Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aplicações da Abordagem Centrada na Pessoa Laura P. da Encarnação Condições do processo terapêutico: 1. Que duas pessoas estejam em contato; 2. Que a primeira pessoa (cliente) se encontre num estado de desacordo interno (incongruência), de vulnerabilidade ou de angústia; 3. Que a segunda pessoa (psicoterapeuta) se encontre num estado de acordo interno (congruência) pelo menos no decorrer da entrevista e no que se relaciona ao objeto de sua relação com o cliente; 4. Que o psicoterapeuta experimente sentimentos de aceitação positiva incondicional a respeito do indivíduo; 5. Que o psicoterapeuta experimente uma compreensão empática do ponto de referência interno do cliente; 6. Que o cliente perceba – mesmo que numa proporção mínima – a presença de 3, 4 e 5 Ou: 7. Que o psicoterapeuta consiga, efetivamente, comunicar – ainda que numa proporção mínima – ao cliente a consideração empática e a aceitação positiva incondicional que experimenta em relação a ele. O processo da psicoterapia: 1. O cliente se sente cada vez mais capaz de exprimir seus desejos de maneira verbal ou não verbal; 2. Os sentimentos que exprime se relacionam cada vez mais ao “eu” – por oposição ao “não-eu” (isto é, seu ambiente); 3. Torna-se cada vez mais capaz de distinguir os objetos de seus sentimentos e de suas percepções. Sua percepção torna-se menos rígida e menos global, ou seja, a simbolização de suas experiências torna-se diferenciada; 4. Os sentimentos que exprime se relacionam cada vez mais com o estado de desacordo (incongruência) existente entre certos elementos que experiencia e sua NE; Centrada no cliente • Psicoterapia individual, grupal, familiar, infantil e supervisão; Centrada na pessoa • Grupos de encontro, hospitais, plantão psicológico, programas sociais, políticas públicas e organizações. 5. Chega a sentir conscientemente a ameaça que este estado de desacordo interno comporta; 6. O cliente chega a experimentar plenamente certos sentimentos que até então havia deformado ou negado; 7. A imagem do “eu” muda de maneira a permitir a integração dos elementos de experiência que haviam sido deformados ou negados; 8. À medida que a reorganização da estrutura do “eu” prossegue, o acordo entre essa estrutura e a experiência total aumenta. O “eu” torna-se capaz de assimilar certos elementos da experiência que eram ameaçadores demais para serem admitidos à consciência; 9. À medida que o número de experiências ameaçadoras diminui, o número das deformações e intercepções de experiências também diminui e, igualmente, o comportamento se torna menos defensivo; 10. Experimenta, cada vez mais, uma atitude de consideração positiva incondicional com relação a si mesmo; 11. Ele se dá conta de que é ele mesmo o centro de avaliação de sua experiência; 12. A avaliação de sua experiência torna-se cada vez menos condicional e efetua-se cada vez mais sobre a base de dados “organísmicos”, isto é, de experiências vividas. Efeitos da psicoterapia sobre a personalidade e o comportamento: 1. O cliente evolui para um estado de acordo interno (congruência) mais completo e mais aberto à sua experiência (liberdade experiencial) e é menos defensivo (isto é, menos deformador de suas experiências vividas); 2. Suas percepções são mais realistas, mais diferenciadas e mais objetivas - mais realizáveis; 3. Torna-se cada vez mais capaz de resolver seus problemas; 4. Seu funcionamento psíquico melhora e se desenvolve no sentido ótimo, ocorre um crescimento do acordo entre o “eu” e a experiência 5. A vulnerabilidade à ameaça diminui; 6. O acordo entre o “eu” e o “eu-ideal” aumenta; 7. Produz-se uma diminuição geral do nível da tensão; tanto psicológica quanto fisiológica; e da tensão particular, difusa, denominada angústia; 8. A consideração positiva a respeito de si aumenta; 9. O indivíduo se percebe, cada vez mais, como o centro de avaliação. O indivíduo sente uma confiança crescente com relação a si mesmo e se sente mais capaz de se encarregar da direção de sua vida, seus valores se baseiam sobre um processo de avaliação “organísmica”. 10. Como experimenta, cada vez menos, a necessidade de deformar suas experiências, particularmente suas experiências relativas a outras pessoas, experimenta para com elas uma tolerância e uma aceitação crescentes; 11. Seu comportamento se modifica sob vários aspectos: a) Como o número e a variedade das experiências compatíveis com a imagem do “eu” aumenta, os comportamentos aceitos pelo “eu” igualmente aumentam; b) Da mesma forma, os comportamentos que, anteriormente, eram incompatíveis com a imagem do “eu” e que, por isso, não eram admitidos, diminuem em número; c) O indivíduo se percebe como mais apto a controlar e dirigir seu comportamento. 12. A avaliação do comportamento do indivíduo por terceiros é mais favorável. É considerado mais maduro e mais social; 13. Torna-se um ser que exprime mais plenamente seus próprios fins e valores.
Compartilhar