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DISMENORREIA 1)INTRODUÇÃO -Nome médico para ¨cólica menstrual¨. É uma dor tipo cólica, cíclica, na região do hipogástrio, relacionada a menstruação. Normalmente surge horas antes (2-3 dias em casos mais intensos) e perdura até os 3 primeiros dias de sangramento. -Pode vir acompanhada de náuseas, cefaleia, vômitos, fadiga, tontura, diarreia – sintomas relacionados ao TPM. Fenômenos pré-menstruais: irritabilidade, labilidade emocional. -Tende a ser mais intensa no 1º e 2º dia, por serem os dias de maior fluxo menstrual. Raramente ultrapassa o segundo dia. -Acomete 50% das mulheres na menacme, mais comum em nulíparas e adolescentes. 10-15% dos casos interferem nas atividades rotineiras da mulher (absenteísmo do trabalho, problemas sociais) -Deve ser valorizada, principalmente se estiver associada a outras doenças. Classificação: Primária ou idiopática: inicio 1-2 anos após a menarca, sem doença pélvica. Secundária: manifestação tardia, em geral após os 25 anos, surge devido um problema de saúde, em especial a endometriose. *miomas, cistos ovarianos grandes também podem causar dor pélvica. *na endometriose, a dor é progressiva, vai aumentando com o passar do tempo, o que antes era apenas no período menstrual começa a aparecer em outros momentos do ciclo menstrual. 2)ETIOPATOGENIA -No caso de dismenorreia primária, o desencadeante ainda não foi totalmente esclarecido, mas a principal hipótese de mecanismo é a liberação excessiva de prostaglandinas, devido a descamação do endométrio, principalmente PG F2-alfa e PG E-2, que estimulam contrações uterinas incoordenadas e não ritmadas, que interrompem o fluxo sanguíneo em alguns vasos e desenvolva isquemia decidual e acúmulo de metabolitos, que ocasionam dor. São elementos pró-inflamatórios, que causam a dor. *PGF2alfa está 5x maior no fluido menstrual de pacientes com dismenorreia intensa. -Fatores anatômicos podem estar associados, exemplo a estenose cervical (mulheres nulíparas, que tem o canal cervical mais estreito tem a expulsão do sangue dificultada e, isso, causa dor, além de gerar maior pressão no canal endocervical e assim liberam mais prostaglandinas e mais dor – ciclo vicioso). -Mulheres que tinham dismenorreia primária, que engravidaram e pariram, tiveram melhora da dor, pela maior frouxidão do canal endocervical. 3)DIAGNÓSTICO -É eminentemente clínico, é necessário: Caracterização da dor – cíclica, associada a menstruação e etc. Exclusão de doenças orgânicas ou ginecológicas que justifiquem a dor. Avaliação do estado emocional -Fatores de risco: menarca precoce, períodos menstruais prolongados, tabagismo (fatores vasculares) e obesidade. -USG não para diagnóstico, mas para excluir uma patologia pélvica estrutural. 4)TRATAMENTO -Medidas gerais: exercícios físicos regulares e calor tópico – mais eficazes – alterações de dieta (maior consumo de B1, vit. E, Mg, ômega 3, baixo teor de gordura) e apoio psicológico também melhoram a dor, mas são menos eficazes. -Medidas alternativas: Acupuntura e TENS (tratamento fisioterapêutico que usa ondas elétricas para estimular localmente e redução da dor). -AINES: inibir a síntese de prostaglandinas. Mais usados: Ácido mefenâmico (Ponstan): 500mg 8/8h. Cetoprofeno (Profenoide, Bicerto, Algie): 50mg 8/8h. Ibuprofeno (Alivium, advil): 400mg 6/6h. Naproxeno (Flanax, Naprosyn): 500mg inciais, depois 250mg 8/8h. Meloxicam (melocox): 15mg 1x dia -ACO combinados: ação pela redução da produção de PG (pois controlam a descamação do endométrio), contracepção, insucesso/ intolerância aos AINES (como em caso de gastrite). -Progestogênicos: Pílulas de progestágenos (2 dias antes da menstruação). SIU-Levonogestrel – atrofia endometrial (Mirena). Injeção de medroxiprogesterona (deproprovera). Implante intradérmico de etonogestrel (implanon)
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