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Catabolism� d� Aminoácid� ➔ Características gerais: • A degradação oxidativa dos aminoácidos contribui significativamente para a produção de energia. Isso acontece porque: • A grande maioria dos seres vivos, incluindo os seres humanos, é incapaz de armazenar aminoácidos ou proteínas; • A fração de energia derivada de aminoácidos depende do tipo de organismo e das condições metabólicas. (Por exemplo: vai depender da disponibilidade dos nossos estoques dos outros nutrientes energéticos, como os carboidratos e os lipídios. Ou também irá depender se estamos em um jejum severo ou se temos alguma condição clínica que demanda uma quantidade de energia que não conseguimos obter exclusivamente por carboidratos e lipídios. ➔ No nosso corpo, os aminoácidos podem sofrer degradação em 3 condições: ● RENOVAÇÃO DE PROTEÍNAS: As proteínas estão em contínuo processo de renovação. Estima-se que, em um ser humano adulto com dieta adequada, haja uma renovação de cerca de 400 g de proteína por dia. ● DIETA RICA EM PROTEÍNAS: Quando uma dieta é rica em proteínas e os aminoácidos excedem as necessidades do organismo para a síntese proteica, o excesso é catabolizado. Aminoácidos não podem ser armazenados. (No entanto, se a quantidade de aminoácidos excede o que precisamos, ele vão ser oxidado) ● JEJUM SEVERO, DIABETES: Em situações em que faltam nutrientes e substratos energéticos, forçando nosso corpo a utilizar as proteínas para fornecer aminoácidos que serão oxidados e que também serão usados na NG. (No jejum severo temos a baixa ingestão calórica, porque o indivíduo está sem se alimentar, faltará nutrientes energéticos como carboidratos e lipídios, nesse caso, então somos “obrigados” a utilizar as proteínas para liberar aminoácidos, para que sejam oxidados e assim tenha a produção de energia) - (Na diabetes, o paciente diabético não consegue internalizar a glicose, ou seja, a glicose não consegue entrar na célula. Seja porque ele produz insulina numa quantidade baixa ou não produz insulina, que é o caso do diabetes tipo 1, ou seja porque ele desenvolveu uma resistência à insulina que é o caso da diabetes tipo 2. Nos dois casos, a glicose não vai conseguir entrar na célula e a glicose é a principal molécula de combustível energético, especialmente para os tecidos, como para células como as hemácias e as células do nosso cérebro. Então, nesses casos a glicose não consegue entrar na célula, também poderá ter a oxidação dos aminoácidos para a produção de energia). ➔ Renovação de proteínas: *Meia-vida de uma proteína é o tempo após o qual metade das moléculas é degradada. Proteínas defectivas e enzimas reguladoras têm, em geral, meia-vida muito curta. *Portanto, quando essas proteínas já cumpriram o seu papel, elas serão degradadas para serem substituídas por novas proteínas. Quando são degradadas elas liberam os seus aminoácidos constituintes e daí, as células irão pegar esses aminoácidos para produzir novas proteínas, peptídeos ou para produzir qualquer outro composto que depende de um aminoácido. No entanto, ainda há aminoácidos que sobram após a síntese e esses que sobram, por não termos tecidos de reserva de aminoácidos, então todos eles precisarão ser degradados nas 3 condições acima. ➔ Como as proteínas são degradadas? Degradação intracelular de proteínas: endógenas/intracelulares • Lisossomos: degradação de proteínas extracelulares que foram internalizadas por endocitose. • Proteossomos: ocorre no citosol e é responsável pela degradação de proteínas intracelulares. Depende da marcação com ubiquitina. (principal forma utilizada) - (é bastante importante para degradar proteínas defeituosas, então quando as proteínas estão sendo sintetizadas elas vão passar pelo processo de enovelamento, adquirindo sua formação nativa. Essas proteínas pode ser que ocorra algum tipo de erro no enovelamento, e aí essas proteínas com a forma incorreta, se elas forem mantidas nas células, elas poderão comprometer o ciclo celular, poderão se acumular. Por exemplo, existem doenças como a doença de Alzheimer que são provocadas pelo acúmulo de proteínas incorretamente dobradas dentro das células. Logo, as proteína que estão defeituosas