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Universidade Federal do Ceará Faculdade de Economia, Administração, Atuarias e Contabilidade Departamento de Contabilidade Procedimentos de Auditoria e Papéis de Trabalho Aliandro de Negreiros Lima Fortaleza Junho/95 Universidade Federal do Ceará Faculdade de Economia, Administração, Atuárias e Contabilidade Departamento de Contabilidade Procedimentos de Auditoria e Papéis de Trabalho Monografia elaborada por Aliandro Negreiros Lima e submetida à Coordenação do Curso de Ciências Contábeis como requisito parcial para a obtenção do título de bacharel em Ciências Contábeis. Orientador : Prof. Sílvio Leitão de Castro Silva Fortaleza Junho/95 de bacharel em Ciências Contábeis, outorgado pela Universidade Federal do Ceará, e encontra-se à disposição dos interessados na Faculdade de Economia, Administração, Atuárias e Contabilidade (FEAAC). A citação de qualquer trecho dessa obra é permitida desde que seja feito de conformidade com as normas de ética científica. ALIANDRO DE NEGREIROS LIMA Monografia aprovada em / 5" Prof«, M*. das Graças Arrals de Araújo Coordenadora do Curse “O verdadeiro barômetro da inteligência é uma vida produtiva, feliz, vivida a cada dia e a cada momento presente de cada dia”. Dedico à minha Mãe, que sempre me deu o apoio necessário ao prosseguimento dos meus empreendimentos. 5 SUMÁRIO 1 - INTRODUÇÃO 7 2 - NOÇÕES DE AUDITORIA 9 2.1 - Conceito de Auditoria 9 2.2 - Classificação de Auditoria 10 2.2.1 - audidtoria interna 11 2.2.2 - auditoria externa ou independente 11 2.3 - Objetivo da Auditoria 11 3 - NORMAS DE AUDITORIA 13 4 - PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA 16 4 1 - Técnicas Básicas de Auditoria 17 4.1.1 - exame físico 18 4 1.2- confirmação 19 4.1.3 - exame de documentos originais 20 4.1.4- conferência de cálculos 22 4.1.5- acompanhamento dos procedimentos de escrituração 22 4.16- averiguação detalhada (investigação) 23 4.1.7 - inquérito 23 4.1.8- exame dos livros auxiliares 24 > C K /> tf í à=. c 6 4.1.9- correlação das informações obtidas 25 4.1.10 - observação 25 5 - PAPÉIS DE TRABALHO 27 5.1- Normas Para o Preenchimento dos Papéis de Trabalho 27 5.2 - Indicação dos Exames 29 5.3 - Arquivo dos Papéis de Trabalho 29 6-CONCLUSÃO 31 7 - BIBLIOGRAFIA 33 7 O fí— X6*J r c A C 1 - INTRODUÇÃO Para se proceder à execução de um trabalho de auditoria é necessário o conhecimento do que precisa ser feito para se chegar aos seus objetivos, ou seja, quais as técnicas a serem usadas para atingir os seus resultados. E é através dos procedimentos de auditoria e dos papéis de trabalho que chegamos a estes resultados No decorrer deste trabalho de pesquisa, será desenvolvido o tema “procedimentos de auditoria” e “papéis de trabalho”, de forma a mostrar as técnicas básicas usadas pela auditoria e os documentos para comprová-las. Como este trabalho de pesquisa pretende abordar as técnicas usadas pela auditoria para atingir os seus resultados, nada mais natural do que a necessidade de se conhecer melhor o que representa a auditoria. E neste trabalho de pesquisa deverá constar a sua definição classificação e objetivos. Como todos os métodos utilizados na auditoria para se chegar aos seus objetivos são baseados nas Normas Brasileiras de Auditoria (NBC-T-11 NORMAS DE AUDITORIA INDEPENDENTE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS), serão transcritas aqui as normas de auditoria sobre o assunto, * bem como o conceito do que são procedimentos de auditoria e papéis de trabalho. E baseando-se na NBC-T-11 , os estudiosos de auditoria têm enumerado algumas técnicas que devem ser aplicadas a qualquer trabalho de auditoria, para a obtenção das provas necessárias à confirmação das informações das demonstrações contábeis. O objetivo principal desse trabalho de pesquisa consiste em através de uma análise feita nas normas referentes a procedimentos de auditoria e papéis de trabalho, fazer uma compilação das técnicas básicas de auditoria defendida por algumas autoridades do assunto. E como objetivo secundário, faremos um comentário sobre papéis de trabalho, dando sua definição e utilidade. Com isso esperamos dar uma contribuição a ciência contábil, enfatizando as técnicas básicas usadas pela auditoria, de forma a tornar aplicável o uso dessas técnicas em qualquer trabalho de auditoria para obtenção de suas provas. 