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Resenha_Podera_o_Direito_ser_Emancipator

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MESTRADO EM DIREITOS COLETIVOS 
UNAERP 
RIBEIRÃO PRETO/SP 
 
 
POLÍTICAS PÚBLICAS E CONCREÇÃO DOS DIREITOS COLETIVOS 
PROF. DR. JUVÊNCIO SILVA 
 
 
RESENHA DO TEXTO: 
PODERÁ O DIREITO SER EMANCIPATÓRIO? 
AUTOR: BOAVENTURA DE SOUSA SANTOS 
 
 
MESTRANDO: RODOLFO MARQUES COSTA 
AGO/2016 
 
 
 
 
Trata-se de resenha simples (sem observância estrita às normas da ABNT), sobre o 
texto acima referido, para a cadeira de Políticas Públicas e Concreção dos Direitos Coletivos, 
ministrada pelo Prof. Dr. Juvêncio Silva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
Resenha do texto Poderá o Direito ser Emancipatório? 
Autor: Boaventura de Sousa Santos 
Mestrando: Rodolfo Marques Costa (ago/2016) 
 
 Em sua introdução (seu primeiro capítulo), o autor do texto expõe sua visão sobre 
nossos atuais dias, nos quais criação e destruição se sucedem de forma frenética, restando à 
grande maioria das pessoas se adaptarem para sobreviver, quando muito. 
 Ainda em sua introdução, o autor discorda de Ulrich Beck, Antony Giddens e Scott 
Lash, para os quais os atuais tempos propiciariam às pessoas a autorreflexão. 
 E encerrando seu capítulo introdutório, o autor faz a pergunta central de seu debate 
textualizado: existe uma relação entre o direito e a demanda por uma sociedade boa? 
 Em seu segundo capítulo, o autor do texto dá os limites históricos de seu estudo, 
citando o Estado Liberal (Estado Minarquista1) e as revoltas socialistas marxistas, fossem 
estes socialistas adeptos dos meios legais disponíveis ou dos meios revolucionários armados. 
Prosseguindo em sua historiografia, o autor destaca que no Atlântico Norte e na 
Europa Ocidental, os socialistas moderados obtiveram seu êxito através da implantação do 
Welfare State, enquanto que em outras regiões do mundo (Ásia, Eurásia, Europa Oriental e 
Cuba2), os socialistas radicais obtiveram seu êxito através da luta armada, sendo o primeiro 
exemplo desta, a Revolução Russa, de 1917 (a qual culminou, como notoriamente sabido, 
com 20 milhões de mortos3). 
 Atendo-se aos socialistas moderados, o autor distingue-os em dois subgrupos: aqueles 
que mantinham a liberdade acima da igualdade (demo-liberais), e aqueles que colocavam 
liberdade e igualdade em igual hierarquia (demo-socialistas). E este embate entre estas duas 
vertentes ideológicas, segundo o texto, acarretou que na Europa Ocidental surgiu um welfare 
state mais incisivo, enquanto que no Atlântico Norte surgiu um welfare state menos incisivo, 
isto até os anos 1980, contudo. 
 Mas, a partir dos anos 1980, conforme o autor, destas duas vertentes ideológicas 
(demo-liberais x demo-socialistas), e da sucumbência total da corrente socialista radical 
armada (com a queda do Muro de Berlim, em 19894) surge, como contraponto, o 
Neoliberalismo, definido pelo autor, isto sim, como uma versão velha do conservadorismo, e 
não como uma versão nova do liberalismo, apesar do nome. 
 
1 Comentário do mestrando, pois não escrito no texto resumido; 
2 Idem; 
3 Idem; 
4 Idem; 
3 
 
 E deste “quadrângulo” (demo-liberais x demo-socialistas x derrota dos socialistas 
radicais x neoliberalismo) decorreu que a emancipação social dos indivíduos restou 
prejudicada, mitigada, segundo o autor. E encerrando seu segundo capitulo, o autor resume o 
problema acima referido da seguinte forma: 
 
 
 
 Portanto, nota-se claramente que o autor: 
1) É crítico ferrenho do Estado Liberal; 
2) É adepto entusiasta do demo-socialismo; 
3) Não fez maior menção ao demo-liberalismo; 
4) Fez crítica nenhuma aos socialistas revolucionários armados. 
Adentrando-se agora no terceiro capítulo do texto, e partindo-se da premissa já 
estabelecida pelo autor de que o Direito deve ser reinventado de modo a emancipar os 
indivíduos e a defenestrar o Estado Liberal, a pergunta por aquele lançada é destrinchada em 
dois sub-tópicos: 
1) Por que o Direito deve ser reinventado de modo a emancipar os indivíduos e a 
defenestrar o Estado Liberal? 
2) Como fazê-lo? 
Quanto ao primeiro aspecto de sua pergunta (por que?), o autor resume dizendo que o 
direito deve ser reinventado porque o surgimento do Neoliberalismo criou um vazio 
institucional que será preenchido pelo Conservadorismo, o quê não pode ser aceito, segundo 
ele, relegando este assunto, mais a miúde, para a última parte de seu artigo. 
 E quanto ao segundo aspecto de sua pergunta (como?), o autor assim resume: 
 