precisam ser degradadas (existe na célula outra proteína chamada de proteína chaperona que monitora os dobramentos protéicos e também são capazes de identificar se uma proteína foi dobrada de maneira incorreta e se caso isso acontecer, ela será marcada por outra molécula que é chamada de Ubiquitina. A ubiquitina será um sinal que indica para o proteossomos que aquela proteína está com algum erro e precisa ser degradada. • Degradação das proteínas da dieta: A degradação das proteínas ingeridas até seus aminoácidos constituintes ocorre no trato gastrointestinal. - A degradação e a digestão proteica envolve basicamente o estômago e o intestino. Quando o alimento chega no estômago contendo proteínas, teremos a secreção de hormônios de uma molécula sinalizadora chamada de gastrina, a gastrina é secretada pelas próprias células da mucosa gástrica. A gastrina terá duas ações, ela vai atuar sobre as células principais do estômago e sobre as células parietais. As células principais vão secretar o pepsinogênio que é a proteína que vai degradar as proteínas da dieta só que na sua forma inativa. E as células parietais secretam o ácido clorídrico (que é o principal causador da acidez do estômago, causado pelas células parietais). O pepsinogênio quando em contato com o suco gástrico que é extremamente ácido, o pepsinogênio é ativado e se transforma na sua forma ativa que é a pepsina; a pepsina então irá começar a degradação das proteínas da dieta. Então esse Ph baixo do estômago provocado pelo suco gástrico/pelo HCl, é importante para ativar o pepsinogênio e fazer com que ele adquira sua forma ativa, mas também é importante por outros 2 motivos, essa acidez no estômago também tem uma ação anti-séptica então o alimento que nós estamos ingerindo está vindo de fora e pode estar contaminado com bactérias, toxinas de bactérias e outras substâncias nocivas ao nosso corpo. Então: - A acidez do suco gástrico é um agente antisséptico e desnaturante. (pode assim levar a desnaturação de proteínas tóxicas, por exemplo, que é produzida por microorganismos ou a morte de microorganismos nocivos); - Além disso tem a ação Desnaturante que é importante para a digestão, ou seja, a pepsina irá quebrar as ligações peptídicas entre os aminoácidos por ela ser bastante enoveladas entre os aminoácidos, para isso é importante que a proteína esteja com essas ligações peptídicas expostas, então quando a proteína entra em contato com a acidez do estômago, ao ser desnaturada, essa acidez expõe as ligações peptídicas, facilitando o processo de digestão, então quanto mais tempo o alimento vai passar no estômago, melhor vai ser para a digestão porque teremos uma maior degradação dessas ligações peptídicas. - Depois do estômago esse alimento irá para o intestino, em que no intestino o ph já é em torno de 7, um pouquinho maior e geralmente ele é alcalino. No intestino, a chegada do alimento vai estimular as células do intestino que também tem ações endócrinas a secretar duas moléculas, que são a Secretina e a Colecistocinina, ambas terão ação no pâncreas, a secretina vai estimular o pâncreas a secretar bicarbonato e isso acontece com o bicarbonato, porque pelo alimento vim do estômago ácido o bicarbonato irá fazer o ph subir/aumentar para que as enzimas possam atuar. A colecistocinina também vai estimular o pâncrea a secretar suco pancreático que contém nas enzimas digestivas, em que terá diferentes enzimas, incluindo aquelas que irão digerir e continuar o processo de digestão proteica que foi iniciado no estômago. A colecistocinina também atua sobre a vesícula biliar, porque ela também é liberada em resposta a presença de lipídios no alimento, então lá na vesícula biliar, a colecistocinina vai estimular a secreção da bile. - Então teremos a continuidade da digestão das proteínas no intestino. - Tanto o pepsinogênio que atua no estômago, quandoas enzimas que são secretadas pelo pâncreas, são enzimas secretadas na sua forma inativa, ou seja, na forma de zimogênios. Isso é importante porque para evitar que as enzimas acabem degradando o próprio órgão onde elas são produzidas. No estômago isso na verdade isso não vai acontecer, porque ele tem uma mucosa gástrica que protege ele tanto da ação do