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Maria Paula Almeida Organização e Legislação da Educação Unidade 2 Legislação e Organização da Educação Básica Livro didático digital Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Diretora Editorial ANDRÉA CÉSAR PEDROSA Projeto Gráfico MANUELA CÉSAR ARRUDA Autor MARIA PAULA ALMEIDA Desenvolvedor CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS Olá. Meu nome é Maria Paula Almeida. Sou formada em Administração e pedagogia, mestre em gestão da educação, com experiência técnico-profissional na área de gestão de mais de 10 anos. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! Autor MARIA PAULA ALMEIDA INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimen- to de uma nova competência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser prioriza- das para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofun- damento do seu conhecimento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma ativi- dade de autoapren- dizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; Iconográficos Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo pro- jeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: SUMÁRIO Introdução......................................................................................10 Competências................................................................................11 Apresentando os objetivos, duração e organização da educação infantil..........................................................................12 A Lei de Diretrizes e Bases e a Educação Infantil......................12 Objetivos da Educação Infantil................................................................17 Duração da Educação Infantil..................................................................21 Organização da Educação Infantil........................................................22 Analisando o ensino fundamental de 9 (nove) anos seus objetivos, duração, organização e obrigatoriedade.......30 Objetivos, Duração, Organização e Obrigatoriedade do Ensino Fundamental......................................................................................30 Ensino médio: finalidade, duração, modalidades e organização...................................................................................46 Educação de Jovens e Adultos...............................................................55 Educação Especial...........................................................................................57 Bibliografia.....................................................................................62 9Organização e Legislação da Educação UNIDADE 02 LEGISLAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA 10 Organização e Legislação da Educação A educação brasileira apresenta um conjunto de leis, diretrizes, planos e base para organização a educação, a leis e diretrizes a Lei de diretrizes e bases (LDB) 9394/96 trata da divisão da educação básica brasileira em três etapas: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. Nessa disciplina iremos aprender sobre cada etapa da educação básica, suas características, objetivos e particularidades além de entender como está organizado a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e a Educação Especial. Brasil desenvolve práticas pedagógicas por meio de políticas públicas democráticas, que reconheçam as diferenças geográficas e econômicas de cada região, que visem garantir uma educação de qualidade e significativa ao educando. Enquanto educadores temos um papel crucial, pois reconhecendo nossa estrutura educacional e onde se pretende chegar, podemos efetivar na pratica o que já está garantido na Constituição de 1988 e reafirmado na LDB 9394/95, a educação como um direito de todos. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! INTRODUÇÃO 11Organização e Legislação da Educação Olá. Seja muito bem vindo a nossa Unidade 2 –, e o nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Apresentar os objetivos, duração e organização da Educação Infantil. 2. Analisar o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos seus objetivos, duração, organização e obrigatoriedade. 3. Observar a finalidade, duração, modalidade e organização do Ensino Médio. 4. Compreender sobre a Educação de Jovens e adultos e a Educação Especial. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! COMPETÊNCIAS 12 Organização e Legislação da Educação Apresentando os objetivos, duração e organização da Educação Infantil. A Lei de diretrizes e bases 9394/96 favoreceu para que a escolarização ocupasse um espaço importante nos debates da sociedade, repensando os objetivos, estrutura e a organização do ensino. Ao longo desta aula iremos discorrer sobre a educação infantil seus objetivos, duração e organização. Dúvidas? Não se preocupe. Recorra ao fórum de dúvidas e discussões para socializar o seu conhecimento e esclarecer todas as suas dúvidas. Nós estaremos a sua disposição em caso de dificuldades! A Lei de Diretrizes e Bases e a Educação Infantil Figura 1: Educação Infantil Fonte: Pixabay 13Organização e Legislação da Educação Na época da colonização as crianças eram vistas como “mini adultos”, não era considerado os pensamentos, desejos ou necessidades particulares da infância. Após a revolução industrial com a necessidade crescente de urbanização e mão de obra, as mulheres foram inseridas no mercado de trabalho necessitando de um lugar para deixar seus filhos, dai surgiram as creches. Kishimoto (2001) relata que com a urbanização e a industrialização, a criança foi esquecida tornado a em um precoce aprendiz. Com essa crença as instituições foram criadas com o caráter assistencialista, tendo como objetivo apenas o cuidar, enquanto pais e responsáveis estavam trabalhando. A Constituição Federal de 1988 foi importante por tornar as creches um lugar de direito das famílias e de dever do estado. A educação como um direito para as crianças de 0 a 6 anos, já estava assegurado pela Constituição Federal de 1988 e pelo Estatuto da Criança e Adolescente de 1990, contudo a transformação desse direito em diretrizes e bases promoveu um movimento de transformação para a educação brasileira. A educação infantil passou a integrar a primeira etapa da educação básica, finalizando dessa forma a visão retorica do assistencialismo, a partir desse momento a criança começa a ser vista como um ser de direito, que precisa de uma educação de qualidade desde seus primeiros anos de vida, para que se desenvolva um ser humano capaz de exercer sua cidadania. 14 Organização e Legislação da Educação NOTA: Reconhecer a criança como um ser de direito, significa ser considerada como um ser humano que faz parte do processo educativo, e que deve ser respeitado seu falar, brincar, construir, aprender, observar, questionar e experimentar. Conforme visto no artigo 22da LDB 9394/96. Art. 22. A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer- lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.(BRASIL, 1996) Com a Lei de Diretrizes e bases à criança passou a ser vista como um ser humano com cultura própria, capaz de criar e se desenvolver necessitando de muito mais que apenas o cuidado. Em 1998 o ministério da Educação publicou o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil como parte dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Em 1999 o Conselho Nacional de Educação (CNE) publicou as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNs). Esses documentos orientam os trabalhos na educação infantil e ressaltam que o educar e o brincar devem ser simultâneos favorecendo o desenvolvimento infantil. 