 
4 
 
 E, para se “des-pensar” do Direito, o autor propõe três ações chamadas de Práticas 
Subalternas: 
1) O resgate de concepções do Mundo Ocidental Antigo que foram suprimidas ou 
marginalizadas pelo Estado Liberal; 
2) O resgate de concepções do Mundo Novo que foram suprimidas ou marginalizadas 
pelo Estado Liberal; 
3) O resgate de concepções de organizações não governamentais (ONG’s) e de 
movimentos ativistas que foram suprimidas ou marginalizadas pelo Estado 
Liberal. 
Já na primeira parte do quarto capítulo de seu texto, o autor aborda o 
Neoliberalismo diante do Contrato Social, isto a partir dos anos 1980. Adotando claramente o 
conceito de contrato social do filósofo iluminista francês Jean-Jacques Rousseau, o autor 
afirma que a ascensão do Neoliberalismo está a mitigar tanto a busca pelo bem comum 
através de formas tradicionais (ditadura da maioria5), quanto pelas formas alternativas 
(ditadura da minoria6), enaltecendo, diante deste apocalíptico cenário, o filósofo francês 
Michel Foucault, para quem, conforme o texto, há dois modelos principais e coexistentes de 
poder: 
1) O poder das Ciências; 
2) O poder do Estado de Direito. 
Ainda utilizando-se de Michel Foucault, o autor do texto resumido afirma que ambos 
os poderes (o das Ciências e o do Estado de Direito) estão em declínio diante do 
Neoliberalismo, numa proliferação aparentemente caótica de poderes que dificulta a 
identificação dos inimigos, quando não mesmo a identificação das próprias vítimas. 
 Ainda tocando no Contrato Social, o autor afirma que o novo contrato social neoliberal 
é falso porque impõe processos de exclusão sobre processos de inclusão, fazendo-o de duas 
formas: 
1) No pré-contratualismo, assim: 
 
 
 
5 Idem; 
6 Idem; 
5 
 
2) No pós-contratualismo, assim: 
 
 
 
 Enfim, conforme o texto, o contrato social neoliberal criou uma subclasse de 
indivíduos excluídos. 
Na segunda e terceira partes do quarto capítulo de seu texto, o autor aborda o 
surgimento do Fascismo Social diante do Neoliberalismo, isto a partir dos anos 1980, 
iniciando com a distinção entre Fascismo Político (produzido pelo Estado) e Fascismo Social 
(produzido pela sociedade civil). 
 Para o autor, há quatro formas de Fascismo Social: 
1) Fascismo de Apartheid Social: consiste na divisão das cidades em zonas selvagens 
e zonas civilizadas; 
2) Fascismo Paraestatal: consiste na usurpação das prerrogativas estatais com ou sem 
o amparo do próprio estado. Esta forma de fascismo subdivide-se em: 
2.1) Fascismo Paraestatal Contratual: ocorre na esfera contratual. 
Exs.: flexibilização do contrato de trabalho, concessões, privatizações etc.; 
2.2) Fascismo Paraestatal Territorial: ocorre em determinada área territorial. 
Exs.: Coronelismo, Caciquismo etc.; 
3) Fascismo da Insegurança: consiste na manipulação dolosa do sentimento de 
(in)segurança da sociedade; 
4) Fascismo Financeiro: consiste na manipulação dolosa do mercado financeiro em 
geral. 
Adiante, seguindo no mesmo subtema, o autor distingue três tipos de sociedade civil: 
1) Íntima: consiste no grupo que integra e/ou parasita o Estado (grupo interno); 
2) Estranha: consiste no grupo que não integra nem parasita o Estado, mas tem um 
moderado acesso à sua cidadania (grupo intermediário); 
3) Incivil: consiste no grupo que não integra nem parasita o Estado e não tem acesso à 
sua cidadania (grupo externo). 
6 
 
Deacordo com o autor, o Neoliberalismo aumenta a polarização da sociedade civil em 
Íntima ou Incivil, deprimindo a camada intermediária desta (a Estranha). 
 No quinto capítulo de seu texto, o autor aborda o que ele chama de Cosmopolitismo 
Subalterno (Globalização Hegemônica (neoliberais/conservadores) x Globalização Contra-
hegemônica (demo-socialistas/sociedade civil incivil)), segundo o qual todos os atores sociais 
humanos que lutam contra o avanço do novo contrato social neoliberal compõem um grupo 
contra-hegemônico que defende a inclusão social, o interesse coletivo, a dignidade básica 
humana e a ecologia, como contraponto ao Capitalismo. 
 E, sobre o Cosmopolitismo Subalterno em específico, veja-se a afirmação do autor do 
texto: 
 
 
 
