaling lymphocyte activation molecule) - expressa em linfócitos T e B ativados, timócitos imaturos, macrófagos, células dendríticas - DISSEMINAÇÃO Nectina-4 - proteína de adesão presente em células epiteliais, principalmente em células da placenta e em células da traqueia – TRANSMISSÃO Manifestações Clínicas • Febre alta, acima de 38,5°C; • Exantema máculo papular generalizado; • Tosse inicialmente seca, coriza; • Conjuntivite (com fotofobia e não purulenta); • Manchas de Koplik (pontos brancos na mucosa oral, antecedendo o exantema): sinal patognomônico • Este exantema tem progressão cefalocaudal (região retro auricular – pescoço – face – tronco – extremidades). Resposta imune • Proteínas C, V (Não estruturais) regulam transcrição, diminuem efeitos dos IFN α e β • Infecção das células endoteliais dos pequenos vasos provoca alterações inflamatórias neste local e em torno deles. • Sinais e sintomas prodrômicos são consequência da interação dos linfócitos TCD8+ com células infectadas. "Exantema decorrente da resposta imune das células T às células epiteliais infectadas pelo vírus que revestem os capilares. • Aparecimento simultâneo do exantema e anticorpos no soro sugere que a resposta citotóxica celular mediada por Ac´s poderia também ser causa do exantema. ✓ LTCD4+: Citocinas, inflamação - febre Resposta Th1 (ativação de macrófagos- INF gama) ✓ LTCD8+: Citotoxicidade (apoptose) Mais importante: Em pacientes com disfunção de células T, não se evidencia o aparecimento do exantema. Crianças com agamaglobulinemia se recuperam enquanto aquelas que têm deficiência de linfócitos T não. ✓ Supressão imunológica contra outros antígenos - Infecções secundárias. Linfocitopenia transiente o A mancha de Koplik é um sinal patognômico do sarampo. o Elas surgem 1-2 dias antes do enxantema e desaparecem 2-3 dias depois Mancha de Koplik Exantema morbiliforme Sarampo na gravidez: • Aborto ou nascimento prematuro. • A morbidade e a mortalidade mais acentuadas durante o 3o trimestre e o período puerperal, com aumento do risco de pneumonia. Sarampo congênito • Exantema está presente no nascimento ou nos primeiros 10 dias de vida. • Doença de branda a fatal. • Mortalidade elevada em bebês prematuros e em crianças que não desenvolvem o exantema (ineficiência da resp. imune) • Na ausência de anticorpos materno, taxa de mortalidade excede 3% (maioria por pneumonia). Sem profilaxia com imunoglobulina a mortalidade pode chegar a 30% Complicações Associadas • Grave em crianças desnutridas • Infecções secundárias (pneumonia, otite média, estomatite) • Ulcerações na boca dificultam a hidratação e alimentação • Ulcerações na córnea- cegueira • Encefalomielite aguda (desmielinação por ação de anticorpos) Diagnóstico Clínico • Sarampo clássico é de fácil diagnóstico clínico. Manchas de Koplik - aparecem antes do exantema. • Definição clínica: exantema maculopapular generalizado por 3 dias ou mais; febre em torno de 38,3°C; tosse, coriza e conjuntivite. • Nem todos os sinais e sintomas estão sempre presentes- muitos são comuns a outras doenças • O diagnóstico diferencial: escarlatina, rubéola, parvovirose, infecção pelos herpesvírus humanos espécies 6 e 7, infecção meningocócica, síndrome de choque tóxico, dengue, enteroviroses (atenção aos Boletins epidemiológicos/ anamnese Diagnóstico Laboratorial • Pode ser identificado em secreções respiratórias, swabs de nasofaringe ou conjuntiva, células mononucleares do sangue periférico e urina, obtidos durante a fase febril. • Diagnóstico sorológico – IgM • Biologia molecular- Detecção RNA viral por PCR – importante para imunodeprimidos • Doença exantemática aguda, de etiologia viral, que apresenta alta taxa de transmissão e acomete principalmente crianças; • Sua importância epidemiológica está relacionada ao risco de abortos, natimortos e malformações congênitas, como cardiopatias, catarata e surdez; • Quando a infecção ocorre durante a gestação, o recém-nascido poderá apresentar a síndrome da rubéola congênita (SRC). • Doença de notificação compulsória e prevenida por vacina (tríplice viral) Epidemiologia • Após diversas campanhas e ações de vigilância epidemiológica, no ano de 2010, o Brasil cumpriu a meta de eliminação da rubéola e da SRC e, em 2015 a Organização Pan-americana da Saúde (OPAS) declarou as Américas livre da rubéola e SRC. Rubéola Aguda (Pós- Natal) • Geralmente benigna, de forma subclínica • Período de incubação: 14 dias • Caracterizado por erupção maculopapular, linfadenopatia, febre baixa, conjuntivite, faringite e artralgia Características Virais • Simetria icosaédrica - composto de uma única proteína (C) • RNA fita simples positivo (RNAss+) • Envelope originado de membranas celulares- E1 e E2 • Glicoproteína E1 - associada à capacidade hemaglutinante e de indução de anticorpos neutralizantes. • E1 é a principal estrutura envolvida com a adsorção do vírus à célula e apresenta atividade fusogênica. Transmissão • Gotículas de secreções de naso ou orofaringe, contato direto com sangue e urina (pouco comum). • Transmissão indireta por contato com objetos contaminados (fômites) - pouco frequente • Porta de entrada e sítio inicial de infecção dos vírus: mucosa do sistema respiratório superior e os tecidos linfoides da faringe • Período de incubação: aprox. 