suco gástrico como da ação enzimática. Já o pâncreas, as enzimas do pâncreas ficam armazenadas no pâncreas na sua forma de zimogênio. Mas elas não vão atuar no pâncreas, as enzimas do pâncreas vão ser secretadas e irão atuar lá no intestino, então elas devem ser ativadas apenas no intestino e não no pâncreas. Quando elas são ativas já no pâncreas isso poderá trazer sérias complicações, como: a pancreatite aguda. ★ A pancreatite aguda é uma doença causada por obstrução da via normal pela qual as secreções pancreáticas chegam ao intestino. Os zimogênios das enzimas proteolíticas são prematuramente convertidos em suas formas cataliticamente ativas dentro das células pancreáticas e atacam o próprio tecido. Isso causa dores intensas e lesão ao órgão, o que pode ser fatal. ➔ Absorção dos Aminoácidos: - Depois que as proteínas são digeridas e completam a sua digestão. Lá no intestino podemos ter os aminoácidos livres, 40% dos produtos formados vão ser de aminoácidos livres, mas a maioria vai ser de Dipeptídeos e Tripeptídeos, que são quando temos dois peptídeos ligados aos tripeptídeos. Aquela digestão que já liberou aminoácidos totalmente livres, esses aminoácidos são absorvidos pelas células intestinais que é o enterócito e da célula intestinal ele já vai para a corrente sanguínea. No caso dos Dipeptídeos e dos Tripeptídeos eles são absolvidos também pelas células intestinais nessa forma, mas para sair das células intestinais e ir para o sangue, eles sofrem ação de Dipeptidase e Tripeptidase que são enzimas intestinais que vão converter eles em aminoácidos livre e nessa forma podem ser liberados na corrente sanguínea e serem distribuídos para os tecidos do corpo. E aí os tecidos vão pegar esses aminoácidos e vão utilizar esses aminoácidos para a síntese das suas próprias proteínas ou de outros compostos. O excesso desses compostos não poderá ser armazenado e serão degradados. ➔ Como os aminoácidos serão degradados? - Todo aminoácido é formado por esse carbono alfa, que vai estar a um átomo de hidrogênio, um grupamento amina e o grupamento ácido, o quarto grupo de ligação do carbono é com o grupo chamado de cadeia lateral ou radical, que é o que vai diferenciar um aminoácido do outro. Esses aminoácidos que estão sendo degradados serão provenientes das proteínas da nossa dieta ou da degradação das proteínas endógenas pelos processos de renovação. - A degradação dos aminoácidos consiste basicamente em separar o grupamento amina dos aminoácidos do restante da cadeia carbônica, esse restante da cadeia será nomeado de alfa-cetoácido ou simplesmente esqueleto carbônico. O alfa-cetoácido na situação do grupamento amina, terá um destino diferente. - O grupamento amina vai ser a fonte de nitrogênio para a síntese dos compostos nitrogenados do nosso corpo que podem ser outros aminoácidos ou podem ser outros compostos que contêm nitrogênio. E se ainda assim houver sobra desse grupamento, esse grupamento precisa ser canalizado para uma via que elimine ele do nosso corpo, porque o grupamento amina na sua forma livre ele fica na forma de amônia ou íons amônia e a amônia é extremamente tóxica. Dessa forma, não iremos utilizar e será encaminhado para o fígado e o fígado vai se transformar ele em ureia, através do ciclo da ureia. Quanto maior for a digestão de proteínas da dieta maior vai ser a nossa excreção de ureia, porque consequentemente, estaremos tendo uma hidratação de aminoácidos maior. - Já o Alfa-cetoácido vai ter outro destino em que ele será a parte do aminoácido que estaremos aproveitando do ponto de vista energético. Para o ciclo de krebs, em que para alguns aminoácidos esse esqueleto carbônico vai formar intermediários do ciclo de krebs. Como também, teremos outros aminoácidos que esses esqueletos carbônicos vão ser utilizados pelo fígado ou pelos rins para a síntese de glicose através da neoglicogênese. ➔ Etapas da degradação dos aminoácidos: - Transaminação: Teremos a transferência do grupamento amina de 1 aminoácido para outro composto. Na maioria dos aminoácidos, o outro composto é o alfa-cetoglutarato. Quando ele recebe o grupamento amina dos outros aminoácidos ele vai formar o glutamato, o glutamato funciona como um reservatório temporário desses