15Organização e Legislação da Educação Figura 2: Estudar e brincar. Fonte: Freepik Ao considerar a criança como um ser cultural não tem como não considerar o ato de brincar, pois por meio da brincadeira a criança aprende, se desenvolve e se relaciona. Segundo Kishimoto (2001)a escola deve se preocupar com ambientes que valorizem o brincar, pois a sociedade em busca ascensão social e diminuição da desigualdade por meio da educação, busca introduzir a criança em um ambiente que acelere o aprendizado, e desconsidere o desenvolvimento e interesses próprios de uma determinada faixa etária, e o brincar é um desses interesses que acabam sendo desprezados. ACESSE: Para saber mais sobre a importância do brincar na educação infantil. Leia A LDB e as Instituições de Educação Infantil: Desafios e Perspectivas. Disponível em: http://citrus.uspnet.usp.br/eef/ uploads/arquivo/v15%20supl4%20artigo1.pdf http://citrus.uspnet.usp.br/eef/uploads/arquivo/v15 supl4 artigo1.pdf http://citrus.uspnet.usp.br/eef/uploads/arquivo/v15 supl4 artigo1.pdf 16 Organização e Legislação da Educação Quando a criança brinca ela desenvolve a imaginação, e Vygotsky afirma que a imaginação contribui para o desenvolvimento do pensamento lógico da criança. Os primeiros anos de vida da criança contribuem para o desenvolvimento do seu pensamento lógico e também de sua imaginação, os quais caminham juntos: a imaginação a é um momento totalmente necessário, inseparável do pensamento realista, na imaginação a direção da consciência tende a se afastar da realidade. (VYGOTSKY, 1989, p.75) Percebemos que o entendimento sobre as crianças tem se modificado com o passar dos anos. Atéo século XVII, não havia a preocupação com as crianças como atualmente, . Umfator a ser analisado, são os números de mortalidade infantil na época, que eram visto com naturalidade, pois não havia saúde pública preocupada em reduzir esses números. Atualmente tem se o conceito que as crianças são símbolos do futuro e investir nelas eé investir no futuro, essa visão é nova e ainda hoje temos que desenvolver pensamentos sobre isso. A preocupação com as crianças e a ideia de que elas são o futuro da nossa sociedade, são conceitos novos que foram progredindo conforme a sociedade foi se desenvolvendo. A criança passa a ser vista como um sujeito de direitos e deveres a serem preservados, e detentores de culturas próprias que devem ser consideradas. Com essa nova concepção de criança a escola e o trabalho do docente precisaram ser repensados. Os Referenciais Curriculares Nacionais visam a organização de instituições educacionais e da prática docente, para que se promova um desenvolvimento efetivo das crianças. 17Organização e Legislação da Educação ACESSE: Para conhecer os Referenciais Curriculares Nacionais. Leia o RCN disponível em http://portal. mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf Objetivos da Educação Infantil A Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 ao determinar que a educação infantil é a primeira etapa da educação básica e por meio de um documento Referencial Curriculares Nacional da Educação Básica, visa auxiliar o trabalho do educativo das crianças que compreende essa etapa da educação O Referencial Curricular busca determinar metas de qualidade que contribuam para o desenvolvimento integral da criança. O referencial pretende apontar metas de qualidade que contribuam para que as crianças tenham um desenvolvimento integral de suas identidades, capazes de crescerem como cidadãos cujos direitos das crianças á infância são reconhecidos. (BRASIL, 1996) A prática da educação Infantil deve ser organizada de modo que promova o desenvolvimento das crianças através de alguns aspectos. São Eles: Desenvolvendo a Imagem positiva de si, atuando de forma independente, com confiança e percebendo suas limitações. O professor deve desenvolver atividades que promovam a independência do aluno, estimule a confiança e promova a percepção de suas limitações visando o educando a superar seus limites. http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf 18 Organização e Legislação da Educação Descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, suas potencialidades e seus limites, desenvolvendo e valorizando hábitos de cuidado com a própria saúde e bem estar. O trabalho na educação infantil deve ter atividades voltadas para que a criança conheça seu próprio corpo, e hábitos saudáveis que contribua com cuidados para a própria saúde. Figura 3: Conhecendo o próprio corpo Fonte: Freepik Estabelecer vínculos afetivos e de troca com adultos e crianças fortalecendo sua autoestima e ampliando gradativamente suas possibilidades de comunicação e interação social. A educação infantil deve ter atividades que valorize a interação entre crianças e adultos, pois por meio da interação social as crianças aprendem e se desenvolvem. 19Organização e Legislação da Educação Observar e explorar o ambiente com atitudes de curiosidade, percebendo-se cada vez mais como integrante, dependente e agente transformador do meio ambiente e valorizando atitudes que contribuam para sua conservação. A criança por meio da exploração e observação, deve ser estimulada a descobrir o novo e a atitudes de conservação do meio ambiente. Figura 4: Criança com uma lupa investigando. Fonte: Freepik Brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades. O brincar é o meio que a criança tem para se comunicar e interagir com os outros e com o meio onde está inserido, o educador deve promover momentos de brincadeiras e faz de conta, para que a criança desenvolva emoções, sentimentos e pensamentos. Utilizar diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita) ajustadas ás diferentes intenções e situações de comunicação, de forma a compreender 20 Organização e Legislação da Educação e ser compreendido, expressar suas ideias, sentimentos, necessidades e desejos e avançar no seu processo de construção de significados, enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva. Apresentar para os alunos as diferentes formas de se comunicar e de artes estimulando situações para que eles possam expressas suas ideias, sentimentos e desejos para que enriqueça sua capacidade de se expressar. Figura 5: Comunicação pela arte Fonte: Pgbsimon, Pixabay, 2019. Conhecer algumas manifestações culturais, demonstrando atitudes de interesse, respeito e participação frente a elas e valorizando a diversidade. Os alunos devem ter contato com diferentes manifestações culturais promovendo interesse, respeito e valorização pelas diferentes formas de manifestações culturais. 21Organização e Legislação da Educação Conhecendo esses objetivos concluímos a importância que a educação infantil tem frente ao desenvolvimento do aluno. Por meio da educação infantil a criança tem acesso ao desenvolvimento da sua autonomia e independência, conhecer o próprio corpo, desenvolver vínculos afetivos, relações sociais, explorar ambientes, diferentes linguagens,manifestações culturais e principalmente o brincar. O educador deve conhecer o mundo da criança utilizando o lúdico e a brincadeira para desenvolver as habilidades típicas dessa faixa etária, não acelerando o processo de aprendizado e sim respeitando o desenvolvimento de cada fase infantil. Duração da Educação Infantil A Lei de diretrizes e bases determina ser a educação infantil a primeira etapa da educação básica e contempla as crianças de 0 anos até 5 anos de idade. A educação infantil segundo a LDB tem a finalidade do desenvolvimento físico, psicológico, intelectual e social dos alunos, e suas ações devem complementar as ações da família e da comunidade. Esse assunto é muito questionado dentro das instituições de ensino, pois alguns pais transferem para a escola a responsabilidade pela formação, educação e cuidado com as crianças. No entanto, ao analisar as diretrizes verificamos que a família continua com sua responsabilidade em relação aos seus filhos, e a função da escola e apenas completar o trabalho iniciado pelos pais. ACESSE: Para saber mais sobre a Lei de diretrizes e Bases da Educação Infantil. Leia a LDB. Disponível em: http:// www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/ id/529732/lei_de_diretrizes_e_bases_1ed.pdf http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/529732/lei_de_diretrizes_e_bases_1ed.pdf http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/529732/lei_de_diretrizes_e_bases_1ed.pdf http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/529732/lei_de_diretrizes_e_bases_1ed.pdf 22 Organização e Legislação da Educação Organização da Educação Infantil A educação infantil deverá ser oferecida da seguinte forma: Creches: O atendimento será para crianças de até 3 (três) anos de idade; Pré-Escola: O atendimento será para crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade. A matricula na Educação Infantil é obrigatória a partir dos 4 (quatro) anos de idade, o estado deve oferecer vaga de acesso a todas as crianças a partir dessa idade, e caso o responsável não efetue a matricula da criança, poderá ser enquadrado pelo código penal como abandono intelectual. Conforme o artigo 246 do código penal, o responsável que deixar sem justa causa de prover o acesso da criança a escola, poderá ser multado ou detenção de 15(quinze) dias a 1 (um) mês. ACESSE: Para saber mais sobre o artigo 246 do código penal. Leia o código penal disponível em: