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FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA

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Fosforilação 
oxidativa 
 
1. Fosforilação oxidativa é o processo bioquímico pelo qual a oxidação de NADH 
e FADH2, produzidos na glicólise e ciclo de Krebs, ocorre acoplada à produção de 
ATP, a partir de ADP + Pi. 
A hipótese de acoplamento quimiosmótico propõe que a dissipação do 
gradiente de prótons estabelecido pelos complexos da CTE (cadeia 
transportadora de elétrons) está acoplada à síntese de ATP a partir da ATP sintase. 
O gradiente é estabelecido de forma ativa, bombeando prótons da matriz para o 
espaço intermembrana utilizando energia das reações redox da CTE. A energia 
potencial do gradiente é então aproveitada pela ATP sintase (força próton-motriz) 
na síntese de ATP a partir de ADP e Pi. 
- Este processo se dá na cadeia respiratória ou cadeia de transporte de elétrons, 
que compreende um conjunto ordenado de enzimas e transportadores de 
elétrons inseridos na membrana interna da mitocôndria. 
 2. A cadeia respiratória contem 4 complexos, I, II, III e IV, ordenados por ordem 
crescente de potencial redox, indo do potencial padrão de NAD+/NADH (E0’= -
0,315V) ao do O2/H2O (E0’= +0,815V). 
- Os elétrons são transferidos do complexo I ou II para o complexo III pela 
coenzima Q (ou ubiquinona), e do complexo III para o complexo IV pelo 
citocromo C para chegar ao O2. NADH e FADH2, cedem elétrons, 
respectivamente, aos complexos I e II. 
- A transferência exergônica de elétrons do nível redox de NADH para o de 
O2 (ΔE0’= 1,130V) envolve uma diferença de energia livre liberada (ΔG0’= -
218kJ/mol) que é em parte retida pelo transporte de H+ do lado interno 
para o externo da membrana, criando o gradiente eletroquímico de 
prótons que permitirá “empurrar” o processo endergônico de fosforilação 
de ADP por Pi para gerar ATP, através da bomba de prótons que constitui a 
ATP sintase (também conhecida com F1F0- ATPase). 
 
3. A ATP sintase é distinta e fisicamente separada da cadeia de transporte de 
elétrons. A transferência de 2e de NADH até O2 envolve um ΔG0’= -218kJ/mol, 
que gera um incremento no gradiente de prótons suficiente para mover a ATP 
sintase, permitindo a produção de 3 mols de ATP (ΔG0’= +30,5kJ/mol). Nestas 
condições, a ATP sintase trabalha com uma eficiência termodinâmica igual a 42%. 
NADH do citoplasma para a mitocôndria: o transporte ocorre de forma 
indireta a partir da lançadeira malato-aspartato (fígado, rim e coração) ou 
lançadeira glicerol-3-fosfato (músculo esquelético e cérebro). 
A lançadeira malato-aspartato é constituída por uma reação do Ciclo de Krebs 
(que envolve consumo/formação de NADH) e outra do metabolismo de 
aminoácidos que ocorrem tanto no espaço intermembrana quanto na matriz 
(dada a presença das enzimas) e de transportadores na membrana interna para 
malato, alfa-cetoglutarato, glutamato e aspartato. 
 Dessa forma, o NADH pode ser consumido no espaço intermembrana e formado 
na matriz. Já na lançadeira glicerol-3-fosfato, NADH citosólico é consumido para 
formação de um produto (glicerol-3-fosfato) que atua como doador de elétrons 
para um complexo desidrogenase (contendo FAD) no próprio espaço 
intermembrana, na superfície da membrana 
 
ATP da mitocôndria para o citoplasma: há um antiportador específico que 
transporta simultaneamente ATP da matriz para o espaço intermembrana e ADP 
no sentido contrário, garantindo que a síntese de ATP seja mantida e que o ATP 
formado seja exportado para o citoplasma. 
- É, no entanto, necessário destacar que quando os 2e saem do nível redox de 
FADH2 , formam-se apenas 2ATP. Naturalmente, para uma melhor medida da real 
eficiência termodinâmica da fosforilação oxidativa seria preciso estimar o ΔG da 
transferência de elétrons em vez do ΔG0’. 
 
4. A grande quantidade de energia livre que seria dissipada na oxidação 
completa da glicose a CO2 e H2O [C6H12O6 + 6 O2 6 CO2 + 6 H2O; DG0’= -
2823 kJ/mol] é aproveitada para produção de ATP, graças quase exclusivamente 
ao processo de fosforilação oxidativa, rendendo 38ATP por mol de glicose 
(incluindo neste total 2ATP da glicólise e 2 do ciclo de Krebs). 
 