grupamentos amina e vai ter o papel de levar esses grupamentos amina para síntese da ureia. Essas reações de transaminação acontecem no citosol e são catalisadas por enzimas chamadas de aminotransferases ou transaminases, essas enzimas apresentam como coenzima o Piridoxal-fosfato, que é uma molécula produzida a partir da vitamina B6 também conhecida como piridoxina. Essa transaminação seria a primeira etapa do processo de produção dos aminoácidos e ela estará acontecendo em qualquer tecido do corpo que metabolize aminoácido. Mas o grupamento amina para ser transformado em ureia isso só irá acontecer no fígado. Portanto, naqueles tecidos extra-hepáticos, ou seja, o tecido que não é fígado mas que está metabolizando o aminoácido ele vai ter a ocorrência das reações de transaminação , vai formar glutamato que vai estar carregando agrupamento amina. Mas já que o grupamento amina não vai ser transformado em uréia nesse tecido, então nesses tecidos teremos uma etapa extra, em que esse grupamento amina vai ter que ser transferido do tecido até o fígado para que ele assim possa ser transformado em uréia e retirado do corpo. - A ureia é uma molécula pequena que contém dois átomos de nitrogênio, um átomo de nitrogênio vai vir do glutamato. Mas o outro átomo de nitrogênio vai vir do aspartato, então o grupamento amina do glutamato + o grupamento amina do aspartato, serão os precursores da ureia. - E o processo de formação da ureia, vai estar acontecendo na mitocôndria e no citosol, então envolve dois compartimentos celulares. 1. Transaminação: - A maioria dos aminoácidos, 11 aminoácidos, vão sofrer ação de aminotransferases específicas, que vão pegar esses grupamentos amina de cada um desses aminoácidos e transferir para o alfa-cetoglutarato, quando recebe o grupamento amina se transformará em L-glutamato e o papel desse glutamato vai ser levar esse grupamento amina para a síntese da ureia. O que vai restar do aminoácido é o alfa-cetoácido, ou seja, o esqueleto carbônico, em que ele irá para a neoglicogênese ou para o ciclo de krebs. - Essas reações de Transaminação são reações reversíveis, ou seja, se eu pegar o alfa-cetoácido mais o grupamento amina que foi liberado no glutamato, pode formar os aminoácidos novamente. ➔ Qual o destino do glutamato? O glutamato é um produto comum às reações de transaminação e funciona como um reservatório temporário de grupos amino. Nesse caso, seu papel é encaminhar esses grupos para a síntese da ureia. Isso pode ser feito por dois caminhos: ● Desaminação do Glutamato: - Na desaminação, o glutamato formado nas reações anteriores vai para a mitocôndria e lá ele vai sofrer a ação de uma enzima chamada de Glutamato desidrogenase que irá desidrogenar o glutamato. Quem irá receber esses hidrogênios é o NAD ou o NADP, então, essa enzima especificamente tem essa propriedade de trabalhar tanto com o NAD quanto com NADP. Além disso, o glutamato desidrogenase estar removendo hidrogênios ele também está removendo a amônio, o grupamento amina e portanto, isso será uma desaminação, e ele não estará sendo transmitido para ninguém. E aí o glutamato que acaba perdendo a amina, volta a ser o alfa-CETOGLUTARATO. Essa reação é reversível, ou seja, podemos formar o glutamato de volta, se reagir o alfa-CETOGLUTARATO com a amônia. ● Transaminação: - O outro caminho é a transaminação, que vai acontecer no citosol. Nessa reação o glutamato vai ser transaminado com o Oxalacetato, essareação vai ser catalisada por uma enzima chamada de Aspartato Aminotransferase (Quem já fez exame de sangue para avaliar a função hepática, uma das enzimas que é usada é exatamente a TGO, que é a Aspartato Aminotransferase e ela é a mais ativa é aminotransferase mais ativa na maioria dos tecidos de mamíferos, evidenciando a importância dessa reação). A TGO vai pegar o grupamento amina do glutamato vai removê-lo e vai transferi-lo para o oxalacetato. O glutamato, quando perde o grupamento amina, volta a ser Alfa-cetoglutarato, e o oxalacetato que recebeu o grupamento amina se transforma em um Aspartato. O aspartato agora é quem está sendo reservatório do grupamento amina. - Então o aspartato + o grupamento amina que foi liberado do glutamato pelas reações de