https:// www.jusbrasil.com.br/topicos/10607450/artigo- 246-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro- de-1940 Em alguns sistemas jurídicos, como por exemplo, o americano é permitido o ensino em casa, no caso o direito brasileiro não permite ainda essa modalidade de ensino. Segundo a LDB 9394/96 a educação infantil será organizada seguindo as seguintes regras: A avaliação deve ser realizada mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças, essa avaliação não tem caráter classificatório para acesso ao ensino fundamental. https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10607450/artigo-246-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de- https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10607450/artigo-246-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de- https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10607450/artigo-246-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de- https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10607450/artigo-246-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de- 23Organização e Legislação da Educação ACESSE: Para saber mais sobre a avaliação na educação infantil. Leia Avaliação da Aprendizagem na Educação Infantil: Recurso para prática pedagógica. Disponível em: http://www.marilia.unesp.br/ Home/Eventos/2015/jornadadonucleo/ avaliacao-da-aprendizagem.pdf A carga horária mínima anual deve ser de 800 (oitocentas) horas, distribuídas por um mínimo de 200 (duzentos) dias de trabalho educacional. Atendimento as crianças de no mínimo 4 (quatro) horas diárias para o turno parcial e de 7 (sete) horas para a jornada integral Frequência mínima de 60% (sessenta) do total de horas sendo controlada pela instituição de ensino. Expedir documentação que comprove os processos de desenvolvimento das crianças. Um Avaliação é fator importante a ressaltar na educação infantil. , esta deve ser um instrumento norteador da aprendizagem, além de promoção reflexiva do educador sobre sua prática. Ao avaliar, o professor deve considerar as mudanças e transformações do educando frente ao processo educativo. Contudo a avaliação na educação infantil não pode ter o caráter classificatório, nem de promoção para continuação dos estudos, e sim um instrumento de identificação de conhecimentos para nortear o trabalho do professor. A fim de garantir a qualidade da educação na educação infantil, são instituídos documentos entre eles o Referencial Curricular Nacional Educação Infantil (RCNEI), que é um guia que auxilia a compreensão e qualidade da http://www.marilia.unesp.br/Home/Eventos/2015/jornadadonucleo/avaliacao-da-aprendizagem.pdf http://www.marilia.unesp.br/Home/Eventos/2015/jornadadonucleo/avaliacao-da-aprendizagem.pdf http://www.marilia.unesp.br/Home/Eventos/2015/jornadadonucleo/avaliacao-da-aprendizagem.pdf 24 Organização e Legislação da Educação educação infantil, oferecendo objetivos e orientações para o trabalho com as crianças. O RCNEI está organizado por volumes: Volume 1 Introdução: Apresenta uma reflexão sobre as creches e pré-escolas, apresentando a concepção sobre criança, educação, trabalho docente. Volume 2 Formação Pessoal e Social: Aborda a importância do trabalho de construção da identidade e autonomia das crianças. Volume 3 Conhecimento do Mundo: Trata a importância sobre experiência e conhecimento de mundo por meio da música, artes visuais, linguagem oral e escrita, natureza e sociedade e matemática. Outro documento importante, são as Diretrizes Curriculares Nacionaisl da Educação Infantil (DCNEI) que visa garantir o cumprimentoi proposto na LDB 9394/96, que prioriza a criança como o centro do processo de aprendizado. 1.1 Esta norma tem por objetivo estabelecer Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil a serem observadas na organização de propostas pedagógicas na educação infantil. (BRASIL, 2010, p. 13) A Base Nacional Comum Curricular na Educação Infantil (BNCC) apresenta um conjunto de orientações sobre a elaboração do currículo pela escola, reforçando ser a criança a protagonista do processo ensino aprendizado. A BNCC é composta por 5 (cinco) campos de experiências e 6 (seis) direitos de aprendizagem. Os direitos de aprendizagem na Educação Infantil visam assegurar que as crianças aprendam em situações diversas, sendo agente ativo no processo de aprendizagem, 25Organização e Legislação da Educação em ambientes que estimulem a vivenciar e superar desafios. Conforme o BNCC. Tendo em vista os eixos estruturantes das práticas pedagógicas e as competências gerais da Educação Básica propostas pelo BNCC, seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento asseguram, na Educação Infantil, as condições para que as crianças aprendam em situações nas quais possam desempenhar um papel ativo em ambientes que as convidem a vivenciar desafios e a sentirem-se provocadas a resolvê-los, nas quais possam construir significados sobre si, os outros e o mundo social e natural. (BRASIL1996) ACESSE: Para conhecer a Base Nacional de Educação. Leia BNCC. Disponível em: http://basenacionalcomum. mec.gov.br/abase/ Segundo a BNCC na Educação Infantil são direitos de aprendizagem: CONVIVER: Convívio com outras crianças e adultos utilizando diferentes linguagens, ampliando conhecimentos sobre si e do outro, em relação a cultura e diferença entre as pessoas. BRINCAR: Promoção do brincar diariamente em diversos formas e espaços, entre crianças e adultos, ampliando o acesso as produções culturais, imaginação, criatividade e experiências emocionais, corporais, sensoriais, cognitivas. PARTICIPAR: A participação ativa com adultos e criançasno planejamento da gestão da escola e atividades http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/ http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/ 26 Organização e Legislação da Educação propostas, na escolha das brincadeiras, materiais e ambientes e elaboração de conhecimentos. EXPLORAR: A exploração de movimentos, gestos, sons, formas e texturas, cores, palavras, emoções e transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza na escola ou fora dela, ampliando saberes sobre cultura. EXPRESSAR: Como sujeito criativo, dialógico e sensível, suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas por meio de diferentes linguagens. CONHECER-SE: Construir sua identidade pessoal, social e cultural sobre si e de seus grupos de pertencimentos, nas diversas experiências de cuidado, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário. O documento aborda que as atividades na Educação Infantil devem ser planejadas de acordo com a intencionalidade educativa, para que desenvolva na criança a observação, questionamento, levantamento de hipóteses, o julgamento e construção dos conhecimentos. A educação infantil segundo o BNCC deve ter como eixo a brincadeira e a interação, os campos de experiências são estruturas curriculares que interligam as experiências concretas da vida da criança com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural. Os campos de experiência se baseiam nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil. . São organizados da seguinte forma: O eu, o outro e o nós: É na interação com adultos e crianças que as crianças vão construindo seu modo de agir, sentir e pensar. Nessas experiências elas podem ampliar o modo de perceber a si mesmas e ao outro, valorizando sua identidade, respeitando os outros e reconhecendo as diferenças. 27Organização e Legislação da Educação Corpos, gestos e movimentos: Na educação infantil o corpo ganha o centro do processo dessa forma deve ser estimulado experiências que as crianças possam por meio da ludicidade e interação com o outro, possibilitem explorar e vivenciar um amplo repertório de movimentos, gestos, olhares e sons. Traços, sons, cores e formas: A educação infantil deve promover a participação da criança em tempo de espaço para produção, manifestação e apreciação artísticas favorecendo o desenvolvimento da sensibilidade, criatividade e expressão pessoal da criança. Figura 6: Desenvolvimento da criatividade Fonte: Joduma, Pixabay Escuta, fala, pensamento e imaginação: A escola deve promover experiências que possibilitem a criança falar e ouvir, pois por meio da comunicação a criança se desenvolve como sujeito ativo e pertencente a um grupo social. 