2 - NOÇÕES DE AUDITORIA Como já foi dito na introdução deste trabalho cientifico para entedermos melhor o que vem a ser procedimentos de auditoria e papéis de trabalho, há a necessidade antes do conhecimento do que é auditoria. Vamos então dar o seu conceito, classificação e objetivos. 2.1- Conceito de Auditoria Inúmeros são os conceitos que encontramos entre os doutrinadores de auditoria, e que afinal, se assemelham na essência e complementam o assunto. Hilário Franco e Hemesto Marra (1992, p. 22A) afirmam como definição de auditoria: “A Técnica contábil que - através de procedimentos específicos que lhe dão peculiaridades, aplicadas no exame de registros e documentos, inspeções, e na obtenção de informações e confirmações, relacionadas com o controle do patrimônio de uma entidade - objetiva obter elementos de convicção que permitam julgar se os registros contábeis foram efetuados de acordo com os princípios fundamentais e normas de contabilidade e se as demontrações contábeis deles decorrentes refletem adequadamente a situação econômico-financeira do patrimônio, os resultados do período administrativo examinado e as demais situações nelas demonstradas ” Veja-se como esta definição é ampla, mostrando que a auditoria compreende vários tipos de exames das demonstrações contábeis, objetivando comprovar se seus métodos e resultados foram elaborados de acordo com as normas de contabilidade vigente. No entanto, abrange também a veracidade da situação econômico-financeira do patrimônio de uma empresa, para efeito de análises futuras. Esta definição, que contém os elementos essenciais que interessam a auditoria, dá ênfase ao caráter dinâmico da matéria, salientando o aspecto prevencionista que é o seu principal objetivo. 2.2 - Classificação da Auditoria A auditoria pode ser classificada como auditoria interna e auditoria externa. 11 2.2.1 - Auditoria Interna A Auditoria Interna é a tarefa realizada por auditor contratado pela própria empresa o objetivo de a avaliar de forma independente, dentro de uma organização, as operações contábeis, financeiras e de outros tipos, no sentido de prestar um serviço a administração. É um controle administrativo, cuja função é medir e avaliar a eficiência de outros setores. 2.2.2 - Auditoria Externa ou Independente A Auditoria Externa ou Independente é uma técnica que consiste no exame de documentos, livros e registros, inspeções, obtenção de informações e confirmações internas e externas obdecendo a normas apropriadas de procedimentos, objetivando verificar se as demonstrações contábeis representam adequadâmente a situação nelas demontradas , de acordo com os pricípios de contabilidade geralmente aceitos, aplicados de maneira uniforme. 2.3 - Objetivo da Auditoria 12 ■ AC Segundo William Attie (1992, p 3 5A): “0 objetivo do exame normal de auditoria das demonstrções financeiras é expressar uma opinião sobre a propriedade das normas, e assegurar que elas representem adequadamente a posição patrimonial e financeira, o resultado de suas operações e as origens e aplicações de recursos correspondentes aos períodos em exame, de acordo com os princípios de contabilidade geralmente aceitos, aplicados com uniformidade durante os períodos”. Portanto, o objetivo principal da auditoria pode ser descrito como sendo o processo pelo qual o auditor certifica-se da veracidade das demonstrações financeiras preparadas pela companhia auditada. 13 3 - NORMAS DE AUDITORIA Normas de auditoria são regras traçadas pelosórgãos que regulamentam a profissão contábil, com o objetivo de orientar o exercício da função do auditor independente. Essas normas foram sendo contituidas e consolidadas através de pronunciamentos, congressos e encontros que os contabilistas promovem com o intuito de aperfeiçoar a profissão. No Brasil, as primeiras normas de auditoria foram compiladas em 1972, com base na experiência de outros países mais adiantados Esse trabalho foi elaborado pelo Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, hoje IBRACON - Instituto Brasileiro de Contadores, e as normas foram oficializadas pelo Conselho Federal de Contabilidade, por meio da resolução 321, confirmados pela resolução 220, de 15-02-72 do Banco Central do Brasil. No âmbito internacional, a Federação Inteernacional de Contadores (IFAC), está empenhada em emitir pronunciamentos através de sua comissão de Normas Internacionais de Auditoria, contendo erientações, aos países membros relativos a normas e procedimentos de auditoria (Franco & Marra, 1992, P 52 A ). 