desaminação, serão os precursores da Ureia. ➔ Resumindo: - A ação conjunta das transaminases (T) e da glutamato desidrogenase (GD), permite canalizar o nitrogênio da maioria dos aminoácidos para aspartato e NH4+. - Então o Glutamato formado pode sofrer a ação do Glutamato desidrogenase numa reação que acontece na mitocôndria em que ele perde o grupamento amina, sendo liberado na forma de amônia. Ou ele pode sofrer também ação de uma transaminase que é a TGO, que vai transformar o glutamato em aspartato, vai pegar o grupamento amina do glutamato e vai transferir para o oxalacetato e daí o oxalacetato se converte em aspartato. E o grupamento na forma de amônia+aspartato serão os precursores da ureia. (Esse é o caminho que acontece para a maioria dos aminoácidos, ou seja, para os 11 aminoácidos que foram mostrados). ➔ Alguns aminoácidos são desaminados por reações especiais: • Os grupos aminos de 11 aminoácidos são coletados, por meio de transaminases (T), com o glutamato; • O glutamato sofre ação da glutamato desidrogenase (GD) ou de T. • Nove aminoácidos originam glutamato, NH4+ e aspartato por vías especiais. - Os demais aminoácidos restantes, vão formar ou amônia ou Aspartato, mas por outros caminhos diferentes. Daí a reação vai depender de qual é o tipo de aminoácido. Logo, independente do tipo de aminoácido e das reações envolvidas eles estarão se formando em aspartato ou amônia que serão os precursores da ureia e serão assim, excretados para fora do corpo. 2. A síntese da Ureia: - O ciclo da Ureia só ocorre no fígado. - A síntese da ureia ocorre somente nos hepatócitos e envolve dois compartimentos celulares. A mitocôndria e a maior parte do ciclo que estará acontecendo no citosol. - A ureia é uma molécula bem pequena, que é formada por um átomo de carbono ligado a dois átomos de nitrogênio e um átomo de oxigênio. Os nitrogênios presentes vêm de fontes diferentes, o vermelho vem da amônia que foi liberado do glutamato através da reação de desaminação e já o nitrogênio azul é o que se encontra no aspartato que foi colocado nessa molécula através das reações de transaminação. - A primeira reação do ciclo da ureia vai acontecer na mitocôndria e consiste na condensação da amônia mais uma molécula de gás carbônico, formando o composto carbamoil-fosfato, nesta reação há o consumo de 2 moléculas de ATP. - Na reação seguinte, o carbamoil-fosfato ele vai se condensar com o composto ornitina, então a ornitina está vindo lá do citosol, entra na mitocôndria e se condensa com o carbamoil-fosfato e forma a Citrulina. A citrulina sai da mitocôndria e vai para o citoplasma. No citoplasma, a Citrulina vai se condensar com o aspartato, formando esse composto maior chamado de ArgininoSuccinato e nessa reação também há o gasto de uma molécula de ATP, que equivale a duas moléculas de ATP, porque o ATP forma o AMP, quebrando duas ligações e sendo equivalente a essas 2 moléculas de ATP. (Até agora foram gastas 4 moléculas de ATP).] - No ArgininoSuccinato está o nitrogênio que veio da amônia e o nitrogênio que veio do aspartato. Portanto, as reações seguintes serão para tentar remover esses 2 nitrogênios e mais 1 carbono na forma de ureia. - Logo, na próxima reação teremos a quebra do ArgininoSuccinato, formando a arginina e o fumarato. O fumarato é o intermediário do ciclo de krebs (ponto de interseção entre o ciclo de krebs e o ciclo da ureia). A arginina ela já tem quase uma molécula de ureia formada, com o carbono ligado a dois nitrogênios, faltando apenas o oxigênio. Dessa forma, quem irá fornecer esse oxigênio para a arginina será a água. - Na reação seguinte, então, terá uma hidrólise, adicionando uma molécula de água para quebrar essa ligação, quando há essa quebra, ocorre então a LIBERAÇÃO DA UREIA. E a arginina sem o composto que está destacado com os 2 nitrogênios voltará a ser Arginina e começará o processo inteiro novamente, por isso, CICLO DE UREIA. ● Balanço energético do ciclo da Ureia: A síntese da ureia consome o equivalente a 4 ATPs. Todavia, o fumarato formado na via converte-se em malato e este em oxalacetato. Nesse processo é formada uma molécula de NADH, que produz 3 ATPs na FO. Logo, o gasto real é de 1 ATP. - Como o fumarato pode tanto entrar na mitocôndria, como pode permanecer no citosol e sofrer as mesmas reações que ele sofre dentro da mitocôndria. Em que ele vai sofrer uma ação enzimática que ele é convertido em malato, e depois o malato é convertido em oxaloacetato. O oxalacetato forma o NADH, em que o NADH é transportado para a mitocôndria e vai transferir elétrons na cadeia respiratória. Assim, 1 molécula de NADH é = 3 moléculas de ATP, logo, só há o gasto de 1 molécula de ATP no ciclo da ureia, por ter sido devolvido 3 graças a formação desse fumarato, sendo mais energeticamente viável para a célula. 