28 Organização e Legislação da Educação Figura 7: Crianças brincando de telefone sem fio. Fonte: Freepik Espaço, tempos, quantidades, relações e transformações: A educação infantil deve promover experiências que possibilitem as crianças observar, manipular, investigar e explorar o meio que está inserido levantando hipóteses e resolvendo problemas ampliando seus conhecimentos do mundo físico e sociocultural. Figura 8: Conhecendo espaços Fonte: Protowink, Pixabay 29Organização e Legislação da Educação A Base Nacional Comum Curricular orienta que a escola deve estar atenta para a transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental, para que haja continuidade do processo educativo que respeite as mediações e conhecimentos de cada fase. 30 Organização e Legislação da Educação Analisando o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos seus objetivos, duração, organização e obrigatoriedade Nessa aula iremos analisar e refletir sobre o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos seus objetivos, duração, obrigatoriedade e como deve ser a sua organização. A LDB 9394/96 considera o ensino fundamental um nível da educação básica que atende as crianças a partir dos 6 (seis) anos de idade, um dos principais objetivos do ensino fundamental é a formação básica do cidadão. Além da LDB existem documentos como Diretrizes Curriculares Nacionais, Plano Nacional de Educação e Base Nacional Comum Curriculares que norteiam o trabalho desse nível da educação básica. Ao longo desse capitulo vamos conhecer esses documentos e sua relação com o ensino fundamental. Vamos juntos promover essa reflexão? Objetivos, Duração, Organização e Obrigatoriedade do Ensino Fundamental A Lei de Diretrizes e Bases da Educação divide a educação brasileira em níveis: educação básica e ensino superior. A educação básica e subdividida em: Educação Infantil: creches e pré-escolas Ensino Fundamental: Anos iniciais (do 1º ao 5º ano) e anos finais (do 6º ao 9º ano) Ensino médio: Do 1º ao 3º ano. Como podemos observar o Ensino fundamental é a continuação da Educação infantil, sendo para essa transição é importante além do equilíbrio entre as mudanças, ocorra o acolhimento afetivo do aluno ao ser introduzido nesse 31Organização e Legislação da Educação novo nível, evitando assim a fragmentação do processo ensino aprendizagem e favorecendo a continuidade da aprendizagem. Visando minimizar esses problemas a Base Nacional Comum Curricular orienta que o Ensino Fundamental- Anos Iniciais, deve valorizar as situações lúdicas de aprendizagem e a articulação com as experiências vividas na Educação Infantil. O trabalho da escola deve prever uma progressiva sistematização dessa experiência, e desenvolvimento de novas formas de relação com o mundo pelos educandos. Os primeiros anos do Ensino Fundamental devem estar focados na alfabetização, garantido oportunidade de conhecimento da escrita e práticas de letramento. Figura 9 Fonte: Pixabay A BNCC apresenta competências e habilidades envolvidas no processo de alfabetização que a criança necessita desenvolver são elas: Compreender diferenças entre escrita e outras formas gráficas (outros sistemas de representação); 32 Organização e Legislação da Educação Dominar as convenções gráficas (letras maiúsculas e minúsculas, cursiva e script); Conhecer o alfabeto; Compreender a natureza alfabética do nosso sistema de escrita; Dominar as relações entre grafemas e fonemas; Saber decodificar palavras e textos escritos; Saber ler, reconhecendo globalmente as palavras; Ampliar a sacada do olhar para porções maiores de texto que meras palavras, desenvolvendo assim fluência e rapidez de leitura (fatiamento). ACESSE: Para aprimorar seus conhecimento sobre a Base Nacional Comum Curricular. Leia BNCC. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp- content/uploads/2018/02/bncc-20dez-site.pdf Segundo orientação da Base Nacional Comum Curricular (2017) os anos finais do ensino fundamental, devem propor atividades que promovam a progressão do conhecimento, por meio da consolidação das aprendizagens anteriores e a ampliação das práticas de linguagens e experiências, com desafios mais complexos que permitem ressignificar o conteúdo aprendido. O conteúdo que será desenvolvido no ensino fundamental será dividido em 5 (cinco) áreas do conhecimento com os componentes curriculares próprios a serem trabalhados, são eles: ÁREA DE LINGUAGENS Componentes curriculares: Língua Portuguesa, Arte, Educação Física, Língua Inglesa (ensino fundamental anos finais) http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/bncc-20dez-site.pdf http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/bncc-20dez-site.pdf 33Organização e Legislação da Educação Competências: 1. Compreender as linguagens como construção humana, histórica, social e cultural, de natureza dinâmica, reconhecendo-as e valorizando-as como formas de significação da realidade e expressão de subjetividades e identidades sociais e culturais. 2. Conhecer e explorar diversas práticas de linguagem (artísticas, corporais e linguísticas) em diferentes campos da atividade humana para continuar aprendendo, ampliarsuas possibilidades de participação na vida social e colaborar para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva. 3. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao diálogo, à resolução de conflitos e à cooperação. 4. Utilizar diferentes linguagens para defender pontos de vista que respeitem o outro e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, atuando criticamente frente a questões do mundo contemporâneo. 5. Desenvolver o senso estético para reconhecer, fruir e respeitar as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, inclusive aquelas pertencentes ao patrimônio cultural da humanidade, bem como participar de práticas diversificadas, individuais e coletivas, da produção artístico-cultural, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas. 6. Compreender e utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares), para se comunicar por meio das diferentes linguagens e mídias, produzir conhecimentos, resolver 34 Organização e Legislação da Educação problemas e desenvolver projetos autorais e coletivos. (BRASIL, 2017) AREA DE MATEMÁTICA Componente curricular: Matemática Competências: 1. Reconhecer que a Matemática é uma ciência humana, fruto das necessidades e preocupações de diferentes culturas, em diferentes momentos históricos, e é uma ciência viva, que contribui para solucionar problemas científicos e tecnológicos e para alicerçar descobertas e construções, inclusive com impactos no mundo do trabalho. 2. Desenvolver o raciocínio lógico, o espírito de investigação e a capacidade de produzir argumentos convincentes, recorrendo aos conhecimentos matemáticos para compreender e atuar no mundo. 3. Compreender as relações entre conceitos e procedimentos dos diferentes campos da Matemática (Aritmética, Álgebra, Geometria, Estatística e Probabilidade) e de outras áreas do conhecimento, sentindo segurança quanto à própria capacidade de construir e aplicar conhecimentos matemáticos, desenvolvendo a autoestima e a perseverança na busca de soluções. 4.Fazer observações sistemáticas de aspectos quantitativos e qualitativos presentes nas práticas sociais e culturais, de modo a investigar, organizar, representar e comunicar informações relevantes, para interpretá-las e avaliá-las crítica e eticamente, produzindo argumentos convincentes. 5. Utilizar processos e ferramentas matemáticas, inclusive tecnologias digitais disponíveis, para modelar e resolver problemas cotidianos, sociais e de outras áreas de conhecimento, validando estratégias e resultados. 6. Enfrentar situações-problema em múltiplos contextos, incluindo-se situações imaginadas, não diretamente 35Organização e Legislação da Educação relacionadas com o aspecto prático-utilitário, expressar suas respostas e sintetizar conclusões, utilizando diferentes registros e linguagens (gráficos, tabelas, esquemas, além de texto escrito na língua materna e outras linguagens para descrever algoritmos, como fluxogramas, e dados). 7. Desenvolver e/ou discutir projetos que abordem, sobretudo, questões de urgência social, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários, valorizando a diversidade de opiniões de indivíduos e de grupos sociais, sem preconceitos de qualquer natureza. 8. Interagir com seus pares de forma cooperativa, trabalhando coletivamente no planejamento e desenvolvimento de pesquisas para responder a questionamentos e na busca de soluções para problemas, de modo a identificar aspectos consensuais ou não na discussão de uma determinada questão, respeitando o modo de pensar dos colegas e aprendendo com eles. (BRASIL, 2017) ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA Componente Curricular: Ciências Competências: 1. Compreender as Ciências da Natureza como empreendimento humano, e o conhecimento científico como provisório, cultural e histórico. 