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Independência da América Espanhola A Espanha exercia um rígido controle sobre suas colônias, assim, o exclusivo metropolitano era muito presente nas terras dominadas na América, principalmente no controle de evasão de metais preciosos aqui explorados. Dessa forma, a metrópole dividiu suas poses na América em quatro Vice-reinos, que teriam um representante responsável por administrar as regiões mais ricas e com maior foco no comércio. São eles: • Vice-reino da Nova Espanha (México e parte dos EUA) • Vice-reino de Nova Granada (Colômbia e Equador) • Vice-reino do Peru (Peru e Bolívia) • Vice-reino do Rio da Prata (Paraguai, Argentina e Uruguai) Além dos Vice-reinos, existia as regiões administrativas, conhecidas como capitanias-gerais, para administrar regiões de importância estratégica e militar para o domínio espanhol. As capitanias foram: • Capitania-geral de Cuba (1764) • Capitania-geral do Chile (1541) • Capitania-geral da Guatemala (1560) • Capitania-geral da Venezuela (1777) A divisão permitia que a metrópole enviasse súditos do rei para comandar as defesas coloniais e administrar a exploração e saída de riquezas da América. A Casa de Contratação das índias foi uma importante empresa colonial, responsável por administrar posses americanas, decisões sobre a colônia e cobrança de impostos. Apesar de contar com filiais na América, sua sede ficava na cidade de Sevilha, e, posteriormente Cádiz. Dessa forma, todos os mercadores e riquezas que circulassem entre o Velho e Novo mundo deveriam prestar contas à instituição. Com o intuito de evitar contrabandos, foi criado o regime de porto único, sendo determinado que as mercadorias sairiam do porto de Vera Cruz (México), Porto Belo (Panamá) e Cartagena (Colômbia) e entrariam por Sevilha ou Cádiz. Por fim, foi a instituição mais importante para a organização das colônias foi o Conselho das índias, pois auxiliava o rei na administração das colônias. Sendo assim, o conselho criava e organizava os vice-reinos, indicava indivíduos para cargos, estabelecia como seria relação com indígenas, orientava as defesas das colônias, criavam normas e organizava ocupação da colônia. Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-SA-NC http://losolmoshistoria4.blogspot.com/2015/01/comentario-de-mapa-historico-la.html https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/ A sociedade colonial A pirâmide social motivou diversos problemas e conflitos. A elite política, chamados de Chapetones eram espanhóis nascidos na metrópole e que tinham diversos privilégios, como a possibilidade de ocupar cargos políticos e religiosos como administradores, fiscais, clérigos e oficiais. Os chamados Criollos, estavam abaixo dos chapetones, sem muitos privilégios, porém com grande poder econômicos, eram filhos de espanhóis brancos nascidos na colônia. Por nascerem na colônia, não eram escolhidos pela metrópole para cargos administrativos, no entanto, podiam controlar órgãos como os cabildos (espécie de câmaras municipais). Abaixo dos criollos, havia os mestiços, filhos de espanhóis com indígenas ou negros, possuíam pouquíssimos privilégios. E por fim, a base era composta por escravos e indígenas em regime de trabalho compulsório. Na sociedade colonial, é importante destacar que a ascensão social era baixíssima, e entre os séculos XVI e XVIII, a condição de indígenas, mestiços, negros e escravos havia sofrido poucas mudanças. A realidade da maioria era de exploração e trabalho, enquanto para os criollos havia a alta carga de impostos e poucos benefícios, em comparação com chapetones. No século XVIII, a situação ficou ainda mais agravante quando Carlos III promoveu as Reformas Bourbônicas. A fraqueza espanhola ante a ascensão de potências como Inglaterra, assim como fracasso em conflitos como a Guerra dos Sete Anos e gastos militares, colocou a economia espanhola em risco. Interessado em uma redução rei Carlos III promoveu um conjunto de reformas de caráter liberal e outras pautadas nas práticas mercantilistas. Pode-se citar a manutenção da proibição do comércio entre colônias e outros reinos, continuidade na proibição de indústrias, aumento da força militar, criação de novas companhias de comércio e vice-reino do Prata, expulsão dos jesuítas do império espanhol e aumento da carga tributária entre os colonos. As reformas tentaram modernizar a economia