3. Transporte de Amônia para o fígado: • Devido a sua toxicidade e por sua conversão em ureia ocorrer apenas no fígado, o NH 4 + formado em outros tecidos deve ser incorporado em compostos não tóxicos e que atravessem membranas com facilidade. As principais formas de transporte são a glutamina e a alanina. • Nos músculos, a principal forma de transporte é por meio da alanina. (porque isso trás uma vantagem para o músculo. Lá no músculo, a amônia que vem dos aminoácidos é utilizada para a formação do glutamato, que é a reação de transaminação. Logo, no músculo o glutamato vai sofrer a ação da enzima alanina-aminotransferase que vai pegar o grupamento amina que está no glutamato e vai transferir para o piruvato e assim teremos uma transaminação com o piruvato. Daí o glutamato volta a ser alfa-cetoglutarato e vai poder pegar mais grupamentos aminas e o piruvato que recebeu o grupamento amina se transforma em alanina. E aí, a alanina corresponde a um piruvato+amônia e essa alanina vai para o sangue e através do sangue chegará no fígado transportando a amônia, “disfarçadamente”. Então quando a alanina chega no fígado, a mesma enzima alanina-aminotransferase só que hepática, vai fazer a reação inversa, pegando o grupamento amina da alanina e vai transferir para o alfa-cetoglutarato, voltando a ser glutamato e seguindo assim as vias que já foram vistas, indo para a mitocôndria… E a alanina que perdeu o grupamento amina, volta a ser piruvato, resolvendo assim o problema dos músculos). - Essa via ainda trouxe outras vantagens para o músculo, porque esse piruvato no fígado ele pode ser usado para síntese de glicose pela neoglicogênese, dependendo das nossas situações/necessidades metabólicas. - Esse ciclo é nomeado de Ciclo Glicose-alanina, e é importante por fornecer duas vantagens para os músculos, que é o livramento da amônia pela alanina e a segunda é que com esse transporte forma-se o piruvato no fígado, podendo formar a glicose que o próprio músculo pode utilizar. ➔ Por que a Amônia é tóxica? - Primeiramente, o transporte da amônia poderia acabar interferindo no PH plasmático. E além disso, não seria viável para nós excretar amônia na forma de amônia, porque todos os seres vivos excretam nitrogênio para o meio, mas o modo de excreção depende do habitat onde eles vivem. Pois, o tipo de excretas nitrogenado também vai influenciar na quantidade de água que nós precisamos para excretar esse composto. Por exemplo, a amôniaé uma excreção que necessita de uma grande quantidade de água, logo, não é viável excretar amônia para animais que vivem em ambientes terrestres (quem excreta amônia é os peixes, por ser mais viável para eles). No nosso caso, a principal forma de excreção de nitrogênio é na forma de ureia, porque essa é mais viável no ponto de vista híbrido, e também excretamos ácido úrico mas em quantidades bem menores. - Existem algumas teorias que tentam explicar a toxicidade da amônia, essas teorias se baseiam exatamente na reação da glutamato desidrogenase. Em que a glutamato desidrogenase catalisa exatamente a reação de transformação de glutamato em alfa-cetoglutarato+amônia, que é uma reação reversível que dependerá da concentração. Imaginemos que não secretamos amônia, então toda vez que o aminoácido está sendo metabolizado, vamos aumentar a quantidade de amônia - o aumento da quantidade de amônia vai favorecer a ocorrência da reação no sentido inverso, que é a reação da amônia com o alfa-cetoglutarato formando o glutamato e isso terá algumas consequências. ★ 1° Consequência: É a interferência no ciclo de krebs, por que o alfa-cetoglutarato é um intermediário do CK, pois se temos