2. Compreender conceitos fundamentais e estruturas explicativas das Ciências da Natureza, bem como dominar processos, práticas e procedimentos da investigação científica, de modo a sentir segurança no debate de questões científicas, tecnológicas, socioambientais e do mundo do trabalho, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 3. Analisar, compreender e explicar características, fenômenos e processos relativos ao mundo natural, social e 36 Organização e Legislação da Educação tecnológico (incluindo o digital), como também as relações que se estabelecem entre eles, exercitando a curiosidade para fazer perguntas, buscar respostas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das Ciências da Natureza. 4. Avaliar aplicações e implicações políticas, socioambientais e culturais da ciência e de suas tecnologias para propor alternativas aos desafios do mundo contemporâneo, incluindo aqueles relativos ao mundo do trabalho. 5. Construir argumentos com base em dados, evidências e informações confiáveis e negociar e defender ideias e pontos de vista que promovam a consciência socioambiental e o respeito a si próprio e ao outro, acolhendo e valorizando a diversidade de indivíduos e de grupos sociais, sem preconceitos de qualquer natureza. 6. Utilizar diferentes linguagens e tecnologias digitais de informação e comunicação para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos e resolver problemas das Ciências da Natureza de forma crítica, significativa, reflexiva e ética. 7. Conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-estar, compreendendo-se na diversidade humana, fazendo-se respeitar e respeitando o outro, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza e às suas tecnologias. 8. Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza para tomar decisões frente a questões científico-tecnológicas e socioambientais e a respeito da saúde individual e coletiva, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários. (BRASIL, 2017) 37Organização e Legislação da Educação ÁREA DE CIENCIAS HUMANAS Componente Curricular: Geografia e História Competências: 1. Compreender a si e ao outro como identidades diferentes, de forma a exercitar o respeito à diferença em uma sociedade plural e promover os direitos humanos. 2. Analisar o mundo social, cultural e digital e o meio técnico-científico-informacional com base nos conhecimentos das Ciências Humanas, considerando suas variações de significado no tempo e no espaço, para intervir em situações do cotidiano e se posicionar diante de problemas do mundo contemporâneo. 3. Identificar, comparar e explicar a intervenção do ser humano na natureza e na sociedade, exercitando a curiosidade e propondo ideias e ações que contribuam para a transformação espacial, social e cultural, de modo a participar efetivamente das dinâmicas da vida social. 4. Interpretar e expressar sentimentos, crenças e dúvidas com relação a si mesmo, aos outros e às diferentes culturas, com base nos instrumentos de investigação das Ciências Humanas, promovendo o acolhimento e a valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. 5. Comparar eventos ocorridos simultaneamente no mesmo espaço e em espaços variados, e eventos ocorridos em tempos diferentes no mesmo espaço e em espaços variados. 6. Construir argumentos, com base nos conhecimentos das Ciências Humanas, paranegociar e defender ideias e opiniões que respeitem e promovam os direitos humanos e a consciência socioambiental, exercitando a responsabilidade e o protagonismo voltados para o bem comum e a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 38 Organização e Legislação da Educação 7. Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica e diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de informação e comunicação no desenvolvimento do raciocínio espaço-temporal relacionado a localização, distância, direção, duração, simultaneidade, sucessão, ritmo e conexão. (BRASIL, 2017) AREA DO ENSINO RELIGIOSO: Componente Curricular: Ensino Religioso Competências: 1. Conhecer os aspectos estruturantes das diferentes tradições/movimentos religiosos e filosofias de vida, a partir de pressupostos científicos, filosóficos, estéticos e éticos. 2. Compreender, valorizar e respeitar as manifestações religiosas e filosofias de vida, suas experiências e saberes, em diferentes tempos, espaços e territórios. 3. Reconhecer e cuidar de si, do outro, da coletividade e da natureza, enquanto expressão de valor da vida. 4. Conviver com a diversidade de crenças, pensamentos, convicções, modos de ser e viver. 5. Analisar as relações entre as tradições religiosas e os campos da cultura, da política, da economia, da saúde, da ciência, da tecnologia e do meio ambiente. 6. Debater, problematizar e posicionar-se frente aos discursos e práticas de intolerância, discriminação e violência de cunho religioso, de modo a assegurar os direitos humanos no constante exercício da cidadania e da cultura de paz. (BRASIL, 2017) De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases (9394/96) em seu artigo 32º aborda que o objetivo do Ensino Fundamental e a formação básica do cidadão. Segundo a LDB a formação básica se dará por meio. 39Organização e Legislação da Educação I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. (BRASIL, 1996) Buscando reafirmar e promover os objetivos propostos na LDB em relação ao ensino fundamental, o conselho nacional de educação estabelece Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental (DCN). ACESSE: Para saber mais sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. Leia DCNs. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec. gov.br/wp-content/uploads/2018/02/bncc- 20dez-site.pdf Segundo as DCNs para o ensino fundamental: As escolas deverão estabelecer princípios para nortear seus trabalhos são eles: a) Princípios Éticos da Autonomia, Responsabilidade, Solidariedade e do Respeito ao Bem Comum. b) Princípios Políticos dos Direitos e Deveres de Cidadania, do Exercício a Criticidade e do Respeito a Ordem Democrática. 40 Organização e Legislação da Educação c) Princípios Estéticos da Sustentabilidade, Criatividade, Diversidade de Manifestações Artísticas e Culturais. As escolas devem promover o reconhecimento pessoal do aluno, professores e a identidade da unidade escolar. As escolas devem reconhecer que o processo de aprendizagem é constituído pela interação com do conhecimento, linguagem e interação afetiva, o dialogo deve favorecer o protagonismo do aluno na educação e também a construção de valores indispensáveis a vida cidadã. Todas as escolas devem garantir a igualdade de acesso aos alunos a uma Base Nacional Comum para que seja legitimada uma educação de qualidade. As escolas deverão desenvolver propostas curriculares que tenham relação com a comunidade local de modo que desenvolvam cidadãos capazes de serem protagonistas e responsáveis por si próprio, família e comunidade. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) foram desenvolvidos para que as instituições de ensino , tivessem parâmetros para desenvolver uma educação de qualidade. Segundo o PCN os objetivos do ensino fundamental é que os alunos sejam capazes de: compreender a cidadania como participação social e política, assim como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia-a-dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito; posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes 41Organização e Legislação da Educação situações sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas; conhecer características fundamentais do Brasil nas dimensões sociais, materiais e culturais como meio para construir progressivamente a noção de identidade nacional e pessoal e o sentimento de pertinência ao País; conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais; perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente; desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, para agir com perseverança na busca de conhecimento e no exercício da cidadania; conhecer e cuidar do próprio corpo, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva; utilizar as diferentes linguagens — verbal, matemática, gráfica, plástica e corporal — como meio para produzir, expressar e comunicar suas idéias, interpretar e usufruir das produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo a diferentes intenções e situações de comunicação; 42 Organização e Legislação da Educação saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos; questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos e verificando sua adequação. (BRASIL, 1997) Ao analisar os objetivos do ensino fundamental, observamos que os diversos documentos sobre o assunto visam garantir a formação de indivíduos críticos e aptos a conviver em sociedade. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/96 estabelece no seu artigo 32, que o ensino fundamental deveria ter a duração de 08 (oito) anos, esse artigo teve alteração por meio da Lei 11.274 de 2006, onde o ensino fundamental obrigatório passou a ter a duração de 9 (nove) anos. A responsabilidade pela oferta do Fundamental Anos Iniciais e Educação Infantil é de competência dos Munícipios. Já o Fundamental Anos Finais e Ensino Médio serão de competência do Estado. O objetivo do governo com essa proposta é oportunizar um maior tempo do educando no convívio escolar, oferecendo maior oportunidade de aprender e de ter uma educação de maior qualidade. Nesse sentido, podemos ver o ensino fundamental de nove anos como mais uma estratégia de democratização e acesso à escola. A Lei nº. 11.274, de 6 de fevereiro de 2006, assegura o direito das crianças de seis anos à educação formal, obrigando as famílias a matriculá-las e o Estado a oferecer o atendimento. (Brasil,2007, p. 27) 43Organização e Legislação da Educação Ao analisarmos a citação acima verificamos que o discurso do governo na defesa do ensino fundamental de 9 anos, busca reafirmar um direito garantido desde a constituição, que é o acesso a uma educação de qualidade para todos, e a garantia de vaga e estrutura adequada. Por lei o ensino fundamental tem como característica ser obrigatório e gratuito e com duração de 9 (nove) anos, devendo ser iniciado com 6 (seis) anos de idade completos até 31 de Março do ano da matricula. A Resolução nº 7 de 14 de Dezembro de 2010 do Conselho Nacional de Educação (CNE) aborda as regras do corte etário para as matriculas. Art. 8º O Ensino Fundamental, com duração de 9 (nove) anos, abrange a população na faixa etária dos 6 (seis) aos 14 (quatorze) anos de idade e se estende, também, a todos os que na idade própria, não tiveram condições de frequentá-lo. § 1º É obrigatória a matrícula no Ensino Fundamental de crianças com 6 (seis) anos completos ou a completar até o dia 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula, nos termos da Lei e das normas nacionais vigentes. § 2º As crianças que completarem 6 (seis) anos após essa data deverão ser matriculadas na Educação Infantil (Pré- Escola). (BRASIL, 2010) Como vimos,desde 2010 a regra está prevista, no entanto diversos estabelecimentos de ensino pelo Brasil, principalmente particulares não consideravam esse corte para efetuar a matricula dos alunos nas escolas. Devido a esse cenário o MEC (Ministério da Educação e Cultura) por meio da Portaria nº 1.035/2018, publica que o Parecer CNE/CEB nº 2/2018, onde vem reafirmar as regras do corte etário já citados pelo CNE em 2010. 44 Organização e Legislação da Educação ACESSE: Para saber mais sobre o Conselho Nacional de Educação. Leia. Disponivel em: http:// portal.mec.gov.br/index.php?option=com_ d o c m a n &v i ew = d ow n l o a d & a l i a s = 9707 1- pceb002-18&category_slug=setembro-2018- pdf&Itemid=30192 Conforme aborda o Conselho Nacional de Educação em 2018: 3. O Ensino Fundamental, com duração de 9 (nove) anos, abrange a população na faixa etária dos 6 (seis) aos 14 (quatorze) anos de idade e se estende, também, a todos os que, na idade própria, não tiveram condições de frequentá-lo, nos termos da Resolução CNE/CEB nº 7/2010. a) É obrigatória a matrícula no Ensino Fundamental de crianças com 6 (seis) anos completos ou a completar até o dia 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula, nos termos da Lei e das normas nacionais vigentes. b) As crianças que completarem 6 (seis) anos após essa data deverão ser matriculadas na Educação Infantil, na etapa da pré-escola. (BRASIL 2018) 4. Excepcionalmente, as crianças que, até a data da publicação desta Resolução, já se encontram matriculadas e frequentando instituições educacionais de Educação Infantil (creche ou pré-escola) devem ter a sua progressão assegurada, sem interrupção, mesmo que sua data de nascimento seja posterior ao dia 31 de março, considerando seus direitos de continuidade e prosseguimento sem retenção. (BRASIL, 2018) http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=97071-pceb002-18&category_slug=setembro-2018-pdf&Itemid=30192 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=97071-pceb002-18&category_slug=setembro-2018-pdf&Itemid=30192 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=97071-pceb002-18&category_slug=setembro-2018-pdf&Itemid=30192 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=97071-pceb002-18&category_slug=setembro-2018-pdf&Itemid=30192 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=97071-pceb002-18&category_slug=setembro-2018-pdf&Itemid=30192 45Organização e Legislação da Educação O Conselho Nacional de Educação além da idade de corte para a matricula no ensino fundamental, também determina que o Ensino fundamental deverá ter a carga horária mínima de 800 (oitocentas) horas de aula e pelo menos 200 dias letivos de atividade escolar. Conforme o artigo 3º. § 3º A carga horária mínima anual do Ensino Fundamental regular será de 800 (oitocentas) horas relógio, distribuídas em, pelo menos, 200 (duzentos) dias de efetivo trabalho escolar. (BRASIL, 2018) Com a análise desse capítulo podemos verificar que o Ensino Fundamental é uma etapa importante do desenvolvimento infantil, dessa forma a necessidade de se ter uma proposta pedagógica que atenda a necessidade do educando, e promova cidadãos aptos a contribuir com a sociedade. 46 Organização e Legislação da Educação Ensino Médio: Finalidade, Duração, Modalidades e Organização. O ensino médio segundo a LDB 9394/96 é compreendido como a etapa final da Educação Básica, com duração de 3 (Três) anos tendo como finalidade: I – a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos; II – a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores; III – o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pen samento crítico;25 Lei no 9.394/1996 IV – a compreensão dos fundamentos científico- tecnológicos dos pro cessos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina. (BRASIL, 1996) Analisando as finalidades do Ensino Médio determinada pela LDB, podemos perceber a preocupação em consolidar os conhecimentos e a preparação para o trabalho e para cidadania, no entanto esses objetivos não foram atingidos, sendo necessárias novas reflexões sobre o tema. A Resolução do CNE/CEB nº 4/2010 definem as Diretrizes Curriculares para o Ensino Médio, essas diretrizes visavam melhorar a educação por meio de uma formação mais humana que não se limite ao vestibular, e prepare futuro cidadãos. Com o objetivo de preparar os alunos para se tornarem cidadãos plenos preparados para os desafios do século 47Organização e Legislação da Educação XXI, , foi desenvolvido a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) para o ensino médio, contendo aprendizagens essenciais para todos os alunos. A Base Nacional Comum Curricular foi homologada em 14/12/2018 e organiza o ensino médio em Áreas do Conhecimento, Competência Especifica da Área e Habilidades. ACESSE: Para entender mais sobre a Base Nacional do Ensino Médio. Disponível em: http://basenacionalcomum. mec.gov.br/bncc-ensino-medio ÁREA DE LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS Figura 10: Artes Fonte: Pixabay 48 Organização e Legislação da Educação Componentes Curriculares: Arte, Educação Física, Língua Inglesa e Língua Portuguesa Competências: 1. Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e práticas (artísticas, corporais e verbais) e mobilizar esses conhecimentos na recepção e produção de discursos nos diferentes campos de atuação social e nas diversas mídias, para ampliar as formas de participação social, o entendimento e as possibilidades de explicação e interpretação crítica da realidade e para continuar aprendendo. 2. Compreender os processos identitários, conflitos e relações de poder que permeiam as práticas sociais de linguagem, respeitar as diversidades, a pluralidade de ideias e posições e atuar socialmente com base em princípios e valores assentados na democracia, na igualdade e nos Direitos Humanos, exercitando a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, e combatendo preconceitos de qualquer natureza. 