com medidas liberais internamente, no entanto, para as colônias, havia um reforço da prática mercantilista e uma tentativa de revigorar a colonização. Essas medidas foram recebidas com insatisfação pelos habitantes, que organizaram movimentos emancipacionistas. As independências da América espanhola As reformas Bourbônicas, a ascensão de Napoleão Bonaparte na França e estabelecimento do Bloqueio Continental contra Inglaterra foram fundamentais para o processo de independência das Américas. As lutas coloniais contra a Espanha em três fases: 1. Movimentos precursores – 1780-1810 A população colonial demostrou-se insatisfeita com as reformas bourbônicas, movimentos defendendo a emancipação de regiões. Essa fase é a primeira do movimento de independência e importante para demonstrar o enfraquecimento do poder da Coroa. Rebelião de Tupac Amuru (1780): movimento no Vice-reino do Peru, Tupac Amuri se rebelou contra a metrópole, a rebelião organizou exército formado por trabalhadores livres, mestiços, indígenas e negros que eram contra a exploração de pobres. Após um momento de popularidade Tupac Amuru foi capturado, tendo sua língua cortada e corpo arrastado por cavalos para servir de exemplo. Movimento Comunero (1781): No vice-reino de Nova Granada, colonos estavam insatisfeitos com as reformas e criaram uma junta de governo chamada El Común, os criollos novamente apoiaram o movimento, no entanto, como a rápida adesão de setores populares e radicalização promovida por mestiços, os criollos se afastaram. Ao final, com poucos apoiadores teve seu fim com o líder esquartejado. 2. Rebeliões Fracassadas (1810-1816): No século XIX, a Europa se tornou palco de conflitos, ficando conhecidos como guerras napoleônicas. Os avanços de Napoleão na Península Ibérica, imposição de José Bonaparte, difusão do pensamento iluminista e enfraquecimento da administração colonial desencadearam novas lutas por independência. Quando rei Felipe VII foi deposto pelas tropas de Napoleão, criollos se organizaram nos cabildos e formaram juntas Governativas, a partir disso a elite econômica enfraqueceu ainda mais a autoridade metropolitana e passou a viver em autonomia. Essa experiência de liberdade aguçou os interesses coloniais por emancipação, esse período foi marcado por declarações e alguns sucessos iniciais com a emancipação da Venezuela, Colômbia, México e Equador, além da Argentina em 1816. Ficou evidente a falta de concordância entre colonos e as dificuldades para consolidar a independência. Havia também a falta de apoio externo, pois a Inglaterra enfrentava as forças napoleônicas e dificuldades em lidar com o bloqueio continental. No entanto, a derrota de Napoleão não alterou muito a antiga condição colonial, em 1814, Fernando VII voltou ao trono na Espanha e buscou ampliar a repressão aos movimentos emancipacionistas e reconquistar territórios. 3. Rebeliões vitoriosas (1817-1824) Com o retorno de Fernando VII, as forças realistas, apoiadoras do monarca e eram formadas por alguns criollos leais à metrópole, se mobilizaram para para os movimentos emancipacionistas. Com lideranças de Simón Bolivar, José de San Martin, Miguel Hidalgo, Manuel Belgrado e Bernardo O’Higgins, chamados de Libertadores da América conseguiram reunir exércitos populares para lutar contra as forças realistas. Países como Estados Unidos e Inglaterra também se posicionaram a favor da independência com o objetivo de lucrar com o comércio,os EUA se opuseram a qualquer tentativa de intervenção militar, imperialista ou colonizadora da Santa Aliança no continente americano. Ainda assim, em diversas partes da América os movimentos de emancipação foram conquistando espaços e derrotando as tropas legais à metrópole. A partir de 1820, o poder da metrópole se enfraqueceu, possibilitando que os exércitos de independência saíssem vitoriosos. Liberadores da América José de San Martin: foi um criollo que teve papel importante nas lutas de libertação da Argentina, Chile e Peru, chegou a atuar nas guerras napoleônicas do lado dos espanhóis. Simon Bolivar: nasceu na Venezuela, fazia parte da camada criolla, tinha grande prestígio econômico e preparo militar, ficou conhecido como “O libertador”. Participou da emancipação de países como Venezuela, Colômbia e Equador, onde formou uma nação independente e republicana da Grã-Colômbia em 1821.
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