muita amônia precisaremos de muitos alfa-cetoglutarato para estar reagindo com essas amônias. Logo, teremos uma redução de alfa-cetoglutarato porque ele vai estar sendo desviado para se condensar com esse excesso de amônia e isso vai prejudicar o CK, que é a via central do metabolismo aeróbico. ★ 2° Consequência: O esse de glutamato pode formar 2 compostos: Em Glutamina, pela glutamina sintase que é uma célula muito abundante no cérebro e que com seu acúmulo pode provocar edemas cerebrais, porque isso aumenta a concentração intracelular, aumentando o potencial osmótico da célula e ela irá atrair bastante água e irá inchar a célula e o tecido, consequentemente, vai entrar em colapso. Além disso, o excesso de glutamato pode provocar o aumento da síntese de um neurotransmissor chamado de GABA que é um depressor do sistema nervoso central, então se formamos muito GABA teremos um estímulo depressor elevado sobre o sistema nervoso central e isso pode levar ao coma ou pode levar a morte. ➔ Destino da cadeia carbônica: - A maioria dos aminoácidos irão formar intermediários do CK, diretamente ou indiretamente. Ou seja, o destino do esqueleto carbônico dos aminoácidos, ou vai ser o ciclo de krebs e eles podem formar diretamente intermediários do ciclo ou podem formar compostos que vão originar intermediários do ciclo, ou podem formar compostos que vão ser utilizados para síntese de glicose. ➔ Doenças hereditárias do metabolismo de aminoácidos: - É uma doença caracterizada pelo acúmulo do aminoácido fenilalanina. Esse aminoácido que a gente não produz, adquirimos ela através da nossa alimentação. Essa fenilalanina sofre a ação da enzima fenilalanina hidroxilase, onde ela é convertida em tirosina e a tirosina é um aminoácido que a gente produz. Nos pacientes com fenilcetonúria existe uma deficiência na enzima fenilalanina hidroxilase, então não conseguimos ter a degradação da fenilalanina em tirosina, ocorrendo assim um acúmulo de fenilalanina e esse acúmulo induz a fenilalanina a seguir outra via. Uma via que não tem importância no indivíduo que não é fenilcetonúrico. Nessa outra via, a fenilalanina em excesso vai sofrer ação da fenilalanina transaminase, em que essa enzima transforma a fenilalanina no fenilpiruvato, que é muito parecido com o piruvato (como se fosse a porta de entrada dos carboidratos no ciclo de krebs). A única diferença será o anel aromático, a molécula que faz o transporte do piruvato para a mitocôndria não consegue diferenciar os dois. Logo o fenilpiruvato vai competir com o piruvato para entrar na mitocôndria, e quando se tem a sua concentração ela acaba ganhando do piruvato e entrando na mitocôndria. Como ele não consegue se transformar no acetil-coA, irá bloquear a entrada dos carboidratos no CK e o tecido nervoso como é extremamente dependente do carboidrato, da glicose para produção de energia, logo: Conseqüências da fenilcetonúria: - Retardo Mental; (terá o comprometimento do sistema nervoso devido a depleção energética em virtude do comprometimento do ciclo de krebs) - Deficiência da pigmentação da pele e dos cabelos; - Teste do pezinho, se for detectado, a criança terá que ter uma dieta totalmente diferenciada para evitar o contato com a fenilalanina e assim evitar o surgimento das manifestações clínicas. ● Albinismo: - A tirosina forma a melanina, que é o pigmento que dá cor à pele, cabeça, olhos… (nos indivíduos fenilcetonúricos irá ser produzido uma quantidade de melanina menor, pois se o indivíduo não consegue obter a tirosina através da fenilalanina ele poderá adquirir através da dieta e por isso o fenilcetonúrico não será obrigatoriamente albino). - No indivíduo albino, temos a incapacidade da produção de melanina, porque no indivíduo albino a deficiência está na enzima tirosinase. Em que a tirosina vai sofrer várias reações enzimáticas até formar a DOPA, que irá sofrer várias alterações até formar a melanina. A enzima tirosinase que é a primeira enzima que vai estar atuando nessa via, nos indivíduos albinos as vias da tirosinase estarão deficientes e não conseguem transformar a tirosina em DOPA, consequentemente, bloqueando a síntese de melanina - tornando-se albino.
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