14 dias Patogênese Resposta Imune • IgM - do 10o ao 15o dia • Após 3 semanas, produção de IgG • A resposta do tipo IgA na nasofaringe é a principal barreira contra reinfecções. • Exantema cutâneo - resultado da formação de complexo antígeno/anticorpo no endotélio capilar. Complicações • Dores nas articulações- artrite e poliartralgia transitórias, podem evoluir para um estado crônico. • 50% das mulheres na faixa etáriados 20 aos 40 anos, 6% dos homens e raramente em crianças. • Normalmente ocorre diminuição transitória do número de plaquetas, mas púrpura trombocitopênica ocorre em somente 1 em cada 1.500 casos Raramente • Anemia hemolítica, arritmias cardíacas em crianças e tireoidite ou hepatite em adultos. • Já foi descrita a associação com doenças autoimunes. • Encefalomielite ou encefalite pós-infecção (taxa de 1 a cada 6.000 a 10.000 casos). Síndrome da Rubéola Congênita • Clássica tríade da SRC: catarata, patologias cardíacas e surdez neurossensorial, dentre outras anomalias descritas. • 80% das crianças apresentam: comprometimento neurológico, manifestado por alteração das fontanelas, letargia, irritabilidade, alterações no tônus muscular, retardo mental, alteração postural e surdez neurossensorial. • 10% das crianças apresentam baixo peso, perda da audição, doenças cardíacas, alterações endócrinas, retardo psicomotor, catarata ou glaucoma, retinopatia, microftalmia, púrpura trombocitopênica, hepatoesplenomegalia e crescimento atrofiado. Diagnóstico Laboratorial • Diferenciar de outras viroses exantemáticas (parvovirose e Dengue) Importante devido ao longo período de transmissão. • Isolamento viral a partir de lavado de orofaringe ou swab de nasofaringe. • Testes moleculares Não induz efeito citopático característico em cultura celular • Testes sorológicos • Mulheres que desejam engravidar- solicitação do padrão imunológico realizado por pesquisa de anticorpos da classe IgG específicos para o vírus da rubéola. • Mulheres não imunes devem ser vacinadas, aguardar de 60 a 90 dias para engravidar Prevenção, controle e Tratamento • Vacinação: Tríplice viral (aos 12 meses) e tetravalente viral -Sarampo, Caxumba, Rubéola, Varicela- aos 15 meses. • Imunização de mulheres que desejam engravidar. • Uso de gamaglobulina hiperimune reduz viremia materna – diminui os riscos para o feto Características Virais • Família Picornaviridae • 27 Gêneros – 7 espécies parasitas de humanos • Gênero Enterovirus • Vírus não envelopados • Capsídeo icosaédrico – VP1, VP2, VP3, VP4 • Genoma ssRNA + • Estáveis em pH 3 – 9 • Resistentes a desinfetantes, como álcool 70% Estáveis a temperatura de -20 a 70ºC Replicação • Utilizam diferentes receptores de superfície celular para a adsorção. Entram na célula por endocitose Patogênese • Possui 2 espécies: CV-A16 EV-A71 Síndromes Clínicas • Febre baixa que melhora em 48h, irritabilidade e anorexia • 1-2 dias após o início da febre surgem erupções cutâneas – lesões pápulo vesículares na cavidade oral - que rapidamente se rompem formando úlceras dolorosas • Exantema papulovesciular principalmente em extremidades Resposta Imunológica • Imunidade aos EV é duradoura e sorotipo-específica - mediada principalmente por anticorpos. • A infecção primária resulta em uma resposta de IgM e é seguida pela produção de IgG e IgA. • Infecções secundárias resultam em altos títulos de anticorpos. • Neutralização • IgA: importância nas mucosas- porta de entrada Vesículas na língua e ao redor da boca em paciente com doença mão-pé-boca Lesões características de síndrome mão-pé-boca • Transmissão fecal-oral • Disseminação para o SNC por nervos periféricos ou cranianos, provavelmente pela via axonal retrógrada, através dos microtúbulos. • Participação de células do sistema imunológico, como monócitos, macrófagos e células dendríticas infectados, que funcionariam como um cavalo de Tróia carreando o vírus. Manifestações Clínicas • A destruição dos neurônios motores, nos cornos anteriores da medula espinhal, resulta em paralisia flácida. – dificuldade de contrair a musculatura Poliomielite abortiva: Febre, fadiga, sonolência, cefaleia, náusea, vômito, prisão de ventre e inflamação da garganta. O paciente se recupera em poucos dias. Poliomielite não paralítica (meningite viral): Rigidez e dor nas costas e nuca. A doença dura de 2 a 10 dias, sendo a recuperação rápida e completa, com um baixo percentual evoluindo para paralisia Poliomielite paralítica: 1% das infecções por PV. Período de incubação é geralmente de 4 a 10 dias e a paralisia aparece 2 a 5 dias após os sintomas iniciais inespecíficos. Paralisia geralmente espinhal e flácida, limitada as extremidades e tronco. 10-15% são do tipo bulbar: nervos motores ou centros medulares que controlam respiração e sistema vasomotor. A patologia da poliomielite é decorrente da inflamação e da destruição da massa cinzenta do SNC, especialmente da medula espinhal Diagnóstico • Diagnóstico clínico; • Diagnóstico laboratorial: ✓ Testes sorológicos ✓ Testes moleculares ✓ Imunofluorescência em culturas celulares
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