14 Estas normas são de grande importância para a realização de qualquer trabalho em auditoria, pois são os seus preceitos que orientam a maneira correta de se poceder e comprovar a auditoria. A seguir serão apresentadas as normas de auditoria referentes a procedimentos de auditoria e papéis de trabalho, que estão contidas na Resolução n2 700/91 que aprovou aNBC-T-11, e que entrou em vigor no dia Io de julho de 1991, revogando a Resolução CFC n2 321/72. As normas de auditoria referentes a procedimentos de auditoria e papéis de trabalho são as seguintes: Procedimentos de Auditoria - Os procedimentos se auditoria são o conjunto de técnicas que permitem ao auditor obter evidências ou provas suficientes e adequadas para fundamentar sua opinião sobre as demonstrações contábeis auditadas e abrangem testes de observância e testes substântivos. Os testes de observância visam a obtenção de uma razoável segurança os procedimentos de controle interno estabelecidos pela administração estão em efetivo funcionamento, inclusive quanto ao seu cumprimento pelos funcionários da entidade. Os testes substantivos visam a obtenção de evidência quanto a suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelo sistema contábil da entidade, dividindo-se em, a) testes de transações e saldos, e b) procedimentos de revisão analítica. 15 Papéis de Tabalho - Os papéis de trabalho são o conjunto de documentos e apontamentos com informações e provas coligidas pelo auditor, que constituem a evidência do trabalho executado e o fundamento de sua opinião. Os papéis de trabalho são de propriedade exclusiva do auditor, responsável por sua guarda e sigilo. 16 4 - PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA As Normas Brasileiras de Contabilidade são bem claras quando dão a definição de procedimentos de auditoria. Segundo esta norma, procedimentos de auditoria são o conjunto de técnicas que permitem ao auditor obter evidências ou provas suficientes e adequadas para fundamentar sua opinião sobre as demonstrações auditadas e abrangem testes de observância e testes substântivos( Esta norma já foi reproduzida no capítulo anterior). O termo “técnicas que permitem ao auditor obter evidências”, é usado para explicar os métodos básicos a obtenção de provas, utilizados pelo auditor. A técnica por si só, não corresponde a um prova, ela fornece os meios para a obtenção da prova. E como afirma João maurício Motta (1988, P27 A): “Existem inúmeros procedimentos de auditoria estabelecidos pela técnica e consagrados pela experiência, cuja aplicação, em cada caso, se condiciona aos objetivos e a natureza do exame e ãs condições prevalescentes. Enquanto o Instituto Brasileiro de Contadores não deliberar sobre os procedimentos de auditoria aplicáveis em áreas e situações específicas, caberá a 17 cada auditor fixar o critério de sua escolha, atendidas as circunstâncias em que seriam recomendáveis sua aplicação. Contudo, cabe ao auditor aplicar os procedimentos de auditoria para cada caso,na extensão e profundidade necesárias, até a obtenção de provas materiais ou informações persuasivas que comprovem satisfatoriamente o fato investigado. A complexidade e o volume de operações fazem com que os procedimentos de auditoria sejam aplicados por meio de provas seletivas, testes e amostragem. Cabe ao auditor, com base emsua avaliação no sistema de controle controle interno e nos elementos de juízo de que dispõe, determinar o número de operações a serem examinadas, de forma a obter elementos de convicção que sejam válidos para o todo Assim é que os estudiosos de auditoria enumeram dez técnicas básicas aplicáveis a qualquer trabalho de auditoria para obtenção de suas evidências. 