5. Vários mecanismos da cadeia de transporte de elétrons e de seu acoplamento 
à síntese de ATP foram elucidados através da utilização de inibidores e 
desacopladores, entre os quais estão: rotenona, amital, antimicina A, cianeto e 
DNP. 
- Rotenona e amital inibem a redução dos complexos I e III por NADH. 
- Antimicina A inibe o transporte de elétrons no complexo II. 
 - Cianeto inibe o transporte no complexo IV. 
- DNP é desacoplador, pois promove o “vazamento“de H+, levando à dissipação 
do gradiente de prótons e contínuo transporte de elétrons, desacoplado da 
síntese de ATP. 
O tratamento de uma suspensão de mitocôndrias com cianeto ou com 
oligomicina inibe tanto o consumo de oxigênio quanto a síntese de ATP. A adição 
de dinitrofenol (desacoplador) restaura o consumo de oxigênio apenas em um 
dos casos, mas não tem efeito sobre a inibição da síntese de ATP. 
Cianeto atua sobre o complexo III da CTE. Quando este complexo está 
inibido, o fluxo dos elétrons é interrompido nesse ponto e acaba por inativar a 
CTE por completo e, consequentemente, o consumo de oxigênio. Sem o 
bombeamento de prótons pela CTE, não há síntese de ATP. Nesse caso, o 
desacoplador não é capaz de restaurar o consumo de oxigênio porque o 
bombeamento de prótons da matriz para o espaço intermembrana foi 
comprometido, e não a dissipação do gradiente. 
 Oligomicina é um inibidor da ATP sintase. Nesse caso, ao inibir a síntese de 
ATP, é inibida também a dissipação do gradiente via ATP sintase, saturando o 
espaço intermembrana com prótons, o que interrompe também o bombeamento 
de prótons pelos complexos da CTE, inativando o processo. 
 O uso do desacoplador não restaura a síntese de ATP porque a ATP sintase 
permanece inibida por oligomicina, mas restaura o consumo de oxigênio visto 
que agora o gradiente de prótons é dissipado de uma outra maneira, permitindo 
a continuidade da CTE. 
 
6. A síntese de ATP a partir de ADP e Pi na mitocôndria, que é catalisada pela ATP 
sintase, é dirigida pelo processo de transporte de elétrons. Mas como a ATP 
sintase é fisicamente separada das proteínas do transporte de elétrons, a energia 
livre liberada no transporte de elétrons deve ser conservada em uma forma que 
possa ser utilizada pela ATP sintase. 
- A energia livre do transporte de elétrons é conservada pelo bombeamento de 
H+ da matriz mitocondrial para o espaço intermembranar, criando um gradiente 
de H+. 
- A volta dos prótons ao interior da mitocôndria é termodinamicamente favorável. 
A membrana interna da mitocôndria é impermeável a prótons em toda sua 
extensão, exceto na ATP sintase; e é então por este canal que os prótons 
atravessam a membrana, de volta à matriz mitocondrial. 
- A variação de energia livre associada ao transporte de um próton através da 
membrana interna da mitocôndria pode ser determinada através de medidas da 
diferença de pH e do potencial de membrana estabelecidos em mitocôndrias 
consumindo oxigênio. 
Em um sistema completamente isolado e controlado, há uma relação 
estequiométrica. Para cada mol de NADH oxidado, temos ½ mol de oxigênio 
consumido. Entretanto, nos organismos, a presença de uma série de outros 
fatores (escape de elétrons e redução via FADH2, principalmente) tornam inviável 
o estabelecimento de uma relação estequiométrica exata. 
Rotenona é um inibidor do complexo I da CTE que utiliza NADH como 
doador de elétrons. Apesar de o ciclo de Krebs possuir mais de uma reação com 
produção de NADH e uma com produção de FADH2, a partir do malato só é 
possível produzir NADH. Com o complexo I inibido, não é possível aproveitar os 
elétrons doados por NADH, suspendendo o consumo de oxigênio. 
Entretanto, ao utilizar succinato, torna-se possível a produção de FADH2, que será 
oxidado no complexo II (que permanece ativo), mantendo o fluxo de elétrons e 
resultandona redução de oxigênio. Utilizando cianeto ou antimicina A, inibidores 
dos complexos IV e III, respectivamente, a CTE é inativada por completo, visto que 
tanto o complexo I quanto o complexo II transferem elétrons para com o 
complexo III, que por sua vez os transfere para o complexo IV.

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