 E citando como exemplo de Cosmopolitismo Subalterno, o autor reverencia e enaltece 
o Movimento Zapatista, no México, não no sentido de desejo de tomada de poder, mas sim no 
de construção de um “mundo novo” baseado em onze reivindicações. Mais adiante, ainda na 
esteira zapatista, o autor afirma que a violência é uma prerrogativa das classes dominantes, 
jamais vinda “de baixo”: 
 
 
 
 No sexto capítulo de seu texto, o autor contrapõe o Cosmopolitismo Subalterno ao 
Direito, utilizando-se de abordagem feita como base na por ele chamada Sociologia das 
Emergências, nestes termos: 
 
- em branco – 
- em branco – 
- em branco – 
7 
 
 
 
 Então, o autor, adentrando-se na resposta de sua pergunta inicial proposta, afirma que 
o Cosmopolitismo Subalterno ataca a Globalização Hegemônica, sendo este ataque uma 
condição necessária para a nova emancipação social do indivíduo diante da opressão do 
Neoliberalismo, e que, neste passo, tal ataque deve ser feito através de oito processos 
subversivos: 
1) Utilização contra-hegemônica de instrumento hegemônico: s.m.j., consiste na 
possibilidade de um grupo contra-hegemônico utilizar em seu proveito, de forma 
seletiva, tanto o direito positivo quanto o direito natural, desde que o objetivo seja 
derrotar ou enfraquecer um grupo hegemônico adversário; 
2) Utilização ilícita de instrumento hegemônico em prol de causa contra-hegemônica: 
consiste na possibilidade de um grupo contra-hegemônico utilizar em seu proveito, 
de forma até mesmo ilícita, instrumento hegemônico, desde que o objetivo seja 
derrotar ou enfraquecer um grupo hegemônico adversário (Ilegalidade Subalterna x 
Legalidade Dominante); 
3) O Direito vindo “de cima” é adversário da contra-hegemonia: toda legislação 
escrita (Civil Law) ou costumeira (Common Law) vinda “de cima”, e não “de 
baixo”, não se coaduna com os objetivos da contra-hegemonia; Legalidade 
Cosmopolita = leis escritas ou não vindas “de baixo”; 
8 
 
4) A abrangência geográfica da contra-hegemonia varia conforme o objetivo em 
concreto da ação, ou não: a contra-hegemonia pode atuar em nível local, regional, 
nacional ou mundial, ou em todos estes, sendo esta abrangência variável conforme 
o objetivo subversivo concreto a ser atingido, no que o autor chama de Legalidade 
Cosmopolita Trans-escalar; 
5) O Direito Contra-hegemônico é direcionado às sociedades civis Estranha e Incivil 
(o quê consiste, como facilmente se detecta, num enorme incentivo à luta de 
classes marxista7); 
6) Este novo contrato social hegemônico/dominante/neoliberal deve ser atacado e 
enfraquecido por outro contrato social contra-hegemônico/subalterno; 
7) Este novo contrato social hegemônico/dominante/neoliberal cria vários itens 
teoricamente inclusivos que, na prática, não se concretizam, dilema este que deve 
ser solucionado pela contra-hegemonia através da revolução radical do status quo 
dominante, ou seja, deverá ser solucionado pela contra-hegemonia através de 
profundas e radicais mudanças sociais e econômicas; 
8) A legalidade das leis vindas “de cima” x a legalidade das leis vindas “de baixo”: a 
hegemonia utiliza-se somente de suas leis, sejam elas escritas ou não. Já a contra-
hegemonia pode utilizar-se tanto do Direito Hegemônico quanto de suas próprias 
leis, vindas “de baixo”. E mais: a contra-hegemonia pode utilizar-se do Direito 
Hegemônico tanto de forma lícita quanto de forma ilícita, conforme for o seu 
objetivo, originando, assim, vários tipos híbridos político-jurídicos, no que o autor 
chama de Hibridação Jurídica. 
 No sétimo capítulo de seu texto, o autor traz cinco exemplos de Cosmopolitismo 
Subalterno na prática, quais os sejam: 
1) O Direito nas (quatro) zonas de contato, em suma: 
 
 
 
 
7 Idem. 
9 
 
2) O Direito e a redescoberta democrática do trabalho, em suma: 
 
 
 
3) O Direito e a produção não capitalista, em suma: 
 
 
 
10 
 
4) Direito para os não cidadãos, em suma: 
 
 
 
5) O Estado como o mais recente de todos os movimentos sociais, em suma: 
 
 
 
 E por fim, no oitavo e último capítulo de seu texto, o autor apresenta sua conclusão, 
nos seguintes termos: 
1) O artigo foi produzido com base na Sociologia das Emergências; 
2) O objetivo do texto é o de discutir o papel do Direito na nova emancipação social 
dos indivíduos excluídos; 
3) Para a contra-hegemonia há várias formas de direito e de direitos; 
11 
 
4) A contra-hegemonia pode ser ou não trans-escalar; 
5) A contra-hegemonia não se submete a cânones hegemônicos, saldo se lhe convier; 
6) O texto, tal como dito em sua introdução, não responde categoricamente à questão 
proposta. 
 
Fim.

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