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Análise de filme - O Primeiro Ano do Resto das Nossas Vidas

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O filme retrata a angústia vivenciada por um grupo de amigos recém-formados na faculdade, 
enfrentando questões relativas ao ingresso na vida adulta “pra valer”. Os protagonistas passam por uma 
série de conflitos que é muito real para os jovens dessa mesma idade; conflitos no seio familiar, aceitação 
pessoal, encontrar um rumo, encontrar um amor etc. 
Embora a história tenha se passado nos anos 80, essas questões ainda estão presentes nos 
adultos jovens do século XXI, chamados de millenials (mileniais). A situação socioeconômica atual não é 
das mais favoráveis para lançar-se ao mundo com segurança, mesmo possuindo educação superior, os 
níveis de desemprego e a inflação do mercado são desesperançosos. Esse fator influencia para o número 
crescente de pessoas acima dos 25 anos que ainda moram com os pais, e adiam a 
paternidade/maternidade própria. 
Surge então uma visão estereotipada sobre os adultos jovens como preguiçosos, egoístas, que se 
recusam a crescer e tomar responsabilidade, mas a preocupação econômica os força a seguir esse 
caminho, seja até se graduar ou encontrar um emprego estável. Tal fator também adia a constituição de 
uma família própria, assim como o fato de grande parte dos jovens serem filhos de pais separados, 
tornando-os relutantes em seguir o mesmo caminho. 
A trama da personagem Jules retrata como as relações parentais são um ponto crucial no 
desenvolvimento da idade adulta; filha rejeitada de um homem bem-sucedido, se vê a única responsável 
pelos cuidados da madrasta em coma e recorre ao uso de drogas para suportar a realidade. Embora não 
sejam mais crianças, os adultos emergentes ainda necessitam de aceitação, empatia e apoio dos pais, e 
o apego a eles continua sendo um ingrediente fundamental do bem-estar (PAPALIA, FELDMAN, 2013). 
O desenvolvimento do ego é uma etapa crucial para o desenvolvimento de recursos de 
enfrentamento; é necessário entender a si próprio e ao seu mundo, integrar e sintetizar o que percebe e 
conhece, e de encarregar-se do planejamento do próprio curso de vida. Nesse sentido, as influências 
familiares são significativas, pois pais que inibem a autonomia, desvalorizam e são hostis em suas 
conversas com os filhos, contribuem para que o ego fique “preso” em um nível imaturo. 
Em conclusão, vê-se que os caminhos individuais para a vida adulta são influenciados por fatores 
como gênero, vida acadêmica, raça e etnia, expectativas do final da adolescência e classe social. O filme 
demonstra a transição de forma nua, crua e altamente relacionável com o quê vivenciamos atualmente, 
chegando à reta final de nossa graduação. 
 
 
• Referência: 
 
PAPALIA, D. E.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento humano. 12. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2013. 
 
 
Psicologia do Desenvolvimento – Idade Adulta e 
Envelhecimento 
 
Análise do filme ‘O Primeiro Ano do Resto de 
Nossas Vidas’ 
 
Laura Pereira da Encarnação

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