4.1 - Técnicas Básicas de Auditoria As dez tçnicas básicas (procedimentos de auditoria) comumente utilizados são as seguintes: 1 - Exame Físico 18 2 - Confirmação 3 - Exame de Documentos Originais 4 - Conferência de Cálculos 5 - Acompanhamento dos Procedimentos de Escrituração 6 - Averiguação Detalhada (investigação ) 7 - Inquérito 8 - Exame dos Livros Auxiliares 9 - Correlação das Informações Obtidas 10 - Observação 4.1.1 - Exame Físico A primeira característica a ser observada pelo auditor é a existência física que corresponde a comprovação através da constatação visual, de que o objeto ou item examinado realmente existe. O exame físico constitui-se na verificação de determinado objeto, examinando-o, como forma de certificação da sua real existência. O exame físico deve ser feito atendendo a determinadas carcterísticas que vão assegurar a realidade verificada pelo auditor. 19 Ele exige a autenticidade da coisa que está sendo examinada, ou seja, deve haver o discernimento de que o item ou o objeto examinado é fidedigno. Além disso, existe a idéia da identificação, que corresponde a comprovação da qualidade daquilo que se está examinando. O exame físico também significa que se deve dar atenção a apuração de quantidades reais existentes fisicamente, e o auditor somente deve se satisfazer após uma apuração adequada Deve ainda ser observada a qualidade do objeto examinado, se ele permanece em uso ou se já está deteriorado Assim, a existência física serve para determinar se os registros contábeis estão corretos e seus valores adequados, em função da qualidade do item examinado. Exemplo de exame físico: Contagem de caixa, Estoque, Ativo Imobilizado. 4.1.2- Confirmação 20 Consiste na verificação através de informação de fonte externa, da realidade observada na própria empresa. Na maioria dos casos o cliente expede cartas dirigidas a empresas ou a pessoas com as quais mantém relações de negócios, solicitando que confirmem, em carta dirigida diretamente ao auditor, qual a situação desses negócios, em determinada data. Um dos problemas com que se defronta o auditor, é o de determinar a quem e quantos deve ser solicitada informações Portanto, o auditor deverá estabelecer um critério válido de amostragem ( superior a 20% do montante da área em exame ) e aplicá-lo na seleção daqueles a quem deve ser remetida a carta solicitando confirmação. Existe ainda o critério do “princípio da relevância”, que consiste em expedir confirmação externa para todos os devedores ou credores acima de determinada quantia. E em algumas situações pode ser adotado o critério do acaso, isto é, fazer a seleção em base acidental ou fortuita, escolhendo indiscriminadamente. Exemplo de confirmação: Confirmação de Contas a receber, Confirmação de estoques ern poder de terceiros. 4.1.3- Exame de Documentos Originais 21 c c f A C Consiste no exame da prova documental para comprovar os lançamentos. Nos negócios atuais, as transações entre duas empresas, ou entre uma empresa e um indivíduo são comprovadas por meio de documentos. Esses documentos fornecem o registro original de determinada teansação, constituindoassim sua prova Portanto, os auditores confiam nesses comprovantes originais como prova de que a transação é, ou não, aquela indicada no registro. Contudo, o auditor quando realizar o exame dos documentos originais deve se certificar da autenticidade dos mesmos, verificando se a documentação examinada merece fé. O auditor deve ainda se certificar da normalidade, ou seja, se a transação realizada é adequada em função da atividade da empresa. E por fim deve haver a aprovação e o registro das operações que consistem respectivamente na verificação se a documentação foi efetivamente aprovada por pessoas adequadas e responsáveis, e se o registro das operações é adequado em função da documentação examinada e está refletida contábilmente em contas apropriadas. Exemplo de documentos originais: Documentação de aquisição de matérias primas 22 4 1.4- Conferência de Cálculos A conferência de cálculos é a mais simples e válida técnica de verificação. Esta técnica é aplicada durante todo o trabalho de auditoria, desde o simples exame de uma conciliação bancária até a preparação das demonstrações financeiras a serem publicadas. E muito embora os valores dispostos posam ter sido conferidos pela empresa, é de grande importância que todos os itens sejam conferidos pelo auditor. Exemplo de conferência de cálculos: Cálculo da listagem dos estoques 4 1.5 - Acompanhamento dos Procedimentos de Escrituração Esse procedimento é semelhante àquele da conferência de cálculos e é utilizado para a constatação da veracidade das informações contábeis. Exemplos de acompanhamento dos procedimento de escrituração Análise de outras contas a receber, Análise de despesas de viagens, 23 Conciliação bancária. 