3. Utilizar diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais) para exercer, com autonomia e colaboração, protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva, de forma crítica, criativa, ética e solidária, defendendo pontos de vista que respeitem o outro e promovam os DireitosHumanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável, em âmbito local, regional e global. 4. Compreender as línguas como fenômeno (geo)político, histórico, social, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso, reconhecendo-as e vivenciando-as como formas de expressões identitárias, pessoais e coletivas, bem como respeitando as variedades linguísticas e agindo no enfrentamento de preconceitos de qualquer natureza. Compreender os múltiplos aspectos que envolvem a produção de sentidos nas práticas sociais da cultura corporal de movimento, reconhecendo-as e vivenciando-as como formas de expressão de valores e identidades, em uma perspectiva democrática e de respeito à diversidade. 5. Apreciar esteticamente as mais diversas produções artísticas e culturais, considerando suas características locais, 49Organização e Legislação da Educação regionais e globais, e mobilizar seus conhecimentos sobre as linguagens artísticas para dar significado e (re)construir produções autorais individuais e coletivas, de maneira crítica e criativa, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas. 6. Mobilizar práticas de linguagem no universo digital, considerando as dimensões técnicas, críticas, criativas, éticas e estéticas, para expandir as formas de produzir sentidos, de engajar-se em práticas autorais e coletivas, e de aprender a aprender nos campos da ciência, cultura, trabalho, informação e vida pessoal e coletiva. (BRASIL, 2018) ÁREA DE MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS Figura 11: Números Fonte: Pixabay Componente Curricular: Matemática Competências: 1. Utilizar estratégias, conceitos e procedimentos matemáticos para interpretar situações em diversos contextos, sejam atividades cotidianas, sejam fatos das Ciências da Natureza e Humanas, ou ainda questões 50 Organização e Legislação da Educação econômicas ou tecnológicas, divulgados por diferentes meios, de modo a consolidar uma formação científica geral. 2. Articular conhecimentos matemáticos ao propor e/ ou participar de ações para investigar desafios do mundo contemporâneo e tomar decisões éticas e socialmente responsáveis, com base na análise de problemas de urgência social, como os voltados a situações de saúde, sustentabilidade, das implicações da tecnologia no mundo do trabalho, entre outros, recorrendo a conceitos, procedimentos e linguagens próprios da Matemática. 3. Utilizar estratégias, conceitos e procedimentos matemáticos, em seus campos – Aritmética, Álgebra, Grandezas e Medidas, Geometria, Probabilidade e Estatística –, para interpretar, construir modelos e resolver problemas em diversos contextos, analisando a plausibilidade dos resultados e adequação das soluções propostas, de modo a construir argumentação consistente. 4. Compreender e utilizar, com flexibilidade e fluidez, diferentes registros de representação matemáticos (algébrico, geométrico, estatístico, computacional etc.), na busca de solução e comunicação de resultados de problemas, de modo a favorecer a construção e o desenvolvimento do raciocínio matemático. 5. Investigar e estabelecer conjecturas a respeito de diferentes conceitos e propriedades matemáticas, empregando recursos e estratégias como observação de padrões, experimentações e tecnologias digitais, identificando a necessidade, ou não, de uma demonstração cada vez mais formal na validação das competências conhecturas?????. (BRASIL, 2018) 51Organização e Legislação da Educação ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS Figura 12: Ciências da netureza Fonte: Pixabay Componente Curricular: Ciências Competências: 1. Analisar fenômenos naturais e processos tecnológicos, com base nas relações entre matéria e energia, para propor ações individuais e coletivas que aperfeiçoem processos produtivos, minimizem impactos socioambientais e melhorem as condições de vida em âmbito local, regional e/ou global. 2. Construir e utilizar interpretações sobre a dinâmica da Vida, da Terra e do Cosmos para elaborar argumentos, realizar previsões sobre o funcionamento e a evolução dos seres vivos e do Universo, e fundamentar decisões éticas e responsáveis. 3. Analisar situações-problema e avaliar aplicações do conhecimento científico e tecnológico e suas implicações no mundo, utilizando procedimentos e linguagens próprios das Ciências da Natureza, para propor soluções que 52 Organização e Legislação da Educação considerem demandas locais, regionais e/ou globais, e comunicar suas descobertas e conclusões a públicos variados, em diversos contextos e por meio de diferentes mídias e tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC). (BRASIL, 2018) ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS Figura 13: Ciências Sociais Fonte: Pixabay Componente Currícular: Política e Trabalho, Tempo e Espaço, Território e Fronteira, Indivíduo, Natureza, Sociedade, Cultura e Ética, Política e Trabalho Competências: 1. Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir de procedimentos epistemológicos e científicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente com relação a esses processos e às possíveis relações entre eles. 53Organização e Legislação da Educação 2. Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e espaços, mediante a compreensão dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais geradores de conflito e negociação, desigualdade e igualdade, exclusão e inclusão e de situações que envolvam o exercício arbitrário do poder. 3. Contextualizar, analisar e avaliar criticamente as relações das sociedades com a natureza e seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas à proposição de soluções que respeitem e promovam a consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional, nacional e global. 4. Analisar as relações de produção, capital e trabalho em diferentes territórios, contextos e culturas, discutindo o papel dessas relações na construção, consolidação e transformação das sociedades. 5. Reconhecer e combater as diversas formas de desigualdade e violência, adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos Humanos. 6. Participar, pessoal e coletivamente, do debate público de forma consciente e qualificada, respeitando diferentes posições, com vistas a possibilitar escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. (BRASIL, 2018) As áreas do conhecimento descritas na Base Nacional da Educação Ensino Médio contem Competências Gerais e Especificas, com o objetivo de desenvolver competências que possibilitem o aluno não apenas adquirir conhecimento para conclusão do ensino médio e acesso ao ensino superior, mas que possam interpretar o mundo ao seu redor, e contribuir por meio de ações e reflexões com a sociedade em que fazem parte. 54 Organização e Legislação da Educação O Ensino Médio passou por uma reforma, por meio da Medida Provisória nº 748/2016, com objetivo de melhorar a qualidade da educação, diminuição da evasão escolar e elevar o atendimento de adolescentes entre 15 e 17 anos. ACESSE: Para entender mais o debate sobre a reforma do ensino médio. Acesse. Disponível em: http:// www.ebc.com.br/educacao/2016/10/entenda- reforma-do-ensino-medio Na Reforma do Ensino Médio o ensino médio profissionalizante, passou por novas regras, sendo elas: Cursar 1.800 horas-aula dedicadas a área do conhecimento Cursar 1.200 horas para itinerários formativo de livre escolha dos alunos, compostos 5 (cinco) áreas do conhecimentos (Linguagens suas tecnologias, Matemática, Ciência da Natureza, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e Formação Técnica e Profissional). Durante o estudo sobre a etapa da educação básica, podemos analisar que o assunto sobre a qualidade da educaçãoestá em constante debate. Alguns resultados apresentados por avaliações externas demonstram a fragilidade da educação, através dos altos índices de evasão escolar entre os jovens de 15 a 17 anos. Sendo assim, evidencia-se iniciativas educacionais importantes para e significativas, , objetivando o aluno como protagonista do seu conhecimento, buscando uma educação de qualidade para todos de acordo com a Constituição Federal de 1988. Educação de Jovens e Adultos e a Educação Especial http://www.ebc.com.br/educacao/2016/10/entenda-reforma-do-ensino-medio http://www.ebc.com.br/educacao/2016/10/entenda-reforma-do-ensino-medio http://www.ebc.com.br/educacao/2016/10/entenda-reforma-do-ensino-medio 55Organização e Legislação da Educação Figura 14: Jovens e adultos indo para escola. Fonte: Freepik Educação de Jovens e Adultos A Educação de Jovens e Adultos EJA, refere a educação de jovens e adultos os que não tiveram a oportunidade de cursar os estudos na idade própria. Conforme prevê a Lei de Diretrizes e Bases 9394/96. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou oportunidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria. (BRASIL, 1996) EJA se configura como uma política social, uma vez que por meio da construção do conhecimento, cria condições para melhorar a oportunidade de vida, trabalho e de inserção na sociedade, pois muitas vezes essas pessoas pela interrupção dos seus estudos se sentem excluídas de uma vida social. Para que o ensino seja significativo segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos (2010), deve ser considerado interesses, perfis e 56 Organização e Legislação da Educação faixas etárias, onde a escola deve proporcionar princípios de equidade, e um projeto pedagógico próprio que atenda essas especificidades. ACESSE: Para entender um pouco mais sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para o EJA. Leia as DCNs. Disponivel em http://www.ebc.com.br/ educacao/2016/10/entenda-reforma-do-ensino- medio ACESSE: Para conhecer as metas do Plano Nacional de Educação. Lei Planejando a Próxima Década. Disponível em http://pne.mec.gov.br/images/ pdf/pne_conhecendo_20_metas.pdf A escola deve ao conhecer quem é o aluno do EJA, promover atividades que estimulem a troca de experiência entre os alunos, considerando suas vivências e a partir desses relatos, promover exercícios que busquem a reflexão e construção de novos conhecimentos. A carga horária para os cursos de Educação de Jovens e Adultos (EJA): Duração Minima de 1.600 horas para series finais do ensino fundamental Duração Mínima de 1.200 horas para o Ensino Médio O EJA é um importante instrumento para atender uma das metas do Plano Nacional de Educação, que visa até 2024 erradicar o analfabetismo.Para se atender esse objetivo os Estados e Municípios devem dividir a responsabilidade, e possibilitar a oferta de acesso e oportunidade assegurado pela Constituição Federal para todos. http://www.ebc.com.br/educacao/2016/10/entenda-reforma-do-ensino-medio http://www.ebc.com.br/educacao/2016/10/entenda-reforma-do-ensino-medio http://www.ebc.com.br/educacao/2016/10/entenda-reforma-do-ensino-medio http://pne.mec.gov.br/images/pdf/pne_conhecendo_20_metas.pdf http://pne.mec.gov.br/images/pdf/pne_conhecendo_20_metas.pdf 57Organização e Legislação da Educação A Educação de Jovens e Adultos deve ser voltada para a formação integral do estudante, seja na alfabetização ou reflexão critica do seu cotidiano, dessa forma a escola estará favorecendo a cidadania. Educação Especial Figura 15: Crianças com deficiencia. Fonte: Freepik A Educação Especial é uma modalidade da educação que se refere a pessoas com necessidades especiais, o atendimento educacional deve ser realizado prioritariamente em escolas regulares. . Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de Educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. (BRASIL, 1996) 58 Organização e Legislação da Educação A Educação Especial tem os mesmos objetivos de uma educação regular, o que se diferencia é que o atendimento deve ser considerado a partir das diferenças do educando. As diferenças os educandos na educação especial são divididas em categorias, são elas: Treináveis: Necessitam de ajuda e supervisão Educáveis: Frequentam escolas regulares e no contra turno classes especiais A Declaração Mundial de Educação para todos aprovada em 1990, trata da universalização de acesso e o principio de equidade em relação aos alunos com deficiência que possuem necessidades especiais. NOTA: O termo equidade significa dar as mesmas condições e oportunidades para que todos atinjam os mesmos resultados, garantindo a igualdade de direitos para todos. A Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 determina que a educação de pessoas com necessidades especiais, deve ocorrer preferencialmente em estabelecimentos de ensino regular sendo o seu acesso dever do Estado e da Família. No artigo 59 da LDB orienta que as escolas dever garantir aos estudantes I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades; II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e 59Organização e Legislação da Educação aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados; III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora; V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. (BRASIL, 1996) ACESSE: Para saber mais sobre o artigo 59 da LDB. Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/ topicos/11686882/artigo-59-da-lei-n-9394-de- 20-de-dezembro-de-1996 O Brasil nos últimos anos tem se destacado em possibilitar o acesso a escola comum para os alunos com deficiência, no entanto deve ser observado que o fato de permitir o acesso, não torna a inclusão efetiva pois a inclusão vai além de apenas o acesso, e sim a transformação da escola em um lugar significativo. Transformar a escola significa, portanto, criar as condições para que todos os alunos possam atuar efetivamente https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11686882/artigo-59-da-lei-n-9394-de-20-de-dezembro-de-1996 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11686882/artigo-59-da-lei-n-9394-de-20-de-dezembro-de-1996 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11686882/artigo-59-da-lei-n-9394-de-20-de-dezembro-de-1996 60 Organização e Legislação da Educação nesse espaço educativo, focando as dificuldades do processo de construção para o ambiente escolar e não para as características particulares dos alunos (INCLUSÃO – REVISTA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL, 2010, p. 34). A inclusão leva em consideração a preparação da escola, professores e profissionais da educação, para estarem aptos a receberem esses alunos independentes das suas especificidades. Muitas vezes encontramos professores que possuem resistência em aceitar alunos com necessidades especiais em sua sala de aula, por falta de conhecimento e preparo, ou por receio de ter que preparar uma proposta pedagógica que se adeque as necessidades desses educandos. Sabemos da dificuldade de estrutura e número de alunos por sala, no entanto o papeldo educador é ser agente de transformação, e a escola só conseguirá promover a transformação da educação, se criar oportunidade para todos aprenderem e de terem seus direitos e especificidades respeitados. Conforme aborda Mantoan (1998). [...] uma verdadeira transformação da escola, de tal modo que o aluno tenha a oportunidade de aprender, mas na condição de que sejam respeitados as suas peculiaridades, necessidades e interesses, a sua autonomia intelectual, o ritmo e suas condições de assimilação dos conteúdos curriculares.( Mantoan, 1998, p.3) A escola deve propiciar momentos de reflexões e respeitos sobre as diferenças, criar oportunidades para que todos se desenvolvam independente das suas dificuldades, propiciando um ambiente que favoreça a construção de futuros cidadãos aptos a lidar com as diferenças e exercer sua cidadania. 61Organização e Legislação da Educação ACESSE: Para refletir sobre a Educação Inclusiva leia a Revista da Educação Especial. Disponivel em: INCLUSÃO – REVISTA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL, 2010, p. 34). 62 Organização e Legislação da Educação BIBLIOGRAFIA MANTOVAI, M.T.E. Compreendendo a deficiência mental: Novos Caminhos Educacionais. São Paulo, Scipione, 1998. BRASIL. Lei nº 9.394. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 20 de dezembro de 1996. Presidência da República. Brasília, DF BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Presidência da República. 5 de outubro de 1988. Brasília, DF BRASIL. Referencial Curricular da Educação Infantil, Ministerio da Educação, Brasília, DF, 1998. BRASIL. MEC. Plano Nacional de Educação. Brasilia, DF:Plano, 2014 VYGOTSKY. L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989 BRASIL. Ensino Fundamental de nove anos: orientações para inclusão da criança de seis anos de idade. 2ª ed. Brasilia: FNDE, Estação Gráfica. 2007.