4.1.6 - Averiguação Detalhada (Investigação ) Averiguar detalhadamente significa examinar em profundidade, fato por fato. Em auditoria isto se refere ao estudo detalhado da matéria auditada, que pode ser um documento, uma análise, informação obtida entre outras. A averiguação detalhada deve ser colocada em prática em tudo que o auditor examinar, portanto, ao examinar uma documentação, ou na obtenção de uma informação, o auditor coloca em exercício seu julgame.ito profissional, para determinar se a matéria examinada ou informação recebida é fidedigna. Exemplos de averiguação detalhada: Aver. det. da prov. p/ devedores duvidosos; Averiguação detalhada do relatório de despesas de viagens. 4.1.7- Inquérito Consiste na formação de perguntas e na obtenção de repostas satisfatórias. O auditor obtém informações de várias fontes, sobre o mesmo problema e através do seu próprio conhecimento e julgamento, pode concluir quanto a correção, ou incorreção dos dados sob exame. Exemplos sobre inquérito: Inquérito sobre a posição dos investimentos; Inquérito sobre o aumento das vendas do período. 4.1.8- Exame dos Registros Auxiliares Ao examinar os registros auxiliares, o auditor deve estar atento à autenticidade e às possibilidades de adulteração destes. Assim, o auditor deve se certificar se os livros auxiliares vinham sendo escriturados com regularidade e se não apresentam qualquer vício que os tome duvidosos. Existe a probabilidade do livro ter sido preparado de má-fé, com a única finalidade de dar sustentação a saldos incorretos. Exemplo de exame dos registros auxiliares: Exame auxiliar de contas a pagar 25 4.1.9- Correlação da Informações Obtidas A correlação das informações obtidas consiste na verificação da autenticidade do sistema contábil das partidas dobradas. Os itens das contas devem se relacionar uns com os outros. Por isso, a harmonia interna das contas que se relacionam, constitui certamente alguma prova de que elas estão livres de pelo menos, erros mecânicos, senão outros Exemplo de correlação das informações obtidas: Duplic. a receber que afetam o disponível e contas a receber 4 1.10 - Observação Consiste na observação efetuada pelo auditor em todos os processos realizados na auditoria de maneira que o mesmo possa verificar visualmente qualquer item utilizado em exame. Por exemplo, ao acompanhar o inventário ele pode perceber que há mercadorias estragadas ou absoletas, etc. Este procedimento é o senso crítico que diferenciará o auditor das demãos funções ligadas à contabilidade. Exemplo de observação: Observação quanto à correta classificação contábil. Por fim, o que se observa é que todas estas técnicas aqui comentadas são de grande importância para evidenciar a opinião do auditor. O que se deve notar ainda, é que cada uma dessas técnicas são individualmente importantes, e que elas interagem umas com as outras de maneira que embora ocorra a comprovação de uma evidência usando uma dessas técnicas, pode ocorrer a confirmação dessa evidência com o uso de outra técnica, pois elas se complementam Um exemplo disso é a técnica da observação que pode ser complementada pela técnica do exame físico 27 5 - PAPÉIS DE TRABALHO Na opinião de William Atie (1992, P69 A): “Papéis de trabalho são o conjunto de formulários e documentos que contém as informações e apontamentos obtidos pelo auditor durante seu exame, bem como as provas e descrições dessas realizações, as quais constituem a evidência do trabalhllo executado e o fundamfento da sua opinião”. Os papéis de trabalho são o conjunto de documentos e apontamentos com provas coligidas pelo auditor fe espelham o que esta escriturado nos livros do cliente, demonstrando a correção dessa fescrituração e o seu grau de confiabilidade. Para que os papéis de trabalhjo estejam completos, há a necessidade de se observar algumas normas essenciais que neles deverão estar demonstrados, assim, como a base fe a essência dos trabalhos realizados. 5 1 - Normas para o Preenchimento dos Papéis de Trabalho 28 r ç £ £ A £ Além da necessidade de ser organizados e juntados segundo sua finalidade, os papéis de trabalho devem seguir algumas regras básicas para alcançar bons resultados. Como cita Hilário Franco e Ernesto Marra (1992, P256 A), algumas regras básicas são: 1 - Os papéis de trabalho devem evidenciar a observância as normas de auditoria geralmente aceitas. 2 - As conclusões do exame de cada conta guardarão conformidade com os princípios fundamentais de contabilidade. 3 - Os procedimentos de auditoria adotados, ficarão evidenciados, na sua extensão e profundidade. 4 - Devem incluir todos os dados e informações pertinentes, excluídos os irrelevantes. 5 - Devem ser limpos, claros e corretos, sem erros de naaturza matemática. 6 - Devem conter todas as informações que amparem o que se mencionar no parecer e nos relatórios. 7 - Devem inclluir os dados para fácil indentificação da data em que foram elaborados, quem foi o encarregado e quem fez a revisão. 8 - Devem conter todas as informações que possam ser úteis, ou necessários no futuro. 9 - Na data do término da auditoria os papéis de trabalho devem estar prontas e em condições de serem arquivadas. A não observância dessas regras determinará a existência de falhas nos papéis de trabalho, falhas essas que na realidade, constituem-se em falhas da própria auditoria realizada. 5.2- Indicação dos Exames Para evidênciar as conferências e os cruzamentos feitos nos valores constantes de outros documentos, ou dos registros contábeis nos papéis de trabalho, os auditores usam alguns sinais e simbolos. Em cada papel de trabalho onde for usado sinais ou símbolos será obrigatório esclarecer o seu significado. 5.3 - Arquivo dos Papéis de Trabalho Quando o parecer sobre o resultado da auditoria é emitido, os papéis de trabalho devem ser arquivados em lugar seguro, mas de fácil acesso, pois os mesmos estarão sujeitos a verificações constantes. Os arquivos devem ser organizados de maneira que permitam localizar os papéis com segurança e facilidade. Os arquivos devem ainda ser consevados comumente pelo período de 3 anos, que corresponde ao tempo suficientepara que se esgotem os prazos prescricionais relacionados com a matéria 31 6 - CONCLUSÃO Neste trabalho, foram abordados as técnicas básicas de auditoria necessárias a realização de qualquer trabalho de auditoria Foi abordada também, a importância dos papéis de trabalho para a comprovação das operações realizadas Os procedimentos de auditoria são realizados, seguindo as normas de contabilidade vigente, e são estas normas que fornecem a base para a realização dos trabalhos de auditoria. Em muitas auditorias, um certo número de procedimentos devem ser adotados a fim de fornecer a segurança de que as demonstrações contábeis espelham fielmente as transações ocorridas no período Contudo, deve-se salientar a averiguação realizada pelo auditor, no sistema de controle interno É esta investigação que vai fornecer a resposta para até que profundidade devem ser realizados os procedimentos. Os procedimentos de auditoria serão aplicados, conforme o grau de confiança do auditor, no Sistema de Controle Interno. Quanto menos confiança o auditor tiver fem relação ao sistema de controle interno, maior será a profundidade dos procedimentos. B S F E A 32 Assim, os procedimentos de auditoria são aplicáveis, para cada caso, na extensão e profundidade necessárias, até a obtenção de provas que comprovem o fato investigado. E como já foi dito, neste trabalho foram abordas as técnicas de auditoria necessárias a qualquer trabalho de auditoria, cabendo ao auditor, decidir qual dessas técnicas será empregada em maior ou menor profundidade. Todas essas conclusões foram despertadas graças ao conjunto coordenado de informações orijundas dos respectivos livros apontados na bibliografia que aqui foi inserida. Agora existe apenas o desejo de que este trabalho tenha alguma serventia nas mãos de intelectuais da contabilidade, a fim de que seja engrandecida esta ciência. 33 7 - BIBLIOGRAFIA ATTIE, William. AUDITORIA: Conceitos e Aplicações. São Paulo, Atlas, 1992 FRANCO, Hillário & MARRA, Ernesto Auditoria Contábil. São Paulo, Atlas, 1992. MAUTZ, Robert Kuhn Princípios de Auditoria São Paulo, Atlas, 1987. MOTTA, João Maurício AUDITORIA Princípios e técnicas São Paulo, Atlas, 1988 LAWRENCE, Charles. Métodos de Auditoria. São Paulo, Brasiliense, 1979.
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